True Love escrita por Chocolatra


Capítulo 51
A única coisa que eu queria




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POV Elena

Depois daquela noite em que eu contei a verdade a Jeremy, passamos a noite toda conversando e chorando ao mesmo tempo, nós dois estávamos devastados. Na manhã seguinte, Jeremy foi trabalhar e contou tudo ao nosso pai, que chegou gritando em casa, e pela primeira vez na minha vida, o vi chorar. Ele gritava palavras horríveis para Miranda, ela chorava cada vez mais e ainda tentava se explicar, mas isso o deixava mais bravo, e a última palavra que ele disse a ela foi: você é um monstro. Então foi para o seu quarto e passou o resto da noite trancado lá, Miranda não ousou ir atrás dele, resolveu ficar em um quarto de hospedes chorando. Tudo que meu pai falou ela mereceu ouvir, quero que ela sofra o tanto que eu estou sofrendo, ela É um monstro. Ontem, meu pai pediu o divórcio e novamente, ela começou a chorar e implorou de joelhos para ele não fazer isso com ela, pois ela o ama, porém ele ignorou tudo o que ela disse, e só entregou a papelada para ela assinar, agora estão no processo de divórcio, que provavelmente, no fim da semana, eles não estarão mais casados. Miranda foi embora da nossa casa, levou tudo o que era dela e foi morar em um apartamento de luxo mais perto da cidade, ela tentou falar comigo, porém eu não quis, não quero vê-la nunca mais. Meu pai conversou comigo e tentou me consolar, e vi que ele também estava machucado, ele perdeu o neto e a mulher que amava ao mesmo tempo, ele está devastado.

Não vou negar que estou aliviada por não ter aquela mulher mais por perto, isso me deixou mais calma, porém estou com dó do meu pai, eu sei o quanto ele amava ela, e de repente ele descobre que ela não era o que ele pensava, eu sei o que é sentir isso.

—Oi – escuto uma voz masculina na sala.

Percorro meus olhos pelo cômodo e vejo Matt, em pé, em frente à porta da sala. Sorrio, levanto-me do sofá rapidamente e corro até ele, me jogo em seus braços e ele me envolve carinhosamente.

—Que saudade – digo o apertando cada vez mais.

—Desculpa, o escritório estava cheio de problemas para resolver.

—Tudo bem...

Ele me afasta lentamente e me analisa com os olhos.

—Você está melhor? Está lidando com toda essa história de aborto, e agora com o divórcio dos seus pais.

—Parece que minha vida está piorando cada vez mais... Não vejo mais ninguém sorrindo, meu pai vive estressado e mal fala, tem vezes que ele dorme no escritório... Já o Jeremy, anda desanimado e cabisbaixo, até agora ele não consegue aceitar que a nossa mã... Que Miranda fez tudo isso comigo, e eu... - suspiro – vivo chorando pelos cantos, eu não sei mais o que fazer.

Ele pressiona sua mão em meu rosto e acaricia minha bochecha, sorrio com o gesto.

—Estou aqui, vou tentar te animar, sei que vai ser difícil.

—Obrigada - abraço-o.

Sinto o cheiro do seu perfume e do shampoo, os mesmos de sempre, eu sempre amei esses cheiros misturando com a quentura de seu corpo, eu precisava dele aqui.

POV Stefan

Bato na porta.

—Quem é essa hora? - pergunta Klaus com a cara inchada de sono – Stefan? - pergunta preocupado me analisando com os olhos.

—Sim, sou eu – digo sentindo a forte dor no meu corpo.

—O que você fez? Entra logo – diz abrindo espaço para eu entrar em sua casa – sabia que são três horas da manhã? E o que você está fazendo aqui, todo machucado?

—Arrumei briga – digo caminhando até a cozinha, pego um cubo de gelo e pressiono sobre o machucado na minha testa. Sinto um forte ardor que me faz soltar um gemido.

—E posso saber o por quê? - pergunta cruzando os braços.

—Estou com raiva e triste, ou seja, eu preciso descontar em brigas.

