Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 7
De volta a capital




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Quando contaram para ela o que estavam procurando, Raíssa ficou feliz, era como se ela tivesse encontrado uma razão para tudo que ela podia fazer.

— Você é mesmo da capital? – Ela perguntou a Benedict.

— Sim, eu vivo lá, mas para saciar a sua curiosidade, senhorita Hyori eu sou do Leste.

O leste, um lugar que ela sempre teve vontade de ir. Dizem que lá tudo é diferente, o clima, as pessoas e a religião.

— Eu poderei ir com vocês?

— Sim, você vai! O rei está esperando a sua presença.

— Ele está?

— Sim. Eu fui oficialmente convocado para encontrar pessoas como você.

— E vocês já encontraram?

— Então, na verdade você é a primeira.

O garoto sem aura não a dirigiu muitas palavras depois que Benedict entrou.

— Posso te fazer uma pergunta? -- Ela se dirigiu a Allen.

— Pode, claro!

— Por que você não tem aura?

Allen ficou sem palavras, o que ela queria dizer com isso. Esse era um conceito que ele não conhecia.

— Aura, senhor Becker na religião do Leste e o que faz nós seres vivos e seres não vivos existirem. E estou curioso senhorita Hyori, você pode ver auras? E como a senhorita conhece esse conceito?

— Eu pelo menos imagino que isso seja aura, eu li em um livro uma vez, um livro que falava sobre o leste.

— Qual a cor da minha? – Benedict perguntou eufórico.

— A sua é de um roxo muito brilhante.

— Acho que isso combina comigo.

Allen ficou perturbado. Ele ainda não conseguiu entender isso de Aura, mas saber que todos tinham e ele não gerou um incomodo.

— Mas por que eu não tenho? – Ele perguntou

— Talvez a sua aura seja incolor, assim como a sua personalidade. – Zombou Benedict

— Eu ainda não consigo compreender direito sobre isso. Mas eu tenho dificuldade para ver a aura de seres vivos em geral, talvez eu tenha que me esforçar mais para ver a sua.

— Talvez. – Allen se conformou.

Benedict queria muito levá-la com o seu grupo para a capital. Mas eles tinham um obstáculo. O pai dela.

A família de Raíssa era formada por três pessoas. O pai, Tomas Hyori, se recusou a acreditar em tudo o que Benedict disse.

— Vocês não vão levar a minha filha. Ela só tem 16 anos. E o rei nunca mandaria pessoas como vocês para recrutarem adolescentes.

Eles não haviam contado para ele o motivo de terem escolhido Raíssa. Ela mesma não tinha contado para ninguém o que podia fazer. E Benedict decidiu deixar assim.

— É um decreto real, eu sou a voz do rei. Eu normalmente não gosto de ser tão duro quanto a isso. Mas sua filha será muito bem cuidada, nada de ruim acontecerá com ela. – Benedict mentiu quanto a isso, ele não poderia garantir a sua segurança, mas faria o possível para protegê-la.

Tomas teve que aceitar, está na lei, os decretos reais devem ser cumpridos. Se despedir da sua filha era como uma facada no coração, ele não se sentia assim desde que sua esposa morreu. Ele ficaria apenas com o seu filho mais novo, que tinha apenas oito anos.

Quando ele viu a filha rindo com aqueles homens, ele se sentiu um pouco mais aliviado.

— Eu não vou deixá-la ir sozinha com um bando de marmanjos

— Não se preocupe senhor Hyori. Temos duas mulheres na nossa equipe. E além do mais eu vou ser como um pai para ela, ninguém vai encostar na nossa garotinha.

Eles haviam convencido o seu pai. Ela iria conhecer o mundo. O seu maior sonho iria realizar.

Se despedir de todos era difícil, ela foi ao cemitério àquela manhã, tudo estava destruído. Seria difícil abandonar aquele lugar.

— Não se preocupe, o cemitério será reconstruído.

Ela se assustou quando viu Benedict.

— Eu garanto, aqui voltará a ser um lugar de paz.

— Eu vou acreditar em você. Mas quero que você me conte mais sobre essa tal profecia.

Benedict repetiu as palavras da profecia. E quando ele falou Raíssa pareceu não estar lá. Os seus pensamentos estavam longe.

Peixes. A constelação de peixes. Somente o fim ele controlará, ele arrancará dos sonhos as suas almas e em prisões de carne e pedra elas ficaram seladas. Será uma corda que separa a vida da morte. Vivendo em um eterno sonho o peixe que controla o mar da eternidade.

