Meu Segurança Particular. escrita por Uvinha Lee


Capítulo 54
Escolha certa.


Notas iniciais do capítulo

Oi família, #MSP!
Acho que não tenho muitos comentários a fazer hoje.. Ah, tem sim. Um personagem faz uma pequena participação na história hoje e outro vai entrar! Haha! Boa leitura!



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Gajeel parecia realmente assustador. Levy e Juvia o encaravam com olhos estáticos; elas nunca o viram agir dessa forma, ou com aquele olhar ameaçador antes. Não que ele não fosse impulsivo ou mesmo agressivo, mas nem ao menos Rogue foi capaz de enfurecer o segurança de Levy daquela forma. Levy sentiu seu coração acelerar ao perceber que o rapaz não estava se movendo e continuava a segurar a garota contra a parede, arrastando-a cada vez mais para longe do chão. A azulada ofegante finalmente sente um impulso interno que a faz correr até ele.

— Gajeel, para! – Disse a garota parando ao lado dele. - Você vai matá-la!

— Essa é a ideia. – Disse ele sem desviar o olhar da garota. – Tirá-la da terra será apenas uma boa ação.

— O que deu em você? Você não é um assassino, isso já é o bastante!

— Ela não vai parar, Levy. Eu já vi esse olhar antes... Pessoas assim não param até que alguém as pare... Definitivamente.

Ele fala com uma certa melancolia na voz. Levy não sabia tudo sobre ele, muito menos tudo o que ele viveu enquanto foi o lobo solitário, mas, com certeza, já havia cruzado com pessoas de todo tipo. Mesmo por trás da expressão e olhar furiosos de seu segurança, Levy quase podia ver através de sua atitude. Ela sabia que ele se arrependeria se cedesse a seu impulso. Os olhos da rapper marejam e ela anda lentamente até as costas do rapaz, abraçando seu abdômen. Os olhos do rapaz se abrem mais, em surpresa, e ele abaixa o olhar, vendo os braços da rapper em torno de si. Ela encosta a cabeça em suas costas e movimenta sutilmente os dedos fechando os punhos sobre a barriga do rapaz.

— Você não é um assassino, Gajeel. – O moreno folgou a mão que apertava o pescoço da garota, fazendo com que ela respirasse um pouco melhor. Ele sente um arrepio atravessando seu corpo ao sentir o toque das mãos da garota por cima de sua roupa. Parecia relutante, seus olhos estreitos; Raciocinou por um momento.

— He... Hehe... – Ele levanta o olhar e se surpreende por ver o sorriso de volta aos lábios da garota à sua frente. – Essa garota... É realmente idiota. – Disse a ruiva com dificuldade.

— Gajeel-san! Se acalme, por favor! – Exclamou Juvia em tom preocupado.

— Gajeel. – Levy diz seu nome, como se pedisse mais uma vez. O rapaz abaixa seu olhar novamente ao ouvir seu nome quase sussurrado por Levy. Ele parece irritado ao tentar decidir seu próximo passo... Mas finalmente solta o pescoço da ruiva, que cai a seus pés e tosse buscando ar e massageando o pescoço. Juvia respira aliviada, mas toda aquela situação a deixa tensa e ela decide voltar ao camarim e tomar um copo d’água. O rapaz mantém o olhar baixo e respira rapidamente, a azulada atrás dele não se move.

— Por quê? – A garota ignora a pergunta de Gajeel que vira parcialmente. Ela continua a não se mover, então ele vira completamente e a encara propriamente, fazendo-a fitá-lo. Ele não pôde ler o que a azulada estava sentindo naquele momento, mas parecia preocupada, triste ou aliviada. De qualquer forma, ver sua expressão o fez sentir culpado. Mas ainda assim, teve que perguntar. – Por que não deixou que eu me livrasse dessa garota de uma vez por todas?

A azulada abaixou o olhar e, de repente, lembrou-se das perguntas de Laxus na noite do amigo secreto.

 

“Certo, certo. Vamos logo às perguntas. Mão de ferro... Minha primeira pergunta é: você é capaz de tirar a vida de alguém que oferece real perigo a você ou alguém que preza?”

