Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 72
Pratos Limpos.


Notas iniciais do capítulo

Yoo #FamíliaMSP!
Aí vai mais um capítulo cheio de tretas e emoções pra vocês.
Boa leitura!



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O moreno estava com coração acelerado na lateral do palco junto com Gildarts e Juvia enquanto a azulada estendia no centro do palco imóvel ao admirar por um momento o calor das pessoas que gritavam por seu nome. Era de arrepiar e aquecer o coração toda aquela energia direcionada à azulada.

— Vocês são demais. – A garota sorri ainda admirando os fãs, olhando para todas as direções das arquibancadas. – Tóquio... Acho que vocês já sabem o que vem em seguida, não é mesmo?... Esta melodia que está tocando agora pertence a outra canção inédita... Que entrará para meu novo álbum, que sairá em alguns meses. – Os fãs aplaudem e fazem barulho por um momento e a deixam continuar em seguida. – Ela se chama “Way back into love”... Foi feita para um dueto, mas confesso que... Quando meu empresário me disse que eu precisaria compor esta música... Eu não conseguia pensar em nada. No momento em que tive que escrevê-la estava na mais completa escuridão...

A plateia a encara em silêncio.
 

...
 

O loiro ainda tentava abrir a porta gritando por alguém que estivesse passando por perto para ajuda-los enquanto a azulada falava na TV.

— ÓOOOOooooeeeeeeeeeyyy!! – O rapper grita sem parar com as tentativas frustradas de abrir a porta.

— STING! Cala a boca! – Rogue exclama sem tirar os olhos da TV, tentando escutar o que Levy falava aos fãs.

— Quer que fiquemos aqui até que perca a hora de entrar ou o quê?! – Reclama o loiro sem fitar o rapper.

— Acho que é tarde demais.

— O quê? – Ele vira e fita o moreno. O garoto segue o olhar de Rogue e se aproxima da TV com olhar estático ouvindo o que a azulada “conversava” com os fãs falando sobre a música. – Ah não...

— Onde ela quer chegar com isso?... – Diz o moreno consigo com olhar frustrado.

Eles se mantêm em pé em frente a TV e assistem tudo com atenção e expectativa, pois realmente não sabiam o que esperar de Vikky.
 

...
 

Levy senta na beira do palco e continua sua fala ao som do piano, que tocava a melodia de sua música.

—... Mesmo que essa seja a minha paixão... Cantar e fazer músicas é o que faço de melhor, mas ainda não era suficiente... Algo estava faltando e era a minha inspiração. Eu apenas não conseguia fazer. Eu estive a ponto de desistir. – Vikky pisca e sente os olhos encherem-se d’água, mas não o suficiente para que lágrimas caíssem. – Então eu conversei com alguém... No começo, pensei que fosse apenas mais um cara aleatório com um charme especial para puxar papo com rappers. – Brincou ela fazendo alguns fãs gritarem ao anteciparem o que estava prestes a ser anunciado. – Mas ele me disse algo que deveria ser óbvio, só que, por algum motivo, pareço ter esquecido completamente... – Ela se levanta e olha lentamente em direção à lateral do palco, onde Gajeel estava a encará-la. Pelo seu olhar, era provável que ele já estivesse com seus olhos sobre ela bem antes de ela fita-lo. Algo sobre seu olhar a fez sentir o mesmo frio no diafragma que sentira na primeira vez que o rapaz lhe tomou um beijo ou em todas as outras vezes em que estiveram perto um do outro.

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Ambos estavam frente a frente no chão aveludado daquele estúdio, a garota com suas mãos sobre as mãos de Gajeel, que estavam sobre seu tórax e barriga. Ele observou o tórax da garota que se elevava e abaixava embaixo de sua mão. Três vezes; Repetiu os movimentos com o abdômen, que se expandiu e se comprimiu a mesma quantidade de vezes. Ela soltava o ar pela boca, enquanto respirava com o nariz, sempre calmamente. Ela abre os olhos prestes a dizer algo, mas nota o olhar de Gajeel. Eles não se movem, apenas continuam se encarando. As mãos do moreno ainda sobre a garota. A azulada sentiu uma pressão em seu diafragma e, agora, não tinha nada a ver com a tal técnica respiratória. O olhar de seu segurança dentro de seus olhos era o responsável. Ela estranhou a si mesma, nunca mais havia se sentido assim. Quando o “assim” é tanta coisa que não tem mais nome.

Eles abaixaram suas mãos suavemente, ainda tocando suas mãos. O garoto a fitou novamente, e ela o encarou; passando a língua nos lábios, parecia ansiosa, sem saber ao certo o que fazer.

