Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 74
Nova direção.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pra postar. Boa leitura!



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Algumas semanas se passam.
 

A pequena travessura de Levy, como ela previra, havia trazido consequências. Os dragões entraram com um processo contra a rapper e uma multa um tanto salgada teve que ser paga pela quebra de contrato que aconteceu quando ela cantou a música do dueto com outro músico. Mas a azulada tinha que admitir: seu empresário era mesmo o melhor. O processo que a equipe dos dragões iniciou contra ela foi logo “abafado” ao serem sutilmente lembrados de que sua imagem e reputação poderiam sair bem mais prejudicadas do que Levy com alguns números a menos na conta bancária.

Mas não é como se não houvessem acontecido coisas boas a partir disso. Nos dias seguidos àquele, Gildarts recebeu uma enxurrada de ligações de curiosos desejando saber sobre o talento, antes desconhecido, do tal “mão de ferro, a fera do blues”. As perguntas iam desde questionamentos à relação entre “Vikky e seu segurança” e “triângulos amorosos” até convites para entrevistas e apresentações em programas de talk shows.

— Gajeel, você pode deixar de ser cabeça dura apenas por um momento e, ao menos, pensar no caso? – A garota andava atrás dele enquanto Gil apenas observava os dois segurando uma taça de vinho.

— Nem pensar, Levy. Essa é minha última palavra. Fim de papo. – Respondeu o moreno, um tanto irritado.

— Ora, não seja teimoso, rapaz! Serão apenas algumas entrevistas em talk shows, quem sabe umas músicas aqui e ali... – Gil tenta convencê-lo. – Não queria se tornar famoso?

— Por roubar o lugar do Rogue em seu próprio show? Não, obrigado! – Diz Gajeel, resistente.

— Acontece que ninguém sabe que isso foi o que aconteceu. – Justifica Levy.

—... Como se vocês nunca tivessem cantado juntos antes. – Gil completa. – Os fãs da Vikky já te conheciam antes disso. – Lembra ele.

— Qual é, Gil... Você sabe que despertei interesse por aparecer aleatoriamente no show dos dragões gêmeos quando todos esperavam outra pessoa e não porque descobriram o “meu talento”. Eu, definitivamente, não serei colaborador para conteúdo de revistas de fofoca.

Gildarts arqueia uma sobrancelha enquanto Levy expira e massageia a testa, frustrada.

— É... Ele não vai se convencer. – Disse Gildarts terminando de beber o vinho de sua taça e levantando-se do banco junto ao balcão do mini bar de Levy, onde estivera tranquilamente sentado todo o tempo.

— Pensei que ser um famoso cantor de Blues fosse seu sonho. E agora rejeita dar entrevistas na TV... – Questiona Levy ao moreno.

— É, eu ainda quero isso. Mas ficarei conhecido por meus próprios méritos. Não preciso usar a fama dos outros para me promover. – Diz Gajeel decidido.

Aquele comentário, de certa forma, despertou dentro da azulada um sentimento de admiração. Ela se lembrou de seu passado e de como Rogue fez exatamente o que Gajeel fazia questão de rejeitar.

— É uma atitude nobre. Não posso negar. – Diz Gil. – Não deveria esperar outra coisa de você, mão de ferro. – O empresário vai até o segurança e estende sua mão em direção a ele.

— Tch. – Gajeel sorri e aperta a mão de Gildarts. – No entanto, não pense que este sou eu desistindo de ser um grande cantor de Blues. Um dia alcançarei meu objetivo. – Afirmou o moreno.

— Tenho certeza disso. – Reponde Gil que aperta firmemente a mão do rapaz uma vez mais antes de soltá-la. – Bem, acho que tenho algumas ligações para fazer agora. Vikky, nos falamos depois.

— Hm! – Ela assente enquanto o empresário se despede e vai sozinho até a saída.

A rapper parece ter ficado pensativa desde a última resposta do segurança. Ele percebe seu comportamento e, com expressão curiosa, põe as mãos nos bolsos enquanto a observa “distante” nos pensamentos.

