Depois de alguns segundos rodando seu anel de pedra rubra no dedo indicador, ela se levantou e guardou o livro. Ela sabia muito bem a fortuna que aquilo valia. Calçou os coturnos de volta e se levantou.

– Jerry! - gritou para o cozinheiro - Cuide daqui para mim!

***

Sem mais explicações atravessou a porta e foi para debaixo do sol quase escaldante.

A porta enorme de madeira se abriu e uma figura de vestido esvoaçante entrou rapidamente fechando a porta atrás de si.

– Educação bateu a porta. - Damon disse sem tirar os olhos de seu copo de whisky.

Samantha sorriu e foi até ele saltando.

– Obrigada pelo novo apelido, querido.

E se jogou no sofá do lado dele e tomando seu copo. Damon estreitou os olhos.

– Que apelido? - ele então arregalou os olhos entendendo o trocadilho.

– Idiota. Puramente idiota. - ela o observou através do copo.

– MEU BOURBON.

Damon avançou para o copo e tentou agarrá-lo, mas ela desviou antes que ele chegasse a ela. Desta vez ele tentou prende-la contra o sofá. Sem sucesso. Antes que ele pudesse ver, Samantha já estava pendurada no corrimão de madeira acima da escada.

– E sem derramar nenhuma gota! - ela riu erguendo o copo.

Damon a olhou furioso.

– Você sabia que eu tenho 600 anos a mais do que você? - ela disse tomando um gole. - Mané. - E bebeu o resto do conteúdo.

Quando baixou o copo de seus lábios, viu que Damon estava bem na sua frente, com um olhar mortal.

– Quer me dizer o que veio fazer aqui?

Samantha equilibrou o copo no corrimão. Ela se aproximou de Damon e o abraçou. Com uma voz séria e uma tranquilidade fora do normal, ela sussurrou:

– Acho que caçadores chegaram a Mystic Falls.

***

Fora bem difícil ir embora da mansão Salvatore sem que Damon quebrasse seu pescoço pela raiva de ela não ter revelado a identidade de seus suspeitos. Mas ele prometera. Tinha jurado que não faria mais isso.

Samantha atravessou a rua correndo, mesmo com o caminhão vindo em direção a ela. Não se importou. Entrou no saguão arejado e arrancou os óculos da cara com força. Desfez o coque mal feito que havia feito em seu cabelo e olhou para a recepção. Samuel e Dean Winchester estavam sentados a sua espera.

– Olá! – ela disse em um tom amigável. - Algum problema? Já sei! Mudaram de ideia sobre a cama de casal.

Sammy e Dean se entreolharam.

– Não, muito obrigado – Sam disse. – Nós só queríamos saber se podíamos conversar com você.

– Claro – ela respondeu se sentando.

– Mystic Falls é uma cidade histórica, certo? – Sam começou.

– Sim. Ela foi fundada em 1860 por cinco famílias – ela respondeu. – Os Forbes que cuidavam da ordem da cidade. Os Fell que estavam mais para médicos e curandeiros. Os Salvatore que cuidavam da parte da demolição de muitas arvores aqui. Eles tinham uma empresa enorme. Os Lockwood que governam a cidade. E os Gilbert... que eu sinceramente não me lembro da função deles. – ela concluiu.

Dean levantou uma sobrancelha.

– E imagino que você seja de uma dessas famílias? – ele perguntou em um tom sério e estranho para ele.

Samantha deu uma risada.

– Não – ela disse – Me mudei para cá há um ano e meio.

– Existem alguns descendentes dessas famílias? – Sam perguntou com o mesmo ar profissional do irmão, só que com ele aquilo parecia certo e não antiquado.

– Claro – Os descendentes mais novos das famílias são Tyler Lockwood, Caroline Forbes, Meredith Fell, os irmãos Elena e Jeremy Gilbert – e quando chegou ao final hesitou. Damon e Stefan não eram necessariamente novos, mas por fim prosseguiu. – Stefan e Damon Salvatore.