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— Não vem com essa atitude! Eu era quem deveria estar irritado para começar. Me fazer entrar na água estando de sapato e calças... Essa coisa vai ficar grudando nas minhas pernas, agora! – Ela vira e o encara.

— Ah, bem lembrado. Posso saber como entrou aqui? Essa é uma praia privada, Gajeel.

— Como se eu me importasse. Eu vi quando saiu de carro e apenas te segui até aqui para ter certeza que nada aconteceria com você. – Ela pareceu mais branda ao notar seu tom preocupado. – O que te deu pra sair sozinha? Já esqueceu que tem uma louca que está doida para te pegar dando bobeira? – A garota expirou e encarou o mar novamente. A irritação do moreno aos poucos sumiu quando notou que os olhos de Levy estavam avermelhados e enchendo-se com lágrimas. Levy abaixa o olhar.

— Desculpa. – O moreno se surpreende com a reação de Levy. Ela o encara. – Você está certo. Eu só... Estava— A garota é agarrada e imprensada subitamente contra o corpo de Gajeel em um abraço repentino. A garota sente o peitoral do moreno mover-se um pouco rápido.

— Não me importa. Não faça isso de novo.

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A mão do rapaz envolve a cintura da garota, que é imprensada contra o corpo dele. Ela, instintivamente, solta um pequeno suspiro de surpresa e apoia-se ao peitoral desnudo do rapaz. A camisa dele, que estava sobre o ombro da garota, cai na areia. Ela o encara um pouco ofegante. Fita seus olhos e seus lábios, que estavam muito próximos. Os punhos fechados de Levy logo se desfazem e ela toca a mandíbula do moreno, que encara os lábios entreabertos e rosados da rapper antes de tomá-los para si. Respirações pesadas entre os movimentos quase sincronizados dos rostos de ambos, enquanto tornam-se um por alguns segundos...

Ele era quente... Sua pele era surpreendentemente macia, apesar das cicatrizes. De novo a sensação de que ele não iria soltá-la... Ela podia sentir todos os toques dele sobre sua pele. O calor da palma de sua mão em suas costas, o arrepio causado pelo toque das pontas de seus dedos, que subiam pela sua nuca e acariciavam seu couro cabeludo, entrelaçando-se a seus cabelos...

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Flashes dos primeiros momentos em que ambos descobriram que sentiam algo a mais um pelo outro começam a surgir enquanto a garota troca olhares com o moreno, fazendo com ela que se arrepiasse. Ela sente um súbito desejo de correr até ele e toma-lo para si, mas logo volta ao seu foco e continua a conversar com seus fãs sem tirar os olhos de Gajeel, ainda de pé na lateral do palco.

— Essa pessoa me disse que a música não deveria trazer pesar. Mas prazer. Não era para ser difícil.. Não era para ser um fardo. Eu deveria apenas fazer aquilo que eu quisesse... – Ela abaixa o olhar e parece refletir. – Então apenas pus nas letras aquilo que estava no meu coração e, como mágica, tudo pareceu fluir muito melhor. – Ela se vira aos fãs. – Essa é a pessoa mais inspiradora que conheci no mundo musical e que tem uma mente genial, não apenas para o blues, que é sua verdadeira paixão. – Os fãs pareceram não entender o último comentário da rapper. Ela percebia algumas pessoas falando umas com as outras, “blues?”, “ela não estava falando do Rogue?”; algumas confusas, outras surpresas e com aparente animação pelo acontecimento inesperado, claramente aqueles fãs que não concordavam com sua reconciliação com o rapper; outras chocadas. No fundo, a Levy estava adorando causar tamanho choque em todos. Ela sorri e continua. – Mesmo que seu talento seja direcionado a outro gênero musical, ele me ajudou a escrever essa canção e vocês já o conhecem porque já cantamos juntos antes. – Alguns fãs até começam a olharem-se entre si, desconfiados. É, alguns deles deviam ser sagazes o suficiente para já estarem adivinhando de quem ela falava. – No entanto, Tóquio, quero que vocês conheçam exatamente a pessoa que descrevi... Não o mero segurança da Vikky Mcgarden. Convido ao palco, agora, o mão de ferro e fera do Blues, Gajeel Redfox!!

Os fãs se dividem entre reações de choque e aplausos animados. A plateia demorou um pouco mais para aplaudir e ovacionar a entrada do rapaz, mas Vikky já sabia que isso podia acontecer. Porém, obviamente, ela faria questão de contornar o choque de todos explicando o real motivo de não haver um dueto com Rogue.