“Se não houver outro meio, certamente não pensarei duas vezes antes de matar qualquer um que seja uma ameaça.”

 

A azulada o encara e parece refletir.

 

“Existe realmente alguém por quem você mataria ou morreria, mão de ferro? Ou estamos apenas lidando com hipóteses?”

“É, existe.”

 

Ela leva uma das mãos até o rosto de Gajeel. Você seria realmente capaz de matar alguém por mim... Gajeel.

— Porque não quero que se torne uma pessoa que tira a vida de alguém propositalmente. – Ele franziu levemente o cenho.

— E, no entanto, a pessoa que você salvou quer fazer com você o mesmo que eu tentei fazer há poucos segundos com ela. – Ela sorri.

— Você acaba de provar que eu não preciso me preocupar com isso. – Ela sorri serenamente, tirando a mão de seu rosto. – Se ela tentar algo, sei que estará lá por mim. – Ele parece um tanto surpreso com o comentário da garota. Mas ainda estava relativamente irritado.

— Tch. – Ele desvia o olhar e expira. Talvez, no fundo, ele estivesse aliviado.

— O cão de guarda tem razão, sabe... Vikky. – Gajeel parece se irritar ao ouvir sua voz e a encara parcialmente, fuzilando-a com o olhar. Levy espia por trás do segurança. A ruiva, já com seu oxigênio devidamente recuperado, levanta lentamente o rosto coberto pela franja. – Devia ter se livrado de mim. – Ela a encara e sorri. – Eu não vou parar até te destruir por completo. – Ela dá uma risada.

— Sua... – Gajeel cerra os punhos e dá um passo em direção a ela, mas é interrompido por Levy, que segura seu braço. O moreno a encara e ela o fita com olhar sério dando sinal para deixá-la cuidar disso. Ela se aproxima da ruiva.

— Por que me odeia tanto, garota? Eu sequer te conheço. – Disse Levy, irritada, mas com voz calma e firme.

— Porque... Você é a única no coração do Rogue. – A garota franze o cenho e torce a boca em expressão pasma.

— Do Rogue?!

— Ele não pode deixar de amar você enquanto estiver viva. Mas se você morrer – Fitou o chão, falando consigo. – eu finalmente terei uma chance de verdade com meu moreninho...

— Aquele garoto é uma pedra no meu sapato mesmo quando não tem consciência disso... – Ela massageia a testa.

— Eu preciso eliminar você, Levy McGarden. Você entende, certo? – A rapper a fita com testa franzida e agacha-se.

— Você... – Ela a olha de cima a baixo. – Me dá pena. – A ruiva parece surpresa ao ouvir o comentário da garota. – Tudo isso por alguém que nem ao menos te ama de volta.

— Isso por que você existe! Mas quando eu finalmente conseguir te—

— Calada. Eu já cansei de você. – O moreno pareceu surpreso com o comportamento da rapper e a encarou enquanto ela falava com a ruiva frente a frente. – Se não consegue o amor do Rogue, é porque é patética demais para merecer ser amada até por alguém como ele.

— Você é a única patética. Sendo enganada por tanto tempo quando ele tinha outras!

— Ói! – Gajeel avança, mas Levy estende o braço, impedindo-o. Ela não desvia seu olhar sério da ruiva, que continua sua provocação.

— Eu, sim, consegui mantê-lo comigo. Ele nunca me traiu enquanto estávamos juntos. – Gabou-se.

— E, no entanto, você está aqui. – Rebateu a azulada. Gajeel deu um risinho com a resposta ousada da garota.

— Ele só está confuso por causa da sombra da Vikky McGarden. Mas assim que eu tirá-la dos olhos dele, ele voltará a olhar apenas para mim. – Levy revira os olhos. A azulada expira e se estende, pondo as mãos na cintura.

— Eu só vou falar isso uma vez: eu não dou a mínima pra você ou para o Rogue. Eu realmente gostaria de te dar um tapa pela vez que me atacou como uma covarde. Mas Gajeel já fez estrago suficiente. Então acho que isso nos deixa quites. Apenas siga sua vida e me deixe em paz.

