Zodíaco escrita por Milka
As pessoas continuavam gritando. A maioria apostou no rapaz armado.
— Você deveria ter apostado no outro. – Avalon disse.
— Por que? O que você sabe sobre apostas? -- Delilah ficou surpresa
— Olha para os pés do outro. Eles são firmes e a cada golpe ele consegue permanecer no centro. Já o armado, ele está cada vez mais próximo da borda.
Delilah ficou emburrada.
— Você não entende né?
— O que?
— Não importa quem seja o melhor, ou mais forte. Vai ganhar quem eles querem que ganhe. – Delilah apontou para um grupo de pessoas bem vestidas que estavam próximas.
Socos, chutes, rasteiras e algumas facadas e em menos de cinco minutos já havia um vencedor.
Delilah saiu da multidão 50 gens mais rica.
— Eu não disse, não importa quem é o melhor. Esse tipo de jogo é comprado.
Avalon não aparentava, mas estava impressionado com as atitudes da garota.
— E agora, o que você pretende fazer?
— Apostar é obvio. Isso aqui é o paraíso dos jogos proibidos.
No subterrâneo era proibido o uso de relógios. Justamente para que as pessoas perdessem a noção do tempo.
Os dois seguiram para uma vala chamada Diamante. Ficava em um nível abaixo e lá era uma espécie de cassino.
Avalon notou que não existiam pessoas da idade deles lá. A maioria eram homens velhos, de olhos fundos e cansados. Eles foram revistados na entrada. O local era úmido e as paredes cobertas por um tipo de camurça vermelha. Haviam garotas com roupas mínimas servindo bebidas e lá existiam todos os tipos de jogos.
— O que eu vou jogar primeiro? Acho que vou começar por baixo e juntar muito dinheiro para jogar o mais caros.
Alguns homens tentaram abordar Delilah, mas Avalon os afugentava como um segurança.
— Dados!! Vamos jogar dados!! - Ela puxou o garoto na direção de uma mesa rodeada de pessoas.
— 20 gens no 7. Ela gritou para o organizador do jogo.
Ele chacoalhou o copo duas vezes e jogou os dados na mesa.
Ouviu-se vaias e aplausos quando as soma dos dois dados deu 7.
Delilah comemorou.
— Eu ganhei 200 gens!! - ela mostrou o dinheiro para Avalon.
— Então, vamos embora. Vão notar a nossa falta.
— Ah, mas assim é bem mais divertido.
Eles jogaram mais 5 vezes e Delilah perdeu apenas uma. No fim da quinta partida ela já tinha uma legião de fãs.
— 1500 gens!! Viu só Avalon eu estou com sorte hoje.
Um moço de óculos e terno azul marinho se aproximou da dupla.
— Os senhores não gostariam de tentar um jogo mais desafiador?
— Não, nós vamos embora. – Afirmou Avalon.
— O grande prêmio é de 100 mil gens.
Os olhos de Delilah brilharam ao ouvir essa quantia.
— Como fazemos para participar?
— Vocês só precisam de 1000 gens para a inscrição e um campeão.
— Campeão?
— Sim, alguém que possa defender a sua honra.
— Uma luta? É isso? – Avalon ficou entre os dois.
— Se você quer colocar dessa maneira.
— Mas vale tudo?
— Sim, tudo.
— Avalon? Você quer participar disso?
— Não. – Ele desconversou um pouco
— Mas você parece muito interessado. Se você quiser podemos tentar.
Avalon negou mas acabou cedendo. Ele queria participar. Ele queria lutar, desde o encontro com aquele mercenário e a luta contra os homens de Miranda ele ainda guardava um pouco da raiva. Ele queria fazer aquela garota sorrir. Por algum motivo estar perto dela era estimulante. E além de todos esses motivos ele queria se sentir útil.
O homem os levou para um nível ainda mais baixo. Foi possível notar a mudança de temperatura, esse lugar era quente e mesmo assim as pessoas que estavam lá usavam máscaras e capas, escondendo suas identidades.
— Na primeira fase o primeiro a cair ou sair da arena está fora. Na segunda o que vale é o nocaute e na terceira só um vivo sai da arena.
Delilah engoliu em seco. Aquilo era para valer.
— Você tem certeza que quer participar disso? – Ela perguntou mais uma vez.
— Sim, eu tenho. – Ele disse com firmeza mas a garota ainda não parecia convencida.
— Vocês podem fazer apostas em todas as lutas. Exceto quando o seu campeão estiver lutando.
Delilah fez a inscrição.
E logo em seguida Avalon já estava preparado para lutar.
§
Allen estava com saudades da mãe. Quando os dois se encontraram ela o abraçou.
— Fiquei muito preocupada. Quando eu soube o que havia acontecido com Letin, eu quase fui para lá.
— Não precisava se preocupar apesar de tudo eu estou bem.
Eles foram para um pequeno restaurante perto da pensão em que Verônica estava vivendo.
Allen contou tudo para a mãe. Ela parecia desacreditada, mas não duvidava das palavras do filho.
— Acho que você se encontrou.
— Talvez. Mas mãe eu encontrei as pessoas que acabaram com Vaslove. Eu fiquei perto de matar um deles. Mas...
