Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 22
A aposta




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As pessoas continuavam gritando. A maioria apostou no rapaz armado.

— Você deveria ter apostado no outro. – Avalon disse.

— Por que? O que você sabe sobre apostas? -- Delilah ficou surpresa

— Olha para os pés do outro. Eles são firmes e a cada golpe ele consegue permanecer no centro. Já o armado, ele está cada vez mais próximo da borda.

Delilah ficou emburrada.

— Você não entende né?

— O que?

— Não importa quem seja o melhor, ou mais forte. Vai ganhar quem eles querem que ganhe. – Delilah apontou para um grupo de pessoas bem vestidas que estavam próximas.

Socos, chutes, rasteiras e algumas facadas e em menos de cinco minutos já havia um vencedor.

Delilah saiu da multidão 50 gens mais rica.

— Eu não disse, não importa quem é o melhor. Esse tipo de jogo é comprado.

Avalon não aparentava, mas estava impressionado com as atitudes da garota.

— E agora, o que você pretende fazer?

— Apostar é obvio. Isso aqui é o paraíso dos jogos proibidos.

No subterrâneo era proibido o uso de relógios. Justamente para que as pessoas perdessem a noção do tempo.

Os dois seguiram para uma vala chamada Diamante. Ficava em um nível abaixo e lá era uma espécie de cassino.

Avalon notou que não existiam pessoas da idade deles lá. A maioria eram homens velhos, de olhos fundos e cansados. Eles foram revistados na entrada. O local era úmido e as paredes cobertas por um tipo de camurça vermelha. Haviam garotas com roupas mínimas servindo bebidas e lá existiam todos os tipos de jogos.

— O que eu vou jogar primeiro? Acho que vou começar por baixo e juntar muito dinheiro para jogar o mais caros.

Alguns homens tentaram abordar Delilah, mas Avalon os afugentava como um segurança.

— Dados!! Vamos jogar dados!! - Ela puxou o garoto na direção de uma mesa rodeada de pessoas.

— 20 gens no 7. Ela gritou para o organizador do jogo.

Ele chacoalhou o copo duas vezes e jogou os dados na mesa.

Ouviu-se vaias e aplausos quando as soma dos dois dados deu 7.

Delilah comemorou.

— Eu ganhei 200 gens!! - ela mostrou o dinheiro para Avalon.

— Então, vamos embora. Vão notar a nossa falta.

— Ah, mas assim é bem mais divertido.

Eles jogaram mais 5 vezes e Delilah perdeu apenas uma. No fim da quinta partida ela já tinha uma legião de fãs.

— 1500 gens!! Viu só Avalon eu estou com sorte hoje.

Um moço de óculos e terno azul marinho se aproximou da dupla.

— Os senhores não gostariam de tentar um jogo mais desafiador?

— Não, nós vamos embora. – Afirmou Avalon.

— O grande prêmio é de 100 mil gens.

Os olhos de Delilah brilharam ao ouvir essa quantia.

— Como fazemos para participar?

— Vocês só precisam de 1000 gens para a inscrição e um campeão.

— Campeão?

— Sim, alguém que possa defender a sua honra.

— Uma luta? É isso? – Avalon ficou entre os dois.

— Se você quer colocar dessa maneira.

— Mas vale tudo?

— Sim, tudo.

— Avalon? Você quer participar disso?

— Não. – Ele desconversou um pouco

— Mas você parece muito interessado. Se você quiser podemos tentar.

Avalon negou mas acabou cedendo. Ele queria participar. Ele queria lutar, desde o encontro com aquele mercenário e a luta contra os homens de Miranda ele ainda guardava um pouco da raiva. Ele queria fazer aquela garota sorrir. Por algum motivo estar perto dela era estimulante. E além de todos esses motivos ele queria se sentir útil.

O homem os levou para um nível ainda mais baixo. Foi possível notar a mudança de temperatura, esse lugar era quente e mesmo assim as pessoas que estavam lá usavam máscaras e capas, escondendo suas identidades.

— Na primeira fase o primeiro a cair ou sair da arena está fora. Na segunda o que vale é o nocaute e na terceira só um vivo sai da arena.

Delilah engoliu em seco. Aquilo era para valer.

— Você tem certeza que quer participar disso? – Ela perguntou mais uma vez.

— Sim, eu tenho. – Ele disse com firmeza mas a garota ainda não parecia convencida.

— Vocês podem fazer apostas em todas as lutas. Exceto quando o seu campeão estiver lutando.

Delilah fez a inscrição.

E logo em seguida Avalon já estava preparado para lutar.

§

Allen estava com saudades da mãe. Quando os dois se encontraram ela o abraçou.

— Fiquei muito preocupada. Quando eu soube o que havia acontecido com Letin, eu quase fui para lá.

— Não precisava se preocupar apesar de tudo eu estou bem.

Eles foram para um pequeno restaurante perto da pensão em que Verônica estava vivendo.

Allen contou tudo para a mãe. Ela parecia desacreditada, mas não duvidava das palavras do filho.

— Acho que você se encontrou.

— Talvez. Mas mãe eu encontrei as pessoas que acabaram com Vaslove. Eu fiquei perto de matar um deles. Mas...