A ruiva levanta o olhar e vê algo que a faz mudar de atitude. Gajeel e Levy arqueiam uma sobrancelha ao vê-la abaixar a cabeça e chorar.

— Eu... Eu apenas quis visitar uma amiga...

— O quê? – A azulada pareceu confusa.

— A psicopata também é bipolar? Ou esse é o plano B? Gihi. – Ironizou o segurança.

— Ói! – Um rapaz se aproximou correndo. – O que aconteceu aqui? – Ele encarou a garota que estava encolhida no chão. Ele pareceu irritado. O homem encara o segurança de Levy. – Foi você quem fez isso com ela?

— E você, o que tem a ver com isso? – Respondeu Gajeel provocando-o.

— Como se atreve a bater numa mulher... – Ele cerra os punhos.

— Tch. A regra não se aplica a essa pessoa. Além disso, minha intenção não foi deixá-la assim. – O rapaz franze o cenho ao ouvir a justificativa de Gajeel. – Queria deixá-la bem pior que isso. Gihi. – O rapaz à sua frente arregala os olhos e se enfurece, mas Gajeel continua, indiferente. – Se ela ainda está respirando agradeça a—

Sem deixá-lo completar a frase, o homem o acerta com um soco.

— Gajeel! – Levy grita ao vê-lo atingido. – Hey! Quem você pensa que é pra agredir meu segurança?

Com tanta confusão, Juvia resolve espiar e ver o que estava acontecendo.

— Você é um verme! – O rapaz grita e vira em direção à ruiva, ignorando Levy. Ele se abaixa. – Flare... Você está bem?

— Hm... – Ela assente, sem fitá-lo.

— “Flare”?... – Gajeel tem seu semblante escurecido. Ele levanta e vira lentamente. A azulada encara o homem, igualmente surpresa. – Vocês estão juntos?

— N-Não é culpa dele. Ele apenas me ajudou a encontrar uma amiga... – Fingiu-se Flare. O rapaz pareceu desconcertado ao ser revelado por Flare, mas ele não se importou, uma vez que ela mostrou estar preocupada com ele. O rapaz se estende e fica à frente da ruiva que fingia-se indefesa.

— É. Eu a ajudei a entrar.

— O quê?! – Levy pareceu surpresa. Gajeel foi até ele e o agarrou pela camisa, puxando-o para perto.

— Então você foi o seu cúmplice.

— Cúmplice? Eu apenas ajudei uma amiga de colégio! O que há demais nisso?! – Vendo a inocência do rapaz, Gajeel bufou e sorriu.

— Tenho que admitir, garota. – Disse o Redfox desviando o olhar para Flare. – Sabe escolher os otários que usa nos seus planos suicidas de acabar com a Vikky. – O moreno o empurra para longe e Lasaro parece confuso e irritado. – Mas da próxima vez não deixarei que ninguém te salve. Se eu te encontrar novamente, não sairá viva.

Levy vê Juvia que observava tudo, estática.

— Argh... Se isso prejudicar a apresentação da Juvia, eu juro... – A rapper expira e encara o segurança. – Gajeel, eu vou entrar com a Juvia.

— Hm. Eu lido com isso. Se certifique de que ela se prepare propriamente para entrar no palco em pouco tempo. – Disse Gajeel. Levy segurou a mão da branca e entraram de volta ao camarim.

— Flare... Do que esse cara estava falando? – Sussurrou o rapaz, fitando a garota, que continuou fitando o chão e parecia irritada.

Passos ressoaram no fim do corredor e pessoas pareciam estar correndo até lá. O segurança direcionou seu olhar em direção ao som até que finalmente se mostraram ao dobrarem a curva do corredor. Eram Gray, Romeo e Lyon que não estavam muito longe dali e ouviram gritos enquanto seguiam de volta ao balcão VIP.

— Gajeel? – O segurança virou e encarou Gray que o reconheceu ao aproximar-se.