— Ói. – Ele a chama. Ela pisca algumas vezes e desvia o olhar para ele. – E agora o quê?

— “O quê”, o quê? – Ela responde confusa.

— Quero saber o que acontece depois.

— Depois?

— Você sabe. – Ele se aproxima da garota e a fita nos olhos. – Eu, você... – A azulada o fita e parece não saber o que responder.

Eles haviam passado por tanta coisa juntos... Não parecia fazer tanto tempo desde que Laxus a informou que não seria mais seu segurança. Ou que ele havia achado seu mais novo segurança dentro de um bar, fazendo-a pensar que ele havia perdido o juízo. Nem de longe a garota imaginava que aquela pessoa conseguiria virar sua vida ao contrário, fazê-la questionar a si mesma e ao mundo, que costumava ver de forma diferente. A verdade é que, no fundo, ela ainda tinha medo que tudo viesse por água a baixo. Como num conto de fadas, que oculta o que vem depois do “felizes para sempre”.

O segurança arqueia uma sobrancelha ao ver a expressão estampada no rosto da rapper e começa a rir.

— Relaxa, baixinha. Estou me referindo aos próximos compromissos. – Diz ele em meio à risada. A azulada olha para o lado e cora levemente.

— Tch... – Ela põe a palma da mão em seu rosto e dá um risinho, mesmo um tanto irritada. – Você é mesmo um idiota.

O moreno dá um risinho.

Não. Ele não se referia aos próximos trabalhos que fariam juntos. Ele se lembrava perfeitamente do momento em que disse a ela que esperaria o tempo que fosse, mas a realidade disso era mais difícil do que pensou. Quanto mais tempo passavam juntos, quanto mais conversavam, quanto mais sentia o toque da pele macia de Levy, mais difícil ficava não poder tomá-la para si e dizer que ela era sua. A sua garota. Mas o tempo só passava e Levy não parecia vê-lo de outra forma além de alguém com quem poderia ter uma amizade “colorida” nas horas vagas. Ele sabia que ela não tinha intenção alguma de apenas usá-lo, pelo contrário. Ele sabia que ela estava apaixonada por ele. E isso era o pior de tudo. Ele chega a se perguntar se tal espera realmente resultará em algo no futuro.

Gajeel cruza os braços e se põe de lado o “ar risonho” de sua voz para falar normalmente com a rapper.

— Então? – O rapaz encara a garota esperando sua resposta. A azulada pisca algumas vezes ainda constrangida pela pequena piada de antes. Ela põe uma mecha do cabelo atrás da orelha e desvia o olhar dando um pigarro.

— Bem... Alguns dos produtores do meu novo álbum me enviaram as versões prontas das minhas canções, então tenho que avaliar isso e... – Ela coça a nuca.

Algo em seu segurança estava diferente nos últimos dias. Ela não podia deixar de observar que, de certa forma, o moreno estava dando mais espaço a ela. E com “dar espaço”, ela queria dizer “ficar distante”. Estava sendo mais profissional como se não fossem mais tão próximos. Ela se questionava se algo dentro dele havia mudado em relação a ela. Mas... Logo agora que tudo começava a finalmente dar certo?

— E...? – O moreno pergunta com sobrancelha arqueada. A garota pisca algumas vezes e percebe que acabara de se perder nos pensamentos. – O que há com você hoje, afinal? – Pergunta o rapaz notando a distração da azulada.

— N-Não é nada... É só que acabo de lembrar que será amanhã a minha apresentação no desfile de Lucy. – Ela dá um “sorriso amarelo”. Na verdade, ela quase esqueceu que sua apresentação no desfile de Lucy seria no dia seguinte. Onde estava sua cabeça?!

— Não brinca! Vai abrir o desfile da barriguda amanhã?! – Gajeel arregala os olhos. – Isso vai ser interessante de assistir. Gihi.

— Hey... Que risinho é esse? O que está pensando agora?

— Apenas será legal ver pessoas competindo com seu figurino sobre o palco quando geralmente você é a única “brilhando” nos holofotes. – Brinca o rapaz.

