Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 73
Foi bom pra você?


Notas iniciais do capítulo

Sugiro que coloquem um colete porque esse capitulo está um tiro, viado!
Boa leitura!!!!!



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O azulado estava jogado sobre uma das cadeiras da provável quinta ou sexta ala das arquibancadas que eles haviam inspecionado em busca da psicopata. Psicopata essa que estava sugando toda a energia dele. Se apenas ele não fosse tão apaixonado assim por Erza, ele estaria agora tomando um delicioso chá de ervas finas da Amazônia com uma pitada de gengibre, mel, duas gotas de limão—

— Ói.

— Hm? Oh. O-O que foi?! – Jellal que estava prestes a desfalecer de exaustão, sai de seus devaneios e dá um salto indo para perto da garota, recompondo-se. – Finalmente achou algo anormal? Algum comportamento estranho?!

— É. – Ela se aproxima do garoto com as mãos nos bolsos. – Acabo de notar uma pessoa descansando tranquilamente em serviço quando deveria estar atento a possíveis suspeitos. – Os olhos do azulado caem em expressão de tédio. – Um comportamento estranho, não acha? – Ela ironiza.

— Muito engraçada, delegada.

— Eu não precisarei repetir que você pode ir—

— É eu sei, posso ir embora quando quiser. E já que mencionou, porque não me acompanha para fora desse lugar? O show já acabou, além disso há mais agentes espalhados por aqui além de nós dois e Simon.. – Pede Jellal à ruiva, que expira. -  Além disso, nenhum deles notou nada diferente durante toda a apresentação.

— É. Nada de anormal aconteceu. No entanto, não viemos aqui apenas para isso. – Diz a ruiva. O azulado arqueia uma sobrancelha.

— Não?

— Hm. – Assente e continua. – A foragida em questão esteve envolvida com os rappers que acabaram de se apresentar.

— Entendo.. – Raciocina Jellal que parecia já ter entendido o ponto que Erza queria chegar. – Então...

— Quero falar com os dragões gêmeos e com Vikky. Precisamos conseguir todo tipo de informação que pudermos.

— Hm.

— É, senhor Fernandes... Parece que seu infortúnio finalmente acabou e não faremos mais rondas checando as arquibancadas. – A garota sorri com uma mão à cintura.

—... Yey? – Brinca ele, levando Erza ao riso. Mas não tanto, afinal, ela ainda estava em uma missão.

— Tudo bem. – Ela tira o celular que estava acoplado em sua coxa –  Ligarei para Simon para que nos acompanhe até o camarim dos garotos.

— Ótimo.

A ruiva digita e põe o aparelho em seu ouvido. Jellal se senta novamente, aliviado, e expira como alguém que volta para casa depois de um longo dia cansativo. Ele pende a cabeça para trás e cerra os olhos. Ele provavelmente poderia dormir ali mesmo se não fosse o barulho e a tensão sob a qual estavam todo o tempo desde que chegaram ao estádio... No entanto...

— Hm? – Ele pisca e vira o rosto rapidamente olhando fixamente para sua direita. Era como se procurasse por alguma coisa. Ele franze a testa.

— Jellal? – A ruiva se aproxima e tem expressão séria enquanto guarda o celular novamente, encerrando a ligação. Ela observa o lugar para onde Jellal direciona seu olhar atento. – O que foi?

—... Acho que não foi nada, apenas pensei ter percebido algo se movimentar rapidamente...

— Pensou? – Repete ela começando a ficar alerta.

— Eu devo estar apenas muito exausto. – Ele a encara e se posiciona em sua frente. – Não há nada lá. Há milhares de pessoas andando pra lá e pra cá. Estamos no fim de uma apresentação, é comum pessoas andando rapidamente em direção à saída, certo?

— E, no entanto, você ficou tão preocupado por um momento... – Diz ela desconfiada. O rapaz olha para o lado e pensa por um instante. Ele volta a encará-la um tanto pensativo.