– Você já notou algo estranho nessas famílias? – Sam continuou. Samantha sorriu discretamente.

– Com estranha você quer dizer aquele cara, o Damon Salvatore? – ela disse.

– Estranha como? – perguntou Dean.

– Ele só anda de roupas pretas e não sai no sol, quando sai sempre está com óculos de sol.

E como se fosse um movimento sincronizado, os dois irmãos se inclinaram mais pra perto dela.

– E você conhece esse Damon Salvatore? – Sam perguntou lentamente.

– Claro! – a garota riu. – Ele é meu melhor amigo!

Com as caras de incompreensão dos dois. A garota pôde apenas sorrir internamente e observar o placar da rodada:

Samantha: 01

Winchesters: 00

– Alguma vez, nem que tenha sido apenas uma vez, seu amigo Damon já tentou te morder? – Dean perguntou.

Samantha arregalou os olhos.

– Calma aí, Cowboy! – ela riu. – Não temos essa fase de “amizade colorida” em nosso relacionamento.

E se levantou. Samantha estava pronta para ir à cozinha e tomar um drink com seu amigo Jerry. Mas parou no meio do caminho.

– Se querem tanto conhecer Damon, porque não vão à festa na fogueira na sexta à noite? – ela olhou de Dean para Sam, medindo cada um minuciosamente. – Todos estarão lá. Pensem nisso – ela piscou o olho para Dean e saiu da sala deixando um Sam confuso e um Dean com um sorriso de que isso valeria a pena.

***

A noite estava fria. Varias gotículas de sereno repousavam em sua pele pálida enquanto ele deitava- se no meio do asfalto.

Damon não se importava com o sereno, é claro, contanto que ele conseguisse se alimentar direto da veia isso tudo valeria a pena.

Depois de alguns minutos ele ouviu um carro vindo a distancia. Tocando numa altura impressionante Metallica. Ele permaneceu parado até que o carro freasse bruscamente a sua frente.

Ouviu os passos apressados e uma voz feminina.

– Meu Deus! Você está bem?! – e ele atacou.

Mas antes que pudesse sentir o gosto do sangue quente em sua boca. Damon sentiu algo perfurar seu abdômen.

Rammona se levantou rapidamente, apontando a arma para o vampiro.

– Sério? Ataque no meio da noite? Meio clichê não acha?

Damon se levantou e a atacou dessa vez ele a pegou e a mordeu no pescoço com força e arrancando um grito da garota. Mas Rammona acertou outro tiro, dessa vez em sua perna. Ele se recostou no carro e Roma rapidamente achou um galho e fincou em sua barriga.

A garota, com um sorriso no rosto apontou a arma para o coração do vampiro. Mas de repente um vulto veio do nada e a mandou para longe. Ela saiu voando pela pista até o acostamento.

– Ouvi sons de luta – Samantha disse. – Damon você está bem?

– Estou ótimo. Aliás, podemos passar no mercado para comprar um bolo E CELEBRAR MEU ANIVERSÁRIO ADIANTADO – ele gritou.

A garota arrancou o galho de sua barriga e o ajudou a se recostar no carro. Foi quando sentiu algo a atravessando. Olhou para baixo e viu um grosso pedaço de arvore furando seu estomago.

Ela se virou e viu Rammona a suas costas. Samantha revirou os olhos.

– Serio? Um graveto? – e tirou sem a menor dificuldade o pedaço e o jogou de lado.

Ela foi em direção a caçadora e recebeu um tiro na barriga. Curvou-se por alguns momentos e depois prosseguiu.

Em meio a tiros e sangue, ela conseguiu chegar até Rammona e pegar pelo seu pescoço. Ela o apertou até que a garota ficasse ser ar e caísse inconsciente no chão. Samantha olhou para Damon.

– Dam? Seu porão ainda serve pra prender pessoas?