— Tch. Eu não ligo para isso, se quer saber. – Ela cruza os braços e parece confiante. – Sei que estarei brilhando de qualquer jeito. Além disso, não estarei vestida de um signo do zodíaco. Portanto estarei diferente de todos de qualquer maneira.

— Oh... É verdade. É a coleção inspirada em signos do zodíaco... – O rapaz toca o queixo e pensa por um momento. – Ói! Agora estou curioso para ver como será o figurino do representante do meu signo!

— Hm... Independentemente de como seja, sei que estará fenomenal. Por que é a Lucy quem desenhou. – Ela sorri serenamente enquanto o rapaz faz o mesmo.

Não é que Gajeel esteja frio ou realmente distante. Ele não era indiferente ou rabugento... Mas algo sobre a súbita mudança em suas pequenas brincadeiras pervertidas a incomodava. Era como se ele estivesse aos poucos seguindo em frente. Será que ele ainda estava esperando por ela?...
 

...
 

... Agora respire fundo. Contando até 3... E agora soooooolta o ar.... Muito bem. Novamente! Descendo, subindo. Mais uma vez. Agora de novo. E novamente. Só mais uma. E para terminar. Não desistam, vamos lá, apenas mais uma vez. Agora—

— ARGH. – A loira agarra o controle da TV e a desliga. – Mas que droga, será que esses malditos agachamentos não terminam nunca?! – Ela joga o controle sobre a cama e limpa o suor da testa com o dorso da mão enquanto põe a outra na cintura.

— Hm?... São os exercícios de novo? – Pergunta o garoto que caminha lentamente para dentro do quarto da estilista com um pedaço de rosquinha na boca. Lucy desvia os olhos até o doce que o rosado traz nas mãos.

— Quer saber, você é um péssimo incentivador. – Ela toma a caixa de rosquinhas do modelo.

— ÓI!

— O que? Você não ia comer isso, ia? – Ela pergunta ironicamente e logo depois preenche sua cavidade bucal quase inteira com metade de uma das rosquinhas açucaradas da caixa.

— Aparentemente não. – Ele diz com olhos desanimados.

— Ótimo... – Ela responde com a boca cheia enquanto o rosado a observa com sobrancelha arqueada. A loira demora alguns segundos, mas finalmente engole e continua. –... Porque estou farta de tentar ser uma grávida saudável.

— Você sempre diz isso quando assiste aulas de exercícios físicos. Me pergunto por que ainda tenta assistir essas coisas. – Diz Natsu.

— Isso porque há dois seres humanos com a fome de um Dragneel dentro de mim e, se eu não me exercitar, acabarei como uma jamanta! – Esbraveja a loira arrancando gargalhadas do rosado.

— Admito, se esses pirralhos puxaram a fome do pai, então você precisa mesmo de uns exercícios físicos.

— Você não deveria estar me animando agora? – O rosado pisca algumas vezes e arqueia a sobrancelha. A loira expira e massageia a testa. – Sinceramente...

— Já passamos da fase que eu tenho que ser gentil, agora posso apenas falar a verdade. – Ele abre um sorriso e a loira parece emburrada.

— Tch... – Ela começa a juntar os objetos que esteve usando para exercitar-se e ignora o rosado.

— E a verdade é que não me incomoda nem um pouco que ganhe uns quilos. – A garota cessa o que está fazendo ao ouvir o comentário do rapaz. Ela não o encara, mas o escuta aproximar-se. O garoto a abraça por trás e põe suas mãos nas laterais de sua barriga. – Isso quer dizer que eles estão bem alimentados e nascerão fortes.

Lucy desvia o olhar e cora quando Natsu lhe dá um beijo no pescoço.

— Eu sei que devo me alimentar e ganhar peso... Mas amanhã é o desfile. – Ela se vira para encará-lo. – Eu queria parecer bonita e não inchada e gorda... – Diz ela manhosa.

— Você não está inchada e gorda. – Fala o rapaz antes de ser contestado por outra pessoa.
 

