Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 12
Ultimas palavras


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! É só um pequeno aviso. Isso não é para aqueles que comentam sempre. Para aqueles que mandaram personagens e nunca comentam. Seus personagens vão demorar para aparecer, se aparecerem....
Só me da vontade de escrever para esses divos que comentam sempre. Eles sempre vão ser a prioridade ( óbvio) .



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Allen estava com calor. O lugar que ele resolveu se esconder era muito desconfortável, no meio de algumas pedras sob o sol escaldante. Esperar ali o deixava apreensivo. Qualquer movimentação o chamava atenção. Era para ele proteger Raíssa e nem isso ele conseguiu fazer. Aqueles monges o enganaram. Ele não teve um bom pressentimento sobre aquilo, mas Benedict saber ser insistente.

Alguma coisa explodiu. Dali ele pode ouvir. Eu vou entrar. Ninguém irá me impedir –Ele pensou

Ele se aproximou da entrada do templo que era guardada por guerreiros mal encarados.

— Meus amigos estão ai! Eu ouvi alguma coisa vocês vão ter que me deixar entrar.

— Vá embora garoto. O que acontece lá dentro só se diz respeito ao nosso grande e poderoso Deus Sol.

— Não!! Isso é assunto do Reino.

— Reino? Você é de Vaslove. Seu sotaque não mente. Vá embora!

Haviam dois, e eles estavam armados com lanças. Eles eram pelo menos um palmo mais altos que Allen.

— Eu vou entrar por bem ou por mal.

Allen era bom em luta corporal. Ele aplicou tudo o que havia aprendido com a mãe. Ele deu uma rasteira no guarda da direita que bateu a cabeça e conseguiu pegar a sua lança.

— Eu sou muito bom com lanças. Você quer mesmo me desafiar? -Allen disse em direção ao outro guarda.

— Pelo Deus Sol! – O guarda respondeu antes de atacar.

Ele achou que ia morrer. O guarda era muito bom. Desviar foi difícil. Mas comparando com o que ele havia enfrentado isso não era nada.

— Você ainda é mais fraco que aquelas estátuas! - Allen disse antes de chutar o rosto do guarda o deixando desacordado.

Com as duas lanças ele entrou no templo do Sol.

Alex se sentiu ameaçado. Os monges não agem assim a não ser que seja para matar. Desde sempre ele ouviu histórias dos guerreiros do Sol. Homens que não conseguiram abandonar a sua vida mundana, mas mesmo assim queriam servir o Deus Sol. Eles são treinados com lanças e espadas desde jovens. Alex já quis se tornar um. Mas ele não era digno. Ele não poderia se tornar nada. Apenas mofar na escuridão.

— Alex volte para o seu quarto. Você está nos contaminando com tamanha blasfêmia.

Disse o grande monge.

Fazia muito tempo que ele não o via. Desde aquilo. Ele estava em uma cadeira de rodas.

— Ele não vai. O senhor Alvarez agora é protegido pelo decreto do rei.

— Não quero ouvir nada sobre esse seu rei traidor.

— Protegido?

— Sim. O senhor não precisa ficar aqui a mercê desses fanáticos.

— Prendam todos. Principalmente essa garota. Um dos nossos guerreiros viu o que você fez Bruxa! Temos que acabar com você o quanto antes.

Eles não tiveram muita alternativa. Eram muitas pessoas. Raíssa ainda não havia se recuperado totalmente. Eles foram amarrados. E colocados perto da estátua no centro do templo.

— Só podemos matá-los quando o sol se por. Nosso Deus Sol não permite execuções a luz do dia.

— Não! Você não pode fazer isso. Me matar é o mais alto crime contra o rei. Isso vai ser considerado traição.

— Não importa. Já era hora de Sindar se revoltar contra esse usurpador. Vocês serão o estopim!

Benedict não podia acreditar. Ele iria morrer? Ele ainda não havia aproveitado toda a sua vida!

— Raíssa, Alex. Temos que pensar em alguma coisa, urgentemente.

Allen via tudo o que estava acontecendo. Eles haviam os amarrados. Uma criança muito branca também estava sendo amarrada com eles. Talvez ele seja quem ele vieram procurar. Tenho que fazer alguma coisa! – Pensou Allen.

— Raíssa grite, você também Alex. Se vamos ser mortos pelo menos vamos dar um pouco de trabalho.

Alex olhava para aquele homem. Ele se vestia como um herege mas havia alguma coisa nele. Alguma coisa que o forçava a gostar dele. Como se ele fosse um amigo. Não era uma ligação nem nada mais forte, apenas uma grande simpatia.

Benedict não gritava. Mas fazia o possível para incomodar os guardas que os vigiava.

— Sabe por que o grande monge não é muito confiável?

Um dos guardas o olhou com desprezo.

— Ah, vocês não estão curiosos para saber? È por que mentira tem perna curta!!

— Você vai acabar sendo morto antes... – Reclamou Raíssa.

— Vocês não tem senso de humor? Agora outra. Quantos guerreiros do sol são necessários para uma lâmpada? Vai essa tá fácil.

— Nenhum, por que vocês acreditam que só o Deus Sol pode dar a luz! È sério aqui já está ficando escuro. Alguém pode acender alguma coisa?

