Zodíaco escrita por Milka
O som sumiu por alguns minutos. Alex não podia acreditar. Ele havia morrido. Ele não entendia como funcionava esse poder. Se alguém tentasse feri-lo para quem iriam essas feridas?
A comoção dos outros monges foi instantânea. Nem parecia que há alguns minutos eles estavam tentando matá-lo. A morte para os monges do sol era um assunto delicado. Ela era tratada como uma passagem, mas a pessoa não podia morrer com arrependimentos.
— Eu era o seu maior arrependimento. – Falou Alex.
Benedict se aproximou do garoto, que tinha sua metade de altura.
— Você não é um arrependimento. Ele se arrependeu de tudo o que fez com você.
Alex não conseguia chorar. Ele se sentiu triste, mas a necessidade de derramar lágrimas não veio.
O que aconteceria de agora para frente? Ele poderia continuar ali? Ou ele iria com aquelas pessoas?
Um dos monges se aproximou dele.
— Você vai embora. Esse foi o último desejo do grande monge. E vocês. — Ele apontou para Benedict e os outros.
— Eu não quero vê-los nunca mais por aqui.
— Não se preocupe, eu que não quero vê-los mais.
Alex não tinha nada além da bermuda que ele sempre usava. Não havia bagagem nem nada para levar. Os monges sempre deram o que ele precisava.
— Você não precisa de nada. Iremos comprar tudo para você. Mas eu quero conversar com você a sós. – Benedict disse.
Eles foram para uma área aberta. Ainda estava escuro, mas era possível ver os primeiros raios de sol no horizonte.
— Eu quero-te falar sobre o porquê de estarmos aqui. O motivo de pelo qual você deve nos acompanhar.
Alex ouviu atento tudo o que Benedict disse. Quando ele ouviu a profecia ele ficou um pouco tonto. Ele já tinha ouvido falar disso. Essas palavras, ele conhecia alguma coisa assim.
— Libra, a constelação de libra. Uma maldição e uma graça. Ela sempre irá pender para um lado, mas sempre tentará recuperar o equilíbrio . Não existe justiça na igualdade, ele será aquele que os dividirá, mas também será aquele que vai uni-los. Vivendo tentando recuperar o próprio equilíbrio. Libra aquele que controla o passado e distribui o futuro.
Benedict sabia. Era ele o garoto de Libra.
— Você se lembra do que disse?
— Lembrar? O que?
Eles esquecem, é como uma magia. Seria bem mais fácil anunciar isso para todos. Mas segundo alguns preceitos do Leste, você só é afetado se você acredita. Ele achava que isso também funcionava assim.
— Temos que encontrar com os meus outros amigos. Quero que você conheça todos. E Allen está ferido. Sidney brigará muito com a gente.
Eles estavam na porta do Templo. Esperando e planejando. Eles não tinham noção do que podiam encontrar. Mas ainda sim não podiam deixá-los assim.
Cassie já estava se preparando para bater na porta do templo. Mas Benedict apareceu na sua frente, ela ficou tão feliz que teve vontade de abraça-lo, mas se conteve, ela sabia as consequências desse ato no futuro.
— Onde vocês estavam? Eles não nos deixaram procurá-lo. Disseram que vocês estavam perdidos.
— Fico muito lisonjeado por sua preocupação, senhorita Faber. Esses monges nos enganaram e até planejaram nos matar. Mas por causa do nosso grande e estimado senhor Becker, estamos aqui, sãos e salvos e com o nosso objetivo cumprido.
— O que aconteceu de verdade?—Ela perguntou.
Benedict explicou tudo. Cassie ficou muito brava.
—O rei vai saber disso.
— Não, deixa isso para lá. Ninguém se machucou.
— E eu?
— Ele não importa.
— Eu salvei você e você me trata assim?
— Senhor Becker, eu nunca esqueço uma afronta.
Benedict se aproximou de Allen e tocou na ferida do ombro.
— Você tem sorte, foi de raspão.
Alex nunca tinha estado com tanta gente. O sol estava surgindo. Os primeiro raios atingiram a sua pele e ele sorriu.
Benedict estava cansado, muito exausto. Não só ele, mas todos estavam com muito sono.
— Precisamos de um lugar para descansar. Mas não quero ficar nessa cidade nem mais um minuto. Em breve os cidadãos acordarão e teremos mais um problema.
Alex nunca tinha saído do templo. A cidade não era como ele imaginava. Mesmo nos primeiros raios de sol, ela era pálida. A cor de areia a deixava com um aspecto seco.
Ele soube que teriam que pegar um ônibus. O que era um ônibus? Ele se assustou um pouco quando aquele monstro de metal se aproximou.
— Temos que entrar ai?
— Sim. Não sei se o senhor está familiarizado com essas tecnologias, mas nos locomovemos assim em Lorena.
— Lorena?
— Você nem sabe onde você está? O que esses monges te ensinaram? Não precisa responder. Você Sidney ficará encarregada de ensinar a esse garoto as coisas importantes.
— Ok, vou adorar ensinar alguma coisa a essa gracinha. Ele é tão fofo. Estou me segurando para não aperta-lo.
