Blood Royal escrita por jupiter


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero dizer que eu deveria ter atualizado antes, mas o que acontece: tinha visita aqui em casa e, consequentemente, quando tem gente de fora aqui em casa eu não consigo escrever. Principalmente quando estão no meu quarto, sei lá, tira toda a minha concentração e sempre tem aquela pergunta: "ai, você escreve? o que cê tá escrevendo?", então eu prefiro nem começar.
Em segundo quero agradecer de coração a Time Lady e a Natasha Castro pelas recomendações, sério, eu fiquei MUITO feliz e isso significa demais pra mim. Vocês não fazem ideia do quanto eu li e reli o que vocês escreveram, me motiva a continuar e a sempre procurar estar melhorando para vocês. Obrigada mesmo. ♥
Agora quanto ao capítulo, está pequeno? Sim! Mas o próximo irá compensar vocês, e compensar em TODOS os sentidos. Quanto as Nexi shippers, quanto ao quesito festa. Hahaha (Assim espero!)
Espero que possam aproveitar essa "intro", e que aguardem e confiem até o próximo, que não deve demorar. Beijos! ♥



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Wings - Birdy

NÃO CONSEGUI DORMIR MUITO BEM A NOITE, meu estômago se contorcia e eu mal podia esperar pela manhã que parecia se aproximar cada vez mais devagar. Depois de haver um grande impasse a respeito do cancelamento ou não da festa, ficou decidido que a mesma ainda seria realizada, e nossos parentes iriam chegar no dia seguinte.

Me mantive rolando na cama, fitando o teto escuro ou então observando as sombras que os objetos lançavam no meio do quarto. Meus pensamentos estavam embaralhados, e toda a minha vontade consistia loucamente em poder rever minha família. Era um daqueles momentos em que não se podia pedir para que tivéssemos calma.

Quando minhas criadas chegaram ao meu quarto para me acordar, logo assim que o sol ficou alto no céu, me encontraram já de banho tomado e com o zíper do vestido fechado pela metade.

— A senhorita está mesmo muito ansiosa — Tessa comentou, correndo para me ajudar.

Respirei fundo.

— Você não faz ideia — respondi. — Mal posso esperar para vê-los.

Com dedos rápidos e hábeis Cali trançou meu cabelo, e Leah ficou responsável por esconder as poucas olheiras que haviam se formado sob meus olhos. Encarei meu próprio rosto no espelho, tentando enxergar aquilo que meus pais e meus irmãos veriam quando chegassem.

A Alexia que me encarou de volta parecia confiante, decidida e ansiosa. Diferente daquela do primeiro dia, assustada, receosa e confusa. As experiências no palácio haviam feito com que uma grande parte minha se tornasse mais sólida, mais resistente.

Quando estava pronta, três batidas consecutivas soaram na porta e me virei rapidamente naquela direção. Aquele som havia se tornado constante, e eu praticamente já o havia decorado. Logo que Tessa abriu passagem, Nicholas adentrou o quarto.

— Senhoritas — cumprimentou, cordialmente. Então virou-se na minha direção. — Como se sente?

Lancei um olhar para as minhas criadas e elas compreenderam o recado.

— Se precisar de nós, basta nos chamar — avisou Tessa.

Elas saíram e voltei minha atenção para Nicholas.

— Estou nervosa, mas estou bem — respondi, por fim.

Ele avançou alguns passos e segurou minhas mãos, ao pegá-las levantou as sobrancelhas.

— Estão geladas — observou. — Não há motivos para estar assim, eles são sua família.

Apertei minhas mãos contra as dele, soltando um longo suspiro.

— É só ansiedade, costumo ficar assim quando coisas importantes irão acontecer — ergui os olhos para ele. — Você não?

Nicholas sorriu e seu olhar se perdeu por um momento, como se ele estivesse se recordando de algum momento em que se sentira daquela maneira.

— Na maioria das vezes — confessou. — Nunca é fácil ser tão exposto.

— Imaginava que para um príncipe as coisas fossem mais fáceis.

— Também fico nervoso perto de garotas...