— Acha que pode ter sido Flare? – Pergunta o azulado.

— Isso eu não sei. – Ela retira o walkie talkie acoplado na outra coxa. – Mas comunicarei aos demais que continuem as buscas silenciosas mesmo agora ao fim da apresentação.

— Arh... – Ele coça a nuca. – Só espero que não tenha sido apenas meu cansaço, de qualquer forma...

— Cansaço ou não, todo cuidado é pouco. – Ele assente enquanto ela manda uma mensagem pelo walkie talkie aos demais agentes e põe o aparelho novamente acoplado em sua coxa sob o vestido que era convenientemente aberto nas laterais de sua saia. – Vamos. Simon nos encontrará em frente ao corredor dos camarins.

— Hm. – Ele segura a mão da garota, que fica sem reação por um momento, mas não se desprende. Ele sorri serenamente e apenas segue em frente a ela, guiando-a e segurando sua mão firmemente para que não se perdessem em meio às pessoas. Ela encarava suas mãos enquanto seguia atrás do rapaz. Era como se ele quisesse cuidar dela, mesmo quando ela não precisava disto. Ela cora levemente e sorri quase imperceptivelmente ao refletir sobre a atitude do rapaz.

Às vezes, até mesmo Erza se esquecia, mas estar com Jellal a fazia lembrar de como é bom ser apenas... Uma garota. Só pra variar...

...

Gajeel encara Rogue e Sting e parece pronto para avançar nos dois a qualquer movimento brusco. Sting e Rogue o encaram da mesma forma. Levy, por outro lado, continuava serena e nada parecia abalar seu ânimo. Exceto, claro, pela pequena discussão que teve com seu segurança segundos atrás.

— Então, vai nos deixar entrar ou o quê? – Pergunta Sting impaciente. A garota levanta as sobrancelhas com olhos risonhos pela surpresa da audácia repentina no comentário do loiro.

— É melhor manter seu temperamento sob controle se não quiser ganhar mais alguns machucados, pirralho. – Disse Gajeel dando um passo mais perto de Levy.

— Wóh! – O loiro parece estupefato com a ameaça do moreno. – Então o cara que roubou o lugar do Rogue está fazendo ameaças agora? Pensei que você queria ser um maldito cantor de Jazz, por que está agindo como segurança agora?

— É Blues. – Corrige Levy.

— Você só pode estar brincando. – O loiro diz consigo e se vira coçando a nuca nervosamente.

— Vikky. – Rogue intervém. Ele mantém seu olhar baixo e voz grave. – Será que nós podemos conversar a sós? – Ele estava igualmente irritado, no entanto, o garoto parecia ter uma personalidade mais contida e controlada, diferente de seu amigo.

— Vai sonhando. – Interrompe Gajeel. Levy desvia o olhar e fita Gajeel sem responder à solicitação de Rogue. – Se quiser conversar com ela, terá que fazer isso bem aqui e sob meu olhar. – Diz Gajeel quase rosnando enquanto Rogue sobe o olhar e o encara da forma mais assustadora que pôde. Levy nunca havia visto Rogue ou Sting daquela forma. Algo dentro dela dizia que era melhor parar com as provocações ou aquilo sairia de controle, considerando que Gajeel e Rogue não precisavam de muitos motivos para saírem no tapa. Ela expira.

— Arh... Tudo bem, tudo bem. – Ela dá espaço e sai do caminho. – Paremos com as provocações por agora. Entrem de uma vez. Precisamos mesmo esclarecer uma coisa ou duas.

Gajeel dá alguns passos para trás saindo do caminho, mas sem desviar seu olhar de Rogue que o encarava de volta enquanto adentrava o camarim. Sting entrou afobado logo atrás de Rogue e se jogou no estofado.

— Ei, cuidado com isso, garoto. Esses não são móveis do governo, são meus. E tira seus pés nervosos da minha almofada persa. – Alerta Levy. – Além disso, não lembro de ninguém me avisar que vocês me fariam uma visita especial. – Ironizou. – Como acharam meu camarim?

