True Love escrita por Chocolatra


Capítulo 52
Não devemos ficar juntos




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Um mês depois

Desço as escadas que levam a porta da faculdade, caminho em direção do meu carro, onde Stefan está no banco do motorista. Esse último mês foi um dos mais difíceis em toda a minha vida, toda noite eu chorava, quase nunca dava um sorriso, porém consegui sobreviver com a ajuda das pessoas que me amam... Principalmente, com a ajuda de Stefan. Entro no carro, logo ao seu lado, de cabeça baixa.

—Ah droga, você foi mal? – pergunta ele.

Olho para ele tristonha e entrego a prova a ele. Ele olha e sorri.

—Você foi muito bem! – diz ele animado, eu sorrio – você me enganou direitinho.

Dou de ombros.

—Fazer o que, sou uma ótima atriz!

Ele ri e me abraça.

—Parabéns, você mereceu depois de todo o esforço.

—Obrigada – digo.

Ele se afasta.

—Devemos comemorar com pizza.

—Concordo – digo.

Ele começa a dirigir, aumento o som do carro e vamos cantando em sincronia até chegar á uma padaria. Saímos do carro, entramos no local, fazemos nosso pedido e ficamos esperando.

—Se você souber a minha felicidade ao te ver sorrindo assim, eu tinha medo que eu nunca mais visse esse sorriso – diz ele.

—Isso é graças a você, eu duvido que tivesse passado por tudo aquilo se eu não o tivesse por perto.

Ele sorri e segura a minha mão, olho para o gesto e depois olho em seus olhos.

—Um ajudou o outro.

Sorrio e concordo com a cabeça.

—Bom – ele retira sua mão da minha – eu planejei com o Damon de ir visitar o túmulo dos nossos pais, que é algo que eu nunca fiz... E não vou negar que estou nervoso com isso, então eu estava pensando se você pudesse ir comigo, só para certificar que eu não surte lá – diz implorando com os olhos.

—Mas é claro que eu vou, se você precisa de mim, eu vou.

Ele sorri.

—Obrigado – agradece – podíamos ir amanhã?

—Claro, como quiser.

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Abro a porta de casa e adentro, logo depois que a tranco, escuto umas gritarias. Olho para trás e não vejo ninguém

—Você não vai vê-la! – escuto meu pai gritando – não vou deixar! – sigo o som da sua voz - ela não quer te ver, vai embora e não volte mais! – entro em seu escritório e o vejo gritando com Miranda.

—Grayson, eu só quero me explicar para ela, eu me arrependo!

Fico olhando aquela mulher, toda a dor volta, a cena volta em minha mente como se fosse um flashback, me lembro de cada detalhe, de cada mentira que ela me contou, de tudo, principalmente do sangue. Eu não a vejo desde aquele dia, e depois de um mês essa mulher volta e traz toda a minha dor com ela.

Os dois param de falar, pois perceberam a minha presença, e olham para mim. Encaro os olhos cheios de lágrimas daquela mulher, a mulher que tanto amei uma vez, e que hoje a odeio como nunca odiei alguém.

—Elena... – diz ela sorrindo.

—O que essa mulher faz aqui? – pergunto olhando para o meu pai.

—A empregada a deixou entrar...

—Como assim deixou? Você não tinha proibido? Pai, eu disse que eu não queria vê-la nunca mais!

—Eu proibi, mas parece que Miranda entrou mesmo assim.

—Minha filha... – diz ela se aproximando de mim, dou alguns passos para trás e a olho com desprezo – não precisa se afastar...

—Vai embora daqui – digo com raiva.

—Ah meu amor, eu vim aqui pedir perdão... Eu fiz uma coisa horrível, sei que é difícil me perdoar, mas sou sua mãe e posso reconquista-la aos poucos.

—Como é?! Reconquistar? Perdão? Você só pode estar brincando comigo!

—Querida... – ela tenta tocar na minha mão, me esquivo.

—NÃO TOCA EM MIM! – grito – vai embora! Sai daqui!

—Miranda, vá embora – diz meu pai.

Lágrimas começam a descer pelo meu rosto.

—Elena, você é minha filha...

—SAI DAQUI! SAI DAQUI AGORA!

—Miranda! – meu pai a puxa pelo braço e a leva do escritório. Caio de joelhos no chão e começo a chorar desesperadamente. Depois de alguns minutos, sinto os braços do meu pai envolta de mim – calma, querida, ela já foi embora – diz acariciando minha cabeça – não precisa se aborrecer, ela já foi e nunca mais voltará, eu prometo.

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Estou assistindo um filme para poder me distrair da péssima tarde que eu tive, e pelo menos isso ajuda. Nunca esperei vê-la novamente, e nem pensava como eu iria reagir se eu a vesse, e infelizmente hoje tive que presenciar isso.

—Você está bem? – escuto a voz de Stefan, olho para a porta da sala – eu soube o que aconteceu – ele se aproxima e senta ao meu lado no sofá.

—“Bem” não estou, mas estou melhor do que mais cedo.

Ele suspira e segura a minha mão.

—Então vou passar o resto da noite com você.