Os olhos dela ficaram vidrados era como ver o universo naqueles pequenos olhos. Benedict lembrou, ele tinha lido aquelas palavras no livro. Mas por que ela disse aquilo? Ela parecia estar encantada por alguma coisa.

— Raíssa? Você pode me falar mais sobre isso?

Ela piscou várias vezes e voltou a si.

— Falar o que? Você estava me contando sobre a profecia não é?

Ela não lembrava. Isso pode ser um sinal. Será que os escolhidos reagem a essas palavras? Se sim isso será um grande trunfo. – Pensou Benedict

Apresentar Raíssa para os outros foi uma experiência engraçada. Billo ainda não tinha se recuperado da noite anterior. Raíssa se estranhou com Donar, ela não gostou dele logo de cara. Sidney abraçou e apertou Raíssa em todos os lugares.

— Acho que eu também deveria te proteger das mulheres.

— Olha para ela, ela parece uma boneca!! – Falou Sidney.

Sidney era uma moça bonita, de uma estatura mediana ela tinha cabelos curtos e castanhos. E só usava branco

Cassie cumprimentou Raíssa e contabilizou mais um gasto. Mais uma passagem de trem.

— Estamos indo para a capital, eu realmente gostaria de ir atrás do outro rumor, mas Raíssa será suficiente por enquanto. E além do mais não posso ficar muito longe do meu cargo. Há muitos golpistas na capital.

— Achei que iríamos investigar a fronteira norte. – Perguntou Allen

— Eu realmente queria ir para lá. Coisas realmente estranhas estão acontecendo, mas vamos prezar a nossa descoberta. E queremos ir preparados para o norte. Eu sei que o rei me deu o prazo de um mês, mas eu não quero nos colocar em perigo até eu provar para ele que a magia voltou.

— Sim, em 2 dias, você gastou o nosso orçamento de 2 semanas, não chegaríamos á outra cidade mesmo se quiséssemos. A única coisa que podemos fazer é voltar a capital. – Completou Cassie.

— Assim você me deixa magoado.

— Eu não posso fazer nada quanto a você ser um esbanjador.

Benedict se aproximou de Cassie.

— Mas se eu não tivesse comprado aquelas coisas eu não estaria tão cheiroso para você.

— Não se aproxime mais.

Ela estava pronta para dar um tapa nele, mas ele se desviou e sem querer ela acabou se direcionando para Allen. Que a parou delicadamente.

— Você é bem forte, para ser uma contadora.

Ela ficou vermelha de raiva.

— Como castigo todos vamos de econômica. – Ela disse por fim.

— Econômica? Eu não estou vestido para ir de econômica. – Reclamou Benedict.

— Eu não quero saber!

A viagem de volta foi tranquila. Todos foram de econômica. Raíssa estava se divertindo muito. Ela não conseguiria imaginar que em apenas um dia ela poderia realizar os seus sonhos, e além do mais ela não tinha segredos com aquelas pessoas, elas não a achavam um monstro. Pelo menos a maioria, Billo ainda hesitava em falar com ela.

A capital era totalmente diferente de Cintra. As casas eram lindas e havia muita gente, mais do que a cidade comportava. Ela não sabia direito o que seria daqui para frente , mas teria que se apresentar ao rei naquele mesmo dia, e mostrar a ele o que ela podia fazer.

O castelo diferente de todo o resto era um pouco antigo e seria meio assustador para qualquer pessoa que não fosse ela. Ela passava a noite em cemitérios por que ela teria medo de um castelo velho?

Benedict fez Raíssa se arrumar inteira. Sidney fez questão de comprar roupas que a faziam parecer uma boneca. Ela ficou um pouco incomodada com as atitudes da mulher, mas relevou, ela nunca tinha se visto tão bonita.

A sala estava cheia, Benedict estava cheio de si. Ele estava certo, o rei errado. Era a melhor sensação do mundo. Ele estava se aprontando para a reunião quando Cody Martin o abordou.

— É verdade o que estão dizendo? Que você trouxe uma garota que pode fazer magia?

Cody Martin é filho de um conde. Sua família é muito prestigiada e influente na corte. Ele é um rapaz naturalmente curioso e segundo Benedict o único que se salva naquela família. Ele é um típico Martin, com cabelos ruivos e olhos castanhos.

— Isso meu caro. Você terá que ver com os seus próprios olhos.

— Estou ansioso por isso. Meu pai diz que você é o maior desperdício de impostos que existe.

— Acho que ele não é o único que pensa assim.

Raíssa estava nervosa. Ao entrar no grande salão, ela notou que era o centro das atenções. Vários homens e mulheres a olhavam com curiosidade, será que ela conseguiria fazer isso?


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