— Apenas disse ao funcionário que mostrasse onde era. Ele até disse que iria avisar, mas eu falei que não precisava. – Respondeu o loiro.

— Pff. Não pensou que eu fosse me recusar a falar com vocês, pensou? – Diz ela erguendo uma sobrancelha com uma mão à cintura. – O covarde aqui não sou eu. – Ela diz fitando Rogue rapidamente.

— Rgh. Para de enrolar, Vikky! – O loiro apoia os cotovelos sobre os joelhos. – Será que pode nos explicar que palhaçada acabou de acontecer?

— Claro que sim. No entanto, antes de me explicar, posso eu mesma, esclarecer uma questão?

— Questão? – Repete o loiro confuso. Rogue se mantinha de pé no canto do camarim do lado oposto à Gajeel, que se mantinha ao lado de Levy com expressão séria. – Que questão?

— Hm. – Ela assente e continua. – Veja... Eu tive que compor uma canção para cantar com Rogue e não foi nada fácil para mim, considerando os fatos...

— É, acho que todos já estão cansados de ouvir a mesma história agora. – Diz Sting irritado.

— O fato é que a música finalmente ficou pronta, enviei a Rogue e marquei o dia em que iriamos ensaiar... E imagina minha surpresa quando, ao chegar à mansão dos dragões, Rogue me mostra uma música completamente diferente e diz que, não a minha, mas esta seria o nosso... “Dueto.”

— Do que você está falando agora? Claro que aquela era a sua música, Vikky. – Protestou Rogue finalmente se pronunciando e encarando a garota. – Apenas modificamos para se adequar ao nosso estilo!

— Se iriam altera-la desde o início por que ME mandar compor ao invés de apenas me ajudar a escrever? – Rebate a rapper mostrando-se furiosa pela primeira vez.

— Eu já falei, Vikky. Esta é uma questão contratu—

— Contratual? – Ela pergunta e ri fazendo uma pequena pausa antes de continuar. – Engraçado você dizer isso. – A garota vai até sua penteadeira e pega um documento. Mais propriamente, o contrato, e o imprensa contra o peitoral do moreno, que o segura por reflexo. – Por que eu li o contrato e não havia nada. Repito: nada; que dissesse que vocês deveriam alterar a canção que foi feita por mim para ser cantada no dueto.

A azulada encara Rogue fixamente com olhos furiosos enquanto o garoto fita o documento em suas mãos, mas sem lê-lo com atenção. Ele pisca algumas vezes e parece tentar pensar em algo.

— Em pensar que eu quase fui enganada novamente por você. – Ela diz furiosa e dá um passo em sua direção com olhos fixos nos dele. – Mas dessa vez, eu venci.

— Espera aí... – O loiro se levanta e vai até o garoto, tomando o documento de suas mãos. – Do que ela está falando, Rogue? – Ele tenta ler “por cima” algumas das cláusulas específicas sobre a canção.

— Você não sabia, Sting? – Diz Levy sem tirar os olhos de Rogue, irritado por ter sido descoberto. – O seu amigo é um mentiroso compulsivo. – Ela desvia o olhar para fitá-lo. – Não duvido que já tenha mentido outras vezes ou escondido coisas do próprio colega de palco.

— Não pode ser... Então eu estava certo desde o começo! Isso tudo foi culpa sua!! Argh!! – O loiro lança os documentos para longe e logo sente a dor em seu pulso. – AU! ARGH.. – Ele segura seu pulso na tentativa de conter a dor.

— O que você queria, afinal?! – Esbraveja Rogue repentinamente, finalmente soltando a raiva que guardara até agora. – Que eu cantasse uma música que você compôs com outro cara—

— É! – Ela grita encarando-o de perto e fuzilando-o com o olhar. Seu grito surpreendeu a todos, inclusive Gajeel que elevou as sobrancelhas com a atitude da garota que praticamente o acurralava. Um silencio se instalou no lugar.