Allen esmurrou a mesa
— Fui impedido.
— Filho. Alguém te tirou a responsabilidade de acabar com uma vida.
— Eu sei talvez eu me arrependesse depois, mas o que eu senti naquele momento foi apenas sede de vingança.
§
Justice havia arrastado Raíssa para a sua casa.
— Sim você vai passar esses dias na minha casa.
— Mas minhas coisas estão na casa da Sidney.
— Não importa, se precisar eu compro coisas novas para você!
Raíssa aceitou ela havia entendido mais sobre o jeito de agir de Justice.
— Jus?
— Sim? Você não pensa em acabar com todas as duvidas de Benedict?
— Ainda não.
— Mas a aura dele está confusa e oscilante. E além do mais pego ele olhando para você a todo o momento. E você não achou estranho ele não fazer qualquer pergunta?
— Claro que eu achei. Ele está agindo estranhamente mesmo. Mas isso não é problema meu. Quando chegar a hora certa ele vai perguntar e vamos acabar com tudo isso.
— Se você diz.
A casa dos Martins era uma das maiores de toda a capital, perdia só para o Castelo. Raíssa ficou impressionada.
— Espera até você ver o meu quarto.
Ela entraram mas deram de cara com o pai de Justice que não parecia nem um pouco feliz em vê-las.
— Você trouxe essa anormal para cá?
— Pai? Quem você chamando de anormal? Essa é a minha amiga, Raíssa.
— Eu não quero discutir com você! Você foi sem minha permissão!
— Sem sua permissão? Eu tenho tudo o que você disse por escrito e assinado. Você quer mesmo dizer que foi sem sua permissão.
— Por que você faz isso? Eu não te dou tudo o que você quer?
— Pai, sem crise! Eu estou com uma convidada.
— Acho melhor eu ir embora. – Raíssa disse.
— Não. Você vai ficar. Meu pai nem fica em casa, ele tem assuntos muito mais importantes, não é senhor Diamante?
O pai dela ficou vermelho e saiu pisando forte.
— Agora vamos. Tenho que te mostrar as minhas roupas.
§
Avalon tirou a camisa. Delilah percebeu as inúmeras tatuagens que ele possuía e ficou tentada a perguntar, mas sabia que aquela não era a hora.
Em menos de um minuto o adversário de Avalon,um cara muito alto e musculoso , estava no chão.
— E o vencedor é da equipe AD! – O Arbitro disse
— Uau você foi incrível! Onde aprendeu a lutar daquele jeito?
—Isso é segredo!
— Seu chato!
— Todos temos os nossos segredos.
Eles foram acomodados em uma espécie de camarote. Se sentaram e esperaram o andamento das lutas.
Uma garota que usava uma mascara de gato se sentou do lado de Delilah.
— Como ele fez isso? E impossível alguém ter 100 % de chance - A garota sussurrou.
— Do que é que você está falando.
A garota parecia confusa mesmo sob a máscara.
— Deixa para lá.
— Agora estou curiosa! Por que tanta gente aqui usa máscara.
— Por que? Oras é para não serem reconhecidos. Muitas pessoas importantes vem aqui.
— Importantes?
— Vocês não sabem de nada mesmo? Vou Explicar já que posso confiar 100 % em vocês. O rei não manda no subterrâneo, mas ele manda nas pessoas que mandam. O poder é dividido para três pessoas. O Diamante que cuida da maioria dos cassinos, a Safira que fica a cargo da prostituição e bebidas e o Rubi que não se sabe o que faz mas ele domina mais da metade do subterrâneo. Assim as pessoas não querem ser reconhecidas por esses três que dizem as línguas tem cargos importantes na superfície.
— As coisas estão ficando cada vez mais interessantes.
— Por que interessantes? – A garota perguntou
— Quero muito apostar com eles.
— Essas suas apostas estão ficando perigosas, Delilah – Disse Avalon se intrometendo na conversa.
— Eu e perigo na mesma frase? Avalon a única pessoa que realmente está se mostrando perigoso é você.
— Isso seria engraçado se não fosse tão trágico.
— Vocês dois são maluco não são? –
— Você diz que nos somos os malucos em um lugar como esse? – reclamou Avalon.
— Mas voltado ao assunto, como faz para conhecer essas pessoas?
— Se você quer saber mesmo, ganhe ,chegue a final, creio que o próprio Diamante entregará o premio.
—isso soa como uma aposta.
— Soa? Certo, agora ate eu fiquei interessada. Vamos apostar. Se meu campeão ganhar do seu você vai me contar o seu segredo. E se vocês ganharem eu os levo para conhecer os outros dois poderes.
A garota estendeu a mão.
— Fechado.
Delilah confirmou.
— Segredo? Acho que você sabe bem mais do que aparenta – Observou Avalon
— Você está 100% certo.
A garota disse antes de se afastar.
— Agora e a vez do meu campeão. – Ela disse já entrando na Arena.
Um homem de máscara de pássaro se aproximou.
— E uma insanidade ter apostado com a Gata.
— Insanidade? Por quê?
— Ninguém nunca a viu perder.
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