— Oh, antes que eu esqueça, gostaria de agradecer a Rogue e Sting por permitirem uma participação minha com meus garotos em seu show! Façam barulho para os dragões gêmeos que são tão generosos!!! – Não havia outro motivo real além deste, eles são generosos o suficiente para permitirem que ela cante não uma, mas duas músicas com participações de outros artistas em seu show... Não comece a rir agora, Levy. Ou descobrirão sua pequena trapaça. Ela respira fundo e mantém seu sorriso sereno de...  Gratidão.
 

...
 

A morena e seu amado assistiam tudo de cima e Cana, que já havia se acomodado confortavelmente no colo de Bacchus, parece estar curtindo cada momento da participação de Levy.

— Cara, a Vikky é mesmo muito f—

— Você ia dizer fantástica?

— Não, amor. Ia dizer fenomenal. – Ironiza ela sorrindo brevemente antes de voltar a assistir Levy.

— Oh... Entendi. – Ele ri e continua. – Mas é verdade que ela é uma pequena causadora de problemas. Ela mente com tanta naturalidade que eu mesmo quase estou acreditando que os dragões sabiam da coisa toda.

— Melhor do que isso, só as expressões nos rostos dos dois nesse exato momento. – Ela descansa o queixo sobre a palma da mão. – Eu queria ser uma mosquinha para presenciar esta cena. – Imagina ela com um sorriso e dando um pequeno risinho antes de lembrar-se de algo e voltar-se a Bacchus para fita-lo. – Ói... Tem certeza que não há câmeras nos camarins?

— É, tenho. Infelizmente minha namorada sexy não poderá ter seu pequeno prazer de apreciar a frustração dos dragões. – Diz ele puxando-a levemente para si, envolvendo seu quadril. Ela faz bico e volta a encarar o palco.

— Tch. A vida realmente não dá todos os prazeres que queremos, não é...

— Bom, talvez a vida não. Mas sabe que, se quiser, eu te darei todos e mais alguns, tchehehe... – Ele morde o ombro da garota que devolve com uma pequena cotovelada.

— ÓI, pare com essa saliência! Meu brother acaba de entrar no palco. – Ele ri e ela torna sua atenção novamente à Vikky e Gajeel, mas não antes de fazer um último comentário. – Mas não pense que não lembrarei disto mais tarde.

— Tch... E você até tentou não parecer safada por um momento.

— Shh! Não esqueça que nem todos “dormem” agora. – Ela lança seu olhar para o DJ amarrado ao canto e Bacchus faz o mesmo, observando-o com sobrancelhas elevadas e expressão despreocupada enquanto o rapaz desvia o olhar, levemente corado pelo constrangimento de estar presenciando tal conversação.
 

...
 

Rogue nunca havia visto seu parceiro de palco tão irritado como agora. O loiro andava de um lado para o outro e parecia inconformado.

— Generosos, ela disse... – Murmura Sting. – Generosos... Tch. Ela é INACREDITÁVEL!

— Aquele cara...

— ÓI, ROGUE. – Ele se aproxima do rapaz e o puxa pela gola da camisa. – Me jure que Vikky não está fazendo isso com sua ajuda. Você também não sabia, certo?



— O quê?! Mas o que está pensando, seu cabeça de vento?! – O moreno empurra Sting, que o larga. – É óbvio que eu não sabia de nada! Como pode sequer achar que eu concordaria com isso?!

— O que espera que eu responda?! Você é o único que não para de falar sobre reconquistar a Vikky e agora ela nos agradece por deixarmos que ela se apresente com um metido a cantor anônimo em nosso show?!

— E o que isso tem a ver com todo o resto?! – Grita o rapaz indignado pelas acusações de Sting.

— Que você faria qualquer coisa pra que ela voltasse a ficar com você!!

— Seu bastardo. Eu nunca poria uma garota acima da nossa imagem! – Ele empurra Sting, que rebate com outro empurrão.

— Por que está irritado agora? Eu sou o único a ficar irritado aqui, isso tudo é culpa sua! – Rogue devolve o empurrão e rebate.

— Como isso é culpa minha? Ela nos enganou a nós dois, idiota!!!

— Se não a tivesse traído, primeiramente, isso não estaria acontecendo! – Sting o empurra novamente.

— Por que está jogando isso na minha cara agora?! – O moreno parte para cima de Sting e agarra seu pescoço envolvendo-o com seu braço.

— Quando vai deixar de ser tapado e acordar para a vida?! – O loiro se desprende da chave de braço de Rogue e abraça seu abdômen levando-o ao chão. – Vou te arrebentar para que recupere sua consciência!