Rogue encarava os olhos da garota que estava bem perto. De repente, eles haviam se tornado o foco da atenção de Sting e Gajeel, que já temia ter que separar Levy e Rogue ao invés de ser “separado” em uma potencial briga com ele.

— Isso era exatamente o que deveria ter feito. – Ela continua, falando em tom ameaçador. – Cantar a canção que eu fiz com o meu coautor. Que, é um gênio, por sinal. Mas isso vocês também já devem estar cansados de ouvir, certo?

Rogue respira rápido e parece frustrado e irritado por tudo ter ido por água abaixo. Ele desvia o olhar a Gajeel, de forma que faz parecer que, se pudesse, o mataria ali mesmo. Bem, não era para tanto, mas ele estava com raiva de verdade.

— Ainda assim... Não precisava armar aquele circo. – Diz Sting um pouco menos irritado... Mas não menos irritado.

Tudo bem, ele ainda estava muito irritado. Mas digamos que, agora que ele tinha certeza que era tudo culpa de Rogue, ele estava mais irritado com ele do que com Vikky, de qualquer forma. A azulada desvia o olhar para o loiro ao ouvir seu comentário e explica-se contendo sua raiva momentânea.

— Não é como se eu tivesse tempo para avisar vocês de qualquer coisa que eu decidisse de última hora. – Ela se afasta do moreno. Parece pensar em algo e logo dá um risinho, voltando a fita-los. – E não é como se vocês fossem concordar com qualquer coisa que eu decidisse... De última hora, não é mesmo?

— É claro que não concordaríamos. – Disse Rogue firmemente. – Eu nunca deixaria você cantar no nosso show com um “segurança-mordomo” de quinta. – Diz o rapper encarando o segurança que dá um passo em sua direção, mas a garota entra em seu caminho antes que pudesse chegar até ele.

— O “segurança-mordomo” aqui me inspirou e me ajudou fazer uma das melhores canções que já fiz em toda a minha carreira. Uma das canções mais cheias de sentimento, melodia e profundidade. Algo que nunca conseguiria sentir com você. E não me lembro de ver nenhum protesto da plateia quando eu disse que só havia fãs da Vikky nesse show. Me pergunto o porquê. – Ela sorri sutilmente sem desarmar sua expressão séria.

O rapper parece relutante como se quisesse responder sua provocação, mas não tivesse argumentos suficientes. Sting apenas continuava muito irritado do outro lado do camarim, a este ponto, ele só queria ir embora de uma vez, já estava farto. Por sorte, Juvia, que havia saído há pouco, retorna com Gray, Silver e os outros.

— Vikky há uma delegada querendo... – A branca se espanta por ver que Rogue e Sting estavam também no camarim da azulada. – Oh my... E-Está tudo bem?

— Hm. – A azulada responde sem desviar os olhos de Rogue. – Agora sigam meu conselho e colaborem com minha pequena farsa se não quiserem perder alguns fãs. – Ela diz de forma que apenas os rappers a escutem.

— Não pense que não irá receber um processo por isso! – Diz Sting passando entre Levy e Rogue. – Vem logo, Rogue. Vamos embora daqui. Já estou farto dessa noite! – O rapaz passa por Juvia, quase atropelando-a.

— Ói, olha por onde anda! – Gray esbraveja ao rapper, que o manda cuidar de sua própria vida.

— Eu sabia que o clima não ficaria nada bom depois do show... Por isso insisti tanto para Juvia nos trazer todos até aqui. – Disse Lucy um tanto preocupada.

— Hm. Não é pra menos, não é...  Por sorte não aconteceu nada. – Disse Natsu.

Todos esperavam no lado de fora do camarim enquanto Erza e Jellal ficaram um pouco distantes ouvindo tudo sem interagir com ninguém até que pudessem falar com Vikky.

— Simon, se certifique de seguir os rapazes e falar com eles sobre Flare. – Diz em voz baixa ao parceiro. – Presumo que Jellal queira ficar comigo para falar com Vikky. – Erza o fita e ele assente.