Está sim.

Disse Aquarius passando de um lado para outro com algumas peças de roupa nas mãos.

— E você continua azeda como um kiwi! – Exclama o rosado de volta. Ele já havia perdido o medo da modelo desde que passou a morar com Lucy e começou a conviver mais com Aquarius.

— Tudo bem, não é como se ela achasse mesmo isso... – Diz a estilista um tanto sem graça.
 

... Acho sim!
 

Uma gota cai pela testa de Lucy que olha para o lado emburrada. O garoto ri.

— Ignore a Aquarius-san. E então... Está pronta para amanhã? – Pergunta ele tentando animá-la.

— Se apenas conseguisse entrar em um vestido decente estaria me sentindo mais confiante. – Ela suspira. – Mas acho que esse é o preço por lançar uma coleção no meio de uma gestação de gêmeos, não é... – Natsu dá um pequeno risinho. – E você? Está nervoso para desfilar com uma roupa feita por sua namorada?

— Pff... Eu sei que estarei bem em qualquer coisa que tenha saído de um desenho seu. – Ele a puxa para perto e ela ri.

— De alguma forma, você sempre fala a coisa certa. Mesmo sendo um cabeça de vento. – Ela envolve o pescoço dele com os braços.

— Ói, esteve andando muito com o Gray ou o que? – Diz o rosado se referindo ao adjetivo que seu amigo costumava usar para irritá-lo. A garota ri e o puxa para beijá-lo.

— Você fica fofo quando está irritado. – Ela sorri e ele desvia o olhar.

— Hunf...

— Obrigada por me animar. – Ele volta a encará-la e finalmente cede um sorriso.

— Heh.

Lucy se sentia segura com ele. Por incrível que pareça, aquele pequeno desastrado aos poucos se tornava alguém em quem ela podia confiar para cuidar dela. E, no fim das contas, ele tinha razão. Tudo estava preparado para seu desfile. E logo depois... O baile de máscaras!

A loira havia anunciado à mídia que realizaria o evento logo após o desfile. Todos os modelos, membros de sua equipe e alguns artistas participariam do baile de máscaras para a comemoração do primeiro dia de desfiles da coleção Heartfilia Zodiac em um salão de recepções da área nobre do Japão.

Mesmo que ela apareça “um pouco maior” na TV quando estiverem transmitindo o evento ao vivo, ela sabia que tudo daria certo, pois esteve preparando seus modelos e seu pessoal por muito tempo para o dia de amanhã. E, certamente, nada dará errado.
 

...
 

O azulado passava os olhos sobre as sobremesas expostas na pequena vitrine enquanto segurava o queixo com uma das mãos, pensativos.

— Hmm... Ela disse que queria um cheesecake, no entanto... Isso é tudo que ela come o tempo todo... Talvez devesse comprar um bolo de chocolate dessa vez... Ou...

— Oh! Jellal-san?

— Hm? – O advogado desvia o olhar dos doces para checar quem lhe falava. – Oh... Wakaba-san... – O azulado se estende e dá alguns passos em direção ao colega de trabalho que encontrara por acaso na doceria.

— Não sabia que também gostava de doces. – Disse o rapaz apagando um cigarro antes de entrar no lugar.

— Não é para mim.

— Oh... Entendi. Ainda está se aventurando com aquela delegada maluca.

— Fala como se algum dia eu fosse desistir disso. – Ele dá um risinho.

— Óei.. Falando na sua assustadora ex esposa, as tais fotos da tal Flare foram úteis afinal?

— Oh... – Jellal olha em volta e checa se há alguém por perto antes de responder com tom de voz mais baixo. – É... Serviram. 

— Quem é aquela garota, afinal?

— Shh! Fala baixo! – Ele cochicha aproximando-se um pouco mais. – A garota da foto não é só uma maluca aleatória. Ela é uma foragida perigosa que a Erza está tentando caçar.

— Sem chance... – Wakaba fica surpreso com a revelação do companheiro advogado.

— É. E, para piorar, desconfio que ela pode estar envolvida com outro assassino que também está foragido.