— Você acha que é páreo para mim, idiota?!!

Os dois se atracam no chão, e, muito em breve, ao som de Vikky e Gajeel; e ninguém estava ali para abrir a porta ou separá-los... Talvez seja necessária a presença de um enfermeiro ao fim da apresentação, porque alguém vai estar com um nariz quebrado.
 

...
 

Cana e Bacchus não estavam sozinhos na missão, no entanto. Bacchus havia conseguido mais alguns rapazes para ajuda-los e os sujeitos em questão foram infiltrados e orientados pelo casal a convencer o pessoal dos dragões que houve uma mudança de planos para o final do show, obedecendo as orientações que o loiro enviou por mensagem. Quanto ao empresário dos rappers... Uma notícia urgente chegou até ele, que teve que sair às pressas do show. Claro que não havia nada de urgente, esse era só mais uma jogada para se livrar de quem pudesse atrapalhar os planos de Levy. Sendo assim, o microfone que seria de Rogue foi dado a Gajeel enquanto a garota ainda cantava com Lil’ Freed.

O moreno se aproxima de Levy, que o fita sorridente. Ela percebe que ele estava, relativamente, irritado com sua travessura de última hora. É, ela sabia que ele odiava ser surpreendido por não saber o que fazer e o Redfox não era alguém que gostava de não ter o controle de uma situação. No entanto, ele provavelmente ia estragar tudo se soubesse da sua decisão desde o começo, então ele apenas teria que, mais uma vez, seguir seu plano no “improviso”.

Gajeel fita a plateia brevemente e mal curva-se ao cumprimenta-los, voltando logo sua atenção à Levy. Um rapaz de roupas escuras sociais traz rapidamente bancos altos para que o casal se sentasse.

— Obrigada. Ahn... Alguém pode trazer, por favor, o violão até Gajeel? – Levy pede ao rapaz que acabara de trazer os bancos. Gajeel apenas observa sem demonstrar muita surpresa, sua reação era quase apática e pensativa.

Enquanto o ajudante providencia o instrumento a garota explica.

— Temos o instrumental original da canção sem a versão com o piano... – Ela sinaliza a Bacchus, que mudou a faixa que estava tocando inicialmente. – Então Gajeel poderá fazer o acústico ao violão acompanhado pela orquestra. Ele tocará nossa canção para vocês hoje, meninas más.

A plateia parece finalmente ter retomado a animação inicial e os aplausos assim que Levy fez o anuncio da música em acústico demonstrou tal fato, o que a deixou satisfeita. O moreno recebe o instrumento e apronta-se. Por sorte, ele já conhecia muito bem as cifras dessa canção pelo número de vezes que a ensaiou com Levy. Gajeel não fez questão de se pronunciar, mantendo-se apenas à cordialidade inicial de cumprimentar os fãs que assistiam.

Sentados lado a lado, o rapaz se apronta para começar a tocar. O instrumental com violino começa num tom suave introdutório guiando o rapaz para o momento certo de dedilhar o violão. Ele fitava o instrumento seriamente e parecia sentir a melodia ao fechar os olhos enquanto movia seus dedos nas cordas. A azulada começa a cantar docemente.
 

I've been living with a shadow overhead
             I've been sleeping with a cloud above my bed
              I've been lonely for so long
               Trapped in the past, I just can't seem to move on

Eu tenho vivido com uma sombra sobre mim
              Eu tenho dormido com uma nuvem em cima da minha cama
             Eu tenho estado sozinho por tanto tempo
               Preso no passado, parece que eu não posso seguir em frente

A voz grave do rapaz ressoa em seguida em meio ao silêncio que os fãs haviam feito para ouvir a melodia inédita do casal. Seu olhar baixo assim como o tom de sua voz.

I've been hiding all my hopes and dreams away
           Just in case I ever need them again someday
             I've been setting aside time
                 To clear a little space in the corners of my mind

     Eu tenho escondido todas as minhas esperanças e sonhos
                  Apenas em caso de eu precisar deles de novo um dia
                       Eu tenho reservado tempo
                  Para limpar um pequeno espaço nos cantos da minha mente

 

Levy o acompanha ao cantarem o refrão.

All I wanna do is find a way back into love
          I can't make it through without a way back into love

Oh oh oh

Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta para o amor
         Eu não posso conseguir sem um caminho de volta para o amor

Oh oh oh

A azulada continua com a segunda parte da canção enquanto o moreno a introduz com toques mais firmes às cordas, dando mais profundidade à canção.