— Sabe que não precisa ficar assim perto de mim, não sou uma pessoa intimidante.

— Não? — ele arqueou uma das sobrancelhas, sorrindo. — Então devo dizer que não se conhece tão bem assim.

Soltei uma risada e brinquei com seus dedos. Ele suspirou.

— Preciso ir ver como as outras garotas estão — disse. — Devemos nos encontrar mais tarde.

Assenti lentamente. Boa parte de mim sentia-se magoada por ter que compartilhar Nicholas, eu queria poder ter mais dele para mim, ou tê-lo por inteiro. O momento que havíamos tido nos jardins havia me proporcionado essa sensação, e ela havia sido uma das melhores que eu já sentira. Mas gostasse eu ou não, ainda estávamos na Seleção e eu precisava aceitar aquilo.

— Tudo bem — falei. — Até qualquer hora.

Esperei que ele se afastasse, mas ele não o fez. Suas mãos continuaram presas as minhas, e seus olhos passearam pelo meu rosto; ele inclinou-se e depositou um beijo em meu rosto, tocando levemente o canto dos meus lábios. Em seguida, com um sorriso, soltou minhas mãos e deixou o quarto.

Minutos depois Cali surgiu no vão da porta, com um sorriso.

— Senhorita — falou —, sua presença está sendo requisitada.

***

Fomos organizadas no hall de entrada, e fiquei satisfeita em ver que eu não era a única que exalava ansiedade. Miranda ficou ao meu lado e observei que ela apertava as mãos fortemente na frente do corpo.

— Odeio esperar — ela murmurou.

Concordei com um breve aceno.

— Eles não devem demorar muito — supus.

Câmeras haviam sido dispostas em lugares estratégicos, afim de captar aquele momento de reencontro. Kaya estava uma pilha de nervos, e não parecia ter noção de que estava repetindo as mesmas coisas o tempo inteiro.

— Quando avistarem suas famílias tentem não se debandar feito loucas — falou, pela enésima vez. — Comportem-se feito damas, incluindo todas as coisas que aprenderam desde de que chegaram aqui.

A encarei me questionando se ela fazia alguma ideia do que estávamos sentindo. Era impossível querer que nos contivéssemos depois de meses nos comunicando apenas através de cartas e telefonemas com nossas famílias.

Os guardas assumiram suas posições diante das portas e abriram os dois lados. A luz da manhã inundou por completo o hall e fomos capazes de ouvir o som de carros estacionando do lado de fora.

Estava na hora.

Minha pulsação se acelerou e olhei para cima a tempo de ver Nicholas começar a descer as escadas em companhia de seu pai, logo atrás a rainha America ainda dava um último jeito em seus cabelos flamejantes.

As primeiras pessoas que surgiram foram uma mulher de cabelos curtos em formato de concha e um homem de cabelos grisalhos. Eles pareciam sérios, mas quando correram os olhos por nós e encararam Felicity, reconheci neles o brilho que enxergava nela.

Felicity grunhiu e correu para mergulhar no abraço dos pais.

Voltei minha atenção para a porta e vi quando os pais de Amber também entraram. Apertei minhas mãos na frente do peito e senti como se minhas pernas fossem de algodão quando Theo entrou.

Me esqueci de qualquer aviso que Kaya tivesse nos dado; corri em direção a ele e o abracei tão forte quanto me era permitido abraçar. Por cima de seu ombro vi quando Mike e meus pais entraram também, involuntariamente comecei a chorar.

— Não consigo acreditar ainda que estão aqui — solucei.

Mike avançou e me envolveu juntamente com Theo em seus braços, por ser alto e forte, havia espaço o suficiente para caber nós dois.

— Olha só para você — ele disse, tomando distância e me segurando pelos braços. — Está linda!

Não conseguia decidir entre sorrir, rir ou chorar. Meus pais haviam parado perto de onde estávamos, e eu os encarei. Haviam mais cabelos brancos na cabeça do meu pai do que eu me lembrava, e um caminho começava a se formar perto de sua testa. Minha mãe parecia a mesma, exceto pelo cabelo que estava um pouco mais longo e por seus olhos azuis que estavam marejados.

