Os Guardiões do Véu escrita por Moonchan


Capítulo 8
Seis - Quem quer brincar? II


Notas iniciais do capítulo

Tava pensando em colocar aqui um link de uma montagem que fizeram com a Soraya (Maria do Bairro) se descabelando e dizendo que vai matar o personagem preferido do leitor fantasma! E como ela passou horas e horas escrevendo atoa D:
Então se não querem o personagem preferido de vocês morto, reajam :')
Pena que eu não achei o link :')



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– Peguei você – disse Amaya ao meu lado, subindo o cutelo lentamente e colocando perto do meu pescoço. – Feche seus olhos e me deixe arrancar seu coração, por favor – falou docemente pousando sua mão sobre meu peito.

Não esperei uma nova deixa, no instante em que sua mão vai afundar em meu peito, me joguei no chão, caindo com tudo e escapando com um corte na bochecha. Rolei para longe dela.

– Mas, Ally! Não faça isso! Você sabe que se não for eu será outro a tentar fazer a mesma coisa, né? – disse se abaixando enquanto eu me arrastava com as mãos. – Eu pelo menos farei rápido!

Tive uma ideia, se desse errado eu provavelmente estaria morta – novamente, como a Sr.B dizia, eu não era famosa por ter boas ideias –, mas se desse certo talvez saíssemos desse inferno. Parei de rastejar e fechei os olhos. Sabia que a boneca estaria sorrindo.

– Seu sofrimento vai acabar logo, querida! Não se preocupe, deixarei seu damned sair! – disse com sua voz melódica, se abaixando.

Passou seus dedos pelo meu rosto, me acariciando e então abaixou a mão com o cutelo. Peguei seu braço antes que pudesse me tocar e coloquei minhas pernas ao seu redor a afastando de mim.

– Ai! Ai! Ai! Isso dói! – resmungou chorosa.

Eu pretendia quebrar seu braço, mas o que aconteceu foi um pouco diferente. A boneca foi jogada longe e o braço permaneceu nas minhas mãos, fiquei encarando atônica, até que a mão com o cutelo começou a se mexer. Joguei o braço longe com o susto e ele começou a rastejar, se remexendo no chão.

– Que feio, Ally! Boas garotas não devem jogar as coisas dos outros no chão!

Olhei pra boneca assustada, me levantando o mais rápido que pude e voltei pra cima dela enquanto ela ainda se encontrava indefesa. Arranquei uma de suas pernas também e a joguei longe.

– Ally-chan quer me desmontar? Mas que garota mais má! – disse rindo, com sua risada fofa, como se tudo fosse uma grande brincadeira.

Olhei pra face da boneca. Qual era mesmo o olho? Enguli em seco e, segurando o braço, finquei minha mão no olho verde dela. A boneca gritou, enquanto eu o arrancava da órbita; o buraco sangrava, só que não era bem sangue, era um líquido preto.

– Desculpa! Olho errado! – disse, arrancando o outro. Dessa vez sem nenhum sangue ou complicação.

Pra atrasar a boneca, terminei de arrancar seu braço e perna restantes, então peguei sua cabeça e coloquei numa prateleira, na parte mais alta que eu conseguia alcançar.

– Oh! Mas que garota cruel! – disse com um sorriso sombrio.

Era uma visão assustadora: as órbitas vazias e o sangue cobrindo seu rosto, como se fossem lágrimas negras. Dei-lhe as costas e comecei a ir embora.

– Sua cadela, eu espero que eles suguem todo seu sangue e te matem lenta e cruelmente! – disse rindo friamente. – Você não sabe? Eles vão te pegar! Eles sempre pegam! Você vai acabar morta. E sem nenhum corpo para ser enterrado, querida.

Virei-me e a encarei. Ela deu um sorriso maníaco.

– Você não sabe, Allicia Boa Ventura? Não, você não é louca. Eles existem! – Amaya deu uma risada digna de bruxas. – E espere só para ver os grandes. Oh, querida, esses monstros são os do tipo que não somem quando você acende as luzes. Talvez você sobreviva a essa casa, mas virão mais depois – falou tendo uma crise de risos. – Você vai sofrer tanto! Vocês sempre sofrem! – quando ela acabou de falar, ouvi um barulho: seu corpo estava se reconstruindo,as pernas e braços rastejavam até o tórax e o braço que estava perto havia se reencaixado, não demoraria muito para que todo o corpo se refizesse. – Se eu fosse você iria embora rápido, né, Ally?

Ela não precisou mandar duas vezes, comecei a correr derrubando todas as estantes, como se minha vida dependesse disso. Bonecas e mais bonecas me encaravam antes de serem despedaçadas. Finalmente cheguei na sala onde todos estavam, tinha derrubado todas as estantes possíveis para atrasar Amaya. Quando cheguei eles ainda estavam lutando com os palhaços. O bozo original me viu chegando com a mão manchada de sangue negro e carregando um olho. Achei que ele surtou, pois veio correndo na minha direção.