— O que estão fazendo aqui? – Perguntou o segurança.

— Estávamos indo encontrar Wendy até que ouvimos o que pareceu uma briga. – Disse Lyon.

— Ói, Gajeel parece bravo... – Disse Romeo, analisando o semblante do segurança.

— Acertou, pirralho. Estou muito bravo. Mas acabarei com esse pequeno problema em alguns segundos. – Respondeu Gajeel.

— O que houve? – Perguntou Lyon.

— Longa história. – Respondeu ele, impaciente.

— Espera um pouco... – Eles fitam Gray que encarava Lasaro com uma expressão desconfiada.

— O que foi, Gray? – Pergunta Lyon. Gajeel o fita com cenho franzido. De repente o moreno arregala os olhos.

— Ói... Não foi você que saiu de uma porta escondida? – Gray interpelou. O segurança de Levy eleva as sobrancelhas e dá um meio sorriso.

— Então foi assim que conseguiu invadir a área dos camarins? Tch. - Gajeel concluiu, cruzando os braços.

— Invadiu? – Lyon repetiu, confuso.

— Mas ele não estava com os outros seguranças do papai quando ele chegou? – Lembrou Romeo.

— Mas não esteve mais, depois de um tempo. – Disse Gray. – Por que agia de modo suspeito?

— Esse cara ajudou uma psicopata a entrar aqui. – Disse Gajeel. Romeo arregalou os olhos.

— P-Psicopata? – Flare levantou o olhar e o encarou. O garoto tremeu e segurou o braço de Lyon.

— Eu sabia que tinha algo errado com esse cara! – Disse Gray. – Mas que droga está acontecendo, afinal? Uma psicopata?!..

— Onde está a Juvia? – Preocupou-se Lyon.

— Está no camarim. – Expirou. – É melhor levarem o Romeo daqui e irem encontrar a Wendy. Eu cuidarei do resto.

— Não. Eu chamarei os outros seguranças para que tirem essas pessoas daqui. – Disse Gray. – Lyon, você leva o Romeo. Irei em seguida.

— Não é necessário. Essa não é a primeira apresentação do seu pai em Tóquio? Deveria estar em algum lugar da plateia esperando a apresentação. – Disse Gajeel.

— Eu quero garantir que não haja ninguém perigoso perto da minha família... – Ele abaixa o olhar. – Ou da Juvia. – Lyon percebe o tom preocupado na voz de Gray ao falar de Juvia e reflete consigo. Gray volta a encarar o segurança. – Eu vou ajudar. – Gajeel arqueou uma sobrancelha.

— Esquece, Gajeel. – O segurança fita Lyon. – Quando ele enfia uma ideia na cabeça, é impossível convencê-lo do contrário. – Gajeel pensa um pouco e expira, dando-se por vencido.

— Tudo bem, heroi. Faremos do seu jeito. – Convenceu-se Gajeel. – Lyon, leve Romeo em segurança até Wendy.

— Hm. Vamos, Romeo. – Disse Lyon, seguindo de volta.

— M-Mas você não vai falar com a tia Juvia, dindo? – Questionou Romeo, parando.

— Ela precisa se preparar, falta pouco para entrar, pirralho. – Interrompeu Gajeel.

— M-Mas—

— Gajeel tem razão, Romeo. Já houve tensão demais por hoje, Juvia precisa de um tempo para se concentrar. Falamos com ela assim que acabar a apresentação. Vamos. – O perolado põe sua mão atrás da cabeça do garoto, empurrando levemente para seguir à sua frente. O afilhado de Lyon segue, mesmo contra a vontade.

Gajeel observa Flare e Lasaro enquanto Gray vai chamar outros seguranças para tirarem os dois dali. Juvia até então, não sabia que aquela garota era a mesma que havia tentado matar Levy com o gás e a rapper preferiu não contar essa parte da história. Apenas disse que aquela era uma mulher perigosa que deveria ficar longe. No fim de tudo, Juvia acabou esquecendo o nervosismo pré-apresentação depois de toda aquela adrenalina. Ao menos uma coisa boa havia resultado de toda aquela situação. Mas pensando bem, houve outra coisa boa. Levy descobriu que seu segurança faria qualquer coisa para mantê-la a salvo, inclusive matar alguém. Mesmo que isso a deixasse ansiosa e preocupada, ela se sentia feliz por perceber o quanto significava para Gajeel.