— Entendido. – Responde Simon.

— Parece que chegamos em boa hora. O clima não parece estar muito amigável aqui. – Observa Jellal.

Enquanto isso, Rogue ainda encarava a azulada no camarim.

— Quando se tornou essa pessoa, Levy... – Diz o moreno parecendo decepcionado.

— Quando aprendi que preciso saber me defender de pessoas como você. – Ela responde seriamente. Ele solta um suspiro.

— Eu não sou esse monstro que você criou.

— Que seja. – Ela dá um passo para mais perto do moreno e o alerta. – A partir de hoje, não temos mais nada um com o outro. Exceto os processos que queiram me jogar, é claro. Mas isso, vocês tratarão com meu advogado. Agora vê se me esquece de uma vez por todas. – Ele abaixa o olhar, pensativo e se mantém assim alguns segundos.

—... Pensei que essa noite terminaria de um jeito diferente. – Ele a fita e expira. – Parece que Sting estava certo desde o início. Tch... – Ele dá um risinho. – Farei como quiser, Vikky. A partir de hoje, nunca mais... Nos veremos.

Algo sobre os olhos melancólicos de Rogue a fez lembrar-se do antigo Rogue. Daquele que tinha sentimentos, ao invés de um pedaço de chumbo no lugar do coração. Era a primeira vez que ela o viu sendo totalmente transparente e sincero. Ele realmente parecia despedaçado e sem esperança.

— Já era tempo... De você entender. – Ela diz e dá as costas para buscar Lily, que estava deitado sobre um lugar alto o tempo todo. Ela não queria mais olhar para ele ou correr risco de sentir qualquer tipo de sentimento empático com a dor dele. Ao menos agora ele sabe como ela se sentiu anos atrás quando descobriu que seu mundo colorido, na verdade, nunca teve cor.

O rapaz sai educadamente e não levanta seu olhar para encarar ninguém. Levy acaricia Lily e fita o chão com sobrancelha franzida. Os amigos da azulada estavam à porta e a encaravam um tanto preocupados. Gajeel a fitava igualmente preocupado, no entanto, ele também estava confuso. Pela primeira vez, ele não conseguia deduzir como ela estava se sentindo.

— Levy... – Juvia a chama e Levy logo responde sem fita-la.

— Pode manda-la entrar, Juvia... – A rapper levanta o olhar e fita a amiga. –... A delegada.

Juvia assentiu e fez como Levy solicitou.

...

Aquela noite havia sido realmente longa, como Levy havia previsto. O que ela não esperava é que a noite fosse terminar com a visita de uma delegada e um advogado, não que ela tenha entendido muito bem o que o tal Jellal tinha a ver com o caso que foi tratado na conversa com a delegada Scarlet: Flare.

A questão é que Erza havia levado inúmeras novas informações sobre ela, incluindo o fato de que a garota nem sequer se chamava Flare e que era bem mais perigosa do que todos imaginavam, uma vez que era uma foragida de um hospital Psiquiátrico do Reino Unido e que, para todos os efeitos, estava morta. Ela informou que iriam conversar com os dragões da mesma forma para buscarem mais informações sobre a foragida para que pudessem prendê-la.

Em meio a tanta confusão, Levy mal teve tempo de conversar com Gray, Silver, Lucy, Natsu ou o resto de seus amigos, pois precisaram ir ao aeroporto para deixar Wendy, que iria voltar para casa naquela mesma noite. Mas não é como se Lucy não fosse ligar depois para conversarem melhor de qualquer forma.

Agora Levy estava de volta à mansão e estava à beira de sua piscina, grande demais para ela, que quase sumia em meio à imensidão de água. Ela perdeu a conta de quantas vezes se divertiu com Laxus, Juvia, até mesmo Wendy quando ainda era bem mais nova, naquela mesma piscina.

