Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 13
Partida




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O som sumiu por alguns minutos. Alex não podia acreditar. Ele havia morrido. Ele não entendia como funcionava esse poder. Se alguém tentasse feri-lo para quem iriam essas feridas?

A comoção dos outros monges foi instantânea. Nem parecia que há alguns minutos eles estavam tentando matá-lo. A morte para os monges do sol era um assunto delicado. Ela era tratada como uma passagem, mas a pessoa não podia morrer com arrependimentos.

— Eu era o seu maior arrependimento. – Falou Alex.

Benedict se aproximou do garoto, que tinha sua metade de altura.

— Você não é um arrependimento. Ele se arrependeu de tudo o que fez com você.

Alex não conseguia chorar. Ele se sentiu triste, mas a necessidade de derramar lágrimas não veio.

O que aconteceria de agora para frente? Ele poderia continuar ali? Ou ele iria com aquelas pessoas?

Um dos monges se aproximou dele.

— Você vai embora. Esse foi o último desejo do grande monge. E vocês. — Ele apontou para Benedict e os outros.

— Eu não quero vê-los nunca mais por aqui.

— Não se preocupe, eu que não quero vê-los mais.

Alex não tinha nada além da bermuda que ele sempre usava. Não havia bagagem nem nada para levar. Os monges sempre deram o que ele precisava.

— Você não precisa de nada. Iremos comprar tudo para você. Mas eu quero conversar com você a sós. – Benedict disse.

Eles foram para uma área aberta. Ainda estava escuro, mas era possível ver os primeiros raios de sol no horizonte.

— Eu quero-te falar sobre o porquê de estarmos aqui. O motivo de pelo qual você deve nos acompanhar.

Alex ouviu atento tudo o que Benedict disse. Quando ele ouviu a profecia ele ficou um pouco tonto. Ele já tinha ouvido falar disso. Essas palavras, ele conhecia alguma coisa assim.

Libra, a constelação de libra. Uma maldição e uma graça. Ela sempre irá pender para um lado, mas sempre tentará recuperar o equilíbrio . Não existe justiça na igualdade, ele será aquele que os dividirá, mas também será aquele que vai uni-los. Vivendo tentando recuperar o próprio equilíbrio. Libra aquele que controla o passado e distribui o futuro.

Benedict sabia. Era ele o garoto de Libra.

— Você se lembra do que disse?

— Lembrar? O que?

Eles esquecem, é como uma magia. Seria bem mais fácil anunciar isso para todos. Mas segundo alguns preceitos do Leste, você só é afetado se você acredita. Ele achava que isso também funcionava assim.

— Temos que encontrar com os meus outros amigos. Quero que você conheça todos. E Allen está ferido. Sidney brigará muito com a gente.

Eles estavam na porta do Templo. Esperando e planejando. Eles não tinham noção do que podiam encontrar. Mas ainda sim não podiam deixá-los assim.

Cassie já estava se preparando para bater na porta do templo. Mas Benedict apareceu na sua frente, ela ficou tão feliz que teve vontade de abraça-lo, mas se conteve, ela sabia as consequências desse ato no futuro.

— Onde vocês estavam? Eles não nos deixaram procurá-lo. Disseram que vocês estavam perdidos.

— Fico muito lisonjeado por sua preocupação, senhorita Faber. Esses monges nos enganaram e até planejaram nos matar. Mas por causa do nosso grande e estimado senhor Becker, estamos aqui, sãos e salvos e com o nosso objetivo cumprido.

— O que aconteceu de verdade?—Ela perguntou.

Benedict explicou tudo. Cassie ficou muito brava.

—O rei vai saber disso.

— Não, deixa isso para lá. Ninguém se machucou.

— E eu?

— Ele não importa.

— Eu salvei você e você me trata assim?

— Senhor Becker, eu nunca esqueço uma afronta.

Benedict se aproximou de Allen e tocou na ferida do ombro.

— Você tem sorte, foi de raspão.

Alex nunca tinha estado com tanta gente. O sol estava surgindo. Os primeiro raios atingiram a sua pele e ele sorriu.

Benedict estava cansado, muito exausto. Não só ele, mas todos estavam com muito sono.

— Precisamos de um lugar para descansar. Mas não quero ficar nessa cidade nem mais um minuto. Em breve os cidadãos acordarão e teremos mais um problema.

Alex nunca tinha saído do templo. A cidade não era como ele imaginava. Mesmo nos primeiros raios de sol, ela era pálida. A cor de areia a deixava com um aspecto seco.

Ele soube que teriam que pegar um ônibus. O que era um ônibus? Ele se assustou um pouco quando aquele monstro de metal se aproximou.

— Temos que entrar ai?

— Sim. Não sei se o senhor está familiarizado com essas tecnologias, mas nos locomovemos assim em Lorena.

— Lorena?

— Você nem sabe onde você está? O que esses monges te ensinaram? Não precisa responder. Você Sidney ficará encarregada de ensinar a esse garoto as coisas importantes.

— Ok, vou adorar ensinar alguma coisa a essa gracinha. Ele é tão fofo. Estou me segurando para não aperta-lo.