 

...

 

O moreno continua com sobrancelha arqueada fitando o visor de seu celular. Pouco depois da ligação encerrada, ele desvia o olhar e dá uma risadinha.

— Depois de tanto tempo, o que minha priminha está aprontando com a Vikky, agora? – Falou consigo enquanto fitava o horizonte pela janela do ambiente. O vento que entrava por ela balançava levemente as cortinas e as mechas caídas entre seus olhos.

— Senhor Tartaros, sua mesa está pronta. – O rapaz vira e sorri com os lábios, mantendo os olhos inexpressivos. – Me acompanhe, por gentileza.

— Hm.

A recepcionista o leva até uma das mesas perto das vidraças daquela cafeteria. O rapaz se senta e a garota põe água com gás em uma taça e se retira dizendo que logo traria o café de sempre. Ele assente, sem fitá-la. Ela sai e ele apoia o queixo na palma de sua mão com o cotovelo sobre a mesa. Ele fita a paisagem à sua lateral e toma um gole de sua água. Ele expira e estreita o olhar.

— Talvez eu tenha que fazer uma participação nos seus planinhos passionais outra vez... Tch... A Flare nunca aprende. – Ele toma outro gole da água e permanece em silêncio e pensativo.

 

...

 

O garoto fita o celular para checar se ainda há conexão na chamada e bufa ao perceber que ele havia desligado.

— Gray, idiota! Não sei por que pensei que ele me escutaria agora! – O rosado desliga o celular e o coloca no bolso mais uma vez. Sentado em um banco numa praça aleatória e inclinado com cotovelos apoiados nos joelhos, Natsu continua fitando o chão com sobrancelhas franzidas.

 

“M-Mas... Se não há mais ninguém... E-Esse..”

“Exatamente. – Ela expirou e piscou lentamente, voltando a encará-lo. – Esse bebê... Também é seu.”

 

Ele bufa e rosna em desespero. Bagunça o cabelo esfregando a mão afobadamente em sua cabeça encostando-se ao banco e inclina a cabeça para trás, fitando o céu estrelado e sentindo o vento. Ele respira pesadamente e estreita o olhar.

 

~...~

 

Ele levanta o olhar e tem uma surpresa. – Oh! Happy! Finalmente voltou... – Ele percebe algo que Happy trazia na boca. O rosado esfrega os olhos e os comprime para tentar enxergar melhor. – Ói, o que você pegou na rua desta vez? – O rosado se levanta e caminha até o gatinho, que se mantém imóvel. Ele se agacha e puxa o objeto da boca de Happy, depois de dar um petisco.

Ele encara o objeto e se estende, olhando-o de perto.

— Hm... Acho que é um teste de gravidez... – Ele aproxima o objeto para ver os detalhes e ler a inscrição ao lado do pequeno visor. – “Um traço, negativo... Dois traços, positivo.”... Hm... – Ele olha o pequeno visor com sobrancelha arqueada. – Heheheh... – O rosado abre um largo sorriso e se agacha novamente, falando com seu gato. – Happy!! Não deveria ter roubado isso! Agora a dona desse teste demorará mais para descobrir que... Vai se tornar mãe em breve. Heh.

 

~...~

 

O rapaz arregala os olhos ao se lembrar do episódio e rapidamente se desencosta do encosto do banco, fitando o chão com sobrancelhas franzidas.

— Espera um pouco! Naquele dia o Happy... – Ele mexe os olhos ao raciocinar. – Será que... Aquele era o teste da Lucy?... – Ele expira e parece desiludido, passando a mão no cabelo, tirando a franja da frente de seu rosto. Ele se encosta novamente, olhando para o céu. Ele permanece em silêncio fitando as estrelas e sentindo o vento em seu rosto.

