Os Guardiões do Véu escrita por Moonchan


Capítulo 19
Extra - Complicado (Havena e Will)


Notas iniciais do capítulo

Um presentinho pra vocês ♥
Obrigada a vocês que não abandonaram a história, e eu ainda não tive tempo de responder todos os comentários, mas vou logo, não se preocupem!
(E o novo capítulo já está pronto, mas como eu postei tem pouco lá pro dia 15/20 eu posto o outro u.u
Espero que gostem!
https://www.youtube.com/watch?v=0T1IVyXBGjM



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Complicado

I don't wanna touch you too much baby
'Cos making love to you might drive me crazy
I know you think that love is the way you make it
So I don't wanna be there when you decide to break it
No!

Love bites, love bleeds
It's bringin' me to my knees
Love lives, love dies
It's no surprise
Love begs, love pleads
It's what I need

Era mais complicado que isso... Era muito mais complicado... Complicado era a palavra que sempre vinha a mente de Havena; estava presente em tudo que a garota fazia.

No fim das contas até que ela estava bem, não podia reclamar... muito. Era melhor que estar morta – seria mesmo? –. Ela não estava reclamando. Só que às vezes era um saco ser uma guardiã; principalmente quando a palavra tinha um duplo significado.

Não tivera problemas em ajudar Ethan e a menina, de fato, até gostava da garota e queria ajudar. No fundo, bem no fundinho, ela tinha esperança que Ethan – finalmente – tivesse achado alguém e também tinha de admitir: possuía um enorme complexo de irmã mais velha. Além de tudo isso, ela sabia que não tinha ficado para trás só para ajudar, não, ela gostava mesmo era da emoção da caçada, matar era como um vício, por mais que isso a assustasse até a alma.

Resumindo: estava feliz de ficar sozinha. Havena gostava de lutar, matar e poder ser assustadora sozinha. Se soltar. Bem longe dele. Bem longe daquele que não deveria ser nomeado – e ela não se referia a Voldemort –. Will, de certa forma, era a coisa mais complicada na vida dela. Queria poder ir com ele, mas também morreria por ele, por obrigação ou por am... escolha própria. Você pode escolher a razão. O relacionamento dos dois era como andar numa corda bamba: complicado. Huh. Complicado como sempre. Por que entre eles tinha que ser sempre tão complicado?

Era culpa daquele par de olhos verdes, ela disse a si mesma, e minha por não conseguir resistir a eles, principalmente quando me olham com tanto desespero.

Então, com um suspiro, Havena desviou seus pensamentos, tentando focar-se no que realmente era boa: matar Youkais. Pegou seus Sai e desmembrou titãs: cortou cabeças, braços, barrigas enquanto vísceras caíam no chão. O mundo ao redor dela parecia em câmera lenta, talvez por isso fosse tão boa.

Um dos youkais arrancou seus Sai, fazendo com que voassem longe. Enfurecida pelo demônio ter tocado em suas armas, a morena pulou em seus braços, lutando para não cair enquanto ele se remexia para derrubá-la como se fosse uma pulga. Então ela alcançou o rosto, o gigante abriu um sorriso como se para devorá-la e seus irmãos começaram a se aglomerar ao redor dela. Havena apenas levantou uma sobrancelha e abaixa-se, colocando as mãos no pescoço do gigante, enquanto desviava das suas tentativas de mordê-la. Com todo seu ódio, arrancou a cabeça do titã.

Ele não devia ter tocado em Valkiria. Ninguém devia tocar em Valkiria.

Havena pulou para longe do corpo, antes mesmo que atingisse o chão esguichando sangue, com a graça de uma ginasta, pegou Valkiria e se desculpou mentalmente com a arma. Então voltou a atacar, rindo como uma louca das inacabáveis filas de youkais que ela ainda tinha para enfrentar.

*****

Quando ele finalmente conseguiu abrir o portal, seu coração estava pesado, como ficava toda ver que tinha que se separar dela. Mesmo que soubesse que ela era completamente capaz se proteger, ele queria estar com ela. Sempre. Ironicamente, as coisas só começaram a dar errado por causa desse estúpido desejo de estar com ela.

Quando colocou os pés na frente da escola e viu a cena, foi como se seu coração se partisse em dois. Medo e desespero tomaram conta de cada partícula de seu ser.

Lá estava Havena, deitada de costas numa espécie de camada de gelo ao lado de vários pedaços de youkais. Mais a frente estavam alguns youkais divididos ao meio, com seus corpos presos em grandes blocos de gelo.

Will podia visualizar o que tinha acontecido: chegou o momento em que o único jeito de vencer seria usando os poderes. E ela usou. E muito bem, ele ousava dizer, mas odiava que ela os usasse; cada vez que isso ocorria o seu tempo com ele diminuía e as marcas ganhavam terreno.

Ele se aproximou da morena com passos suaves, tentando não fazer barulho, mas Havena virou-se para ele e sorriu, um sorriso cansado que não alcançava seus olhos azuis.

– Você está atrasado, Will. Achei que não viria mais.

– Um mago nunca se atrasa. – Brincou e ela esboçou outro sorriso. Então ele suspirou e abaixou-se. – Sinto muito, eu vim o mais rápido que pude.

– Eu sei – disse com a voz cansada e carregada de melancolia.

– Você consegue sair daí?

– Não sei. Eu estou exausta.

– Mais deles virão.

– Deixe que venham. Matarei todos sem nem me levantar.

– Não duvido. – Ele disse rindo. – Agora venha, eu te carrego.

– Mas...

– É só até o portal, não posso mantê-lo aberto por mais tempo.

Colocou a garota nos braços, como já havia feito tantas vezes e desejava fazer tantas mais. Ela apoiou a cabeça em seu peito e ele sentiu o cheiro de hortelã que vinha dela, torcendo para que ela não ouvisse seu coração, que parecia a ponto de explodir. Chegaram até o portal e Will a segurou mais forte, antes de pular na cratera; fechou os olhos absorvendo a presença dela tão próxima, aproveitando cada segundo, pois sabia como eles eram raros. Um misto de alegria e desespero se agitava dentro dele.

Até que, como todo contato que ele tinha com ela, acabou rápido demais. Eles logo haviam chegado à escola, estavam parados bem no meio do gramado. Pensou em beijá-la, assim, enquanto estava ali aninhada em seu peito, sabia que ela não colocaria resistência... nos primeiros dez segundos.

Mas uma voz familiar o trouxe de volta à realidade.

– Havena? – perguntou a voz, preocupada, que infelizmente Will conhecia muito bem: era Nathan, o hanyou que Havena namorava. – Você está bem?

Quando Will percebeu, a garota já não estava mais em seus braços. William fez o melhor que pôde para manter a sua pose de “chapeleiro maluco”, enquanto o bolo em sua garganta crescia.

– Eu estou bem – disse ela, com uma voz baixa e rouca. – Só estou cansada e com frio.

O ruivo ergueu uma sobrancelha.

– Nisso eu posso ajudar – falou e logo depois a beijou, enquanto William assistia.

Eu odeio usuários de fogo, pensou ele, odeio usuários de fogo e seu jeito de passar energia.

Ou você só o odeia? Retrucou seu subconsciente.

Ele ignorou a si mesmo e a cena, enquanto a dor em seu peito o lembrava que o termo “coração partido” era uma expressão literal. Esperou até ouvir os dois se despedindo, então voltou a olhar para Havena, que parecia um pouco menos cansada e já conseguia ficar de pé sozinha.

– Temos que ir para a sala da Micaela – disse, sem qualquer emoção na voz, mas por dentro a alegria havia dado lugar à desolação.


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