— Sidney é a nossa enfermeira. Ela vai cuidar de qualquer coisa física que você possa ter. Qualquer dúvida é só perguntar para ela.

Alex olhou para a moça que não parava de encara-lo.

— Acho que entendi.

Alex olhou pela janela. Eles estavam cada ver mais longe. A grande estátua cada vez mais distante.

Todos cochilaram no ônibus para Virni.

Foram acordados pelo motorista. Ao desembarcarem alguém estava os esperando.

— Que saco vocês demoraram demais. Meu pai não está ajudando a financiar isso para vocês me deixarem plantada aqui!

— O que ela está fazendo aqui? – Reclamou Benedict.

— Ah, sim. O rei avisou que ela vinha. Recebi a mensagem antes de sairmos da capital. Passei nossas coordenas e sugeri que ela nos esperasse aqui em Virni- Falou Cassie

— Quem é ela? - Perguntou Allen

— Eu? Quem sou eu? Acho que você está meio desatualizado docinho.

— É que eu não sou daqui...

— Não importa! Essa conversa está cansando a minha beleza. O que eu quero mesmo é conhecer aquela pessoa de quem todos falam. Cadê a garota que destruiu todo o salão de festas do castelo?

Raíssa percebeu que aquela garota estava falando dela. Quem era a garota de cabelos ruivos e encaracolados que vestia um vestido vermelho incompatível com o calor que estava fazendo e essas joias que brilhavam tanto que chegava a incomodar os seus olhos? Ela já havia a visto? Ela sentiu que já haviam se encontrado.

— Deve ser você. Até que você é bonitinha. Mas me mostre! Eu quero ver o que você pode fazer.

— Senhorita Martin. Eu estou muito curioso. O que uma pessoa como você está fazendo em Virni? Creio que não seja para nos acompanhar.

— Benedict e seu humor. Claro que vim para acompanhar vocês. Não teria outro motivo. Ultimamente eu estou com sede de aventura e depois do que eu soube que aconteceu no castelo.

Benedict viu que ela estava sozinha, e com muitas malas.

— E você acha que irá conosco com essa quantidade de bagagem?

— Você não pode falar nada Benedict. Acho até que você tem mais que ela.

— Senhorita Faber, você está do meu lado ou não?

— Eu preciso responder?

— Não.

— Benedict você continua o mesmo narcisista de sempre não é? – Falou a garota.

Os outros ficaram em dúvida do que estava acontecendo. Aquela garota iria com eles?

Alex observa tudo aquilo.

— Discutir é inútil. O Deus Sol ensina que devemos evitar conversas desnecessárias.

— Quem é o anão albino? – Falou a garota

— Anão albino ?

— Senhor Alvarez não tente entender a senhorita Martin. Ela não tem senso de cordialidade.

— E você tem Benedict? – rebateu a garota

— Agora eu que estou ficando nervosa com essa conversa. A senhorita Martin vai conosco sim. O pai dela investiu muito nisso e uma das exigências foi essa. – Falou Cassie.

— Mas no que ela vai ajudar? Billo, Donar e Allen são os nossos guarda-costas, Sidney a nossa enfermeira. Você cuida da burocracia e das contas. Raíssa e Alex eu não preciso nem comentar.

— Ela vai fazer a mesma coisa que você.

— Que eu?

— Sim! Nada!

— Assim você me ofende senhorita Faber.

A garota se interpôs entre eles.

— Não adianta discutir . Vocês três: o baixinho, o careca e o bonitinho peguem as minhas coisas. Eu vou com vocês está decidido. E não se preocupe eu vou usar o meu próprio dinheiro. A propósito meu nome é Justice Martin.

Benedict não aceitou isso muito bem. Ele tinha uma rixa pessoal com Richard Martin. Ele tinha certeza que mandar a filha mimada dele era só uma forma de boicote.

— E quem vai protegê-la? Você acha que isso é alguma brincadeira? Nós quase morremos essa madrugada! O mundo não é como você imagina princesa. Ele é cruel e ninguém vai ter pena de você.

Raíssa nunca tinha o visto daquele jeito. Benedict parecia bravo. E ela nunca tinha notado o tom de vermelho dos seus olhos.

— Eu não preciso ser protegida! Eu posso muito bem cuidar de mim mesma!

— Bom mesmo. Eu não quero dar nenhuma noticia ruim para o seu papai.

— Ele não se importa de qualquer forma.

A garota que se chamava Justice se aproximou de Raíssa.

— Agora me mostre o que você pode fazer!

Raíssa não conseguiu evitar fazer o que a garota pediu. Mas ela sabia que não conseguiria fazer muita coisa.

Ela tocou no colar que a garota usava.

O colar se desabotou sozinho e foi em direção à mão se Raíssa.

— Agora volte para ela.

E ele obedeceu.

— Não deu para fazer muito, é que eu fiquei exausta por tudo o que aconteceu.

Justice não parecia nem um pouco impressionada.

— Que sem graça. O que eu consigo fazer é muito superior.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal! Agora uma pergunta, para onde eles irão? Eles irão para o norte, oeste ou leste? E chegou um novo rumor alguma coisa está acontecendo em Letin( uma ilha vizinha de Lorena). Para onde eles vão?

E próximo capitulo na segunda.