—O que? Não precisa...

—Preciso e quero – sorrio e deito minha cabeça em seu ombro.

Assistimos o resto do filme acompanhado com pipoca. Só por eu ter tido a presença dele, o meu humor melhorou, fiquei mais relaxada e calma, ele me traz uma paz incrível. Terminou, arrumamos a sala e levamos os baldes de pipoca e os copos para a cozinha. Ele me acompanha até a escada.

—Boa noite – digo.

—Boa noite – diz ele.

Ele me dá as costas e começa a andar em direção do seu quarto, fico parada olhando-o.

—Stefan – chamo.

Ele para e olha para mim, fico olhando para aqueles olhos verdes... Ficamos tão próximos esses últimos dias, não tivemos nada além da amizade, mas parece que eu ter passado esse tempo todo ao lado dele, fez meus sentimentos por ele aumentarem, eu consigo ama-lo cada dia mais.

—Obrigada.

Ele sorri.

—Não precisa agradecer.

Sorrio e dou as costas para ele, quando piso no primeiro degrau da escada, sua voz me interrompe.

—Elena! – diz.

Olho para trás e ele está me olhando.

—Eu não aguento mais isso – diz e anda rapidamente em minha direção, ele se aproxima de mim, deixa nossos corpos próximos, fica olhando em meus olhos, eu conheço esse olhar, ele está me desejando, e não é pouco. Pressiona sua mão em minha cintura e gruda meu corpo ao seu, então aproxima seu rosto do meu e pressiona seus lábios contra os meus, a onda eletrizante percorre pelo meu corpo, então logo abro minha boca e dou passagem para sua língua. O beijo já começa quente e rápido, estávamos desesperados por isso, não podemos perder tempo com algo mais calmo. Prendo meus dedos em seu cabelo e tento aproximar meu corpo mais ainda do seu, se é possível fazer isso. Não lembro a última vez que senti isso, foi com ele e foi há muito tempo, como senti falta. Ele segura em minha cintura e me dá impulso para eu subir em sua cintura, e eu faço, e nem com esse ato, faz o nosso beijo desacelerar, muito pelo contrário, nossas bocas trabalham mais ferozmente, ele caminha até encontrar uma parede, onde me faz encostar as minhas costas, então ele passas seus beijos para o meu pescoço, mordo meu lábio e fecho meus olhos, meu corpo está fervendo, estou sem paciência para preliminares, eu o quero mais que tudo. Seguro seu rosto e levo sua boca até a minha, onde volta um beijo quente, levo minhas mãos para a parte de baixo da sua camiseta, mas ele afasta sua boca da minha, fica me olhando e depois me coloca no chão, olho para ele confusa.

—Não, isso não está certo, não podemos ficar juntos.

—O que? Stefan, o que você está falando?

—Não podemos, e não devemos ficar juntos... Desculpa – ele me dá as costas e sai andando.

Vou atrás dele e seguro sua mão.

—Por que você está fazendo isso? Por que está me machucando de novo? – sinto as lágrimas encherem meus olhos.

—Porque não somos destinados a ficar juntos – ele se solta e vai para o seu quarto.

Fico observando-o se afastar, e quando ele finalmente entra em seu quarto, subo as escadas correndo, entro em meu quarto e bato a porta com toda a minha força, me jogo em minha cama e choro. Por que eu ainda tento? Por que eu ainda tenho esperança? Por que eu ainda me permito me machucar? Por que eu simplesmente não consigo deixa-lo ir embora? EU NÃO AGUENTO MAIS! Essa relação para mim acabou de vez, nunca mais tentarei nada, irei seguir minha vida e que ele siga a dele longe de mim, irei me fechar, não quero ter nenhum relacionamento sério com ninguém, não me permitirei me machucar de novo, nem por ele e nem por ninguém! Sempre estou chorando, e a maioria das vezes é por causa dele, eu cansei, chega de me autodestruir.

POV Stefan

Sento em minha cama e abaixo a cabeça, solto um longo suspiro. Como doeu ver aquele olhar, ver como eu a machuquei. Mas é por causa disso que não devemos ficar juntos, nós sempre estamos se machucando, ou eu machuco ela, ou ela me machuca, isso não é saudável, isso não é uma relação boa. Temos que nos afastar, temos que seguir nossas vidas, e nos permitir ser felizes de verdade, mas um longe do outro. Toda vez que vejo aquele olhar triste dela, aquilo me mata! Lembro-me do tempo que ela ainda namorava o Matt, eu quase não a via sofrendo, sempre estava feliz e sorrindo, eu estraguei tudo, eu transformei a vida dela em um mar de tristeza... Talvez, se eu não tivesse atrapalhado os dois, ela estaria muito mais feliz com ele hoje, não teria ido parar no hospital tantas vezes, não teria se machucado emocionalmente, não teria perdido um filho... Ela estaria feliz ao lado dele, e só de ver aquele sorriso eu deveria ter ficado satisfeito, mas fui egoísta e a quis para mim, e olha o que eu fiz com ela. Não devemos ficar juntos, nem hoje e nem nunca.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Comentem!



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