—O que aconteceu dessa vez?

Suspiro.

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Já faz alguns dias que estou na casa de Klaus, eu levei uma surra de três caras, estava mancando e cheio de hematomas, precisava descansar. Contei toda a história do aborto a ele, e como qualquer pessoa, ele ficou chocado com tudo isso e me deixou ficar aqui, mas me fez prometer que quando eu me recuperasse, iria voltar para a casa dos Gilbert e iria ajudar Elena. Sei que tenho que apoia-la, ela é a que está sofrendo mais com tudo isso, mas não tem como eu ajudar, se eu também estou, irei piorar a situação, tentarei ficar o máximo de tempo aqui.

A porta de entrada abre e vejo Klaus entrar, ele me olha.

—O que está fazendo aqui? - pergunta ele - você está melhor, deve voltar para a Elena!

—Não estou tão bom assim – digo.

Ele se aproxima de mim e senta no sofá ao meu lado.

—Amanhã quero que vá atrás dela, ouviu? Se não vai ter que dormir na rua!

Bufo.

—Tá bom.

—Vou tomar um banho e dormir, estou exausto – diz levantando e indo até o banheiro.

POV Elena

Escuto umas batidas em minha porta que me faz tirar a atenção, olho para a porta do meu quarto fechada, respiro fundo e endireito minha postura, já que estou sentada na cama.

—Entra! – grito.

A porta abre lentamente e uma figura alta e musculosa aparece, sinto meu coração disparar, minha respiração parar e meu corpo formigar.

—Você apareceu – digo sorrindo e me levanto rapidamente.

—É, eu não desapareci, se é isso que pensou – diz e percebo o quanto eu senti falta de sua voz em apenas cinco dias. Ele se aproxima lentamente de mim.

Percebo que seu rosto está cheio de hematomas.

—Stefan... Você está todo machucado!

—Está tudo bem, eu arranjei briga, mas estou bem.

Encaro-o.

—Você sabe como eu sou quando fico triste.

Suspiro e concordo com a cabeça.

A corrente de felicidade que está percorrendo pelo meu corpo é maravilhosa, é algo que eu não sinto há dias, algo que pensei que nunca mais fosse sentir, mas ele conseguiu me fazer sentir.

Ele segura uma mão minha, sinto os pelos do meu corpo arrepiarem.

—Desculpa por não estar aqui quando mais precisou, eu estava devastado, não conseguiria te apoiar, se ao menos eu não conseguia me manter em pé, eu me sinto muito mal por não ter estado aqui – percebo que seus olhos estão enchendo de lágrimas - eu deveria ter sido forte por você, deveria ter estado aqui e...

—Está tudo bem – aperto sua mão e a acaricio com o polegar – o importante é que você está aqui agora, nada mais importa.

Ele sorri e pressiona sua mão contra o meu rosto, e o acaricia. Fecho os meus olhos e suspiro, como eu senti falta disso.

—O que é aquilo? – pergunta.

Abro meus olhos e sigo a direção dos seus, que estão vidrados em uma meia de lã. Solto sua mão lentamente e pego a meia.

—Pode parecer estranho, mas quando eu era adolescente, eu via minha mã... Miranda fazendo crochê, eu achava maravilhoso e ela me ensinou.

—É estranho sim, quando alguns buscavam bebidas, você buscava o crochê... Vai entender né.

Rimos juntos.

Olho para a meia em minhas mãos, de cor amarela, quente, fofa e macia.

—Eu fiz essa meia, porque eu queria... Queria que fosse... – lágrimas enchem meus olhos – Que fosse a primeira... A primeira... – levanto minha cabeça e olho em seus olhos, e vejo que lágrimas já estão descendo por eles – a primeira meia do nosso bebê, algo feito por mim – me entrego o choro, ele me envolve em seus braços, algo que eu estava querendo há dias... A única coisa que eu queria.


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Notas finais do capítulo

E ai?! O que acharam? Sei que está pequeno, mas o outro vai compensar, eu prometo! Comentem o que acharam, beijos!



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