— Sidney é a nossa enfermeira. Ela vai cuidar de qualquer coisa física que você possa ter. Qualquer dúvida é só perguntar para ela.
Alex olhou para a moça que não parava de encara-lo.
— Acho que entendi.
Alex olhou pela janela. Eles estavam cada ver mais longe. A grande estátua cada vez mais distante.
Todos cochilaram no ônibus para Virni.
Foram acordados pelo motorista. Ao desembarcarem alguém estava os esperando.
— Que saco vocês demoraram demais. Meu pai não está ajudando a financiar isso para vocês me deixarem plantada aqui!
— O que ela está fazendo aqui? – Reclamou Benedict.
— Ah, sim. O rei avisou que ela vinha. Recebi a mensagem antes de sairmos da capital. Passei nossas coordenas e sugeri que ela nos esperasse aqui em Virni- Falou Cassie
— Quem é ela? - Perguntou Allen
— Eu? Quem sou eu? Acho que você está meio desatualizado docinho.
— É que eu não sou daqui...
— Não importa! Essa conversa está cansando a minha beleza. O que eu quero mesmo é conhecer aquela pessoa de quem todos falam. Cadê a garota que destruiu todo o salão de festas do castelo?
Raíssa percebeu que aquela garota estava falando dela. Quem era a garota de cabelos ruivos e encaracolados que vestia um vestido vermelho incompatível com o calor que estava fazendo e essas joias que brilhavam tanto que chegava a incomodar os seus olhos? Ela já havia a visto? Ela sentiu que já haviam se encontrado.
— Deve ser você. Até que você é bonitinha. Mas me mostre! Eu quero ver o que você pode fazer.
— Senhorita Martin. Eu estou muito curioso. O que uma pessoa como você está fazendo em Virni? Creio que não seja para nos acompanhar.
— Benedict e seu humor. Claro que vim para acompanhar vocês. Não teria outro motivo. Ultimamente eu estou com sede de aventura e depois do que eu soube que aconteceu no castelo.
Benedict viu que ela estava sozinha, e com muitas malas.
— E você acha que irá conosco com essa quantidade de bagagem?
— Você não pode falar nada Benedict. Acho até que você tem mais que ela.
— Senhorita Faber, você está do meu lado ou não?
— Eu preciso responder?
— Não.
— Benedict você continua o mesmo narcisista de sempre não é? – Falou a garota.
Os outros ficaram em dúvida do que estava acontecendo. Aquela garota iria com eles?
Alex observa tudo aquilo.
— Discutir é inútil. O Deus Sol ensina que devemos evitar conversas desnecessárias.
— Quem é o anão albino? – Falou a garota
— Anão albino ?
— Senhor Alvarez não tente entender a senhorita Martin. Ela não tem senso de cordialidade.
— E você tem Benedict? – rebateu a garota
— Agora eu que estou ficando nervosa com essa conversa. A senhorita Martin vai conosco sim. O pai dela investiu muito nisso e uma das exigências foi essa. – Falou Cassie.
— Mas no que ela vai ajudar? Billo, Donar e Allen são os nossos guarda-costas, Sidney a nossa enfermeira. Você cuida da burocracia e das contas. Raíssa e Alex eu não preciso nem comentar.
— Ela vai fazer a mesma coisa que você.
— Que eu?
— Sim! Nada!
— Assim você me ofende senhorita Faber.
A garota se interpôs entre eles.
— Não adianta discutir . Vocês três: o baixinho, o careca e o bonitinho peguem as minhas coisas. Eu vou com vocês está decidido. E não se preocupe eu vou usar o meu próprio dinheiro. A propósito meu nome é Justice Martin.
Benedict não aceitou isso muito bem. Ele tinha uma rixa pessoal com Richard Martin. Ele tinha certeza que mandar a filha mimada dele era só uma forma de boicote.
— E quem vai protegê-la? Você acha que isso é alguma brincadeira? Nós quase morremos essa madrugada! O mundo não é como você imagina princesa. Ele é cruel e ninguém vai ter pena de você.
Raíssa nunca tinha o visto daquele jeito. Benedict parecia bravo. E ela nunca tinha notado o tom de vermelho dos seus olhos.
— Eu não preciso ser protegida! Eu posso muito bem cuidar de mim mesma!
— Bom mesmo. Eu não quero dar nenhuma noticia ruim para o seu papai.
— Ele não se importa de qualquer forma.
A garota que se chamava Justice se aproximou de Raíssa.
— Agora me mostre o que você pode fazer!
Raíssa não conseguiu evitar fazer o que a garota pediu. Mas ela sabia que não conseguiria fazer muita coisa.
Ela tocou no colar que a garota usava.
O colar se desabotou sozinho e foi em direção à mão se Raíssa.
— Agora volte para ela.
E ele obedeceu.
— Não deu para fazer muito, é que eu fiquei exausta por tudo o que aconteceu.
Justice não parecia nem um pouco impressionada.
— Que sem graça. O que eu consigo fazer é muito superior.
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Olá, pessoal! Agora uma pergunta, para onde eles irão? Eles irão para o norte, oeste ou leste? E chegou um novo rumor alguma coisa está acontecendo em Letin( uma ilha vizinha de Lorena). Para onde eles vão?
E próximo capitulo na segunda.