Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 21
Submundo




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Delilah nunca tinha estado na capital. Tudo era diferente da sua terra natal. Não havia brisa do mar e muito menos o seu cheiro.

Ela e o garoto que ela tinha medo foram instalados em uma casa perto do castelo. Com tijolos brancos e uma fonte no jardim ela se sentiu mais a vontade. Sua cidade natal era famosa por suas casas brancas e o grande mar azul que a rodeava. Delilah sentiu a falta do mar todos os dias em que ela ficou ali. Filha de um pescador sua dieta era quase que exclusivamente composta por peixes, agora ali na capital ela estava se acostumando com comidas um pouco extravagantes.

Ela e Avalon eram seguidos por todos os lados. O rei colocou guardas para vigia-los e isso os sufocava. Miranda a mulher que a convenceu a vir para cá estava em missão Avalon era muito quieto e intimidador assim Delilah que gostava muito de falar ficava sem opção.

Ela ouviu alguns guardas dizendo que um tal de Benedict estava voltando para a capital, e que ele havia conseguido mais recrutas. Delilah não entendia por que essa pessoa era tão importante. Miranda não fazia a mesma coisa que ele? Por que ele era mais famoso e comentado. Ela ficou curiosa e queria muito conhecê-lo.

A capital era construída de um modo em que o castelo ficava no centro. Formada por construções de vários tamanhos o castelo ainda era a maior.

Delilah gostava de ir até o centro comercial e ver o que as pessoas comentavam. Apesar de ser seguida ela até conseguia despistar seus guarda-costas e sumir nas estreitas ruas do distrito comercial. Nesses passeios ela fez alguns amigos. Uns homens que jogavam cartas em um bar. Delilah era viciada em apostas, mesmo tendo apenas 18 anos ela já era veterana nesse quesito.

Ela limpou a mesa. Ela era realmente muito boa nisso. Ela havia apostado o que havia ganhado da outra vez e dobrou seus investimentos.

— Temos que parar de jogar com você. – Um deles disse

— Ah, não seja um mau perdedor.

— Você devia entrar nos jogos do submundo.

— Cara, ela é só uma criança. – Um dos que estava só assistindo disse

— Eu não sou uma criança. O que esse tal submundo?

— Acho que todos os lugares possuem um submundo afinal.

— Vocês vão me contar ou não?

— Calma, Layla, nem nós sabemos direito.

— Se você quer mesmo saber. Aqui é literamente um submundo. Em alguns pontos da cidade existem escadarias para o subterrâneo. Na guerra, galerias subterrâneas foram construídas para proteger os cidadãos daqui. Mas como as batalhas não chegaram essas galerias foram tomadas por pessoas de má índole.

— Uau, isso é realmente muito legal!

— Legal? Lá acontece todo o tipo de coisa. Drogas, brigas, bebidas, prostituição e coisas que eu nem quero pensar.

Delilah realmente ficou interessada nisso. Quando ela voltou para casa ela tomou uma bronca dos guardas. Mas como eles gostavam muito dela acabaram relevando.

Benedict e toda a sua equipe chegaram a capital em baixo de vaias. Ele não podia negar, as coisas saíram do seu controle. Mas pelo menos Raíssa, Alex e Hyun estavam com ele.

Ele ainda estava desconfiado de Justice, mas metade dele negava qualquer coisa relacionada a isso. Com todo o problema de Letin eles estavam abatidos e Hyun estava em uma tristeza profunda. Só Justice e Alex não demonstravam nada. Sua cabeça estava cheia e eles precisavam de uma folga.

Ele ainda nem havia conversado com Hyun, nem contado os detalhes da profecia, ele sabia que não era a hora. Hyun ainda não havia se recuperado.

Foram recebidos pelo rei. O rei parecia calmo.

— Vossa graça.

— Benedict. Estou feliz que tenha voltado.

— Eu também majestade.

O rei dispensou quase toda a equipe, deeixando só Benedict e os recrutas.

— Temos muito o que conversar. Você pode me apresentar os novos recrutas?

— Como o senhor desejar. Esse é o senhor Alex Alvarez, ele é de Sindar o recuperamos de um Templo do Sol.

— Sindar? Templo do Sol? Isso me faz ter péssimas lembranças.

— Me perdoe por lembra-lo disso meu senhor. Mas Alex é um devoto do Deus sol.

— Sim, ele age como um – O rei disse com um pouco de rancor na voz.

Benedict limpou a garganta.

— E esse é Hyun ele era de Letin.

— Estou vendo. Foram só esses dois?

— Só vossa majestade.

O rei suspirou.

— Mandei Miranda ao oeste e ao norte e ela achou mais dois.

Benedict olhou para o rei transtornado.

— Miranda Newt?