Com os pés afundados na água, sentada sobre a borda, a garota tinha suas as mãos às laterais apoiadas à mesma borda e encarava seus pés movendo-se, fazendo bolhas dentro da piscina. Ela pensou que se sentiria melhor depois de tudo, mas algo dentro dela incomodava como um aperto no peito. Ela se lembra das palavras de Rogue.


Quando se tornou essa pessoa, Levy...


Ela pensa sobre isso quando repentinamente as palavras de seu segurança emergem no mesmo instante.


Não enfrentou seu passado doloroso. Apenas deu seu jeito e fez como queria.


Quanto mais pensa, mais sente que se peito diminui, apertando seu tórax. Ela inspira e enche seus pulmões o máximo que pode para que a sensação passe, mas ela apenas está muito agitada. Ela levanta a cabeça e encara o teto por um longo momento, refletindo sobre tudo que acontecera.

— Será que estou aos poucos me tornando uma pessoa amargurada?... – Pensa consigo ainda encarando o alto.

Ela sente seus olhos arderem e não demora para que lágrimas quentes desçam nas laterais de seu rosto.

— Levy... – Gajeel finalmente a encontrou. Assim que escutou sua voz, ela abaixou a cabeça e olhou para o lado oposto para que ele não a visse com rosto molhado.

— Sim. – Ela responde sem encará-lo.

— Estive te procurando.

— É, imaginei. – Ela responde sem muita emoção.

— Eu... Só quero saber se precisa de alguma coisa.

—.. Estou bem.

Ela não o encarou, mas não é como se ele não soubesse que ela não estava bem. E ele não podia negar que ele fez parte disso. Ela estava... Triste?

Ele encara a garota preocupado. O olhar dela parecia distante encarando os movimentos que seus pés faziam na água, era como se ela tivesse esquecido que ele ainda estava ali, mas não por muito tempo. Ela finalmente parece se dar conta de sua presença e o fita, como se quisesse perguntar o que ele ainda fazia ali parado.

O olhar dela o desconcerta de alguma forma e ele desvia o olhar preparando-se para deixa-la sozinha.

— Gajeel! – Ele para ao ouvi-la chamando-o. – Você não está mais chateado... Está? – Ele reflete por um momento sem encará-la e respira fundo. Ele vira lentamente para fita-la.

— Não. – Ele se mantém sério, mas não como antes. Não estava mais irritado.

— Hm. Era tudo que precisava saber. – Ela sorri rapidamente e torna-se novamente para a piscina. Gajeel se prepara para falar algo, mas não teve tempo, pois a azulada mergulha na piscina logo em seguida. Ele a observa nadar em direção ao outro lado por um momento antes de expirar e deduzir que ela não queria mais conversar. Ele apenas decidiu respeitar seu momento. Já aconteceu o suficiente por hoje.

...

Aproximadamente uma hora depois de ter se recolhido, o moreno parecia agitado demais para dormir. Sua cabeça não saía de Levy. Agora que sua raiva havia passado, ele percebeu que poderia apenas ter apoiado quaisquer decisões que ela tomasse, afinal, é a vida dela. Como ele se sentiria se ela apenas quisesse mandar na vida dele ou se tivesse questionado seu amor pelo Blues tentando convertê-lo ao mundo do rap? No final, ela tem que lidar com seus próprios problemas. Talvez sua preocupação exagerada  e o que sente por ela tenham alterado seu lado racional.

— Argh! Não adianta. Eu tenho que falar com ela. – Ele se levanta da cama e segue em direção ao quarto da rapper.

Ele se posiciona em frente à porta do quarto dela e bate algumas vezes. Mesmo que ela se irritasse por ele a estar acordando tarde da noite, ele queria ser egoísta apenas essa vez para aliviar o peso em sua consciência. Mas claro que não era só isso. Ele apenas estava se odiando por fazer com que ela ficasse mal quando estava tão feliz após cantarem sua música juntos. Afinal, o que deu nele para explodir assim? Não. Ele não ia esperar.

Ele tinha que consertar isso agora.

— Levy...? – Ele abre a porta lentamente. – Levy?!