Alex não entendia, ele não via graça naquilo, mas ele percebeu que os guerreiros ficaram mais á vontade. Como se um cara como esse não pudesse fazer nada.

Allen percebeu como os guardas estavam ficando distraídos. Era a chance perfeita. Já estava escurecendo eles não tinham muito tempo.

Allen surgiu como um raio. Ninguém estava esperando ele. Benedict suspirou de alivio.

— Finalmente! Eu já estava ficando sem piadas.

— Alguém te disse que você não tem graça?

Falou Allen atacando. Os guardas que pareciam perdidos. Um deles estava com uma espada, que feriu de raspão o ombro de Allen. Depois disso Allen deu uma cotovelada que o desacordou.

Só sobraram três. Eles não tinham muita coordenação. Sempre atacando em direção as pernas de Allen.

Um deles caiu com um soco no estômago, o outro foi abatido com a ponta cega da lança.

— Só sobrou você.

O último parecia acuado. Se aproximando demais de Benedict e os outros.

Benedict mesmo preso conseguiu dar uma leve rasteira no último que ficou sem equilíbrio. Allen o finalizou com um soco no rosto.

— Temos que ir embora daqui. Agora! Rápido Allen. Me desamarre primeiro! – falou Benedict.

Allen soltou Raíssa primeiro, depois Alex. Deixando Benedict por último.

— Desculpe, mas ver você amarrado foi um prazer que eu queria que durasse um pouco mais.

—Senhor Becker. Não se preocupe eu não vou esquecer isso tão cedo.

Eles olharam pelo teto de vidro. O sol já havia desaparecido. A lua estava crescente, era possível ver apenas um arco fino. A noite ainda era essencialmente escura.

Alex nunca havia se sentido muito bem com outras pessoas. Mas depois de muito tempo ele teve vontade de sorrir. Mas não fez, ele sabia as coisas ainda não iriam acabar.

— Já escureceu. Agora eles podem matar. – comentou Alex.

Foi como antes. Eles ficaram cercados. Mas agora eles sentiram a sede de sangue no ar. No escuro eles se moviam como uma alcateia de lobos. Um para cada lado. Como as lança e espadas posicionadas para matar.

Raíssa fez a única coisa que o medo deixou. Ela tocou na estátua do centro do templo. Era noite, seu poder estava no máximo.

Os guardas se afastaram quando viram a estátua se movendo.

— Deus Sol?

Era possível ouvi-los se questionando.

— Isso não é real. È apenas uma imagem. O Deus Sol não os protegeria. Isso é coisa da bruxa.

Tochas foram acesas e ainda sim a visão estava deturpada. Só era possível ver a grande estátua de bronze atacando os guerreiros.

— Vamos embora. Alguém disse.

— Não, não o deixe. Matem a bruxa. Se ela morrer essa monstruosidade irá parar.

Raíssa ficou acuada. Se afastava cada vez mais do grupo.

— A bruxa!- Foi o que um deles disse antes de atacá-la.

— Raíssa! Não! – Allen disse já longe dela.

Ela estava esperando pela dor. Mas ela não veio. Ela notou quando um corpo caiu na sua frente.

— Alex?

O corpo do garoto caiu a sua frente. Sua pele branca ficou impregnada de vermelho. Eles haviam perfurado o seu tórax.

— Eles atacaram o Alex. Ele está morrendo. – Raíssa já disse aos prantos.

Não de novo não - Ela pensou quando viu que alguém iria morrer novamente por causa dela.

Ela se concentrou e olhou para a sua aura. Mas não foi o que esperava. Ela estava mais brilhante do que nunca. Um brilho iluminou todo o local. Como se tivesse sido os primeiros raios de sol da manhã.

Ele estava se curando. O tempo estava voltando para ele.

O grande monge olhava para tudo aquilo horrorizado. Mas a luz era tão intensa e poderosa que o impressionou, ele havia visto a verdade Ele não poderia continuar mais com aquilo . Ele não notou quando as primeiras gotas de sangue caíram. A dor veio pior do que quando ele perdeu as pernas. Ele não conseguia respirar. Ao tocar seu peito, ele sentiu o molhado, cheiro e a morte.

Os guerreiros pararam subitamente. Benedict não entendeu o por quê.

— Raíssa pare a estátua. – Ele gritou para ela de longe.

E assim ela fez.

A destruição era evidente. Vários estilhaços caíram do teto.

Os guerreiros estavam reunidos em volta do grande monge que respirava com dificuldade.

— Parem. Deixem-nos irem. Essa luz não pode ser tão ruim. Ela iluminou tudo apesar da escuridão.

Alex se levantou. Ele não estava mais coberto por todo aquele sangue. O seu tempo voltou e os danos tiveram que ser transferidos.

Os guerreiros abriram caminho para ele. O grande monge estava em sua cadeira. E algumas pessoas estavam chorando ao redor.

— Alex. – O grande monge o chamava.

Ele se aproximou com receio.

— Você pode perdoar um pecador?

— Do que o senhor está falando.

— Eu fiz a sua vida a pior de todas. Eu disse que você era um demônio. A sua luz me disse a verdade. Você e um escolhido. E deve seguir essas pessoas.

O monge tossiu sangue.

—Esse é o meu castigo. O Deus Sol me espera. Seu pai ficaria orgulhoso de você.

Foram a últimas palavras do grande monge.


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