— Pombas! Isso é mesmo sério!

— É. Não é atoa que estou praticamente batendo ponto nas docerias da cidade. Aquela ruiva está uma pilha de nervos ultimamente. Doces acalmam a fera. Heh...

— É melhor comprar o dobro, parceiro. – O rapaz dá tapinhas no ombro de Jallel que sorri um tanto sem graça.

O azulado decide seguir o conselho do colega e compra algumas sobremesas a mais.

— Bem... Eu vou indo. – Disse o azulado guardando o troco de sua compra no bolso. – A essa hora o convidado de Erza já deve estar chegando... Ela terá uma reunião um tanto tensa pela frente...

— Boa sorte, bro.

O azulado caminha para a saída.

— Oh! É mesmo... Jellal-san, esqueci de mencionar algo...

— Hm? – O rapaz se vira e encara o colega.
 

...
 

Erza está sentada à mesa em sua sala de jantar. Ela encara fixamente o aparelho celular em sua frente. Suas mãos posicionadas sobre a mesa, dedos entrelaçados. A campainha toca anunciando finalmente a chegada de seu convidado.

Desde a conversa que teve com Vikky, a ruiva decidiu manter alguns de seus homens com a rapper. E a azulada não se livrou de levar uma bronca de Erza por não ter prestado uma queixa na mesma época que sofreu um atentado, afinal de contas, havia acontecido uma tentativa de assassinato. Isso foi o que Erza soube ao questioná-la sobre que tipo de relação a azulada mantinha com a fugitiva. Consciente agora dos atentados à Vikky e do histórico de Flare com o rapper Rogue Cheney, ela identificou que a McGarden seria, possivelmente, o principal alvo da psicopata. Sendo assim, acompanhá-la de perto seria um ótimo atalho para chegar até a criminosa.

A partir disso, Flare, que estava “desaparecida”, passou a ser procurada pela polícia por ter se tornado oficialmente a suspeita de um crime. Aliás, mais um para a sua ficha que já estava bem suja. O rosto da garota estava estampado em todos os lugares a essa altura.

Mesmo com o avanço da investigação, a delegada achou que precisaria de mais uma ajudinha para esse caso. Ela buscou a pessoa perfeita para ajudá-la. Alguém que conhecia Flare Corona, ou melhor, Alice Reignfield melhor que ninguém.

A delegada vai até a porta e destranca, abrindo-a e encarando o homem de terno à sua frente.

— Erza Scarlet? – O homem pergunta com expressão séria no rosto ao fitar a ruiva.

— Jura Neekis. – Ela abre caminho para o rapaz e dá um sorriso. – Estive ansiosa por sua chegada.

O homem adentra a casa da ruiva juntamente com seus outros parceiros todos vestidos igualmente com um terno e portando óculos escuro.

— Obrigada por vir até o Japão. Sei como o trabalho de um delegado pode ser árduo. – Diz a ruiva. O moreno a fita e levanta levemente o canto da boca esboçando um sorriso.

— Se a informação que me disse for verdadeira, então valerá a pena ter vindo.

— Hm. – Ela se aproxima. – A informação está correta. Alice Reignfield está no Japão sob o nome de Flare Corona. E suspeito que esteja planejando um assassinato.

— Como pode ter certeza de que a tal Flare é a nossa criminosa? – Pergunta Jura, ainda um tanto descrente.

— Em breve mostrarei as provas. Mas não o chamei aqui apenas para que possa levá-la de volta ao país de onde veio para pagar por seus crimes devidamente. Preciso que me ajuda a traçar seu perfil psicológico. Vocês possuem todas as informações verdadeiras da garota. Isso é fundamental para que possamos seguir seu rastro.

— Hm. – Ele assente. – Meus homens têm o que você precisa dentro daquela mala. – Ele diz apontando para um dos rapazes que segurava a tal mala a qual se referiu. A ruiva desvia o olhar e sorri.

— Ótimo.

A campainha da garota toca novamente e ela pede licença aos agentes para atender o outro “convidado” que havia acabado de interromper uma reunião importante.