— Eu... Vou ter um filho com a... Garota que eu gosto...

E continuou imóvel sem dizer nada mais, refletindo consigo durante um tempo. Até que o silêncio foi quebrado por vozes de pessoas que se aproximavam ao longe.

— Ói! Yukine! Não corra ou vai acabar caindo! Quer que a sua mãe brigue comigo?

— Eu chegarei primeiro que você e a Urin!

Natsu escuta as pessoas que se aproximavam, desviando-o de seus pensamentos. Ele abaixa a cabeça e os observa aproximarem-se do parque à sua frente. Um rapaz estava com duas crianças, provavelmente, seus filhos: uma menina que aparentava ter cinco anos, de mãos dadas com ele, enquanto o garotinho que corria à frente parecia ser um pouco mais velho, talvez não mais que dois anos.

— Da última vez você acabou derrubando um garoto que tinha um pai realmente forte e quase nos colocou em problemas!

— Isso porque você é muito fraco, pai. Você tem que fazer karate, como eu!

— ÓI! Quem você está chamando de fraco?! – O pai protestou.

Isso pareceu engraçado e Natsu deu uma risadinha enquanto os observava.

— Ei, Yukine, não é verdade que o papai é fraco! – Disse a menina quase em um gemido. Parecia querer chorar. O rapaz a fita um tanto preocupado e agacha-se à sua altura.

— Urin, não fique triste. Seu irmão estava apenas brincando, certo?! – Fechou os olhos em um sorriso simpático. A garota pareceu conformar-se e acabou deixando para lá.

— Tch! – O garoto começa a escalar os cubos de ferro coloridos montados sobre a areia. – Você é muito chorona, Urin.

— Não sou!

— Ói, ói... Parem de discutir e brinquem juntos, sim? Nós teremos menos tempo hoje, a mamãe chegará de viajem logo, então voltaremos para recebê-la.

— Tá bem, papai. – O garoto fita a menina parada em frente aos cubos que o observava no alto. – Ei, Urin, aposto que não consegue me alcançar aqui em cima.

— Yukine! Não provoque a sua irmã! Sabe que ela é muito pequena para subir aí. – Exclamou o pai afastando-se e indo em direção ao banco em que o rosado estava sentado.

— Eu protejo ela, papai! Venha Urin, eu te ajudo!

O rapaz senta ao lado de Natsu e expira.

— Arh... Yukine é realmente teimoso. – O rosado se ajeita para dar mais espaço ao rapaz. Ele o fita e sorri enquanto continua a falar. – Mas acho que não posso reclamar. Ele é exatamente como eu quando era da idade dele. Heheh. – O rosado piscou e deu um risinho.

— Quantos anos ele tem?

— Tem seis. – Fez uma pausa e observou os filhos novamente. – Bom. E meio.

— Hehe... Ele parece esperto.

— É sim. Apesar de que às vezes não mede as consequências de seus atos e acaba se pondo em situações perigosas. – Ele expira e cruza as pernas, apoiando o braço ao encosto do banco. – Isso me tira o sono às vezes.

— Como assim? – Ele eleva as sobrancelhas e dá um risinho.

— Desculpe, acho que acabo falando sempre coisas sem importância a estranhos. Não ligue muito para isso.

— Não é sem importância. A verdade é que agora estou um pouco curioso... – O rapaz sorriu e abaixou o olhar. Ele fitou os filhos novamente.

— Vê aquela garotinha que veio conosco? É minha filha, Urin. Irmã do Yukine. O Yuki sempre briga com ela e diz que não gosta de garotas da idade dela, mas a verdade é que ele a ama e faz tudo que pode para protegê-la. – O rosado fita o garotinho brincando com a irmã, enquanto escuta a história. – Yuki recentemente fraturou um dos braços quando subiu em uma árvore para pegar uma bolinha da irmã, que havia ficado presa em um de seus galhos. Urin ficou tão triste que foi como se ele quase quisesse chorar também. Ao invés disso, ele fingiu estar irritado com o choro dela e simplesmente subiu na árvore para pegar a bolinha e dá-la de volta a Urin.