I've been watching but the stars refuse to shine
             I've been searching but I just don't see the signs
          I know that it's out there
                There's gotta be something for my soul somewhere

     Eu tenho observado, mas as estrelas se recusam a brilhar
                Eu tenho procurado, mas simplesmente não vejo os sinais
          Eu sei que está lá fora
                Deve haver algo para minha alma em algum lugar

E Gajeel continua, cantando o refrão junto com Levy em seguida.

I've been looking for someone to shed some light
             Not somebody just to get me through the night
               I could use some direction
                And I'm open to your suggestions

Eu tenho procurado alguém para emitir alguma luz
              Não apenas alguém para passar a noite
              Alguma direção poderia ajudar
                E eu estou aberto para suas sugestões

All I wanna do is find a way back into love
              I can't make it through without a way back into love

    And if I open my heart again
              I guess I'm hoping you'll be there for me in the end

 Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta para o amor
             Eu não posso conseguir sem um caminho de volta para o amor
                E se eu abrir meu coração de novo
                 Acho que eu espero que você esteja lá por mim no fim

A garota se levanta e mantém-se de pé perto do rapaz, apoiando-se em seu ombro ao cantar sozinha a próxima parte.

There are moments when I don't know if it's real
             Or if anybody feels the way I feel
          I need inspiration
            Not just another negotiation

Há momentos que eu não sei se é real
              Ou se alguém se sente do jeito que me sinto
         Eu preciso de inspiração
           Não outra negociação

...

— Você sabe que isso foi uma indireta pra você, certo? – Diz o loiro com um um dos olhos avermelhados e bochecha levemente inchada.

— Cala a boca. – Responde o moreno com resto de sangue no canto da boca e cabelos desgrenhados sentado ao lado de Sting enquanto assistiam Vikky.

...

Gajeel e Levy cantam o refrão mais uma vez antes de chegarem aos últimos versos da canção que fechou a apresentação da noite.

 

   All I wanna do is find a way back into love
        I can't make it through without a way back into love
 

And if I open my heart to you
            I'm hoping you'll show me what to do
            And if you help me to start again
              You know that I'll be there for you in the end

E se eu abrir meu coração para você
           Eu espero que você me mostre o que fazer
          E se você me ajudar a começar de novo
         Você sabe que eu estarei lá por você no fim

 

A este ponto era nítido que a química entre os dois era alta, pois praticamente cantavam um para o outro. E trocavam breves olhares, e cantarolavam em revezamento acompanhando as últimas notas da melodia. Ele ainda parecia um tanto sério, mas era inevitável acabar entregando-se ao prazer da música. E a Levy era apenas hipnotizante quando cantava com aqueles olhos fixados nos dele.

O instrumental cessa por um momento apenas para começar de novo, em seguida, tornando-se a melodia de encerramento da apresentação dos dragões feita por Vikky.

— Tóquio!!! Vocês foram uma plateia incrível, muito obrigada por nos dar tanto carinho e apoio na noite de hoje, eu nunca esquecerei os minutos que acabaram de acontecer neste palco! Espero que tenham gostado do nosso grand finale e do talento que se manteve escondido por trás das roupas do segurança de Vikky McGarden. Vejo vocês na próxima!!!

E a melodia instrumental da música retorna enquanto Gajeel se mantém ao lado da azulada curvando-se diante da plateia por um longo momento sob luzes agitadas e gritos dos fãs.
 

...
 

A apresentação não podia ter ocorrido de forma melhor. O coração de Levy ainda estava sob forte agitação mesmo depois que o show acabou. Enquanto isso, provavelmente alguém já deveria ter liberado os dragões gêmeos e depois de tudo, Levy não duvidaria que, desta vez, eles fariam jus a seu nome artístico, pois deveriam estar soltando fogo pelas ventas.

— Meu Deus... O que houve com vocês? – Fala o homem que acabara de abrir a porta do camarim de onde os rapazes estiveram trancados o tempo inteiro.

— O que houve conosco?! O que houve com vocês!!!! Será que ninguém nos ouviu gritando para abrirem a maldita porta?! E o que me diz de um estranho subindo ao palco para cantar no lugar de Rogue? Isso sem contar o fato de Vikky ter preparado uma caixa inteira com indiretas para lançar a cada 30 segundos bem embaixo do nosso nariz—

— Sting, já chega. Ele não é o responsável por isso, de qualquer forma. Diga o que tiver de dizer a Vikky. – Disse Rogue.