— Jellal! – A ruiva abre a porta e encontra o advogado ofegante. – O que houve com voc—

— Erza. – Ele puxa o ar algumas vezes antes de continuar. – Preciso te falar algo importante! – A ruiva pisca algumas vezes.

Antes de sair da doceria, pouco tempo atrás, Wakaba mencionou que um amigo havia identificado José Porla nas ruas de Tóquio e que havia tirado uma foto sem que ele visse para poder ajudar a polícia na busca pelo homem. Wakaba sabia que a ex esposa de Jellal é quem liderava as buscas e por isso resolveu contar-lhe. O azulado prontamente pediu que ele enviasse a foto para seu celular e a observou, dando zoom na imagem. Na foto tirada pelo amigo de Wakaba, Porla está entrando em um carro com mais duas pessoas. No entanto, o advogado nota algo curioso na imagem. No assento perto da janela do banco de trás, uma mulher de cabelos vermelhos olha diretamente para a câmera com olhos estreitos. Era definitivamente Flare do lado de dentro do carro que Porla estava prestes a entrar.

— Desembucha, homem! – Ela exclama. Com tanto tumulto, Jura e seus homens se aproximam da porta onde Erza e Jellal estavam.

— A Flare... – O azulado começa, levantando seus olhos para encarar a delegada. – Ela está junto com o Porla. Os dois estão trabalhando juntos!

— O quê?! – A ruiva arregala os olhos. Jura e seus homens se entreolham e ficam em alerta.
 

...
 

Depois da calamidade que havia acontecido na última apresentação que deveria ter sido com Vikky, Rogue e Sting seguiram se apresentando com mais alguns shows extras nas cidades próximas. A relação dos dois ficou estremecida por um tempo, mas eles eram como irmãos e acabaram superando a pequena “turbulência”. Na verdade, estavam satisfeitos apenas por não terem sua reputação manchada com toda a mídia.

Contudo desde a última visita inesperada de uma delegada naquele mesmo dia do fiasco com Vikky, os rapazes não pensavam em outra coisa além de Flare.

— Francamente... Uma garota com um nome falso e que fugiu de um manicômio? Pfff... Eu sempre soube que ela era meio sinistra. Mas daí a ser uma maluca de verdade? – Diz Sting terminando de se vestir para a apresentação que fariam em poucos minutos.

— Eu nunca percebi nada... Anormal na Flare... – Comenta Rogue, com expressão pensativa. O moreno já estava pronto e apenas aguardava Sting.

— Exceto o fato de ela achar que vocês realmente tinham um relacionamento quando, na verdade, você nunca deixou de gostar da Vikky. – Diz o loiro ironicamente. Assim que o rapaz menciona o nome da azulada, Rogue escurece sua expressão e fita o chão. O loiro desvia o olhar e encara o reflexo do rapaz pelo espelho. Sting para o que está fazendo e expira, tornando-se para o moreno. – Ói. O que foi agora?

— Não é nada. – O moreno parece irritar-se e desvia o olhar, virando o rosto para que o loiro não visse sua expressão.

— Argh... Você não acha que deveria superar a Vikky de uma vez? – Sting diz impaciente e irrita o moreno que o encara.

— E você é minha mãe ou o quê? Eu perdi a Vikky definitivamente dessa vez! Como quer que eu fique quando você me lembra que eu sempre a amei?

— Há outras pessoas na terra, cara! – O loiro dá as costas enquanto argumenta. – Você costumava saber o quanto as “outras pessoas” nos divertiam. Por que não faz o mesmo agora?

— Porque eu não sou mais o mesmo de antes, Sting.

— Ou apenas escolheu ser chato. – Esnoba o rapaz. O moreno expira.

— Nem mesmo você acredita que sou diferente. Não me admira que Levy não acredite em mim também. – O loiro se aproxima do rapaz e o encara.