E não a encontra.

— Argh. Ótimo... – Ele massageia a testa e expira. – Me pergunto se é pedir demais que uma pessoa apenas fique em seu próprio quarto para dormir durante a noite...

Ele sai murmurando enquanto fecha a porta e vai à procura da garota. Por sorte, o primeiro lugar que escolheu para procura-la foi onde a encontrou. Havia pegado no sono em seu estúdio e estava abraçada ao moletom de Laxus. Ela fazia isso sempre que se sentia angustiada.

— Tch... Eu deveria me livrar desse moletom. – Disse o moreno com ciúme de uma peça de roupa. Sim.

Ele se aproxima dela e a fita dormindo serenamente.

—... Argh... Droga. – Ele desiste de acorda-la e vai até o quarto da rapper pegar uma coberta.

Ele volta até o estúdio e a cobre jurando a si mesmo que de amanhã não passaria. Ele iria conversar com ela e consertar tudo. Ele a observa por um momento e sente seu peito apertado. É, parece que ele teria que aguentar até amanhã, afinal.

— Bons sonhos, Levy.

Ele expira e dá um passo para longe, mas sua mão é puxada. Ele arregala os olhos e se vira para encarar a garota, que havia acordado. Não é como se ela estivesse fingindo dormir, ele talvez tenha a encarado tempo demais. Ela o fita sem dizer nada, assim como ele a encara em silêncio. Aos poucos a surpresa em seus olhos desaparece e o toque de suas mãos se torna cada vez mais vívido. Ele encara as mãos da garota segurando a sua. Ela segurava forte. Era como se gritasse para ele não ir.

E ele não foi.

Sua respiração acelerou e ele sentiu o mesmo impulso que teve ao toma-la pela primeira vez para si naquela praia deserta. Ele se inclinou em sua direção e posicionou-se sobre ela, acomodando-se entre suas pernas, envolvendo sua cintura, puxando seu pescoço para mais perto. A garota o abraçou e o beijou energeticamente.

— Gajeel... – Eles se distanciam apenas para conseguirem se olhar. – Não importa o quanto eu pense sobre isso... Essa foi, definitivamente... – Ela encara seus olhos enquanto acaricia o rosto do segurança. – A melhor noite da minha vida.

Era como ela se sentisse culpada por não pensar diferente. Ele a encara por alguns segundos antes de beijá-la novamente. Ele a beijava com paixão, como se quisesse recuperar toda paz que havia perdido ao discutir com ela.

Ele se afasta para encará-la novamente. Ela se prepara para falar algo, mas ele põe seu dedo sobre seus lábios e a fita como se estivesse se preparando para uma confissão.

E estava.

— Essa, definitivamente... – Ele parece ofegante. Ela parece ansiosa para ouvir o que ele tinha a dizer. – Foi a melhor noite da minha vida.

A azulada sente seus olhos encherem-se de lágrimas. Ela sorri incrédula. Seu peito parece sofrer uma pressão diferente. Não era mais aquela sensação ruim. Era felicidade. Ele finalmente admitiu o que sentia. Ele não a odiou por ela não conseguir encarar seu caos. Ela sentia que podia encarar qualquer coisa. Ele estava ao seu lado. Ela sentiu uma vontade súbita de toma-lo para si. Toma-lo para si para não mais soltá-lo...
















... E não soltou.


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Notas finais do capítulo

Nota importante: Esse capítulo fecha mais um ciclo na história MSP, agora estamos um passo mais perto do fim! Eu tô ansiosa pra escrever e escrever! Finalmente estamos chegando na minha parte favorita da história! Espero que vocês curtam tanto quanto eu, essa história é de vocês.

E um adendo antes de ir. Estou revisando a história de um super amigo que tem muito talento. É original e do gênero "fantasia". Tá incrível e super interessante. Aqui tem o link dela do site do Social Spirit. Podem conferir!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/the-legends-of-the-chosen-12169069

Até a próxima!



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