— Mas como raios você pode estar tão calmo quando disse que também não sabia que—

— Me desculpe, mas não sei se compreendo muito bem o que está acontecendo... Pensei que estivessem irritados pela porta trancada. Mas... – O rapaz raciocina um breve momento e continua. – Será que não souberam da alteração? Nós pensamos que—

— Alteração? – O loiro repete, atônito. Rogue e Sting encaram o empregado, que fazia parte de seu pessoal, ambos com expressões confusas.

— Todos também acharam estranha a mudança de última hora, no entanto, apenas obedecemos às ordens dos dragões... Mas então, não foram vocês? – Explica o rapaz ficando igualmente confuso.

— É, isso definitivamente não foi ordem nossa, meu caro. – Disse Sting.

— Então... Eu não entendo... O que acaba de—

— O que ele quis dizer... – O moreno interrompe o rapaz e parece tentar contornar a situação. – É que não foi ideia nossa. A tal alteração... É claro que sabíamos. Todos ouviram Vikky nos agradecendo a oportunidade de cantar em nosso show.

— O quê? – Sting pareceu irritado ao vê-lo acobertar a azulada.

— O Sting só está irritado porque passamos tempo demais trancafiados dentro dessa sala quando deveríamos ter sido melhor assistidos...

— ROGUE—

— Será que pode avisar a Vikky que precisamos falar com ela? – O empregado o fita confuso enquanto Sting o encara a ponto de avançar mais uma vez em seu pescoço e arremessa-lo para o outro lado do continente. – Temos que explicar por que não assistimos sua apresentação... De perto.

— Entendo... Sinto muito mesmo pelo transtorno, dragões. Estarei informando à senhora McGarden agora mesmo a sua solicitação... Com licença. – Ele sai rapidamente e, por sorte, pareceu mais preocupado por cometer um erro em seu trabalho do que considerar qualquer coisa que Sting tenha cuspido assim que entrou ao local.

— Você não acabou de acobertar a Vikky... Certo? – Rosnou o loiro, pronto para cerrar os punhos e retomar o que havia parado há pouco tempo. O moreno expira e massageia a testa abaixando a cabeça por um momento.

— Sua raiva está te deixando burro...

— Eu te mostro quem é o burro—

— Para e escuta, seu toupeira! Quer mesmo que sejamos ainda mais humilhados em público? Se dissermos que ela cantou o dueto com outro bem na nossa frente sem que soubéssemos, o que acha que as pessoas falariam?

— Que ela não tem profissionalismo ou responsabilidade alguma?! – Responde ele ainda irritado.

— Ou que somos dois idiotas por alguém conseguir fazer algo assim no nosso próprio show onde as pessoas dos bastidores são todas do nosso pessoal! – O loiro raciocina, ainda contrariado. – É melhor que sigamos com essa farsa.

— Droga... Ela armou tudo para que não tivéssemos outra opção além de concordar com isso... URGH! – Ele soca a parede e imediatamente sente o impacto retornando ao seu pulso, causando grande dor. – AAU!!! – O loiro segura o punho retorcendo-se de dor.

— STING! Argh... Controle-se!!! Ainda temos outros shows para fazer! Não irá adiantar quebrar todo o lugar. Ou você mesmo!

— Maldita Vikky.... – O loiro murmura segurando o pulso que acabara de lascar na parede. – Mas não pense que ela não iá ouvir umas.. AU... – Sting parecia frustrado e prestes a chorar. Não se sabe se pela dor ou pela própria frustração.
 

...
 

A azulada retorna ao camarim juntamente com Juvia, Giltars e Gajeel. Ela estava radiante e mal teve tempo de falar com qualquer um, já que assim que saiu do palco recebeu uma ligação de seu cúmplice, que assistiu tudo confortavelmente de casa. Levy parecia atônita ao descobrir por Laxus quem eram as pessoas que estavam no mixer de áudios. Não é como se Laxus tivesse dado os detalhes de quem mandaria para ajuda-la, ele apenas havia dito que tudo aconteceria como planejado de qualquer forma. Gildarts trocou algumas poucas palavras com Vikky e se preparou para a enxurrada de críticas e problemas que a pequena travessura dela causaria a partir de agora. Ele sai e os deixa. A azulada se aproxima de Gajeel e comenta algo que parecia estar querendo contar desde que finalizou a conversa com Laxus ao telefone.

— Você não vai acreditar quem estava nos ajudando o tempo inteiro... A Cana e o Bacchus!

— O quê?! A Cana está aqui? – Responde o moreno em choque. – Desde quando aquele parafuso a menos trabalha em missões secretas com o namorado ainda menos ajuizado que ela?! – Perguntou Gajeel irritado.

— Bem, ao que parece, ela não é tão desajuizada assim, pois meu plano funcionou perfeitamente! – Disse ela animada.