– Ally!!!! – escutei Ethan gritar, sem poder fazer nada.

– Amaya! – escutei o bozo gritar enquanto encurtava o espaço entre nós. – O que você fez com ela?! Eu vou te matar!

Estava encurralada, as prateleiras já tinha derrubado, não tinha pra onde correr e ele estava cada vez mais perto. Eu não estava em condições muito boas, só a adrenalina me mantinha de pé. Ele me alcançou num piscar de olhos, nós dois caímos no chão e ficamos rolando, enquanto segurava seu rosto, evitando que me mordesse. Então ele começou a me arranhar tão dolorosamente quanto possível. Quando estava por cima, peguei sua cabeça e bati com tudo no chão, várias vezes, até sentir seu aperto vacilar. Me levantei rapidamente, começando a correr. Sentia-me enojada, o palhaço tinha um bafo de carne podre.

– A sua direita! – gritou Havena para mim.

Vi um pedaço grande de metal no formato de um cilindro, que sustentava uma prateleira; era quase um bastão, deveria ter um metro e meio ou mais. Fui até ele e o peguei, segurando com todas as minhas forças. Quando o palhaço voltou a me atacar, o que não demorou muito, enfiei o cilindro bem no seu estômago. Ele caiu no chão; o buraco derramando um monte de líquido negro. As suas cópias sumiram de repente, o outro palhaço e Nathaniel começaram a recuar.

Meus colegas sorriram para mim e então esbugalharam os olhos. Virei-me para trás para saber o que eles olhavam. O corpo de Amaya estava ali, completamente refeito – exceto pela cabeça –. Olhei para eles e gritei uma única palavra:

– Corram!

Eles fazem exatamente isso, sem precisar de segunda ordem. Eu me arrastei pelas bonecas, tentando não tropeçar e ir o mais rápido possível para escapar da visão horrenda da boneca; o que era uma missão difícil, considerando a iluminação precária. Ethan pegou minha mão e me arrastou, apressadamente pela escada. Todos os outros já estavam do lado de fora, os ouvi gritando:

– Vamos! Venham logo!

Quando finalmente saímos do quarto, evitando Amaya por um pulo, a porta se fechou num baque. A ouvi ser arranhada e esmurrada, várias e várias vezes e então começou a desaparecer diante dos nossos olhos.

Depois que a porta desapareceu por completo, me encostei na parede e fui escorregando até o chão, com as mãos trêmulas e as pernas bambas. Tentei apenas manter minha respiração estável, Malcon se jogou no chão e começou a chorar.

– Ele era meu melhor amigo! – gritou aos prantos. – Eu cresci com ele, o que aconteceu? – Malcon estava pior que eu, gritando coisas sem sentido e chorando como uma criança desesperada.

– Ally? – chamou Ethan sério.

Levantei meus olhos para ele. Estava controlada, mas ainda não achava que seria a hora de levantar ou eu provavelmente cairia. Amaya havia dito muitas coisas para mim, coisas que nem um robô poderia saber. Talvez eu não fosse louca. Eu tinha um irmão me esperando lá fora, então empurrei o desespero para uma gaveta escondida e deixei a parte que ainda pensava tomar as rédeas. Era hora de encarar os fatos.

– Talvez isso tudo seja real – disse em voz alta. Eles me olharam como se eu fosse louca. – Lá dentro, aquela boneca me mostrou coisas de quando eu entrei no parque e ela sabia coisas da minha vida que ninguém sabe. E seu amigo... – disse, acenando em direção a Malcon. – Ele cortou as mãos em alguma coisa naquela primeira sala.

– Está sugerindo que por isso ele se transformou naquilo?

Dei de ombros.

– É nossa melhor alternativa. Se não for real, temos mais chances de sair daqui agindo como se fosse.

Eles pararam de me olhar como se fosse louca.

– Ela está certa – disse Ethan. – Agora só precisamos nos focar em sair daqui.

No instante que ele terminou de falar, o barulho começou. Parecia vir do andar de cima, como alguém arrastando correntes. O barulho causou um arrepio na minha espinha.

– E logo – completou Ethan, estendendo a mão para que eu levantasse.

Dessa vez minhas pernas ficaram firmes e fomos examinar o novo quadro: era um lago completamente negro e com uma jaula aberta.

– Alguém tem ideia do que isso significa? – perguntei me afastando.

– Não – disse Steven quando ninguém respondeu. – E algo me diz que também não vou querer descobrir.

Então a porta se abriu e fomos todos para dentro.


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