Allen esmurrou a mesa

— Fui impedido.

— Filho. Alguém te tirou a responsabilidade de acabar com uma vida.

— Eu sei talvez eu me arrependesse depois, mas o que eu senti naquele momento foi apenas sede de vingança.

§

Justice havia arrastado Raíssa para a sua casa.

— Sim você vai passar esses dias na minha casa.

— Mas minhas coisas estão na casa da Sidney.

— Não importa, se precisar eu compro coisas novas para você!

Raíssa aceitou ela havia entendido mais sobre o jeito de agir de Justice.

— Jus?

— Sim? Você não pensa em acabar com todas as duvidas de Benedict?

— Ainda não.

— Mas a aura dele está confusa e oscilante. E além do mais pego ele olhando para você a todo o momento. E você não achou estranho ele não fazer qualquer pergunta?

— Claro que eu achei. Ele está agindo estranhamente mesmo. Mas isso não é problema meu. Quando chegar a hora certa ele vai perguntar e vamos acabar com tudo isso.

— Se você diz.

A casa dos Martins era uma das maiores de toda a capital, perdia só para o Castelo. Raíssa ficou impressionada.

— Espera até você ver o meu quarto.

Ela entraram mas deram de cara com o pai de Justice que não parecia nem um pouco feliz em vê-las.

— Você trouxe essa anormal para cá?

— Pai? Quem você chamando de anormal? Essa é a minha amiga, Raíssa.

— Eu não quero discutir com você! Você foi sem minha permissão!

— Sem sua permissão? Eu tenho tudo o que você disse por escrito e assinado. Você quer mesmo dizer que foi sem sua permissão.

— Por que você faz isso? Eu não te dou tudo o que você quer?

— Pai, sem crise! Eu estou com uma convidada.

— Acho melhor eu ir embora. – Raíssa disse.

— Não. Você vai ficar. Meu pai nem fica em casa, ele tem assuntos muito mais importantes, não é senhor Diamante?

O pai dela ficou vermelho e saiu pisando forte.

— Agora vamos. Tenho que te mostrar as minhas roupas.

§

Avalon tirou a camisa. Delilah percebeu as inúmeras tatuagens que ele possuía e ficou tentada a perguntar, mas sabia que aquela não era a hora.

Em menos de um minuto o adversário de Avalon,um cara muito alto e musculoso , estava no chão.

— E o vencedor é da equipe AD! – O Arbitro disse

— Uau você foi incrível! Onde aprendeu a lutar daquele jeito?

—Isso é segredo!

— Seu chato!

— Todos temos os nossos segredos.

Eles foram acomodados em uma espécie de camarote. Se sentaram e esperaram o andamento das lutas.

Uma garota que usava uma mascara de gato se sentou do lado de Delilah.

— Como ele fez isso? E impossível alguém ter 100 % de chance - A garota sussurrou.

— Do que é que você está falando.

A garota parecia confusa mesmo sob a máscara.

— Deixa para lá.

— Agora estou curiosa! Por que tanta gente aqui usa máscara.

— Por que? Oras é para não serem reconhecidos. Muitas pessoas importantes vem aqui.

— Importantes?

— Vocês não sabem de nada mesmo? Vou Explicar já que posso confiar 100 % em vocês. O rei não manda no subterrâneo, mas ele manda nas pessoas que mandam. O poder é dividido para três pessoas. O Diamante que cuida da maioria dos cassinos, a Safira que fica a cargo da prostituição e bebidas e o Rubi que não se sabe o que faz mas ele domina mais da metade do subterrâneo. Assim as pessoas não querem ser reconhecidas por esses três que dizem as línguas tem cargos importantes na superfície.

— As coisas estão ficando cada vez mais interessantes.

— Por que interessantes? – A garota perguntou

— Quero muito apostar com eles.

— Essas suas apostas estão ficando perigosas, Delilah – Disse Avalon se intrometendo na conversa.

— Eu e perigo na mesma frase? Avalon a única pessoa que realmente está se mostrando perigoso é você.

— Isso seria engraçado se não fosse tão trágico.

— Vocês dois são maluco não são? –

— Você diz que nos somos os malucos em um lugar como esse? – reclamou Avalon.

— Mas voltado ao assunto, como faz para conhecer essas pessoas?

— Se você quer saber mesmo, ganhe ,chegue a final, creio que o próprio Diamante entregará o premio.

—isso soa como uma aposta.

— Soa? Certo, agora ate eu fiquei interessada. Vamos apostar. Se meu campeão ganhar do seu você vai me contar o seu segredo. E se vocês ganharem eu os levo para conhecer os outros dois poderes.

A garota estendeu a mão.

— Fechado.

Delilah confirmou.

— Segredo? Acho que você sabe bem mais do que aparenta – Observou Avalon

— Você está 100% certo.

A garota disse antes de se afastar.

— Agora e a vez do meu campeão. – Ela disse já entrando na Arena.

Um homem de máscara de pássaro se aproximou.

— E uma insanidade ter apostado com a Gata.

— Insanidade? Por quê?

— Ninguém nunca a viu perder.


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