— Sobre isso... – Juvia começa. Levy a encara. – Por que não disse nada sobre cantar o dueto com Gajeel?

— Tch... – O moreno desviou o olhar e cruzou os braços. Levy percebe a atitude dos dois e ergue uma sobrancelha.

— Hey... Eu sei que pareceu um pouco egoísta fazer tudo pelas costas de todos, mas tudo aconteceu muito rápido. – Explica-se.

— M-Mas somos amigas, certo? Ou será... Que pensou que eu diria algo se me contasse o que estava planejando? – Diz Juvia um tanto envergonhada por estar interpelando a amiga.

— O quê?! Claro que não, Juvia! – Levy se aproxima da amiga e segura sua mão. – Eu não contei porque foi tudo de repente. Eu ia cantar com o Rogue... Mas, depois da nossa conversa, eu mudei de ideia. Na verdade, tudo começou com você!

— C-Comigo? – A branca pisca.

— Hm! Você me falou algo sobre o contrato e fiquei curiosa para lê-lo novamente e descobri que não deveriam ter alterado nossa canção original! – O moreno fita disfarçadamente a garota para prestar atenção.

— Não deveriam? Então...

— Foi apenas por isso que decidi cantar minha canção original. E, uma vez que Rogue nunca aceitaria isto, resolvi cantá-la com a única pessoa que deveria cantá-la comigo desde o início. – Gajeel abaixa o olhar. Levy continua. – Minha cabeça estava tão cheia e estava tão ansiosa para planejar tudo isso horas antes de ter que subir ao palco... Não pude pensar em envolver ninguém além do necessário. – A assistente abaixa o olhar. – E o Gil, bom... Eu devia isso a ele desde a última que aprontei, não é... Afinal, eu prometi que não iria mais fazer nada de última hora sem avisá-lo. Sabe que cumpro minhas promessas.

— Hm.... Me desculpe por isso, Vikky. É só que me senti um pouco triste por pensar que não confiou em mim. – A rapper pisca algumas vezes e sorri. Ela abraça Juvia que se surpreende com o ato.

— Sua boba. Somos amigas acima de qualquer coisa. – Ela se afasta e encara Juvia que sorri.

— Hm. – A branca assente.

Ambas são interrompidas pela vibração do celular de Juvia, que fita a tela para checar quem estava ligando.

— Oh. É o Gray...

— Tudo bem, tome o tempo que quiser.

— Prometo que voltarei logo. – Diz Juvia. A rapper a observa sair e acaba levando o olhar até o moreno que estava de braços cruzados deitado sobre o estofado olhando para o lado oposto onde elas estavam. Ela se aproxima lentamente com mãos para trás. – Você está muito irritado por não ter te contado?...

— O que acha?

— Ah, qual é, Gajeel! – Ela senta ao seu lado e apoia-se em seus ombros. – Vai dizer que não sentiu o mesmo que eu quando estávamos cantando? Não sentiu a magia?

— A “magia”. – Ele repete o termo. A garota parece confusa com a atitude do segurança e afasta-se, sentando-se propriamente ao estofado.

— Você não está falando sério, né? Caramba, acabo de apresentar o mão de ferro para toda a mídia como aquele que compôs uma canção comigo—

— Será? – Diz ele sem fita-la.

—... O quê? – Ela pergunta e o garoto vira-se para encará-la.

— Será que esse realmente foi seu objetivo, Vikky? – Por algum motivo ela detestou a forma como ele disse seu nome artístico.

— Gajeel... O que deu em você? – Ele se levanta e dá alguns passos.

— Sabe, eu já vi este filme antes. – Ele a encara. – Sabe o que eu realmente odeio? – Ela o encara com sobrancelhas franzidas. – Ser usado como objeto para atingir ex namoradinhos. – A garota arregalou os olhos e soltou um leve suspiro incrédulo ao finalmente entender por que ele não pareceu gostar de sua atitude.

— O quê?! – Ela se levanta e vai até ele. – Acha que fiz isso por vingança?!

— Não seria muito difícil acreditar que você acaba de dar o troco no seu ex namorado traidor.

— Tá, tudo bem, de certa forma isso acabou acontecendo. Não posso mentir e dizer que não estou contente por dar uma rasteira merecida naquele cretino, mas... Esse não foi meu objetivo! – O rapaz dá as costas para a garota que tentava acalmá-lo. – Gajeel. Tudo que eu falei naquele palco é a mais pura verdade... Bom, tirando os elogios aos dragões, claro.

— Tch.