Nos encaramos por longos e arrastados segundos. Sabíamos o que estava se passando, sabíamos o que cada um estava pensando. As discussões, as opiniões divergentes e todos aqueles dias consistidos em silêncios magoados e cheios de rancor.

Não importa”, pensei comigo mesma. “Sou uma nova pessoa, posso superar.

Avancei em direção a eles e os envolvi em um abraço; um abraço apertado, cheio de ternura. Um gesto que não me recordava de termos compartilhado antes. Meu pai fungou e deu um beijo estalado na minha bochecha, minha mãe afagou meus cabelos e falou:

— Temos muito o que conversar, ainda há muita coisa que precisa ser dita.

Concordei com a cabeça, me afastando um pouco para conseguir enxergar todos eles juntos.

— Estou tão, tão feliz — disse. — Eu nem tinha certeza se você viria também, Mike.

Ele deu de ombros, escondendo um sorriso.

— É uma ocasião importante, eles compreenderam isso.

A nossa volta a troca de carinhos entre os outros era intensa; Anne chorava de soluçar enquanto apertava a irmã mais nova com força. Encarei Nicholas e observei sua expressão de fascinação, observando cada uma de nós e nossas respectivas reações.

O rei subiu alguns dos degraus da escada, de maneira a se sobrepor a todos nós, e depois que tudo se acalmou um pouco mais finalmente se dirigiu aos presentes.

— É sempre bom poder presenciar toda essa confraternização entre vocês. Espero que tenham feito uma boa viagem, e que possam aproveitar a estadia aqui no palácio. Imagino que a saudade que sentem de suas filhas não pode ser matada em tão pouco tempo, mas creio que seja um período essencial tanto para vocês quanto para elas.

A rainha postou-se a seu lado e sorriu para todos.

— Confiaram suas filhas a nós, e as recebemos da melhor maneira possível. Espero que gostem de estar aqui, terão criados a disposição de vocês e amanhã a noite nos encontraremos para a festa. Os horários estão livres, portanto, meninas, podem passar o tempo que precisarem com suas famílias! — todas nós estávamos sorrindo, e eu me segurava entre Theo e Mike. — Serão direcionados para seus respectivos quartos agora, aproveitem.

Seguiu-se uma série de murmúrios e reverências enquanto o rei e a rainha nos deixavam. Nicholas permaneceu, e observei embasbacada enquanto uma criada conduzia meus pais e meus irmãos.

Ele aproximou-se de mim sem que eu notasse, e acompanhou meu olhar.

— Não me disse que possuía um irmão tão grande — comentou.

Eu ri.

— Mike é bem calmo — eu o encarei, seu maxilar estava tenso. — Não se sinta intimidado, querido.

Seu olhar se voltou para mim e ele encarou meu queixo, subindo os olhos para a minha boca, até encontrar meu olhar.

— Gosto da forma como diz isso — falou. — Poderia repetir mais vezes. Acha que posso encontrá-la hoje a noite?

Sorri com os lábios apertados, segurando uma risada.

— Meus dois irmãos mais velhos estão aqui hoje, assim como meu pai. Se quiser me ver, as criadas estarão presentes — suspirei, me afastando. — Sabe como é, não quero ter que encontrá-lo na ala hospitalar com o corpo todo quebrado.

Ele riu.

— Acha que é um bom momento para andar com uma arma? — indagou.

Pisquei discretamente e assenti.

— Seria muito bom.

Ele se virou e seguiu na direção em que as outras garotas estavam. Me dirigi para o meu quarto, mal podendo conter minha alegria, mal podendo acreditar que minha família estava tão perto. Decidi por conta própria que não contaria a eles a respeito do que acontecera na noite do ataque; aquele era um momento de alegrias e eu não pretendia preocupá-los.

Meu peito havia enchido-se de uma sensação maravilhosamente boa, algo ao que eu pretendia me segurar com todas as minhas forças. E que não queria, de maneira alguma, que acabasse.


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