— Rogue. Não me entenda mal. Apenas quero que volte a ser o mesmo parceiro divertido que era. Desde que voltamos ao Japão e nosso empresário nos disse que você cantaria com a Vikky não tem feito outra coisa além de tentar reconquistá-la. – O moreno fita Sting e parece pensativo. – Se você perdeu uma garota por causa da época em que éramos moleques, que seja. Apenas encontre outra e siga em frente. – O moreno expira.

Sting realmente falava sério. Ele estava preocupado pelo modo como Rogue vinha se comportando desde que havia “terminado tudo” com Levy. Ele era o mesmo em cima do palco, cantava e divertia os fãs, mas assim que voltava ao camarim não parecia ter motivação para fazer nada.

Rogue percebe a preocupação na voz de Sting e respira fundo. Ele se levanta para encarar o amigo propriamente.

— Hm. Talvez esteja mesmo certo...

Então... Finalmente fará isto?...

Sting e Rogue são pegos de surpresa quando escutam uma terceira pessoa dentro do camarim. Não qualquer pessoa, mas...

— Flare? – O moreno diz, atônito.

— Caraca! – O loiro parece assustado e surpreso.

— Finalmente... Esquecerá aquela garota de uma vez por todas... Moreninho? – Flare sorri com os olhos marejados e dá alguns passos na direção deles.

— ÓI! – O loiro dá um passo para trás e aponta para a garota. – Não se aproxime tanto ou serei obrigado a chamar os—

— Seguranças? – Ela o interrompe e dá um risinho. – Como acha que entrei aqui, seu tolinho.

— V-Você matou os seguranças como tentou fazer com a Vikky? – Esbraveja o loiro.

— O que andaram ouvindo sobre mim?... – A ruiva parece ofendida. – Acha mesmo que eu seria capaz de matar alguém, Sting-san?

— Você fugiu de um hospício! Não deveria nem estar solta por aí! – Diz o loiro, alterado. A ruiva arregala os olhos.

— O que você disse? – A garota fica surpresa ao ouvir o que Sting havia falado.

— Sting... Já chega... – O moreno se aproxima e fica ao lado do loiro que começa a se arrepender por ter enfrentado uma pessoa aparentemente perigosa.

— Onde foi... Que ouviu isso. – A garota o encarou com olhos sinistros enquanto o indagou.

— Não importa quem ouviu ou deixou de ouvir nada, Flare. – Disse Rogue dando um passo a mais para que Sting ficasse atrás dele. A ruiva encara o moreno. – Apenas vá embora, temos que nos apresentar em breve.

— Então é isso... Vocês sabem quem eu sou?

— Flare. – Rogue a encara seriamente. Mesmo sabendo da verdade sobre Flare, o rapaz não demonstrava medo. Pelo contrário, ele sabia que mesmo com sua loucura, ela nunca seria capaz de machucá-lo. – Vá. Embora.

— Moreninho... Eu não sei o que você ouviu sobre mim, mas tudo que fiz foi apenas por você! – A ruiva se aproxima do rapaz e parece um tanto desesperada. – Ninguém te ama como eu, meu moreninho... Se apenas aquela garota não existisse, nós não teríamos que—

— Você tentou matar a Levy! – O moreno grita e parece extremamente irritado. O tom de voz do rapaz pareceu intimidar a garota, que se calou e observou enquanto ele lançou um olhar de desprezo em sua direção. – Eu nunca te perdoarei por ter me feito perdê-la. – Ele continua encarando a ruiva que começa a perder a compostura. Lágrimas caem dos olhos da psicopata que hesita antes de falar, mas não desiste de tentar convencê-lo.

— Ela nunca te mereceu... Não como eu. – Ela desvia o olhar como se falasse consigo mesma. – Depois de tudo que eu fiz para ter você só para mim. Só para mim... Você é só meu, meu moreninho... Meu...