Natsu ouvia a história atento. Ele abaixa o olhar.

— Ele é teimoso e faz sempre o que quer, por isso acaba se metendo em problemas. Mas ele protege aqueles que ama acima de tudo... Isso é admirável para alguém tão novo. – O rapaz disse com orgulho. O rosado não evitou um sorriso ao ver que o rapaz quase se emocionava ao lembrar da história.

— Você deve ter ficado realmente preocupado...

— Sem dúvidas.

Natsu fica em silêncio enquanto acompanha o rapaz observando seus filhos brincarem. Depois de alguns segundos o silêncio é quebrado novamente.

— Você tem filhos? – Natsu eleva as sobrancelhas e o fita.

— Não... – O rapaz ao seu lado pende a cabeça e arqueia uma sobrancelha.

— Não?... – O rosado parece não saber o que falar. – Pergunta difícil? – Ele deu um risinho. O rosado o fita novamente e dá um risinho constrangido.

— Talvez... Quer dizer, eu vou... Na verdade...

— Ah... – Ele pareceu compreender a situação do rapaz. – Entendi. Acho que... Acabou de descobrir? – O rosado se encosta ao banco e dá um longo expiro balançando a cabeça.

— É... – O rapaz dá uma risada e ajeita-se ao observar a expressão do rapaz.

— Mas o que há com você, devia estar animado!

— A verdade é que não sei como me sentir sobre isso.

— Hm... – O rapaz tocou o queixo, analisando a situação. – Você e sua namorada não planejaram?

— N-Namorada? Tch... – Natsu pareceu mais desanimado. – Não... Nem sequer tivemos tempo de chegar nesse estágio. Tudo aconteceu tão rápido... Eu acho que não sei o que está acontecendo, mesmo agora.

— Entendo... Acho que sei como está se sentindo. – Natsu o fitou.

— É mesmo? – O rapaz sorriu.

— Quando minha esposa engravidou do Yukine, nós nem estávamos casados. Foi totalmente acidental e ficamos com muito medo. Eu não tinha emprego e ainda estava na faculdade. E ela sequer havia ingressado para a faculdade... Nossa família era conservadora e não sabíamos o que iriam fazer quando descobrissem... Passamos por momentos difíceis, mas nunca pensamos em abandonar o nosso filho. – Natsu abaixou o olhar. – Afinal, ele foi resultado do amor que sentíamos um pelo outro. Como se pode negar algo tão bonito? Heh. – Ele faz uma pausa e observa os filhos. Natsu levanta o olhar e fita as crianças que brincavam felizes. Ele sorri ao ver a alegria deles. – Ser pai... – Ele continua fazendo o rosado encará-lo. – Não é nada fácil. Você tem que saber que nunca mais dormirá em paz novamente. – Natsu parece não gostar tanto da ideia, mas o rapaz não havia terminado sua frase. – Porque não importa quantos anos eles tenham, você sempre terá medo de perdê-los. – O rapaz se levanta enquanto o rosado ainda reflete em silêncio. – Ói, Yukine, Urin! Vamos embora, a mamãe deve estar quase chegando!

Eles reclamam e pedem para brincar mais cinco minutos, mas o pai argumenta e eles se preparam para voltar. O rapaz dá alguns passos para longe, mas antes de ir, vira-se parcialmente para concluir.

— Sabe....

Natsu levanta o olhar e o fita e ele continua.

— Quando Yukine quebrou o braço ele ainda era bem pequeno e eu fiquei realmente preocupado. Mas ele não chorou. Ao contrário, ele pareceu aliviado por ver que Urin finalmente estava sorrindo por ter a bolinha de volta. – O rosado fitou Yukine que trazia a irmã pela mão e andava até o pai. – Quando penso todas as dificuldades que enfrentamos por Yukine e até mesmo Urin no passado... Não me arrependo de nada. Porque não consigo imaginar minha vida sem eles. – O rapaz sorri. – Espero que você e sua namorada consigam achar a melhor saída.