— Gajeel... – Ela segura seu braço e o puxa levemente para que o garoto se virasse. Ele a encara ainda com expressão um tanto irritada. – Eu não ligo para vinganças estúpidas. Tudo que estou sentindo agora é felicidade por termos cantado nossa canção juntos. – Ela segura a mão do rapaz. – E eu gostaria que se sentisse da mesma forma.

— Talvez você devesse ter encarado isto de uma vez ao invés de fugir.

— Eu não fugi. Estou aqui, não estou?

— Não enfrentou seu passado doloroso. Apenas deu seu jeito e fez como queria.

— Eu não acredito nos meus ouvidos. Vai realmente agir dessa forma quando deveríamos estar comemorando?

— Não me leve a mal, baixinha. Eu... Gostei do que disse sobre mim. Gostei de me apresentar. Sempre irei gostar de me apresentar. A energia do palco, a plateia... Foi tudo incrível. Sempre é.

— Então eu não entendo—

— Mas hoje não era sobre mim. Era sobre você superar sua fraqueza. Aquele cara ainda te atinge, isso por que você sempre o evita.

— E desde quando você é PHD em psicologia, mesmo?

— Não preciso de formação para olhar através de você, Levy. – A garota fica estática com a afirmação do rapaz. Ela abaixa o olhar por um momento e reflete brevemente antes de voltar a encará-lo.

— Quer saber... Eu desisto de tentar enfiar qualquer coisa na sua cabeça. – Ela diz seriamente ainda sob efeito de suas últimas palavras e tentando desviar o foco que tais palavras haviam tomado. – Se quer agir assim, fique à vontade.

Por sorte alguém bateu à porta e interrompeu a conversa que havia se tornado tensa a essa altura. O rapaz se move para abrir a porta mas a azulada estende o braço interrompendo-o de passar.

— Não se preocupe, eu vou abrir.

Gajeel expira e cessa os passos. Dava para perceber na expressão do moreno que ele mesmo estava frustrado pela noite ter acabado da forma que acabou. Ele não gostava de discutir com a garota, mas não pôde controlar seu temperamento ao relembrar de alguns dos momentos que passou com Evergreen no passado. Ela foi uma baita lição de vida sobre o que não se deve repetir. Uma mulher como ela nunca se satisfazia com um só homem e praticamente o usava de tempos em tempos para conseguir a atenção de outros. Não é como se ele não gostasse de se divertir com ela, mesmo sabendo disso. Era ingênuo o suficiente para achar que ele sempre seria o seu principal. Mas esses eram outros tempos.

O fato é que ele não se conteve ao notar que, com esse pequeno plano, ele estaria indiretamente servindo de colaboração para atingir Rogue e isso o irritava muito mais que o fato de ter sido pego de surpresa com outra armação às escondidas de sua chefe. No entanto, ele não podia negar que, apesar da irritação, flashes de seus momentos com ela sobre o palco voltavam a todo o momento e é: foi mágico. Se não fosse o péssimo momento, provavelmente haveria de ser uma das melhores noites de sua vida.

Talvez ele devesse ter se contido mais, no fim das contas. Talvez devesse ter dito o quanto apreciou cantar com ela uma canção que fizeram juntos. Talvez...

A garota abre a porta e dá de cara com um elemento um tanto quebrado.

— Rogue?...! – A garota pôs uma das mãos à boca e segurou um riso. A surpresa maior foi a aparência do rapaz e não o fato de ele ter ido até ela, pois era algo esperado que fosse acontecer.

O segurança sai de seus pensamentos e desvia o olhar ao ouvir Levy citar o nome do garoto.

— Vikky-san. – Responde Sting aparecendo detrás de Rogue, que se manteve calado. Gajeel imediatamente se aproxima de Levy e cerra os punhos ao antecipar que ambos, provavelmente, estariam querendo a cabeça de Levy agora. E a dele, por falar nisso. – Acho que precisamos trocar umas palavras. – Diz Sting seriamente. A azulada sorri ironicamente ao ouvir o loiro enquanto Gajeel os encarava seriamente e os rapazes devolviam os olhares irritados; a menina apoiava-se à porta tranquilamente com um sorriso sereno.

Chegou finalmente a hora de pôr tudo em pratos limpos


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Notas finais do capítulo

Devo dizer que eu escolho os piores momentos pra terminar o capítulo, é sempre um cliffhanger e a pessoa tem um infarto pra saber logo a continuação. Nossa, eu ia odiar... Mas assim é bom que a pessoa fica na expectativa, né nom. (... nom)

Mas enfim, no mais, é isso que tinha pra compartilhar com vocês por agora, #FamíliaMSP! Até a próxima!! ♥



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