— Eu nunca pertenci a você, Flare. – A garota pisca algumas vezes e desvia lentamente os olhos para encarar o rapaz. Parece ferida pelas palavras de Rogue. – Você era apenas conveniente. Não ligava para outras garotas que davam em cima de mim. Sempre fazia tudo que eu queria. – Ele abaixa o olhar. –... Me fazia companhia quando eu estava carente... Eu me aproveitava da sua boa aparência para te levar como minha acompanhante nos eventos em que íamos, então todos diriam como eu tinha um bom gosto para mulheres... – Ele volta a encarar a garota. – Me desculpe por isso. Foi culpa minha... Você se tornar o que se tornou... Mas a única que sempre teve meu coração... Foi a Le—

O rapper arregala os olhos.

A garota à sua frente o encara com tristeza e ressentimento no olhar.

— Ói... – Sting percebe algo estranho, mas mantém a distância.

— Por que... Tinha que fazer a escolha errada, Rogue... – A ruiva sussurra ao chorar.

— Ghh.... – Rogue parece perplexo.

— Isso não tinha que acabar assim... – A garota se afasta do moreno e Sting franze a testa ao perceber o que a garota carregava nas mãos. Só então ele se dá conta. Pingos vermelhos começam a cair ao chão enquanto a garota chorosa corre para fora do lugar carregando uma adaga ensanguentada.

— Rogue! – O loiro corre até ele, que perde as forças e cai no chão. A lateral de seu abdômen sangrava muito.

— S-Sting...

— O que aquela—

— Não deixe.... Que ela fuja. – O rapper fala com dificuldade.

— Droga... – O loiro encara a porta e o rasto vermelho que a garota deixara ao fugir. – Como acha que vou te deixar aqui para ir atrás daquela garota?!

— Ela vai... Atrás da—

— Será que dá pra você parar de pensar na VIKKY por UM segundo?! Mas que droga, isso tudo é culpa dela!

— Ghr... – O moreno começa a perder a cor rosada e suar frio.

— ÓI! – O loiro agarra o rosto de Rogue. – Não se atreva a morrer aqui!... ROGUE?! – O moreno não estava desacordado, mas não conseguia responder pela dor intensa que sentia. As mãos de Sting já estavam vermelhas por tentar conter a perda de sangue. – Droga!!!

O loiro corre para fora e grita por socorro. Ele não iria perseguir aquela psicopata. Não quando seu amigo estava prestes a morrer na sua frente.
 

...
 

Correndo para longe do camarim dos dragões, a garota põe uma peruca e óculos escuros. Ela sai sorrateiramente do local e chora compulsivamente.

— Maldita Levy... Maldita Seja! – A garota encontra um local escondido e retira um celular do bolso. Ela disca um número e põe o aparelho ao ouvido. A linha chama poucas vezes antes que alguém atenda subitamente a ligação.

— Onde raios você se meteu? – Era o primo de Flare, Mard Geer. Ele parecia irritado.

— Vamos pegá-la amanhã.

— O quê?

— A Vikky!

— Não sei se você se lembra, mas agora é uma criminosa procurada pela—

— Eles já sabem que fugi de um hospital psiquiátrico! Provavelmente também sabem que meu nome não é Flare Corona... Eu estou arruinada de qualquer jeito...

— Não brinca...

— Eu não tenho mais nada a perder. Quero acabar com aquela garota o quanto antes.

— Arh... Espero que saiba o que está fazendo.

— Não se preocupe com isso. Sei exatamente como isto irá terminar.

— Só tente não morrer com o próprio veneno, priminha. Se você falhar, eu não estarei lá por você desta vez.

A ruiva desliga e encara a vista à frente com olhar fixo e determinado.

— Eu não falharei.

A garota se enche de ódio, seu tórax treme pela respiração agitada. Ela estava seguindo os passos de Levy através da mídia e sabia que ela se apresentaria na abertura do desfile de uma estilista. Atacá-la lá seria suicídio. No entanto... Logo após o desfile haveria um baile de máscaras. E o que pode ser melhor para um ataque surpresa do que uma festa onde as pessoas cobrem seus rostos?

... Estava decidido. No baile de máscaras da estilista Lucy Heartfilia, Flare Corona dará o seu golpe final. 


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Notas finais do capítulo

Até a próxima #FamíliaMSP! ♥



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