— Papai, quem é esse moço? – Perguntou a menininha ao se aproximar com o irmão. Natsu a encara.

— Ah, é verdade... Esqueci de perguntar o nome dele, Urin-chan. Eu me chamo Alzack! – Ele sorriu.

— Papai, você estava conversando com ele um tempão e não sabia o nome dele? – Yukine começou a rir. Natsu e o Alzack também riram.

— Eu me chamo Natsu. É um prazer conhecer vocês... Urin e Yukine, certo? – Perguntou o rosado. A menina assentiu timidamente enquanto o garoto protestou.

— Ói, papai. Deveria nos deixar falar nossos próprios nomes da próxima vez!

— Desculpe, mas sempre tenho que chamar sua atenção, como ele não ia saber como você se chama? – Ele pôs as mãos na cintura.

— M-Mas e a Urin?! – Ele apontou. – Ele também sabia o nome dela! Você contou pra ele!

— Yuki, para de implicar! O papai não vai mais te carregar nas costas! – Disse Urin.

— Não é verdade! Papai, você ainda me carregará, certo? – O rapaz começou a rir.

— Pensarei no seu caso. Irei carregar Urin primeiro, já que ela se comportou melhor hoje.

— Isso não é justo, não sabia que ia ter competição de melhor comportamento! – Ele cruza os braços.

— Ah Yuki, você sempre vai primeiro. Me deixa ir agora! – Disse a menina, manhosa. O garotinho bufou.

— Argh... Tá bem, mas só se prometer convencer o papai a me carregar depois.

— Hm! – A menina assentiu.

— Tchau, Natsu-san! – Ele deu uma cutucada na irmã. – Fala “tchau” também!

— Ah... T-Tchau... Natsu-san!

O Rosado riu observando o comportamento dos filhos de Alzack e se despediu das crianças, acenando. Alzack colocou Urin nas costas e deu alguns passos enquanto o futuro papai os observava ir.

— Boa sorte, Natsu-san! – O rapaz elevou as sobrancelhas enquanto o rapaz falou sem se virar. – Sei que fará a coisa certa.

O rapaz acenou enquanto se afastava com Urin em suas costas e Yukine ao seu lado. Natsu os observou com sobrancelha franzida e, por um momento, sentiu vontade de ter uma família como a dele.

— Alzack... Obrigado.


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Notas finais do capítulo

É, o Alzack fez uma participação porque ele parece um bom pai e tem uma filha pequena. Me pareceu perfeito pra ser um cara aleatório que daria conselhos pro Natsu. E não, não quis colocar a Asuka simplesmente porque já tinha decidido que o nome da menina aleatória seria Urin e decidi que o rapaz aleatório ia ser o Alzack só depois. Enfim, amei esse nome, gente. Urin é tão wawawawa. *----*

Que mais que eu tenho a comentar... Sim, o primo da Flare. Já sabem quem é né? kkkk.... Não é peça boa, mas é gato demais. Que isso, hein... Não vou falar o nome, mas eu já sei que vocês não cansam de usar os dotes ninjas da adivinhação na minha história. Fiquem à vontade pra dar spoilers e registrar suas adivinhações nos comentários. kkkk..

Muita gente já estava adivinhando que a Levy não ia deixar o Gajeel matar a Flare, mas vamos combinar... A Flare morre: acabou a história. AHUEAHEUAHUEAHEUAHUEHEUEHU Tem umas coisinhas pra acontecer ainda, ela não vai simplesmente sumir e pronto, gente. Hello, it's me, né.

E finalmeeeeeeeeeeeeeeeeeente! A segunda reação do Natsu! Geral esperando agora pra conversa dele com a Lucy depois de pensar muito sobre a vida e receber os conselhos de pai Alzack, que não é de santo. Rá!
Piada ruim. Enfim.
É isso, família #MSP! Tenham todos uma ótima semana e até o próximo capítulo!

P.s: Não, a imagem não é uma previsão da família Nalu, é apenas a representação dele, já que Alzack tem um menino mais velho e uma menina novinha. kkkk...



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