— Quem mais seria?

— Você passou metade da minha missão para ela?

— Sim, Benedict. E eu exijo mais respeito.

— Sim vossa graça.

— Você não quer saber quem são esses dois?

— Se eles são reais, eu gostaria de conhecê-los.

— Eles são, eles reagiram a profecia.

— Profecia? Onde Miranda Newt conseguiu a profecia?

— No livro do Oeste.

— Oeste...

— Então Benedict, vou pedir para eles entrarem.

— Vossa graça.

— Sim

—Onde Miranda Newt está?

— Ela foi atrás de um dos rumores.

Benedict estava ficando cada vez mais vermelho. Sua pele dourada estava se incendiando.

— Respire Benedict. Eu realmente esperava essa sua reação.

Um garoto alto de pele morena e com olhos difusos entrou no recinto.

— Esse é Avalon. Miranda o encontrou nas ruínas ao norte.

O garoto o cumprimentou com o olhar.

Uma garota loira de grandes olhos verdes também entrou na sala, ela era linda. Benedict ficou realmente interessado nela. Ela o olhou curiosa.

— Essa é Delilah.

— Delilah? A senhorita deve ter um sobrenome não é

— Weaver. – A garota falou um pouco acanhada.

— Senhorita Weaver isso soa melhor.

— Esses dois estão na equipe da Miranda.

— Equipe da Miranda? Além de roubar a missão ela vai ficar com eles?

— Sim Benedict. Ela os achou. Eu achei melhor dividir o seu trabalho.

— Eu estava dando conta.

— Mas e Letin, quanto tempo você ficou ajudando-os?

— Mas vossa graça!

— Se você tivesse vindo antes talvez eu não tivesse que recorrer a Miranda.

— Mas majestade...

— Sem mas. Quero conversar a sós com você .

E todos saíram do salão exceto o rei e Benedict.

Delilah ficou muito interessada naquelas pessoas. A garota de cabelo e olhos escuros ficou a encarando o tempo todo. Delilah estava curiosa com tudo isso.

— Esse é o tal do Benedict – Ela ouviu Avalon dizer.

— Você também ouviu falar dele? – Ela perguntou

— Sim, ele é famoso no submundo.

Ela parou de andar e virou para ele

— Submundo. Como você conhece esse lugar?

— Eu? Eu não posso ficar dizendo isso para as pessoas.

— Mas eu não sou qualquer pessoa! Eu sou sua amiga não é? Somos parte da profecia. Amigos contam as coisas para os outros.

Avalon arqueou a sobrancelha.

— Eu já estive na capital antes. E fiquei abrigado no submundo.

— Me leva lá! – A garota agarrou o braço dele.

— Por que eu te levaria?

— Eu estou curiosa. E me disseram que lá tem os melhores jogos.

— Jogos? Garota o que você faz da vida?

— Eu? Sou só uma filha de pescador nada além disso.

Ela abriu um sorriso e acabou convencendo Avalon a leva-la.

O acesso ao subterrâneo era pago e controlado. Delilah usou quase todo o dinheiro que tinha ganhado com as apostas e pagou para ela e Avalon.

— Pronto agora você pode me deixar sozinha. – Ela afirmou a ele.

— Uma garota como você. Sozinha nesse lugar?

— Você está preocupado comigo? – Ela disse em tom carinhoso.

— Não! È só que eu não vou ser o culpado se te venderem ou matarem por aqui.

O submundo de Lorena era escuro. Tudo era iluminado por luzes brancas mas mesmo assim o escuro era dominante. Existiam diversas galerias e espécies de valas escuras que seguiam mais para baixo. Delilah viu todo o tipo de gente.

— O rei sabe que esse lugar existe?

— Claro que sabe, onde você acha que eles jogam os mendigos e crianças de rua?

A capital de Lorena foi o único lugar em que ela não havia visto moradores de rua. Então é para cá que eles são mandados. Ela pensou

Havia uma intensa aglomeração em uma das galerias.

— O que está acontecendo.

— É uma rinha. – Avalon disse.

— Tipo de cães?

— Não.

Eles se aproximaram e Delilah notou, eram pessoas.

Dois homens sem camisa e cobertos de sangue negro. Um deles estava armado com um canivete, e as pessoas ao redor estavam torcendo.

— Aposta inicial de 100 gens!

Uma criança gritava.

— Rinha de gente?

— Sim, eu disse que aqui era perigoso.

— Não disse não.

— O que?

— Eu tenho boa memória, e se você tivesse me dito que aqui era perigoso eu saberia.

— Você é mesmo uma figura não é?

— Eu quero apostar 150 gens no que está com o canivete.

— Delilah?

— O que foi? Isso ainda é uma aposta.


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