Blood Royal escrita por jupiter


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus aboresssss, como vocês estão? ♥
Gente, estou com tantas ideias doidas pra história que cês não tem noção PAKPAKSOAPKSOPA
Só questão de tempo pra por tudo em prática! Muahahaha
Enquanto isso, aproveitem o capítulo. ♥



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Querido Theo,

Como vão indo as coisas por aí? Espero que ótimas!

As coisas aqui no palácio estão fluindo de maneira bem natural, mesmo que constantemente nos deparemos com câmeras e pessoas ansiosas para nos conhecer. É tão estranho, sabe? Todos eles sabem o meu nome e eu muito mal sei os deles. Preciso começar a ler mais revistas.

Quero agradecer pela sua última carta, de verdade, foi muito importante. Me fez ver que eu realmente me privo muito das coisas, aliás, a Seleção não é tão ruim. Nicholas é um garoto legal, estamos nos dando bem e eu arrumei uma amiga, quero você a conheça um dia. A parte ruim é que sinto muito a sua falta, de Mike também, vocês eram os pontos divertidos de se permanecer aí fora.

As coisas essa semana estão mais calmas, depois daquele badalado baile estamos tendo um pouco de “folga”. O rei Maxon e Nicholas tiveram que fazer uma viagem juntos, toda aquela história de questões políticas. Com ele fora as garotas estão um pouco mais calmas, quase relaxadas, às vezes acho que no tempo livre que nos concedem elas ficam planejando estratégias de combate, sério!

Mais quatro garotas foram embora, nem acredito que ainda estou aqui, entende? Em partes seu conselho foi muito bom, juro que estou tentando ao máximo não ser um pé no saco. O tempo que estou passando aqui está me servindo bastante, e posso lhe contar um segredo? Eu acho que gosto, Theo. Acho que gosto disso tudo. Minhas criadas são muito gentis, você precisa ver o trabalho maravilhoso que elas conseguem fazer, considero particularmente verdadeiros milagres.

Ah, antes que eu me esqueça, lembra-se de quando me perguntava se o sorriso de Fray era efeito especial? Então, não é! Aquilo brilha de verdade, cintila mais que uma lâmpada, ha ha ha!

Um dia espero que você venha me visitar aqui, com o pai e a mãe, é claro. Você vai ver o quanto isso tudo é imenso e que a televisão não nos engana nem um pouco. A rainha America nos trata muito bem, no fundo acho que quando ela nos observa está tentando enxergar se realmente temos qualidades o suficiente para ficarmos com seu filho.

Theo, posso lhe contar outro segredo? Confio em você o suficiente para acreditar que não contará para ninguém, certo? É uma coisa meio pessoal... Enfim, se alguém aí de fora ficar sabendo disso terei apenas duas opções: ou esta carta terá sido interceptada ou você terá aberto essa bocarra. Portanto, se prepare, lá vai.

Nicholas e eu nos beijamos!

Sim.

Sim.

Sim.

(Reflita a respeito.)

Sei que está se perguntando quando isso pode ter acontecido e eu lhe direi, foi durante o baile de recepção para os franceses. Não necessariamente durante o baile, foi em um momento mais longínquo, no meu quarto, mas podemos pular um pouco essa parte, não é?

Eu estava num momento meio “não faz diferença”, e bem, eu tomei a iniciativa. Não me entenda mal, é só que... você não imagina como tudo é diferente aqui dentro. Eu o imaginava de uma forma e o encontrei completamente de outra. Ele é... ah, não sei bem como definir.

Bem, são muitas coisas para contar, quero poder fazer isso pessoalmente. De verdade, quero ouvir sua opinião a respeito de tudo e claro, receber aqueles seus melhores abraços. Acho que já falei demais para uma só carta, aguardo ansiosamente pela sua resposta, não demore.

Afetuosamente,

Lexi.

***

Havíamos recebido permissão para ficar nos jardins e assim como nos outros dias, fazia uma bela tarde em Angeles. O sol estava alto e as árvores lançavam maravilhosas sombras pelo jardim.

Lori e eu havíamos ficado num ponto mais distante onde, felizmente, podíamos nos deitar sobre a grama e fitar o céu. Éramos capazes de ouvir o canto distante dos passarinhos e o cheiro das flores. Tudo parecia na mais perfeita ordem.

— Isso é bom, não é? — indagou Lori.

Respirei profundamente e fechei os olhos.

— Sim — respondi. — O clima é tão natural, tão suave.

Ficamos em silêncio novamente, enquanto apenas permitíamos que tudo aquilo nos envolvesse.

Eu não havia contado a Lori a respeito do beijo, não havia contado a ninguém; de algum modo aquele era o primeiro segredo que havia entre Nicholas e eu. Era consideravelmente divertido olhar para ele e saber que havia algo entre nós que ia além do conhecimento alheio.

— Quando você acha que eles voltam? — perguntei a Lori.

— Espero que em breve — respondeu ela. — O príncipe disse que sentiria saudades no nosso último encontro, você acredita?

Pigarreei.

— Acredito.

Depois disso me desliguei completamente de qualquer tipo de conversa. A calmaria geral que nos cercava era tão boa, tão acolhedora, que comecei a me sentir sonolenta. Geralmente, quando eu estava em casa, aquele era o único momento em que eu conseguia de fato me sentir em paz, quando eu dormia.

Pensei em meus pais, em como as coisas deveriam estar sendo para eles. Certamente muito bem, pois de acordo com a última carta que recebi deles, os clientes do meu pai haviam triplicado e minha mãe consequentemente vinha recebendo mais convites para tardes tediosas jogando pôquer.

É incrível como os convites chegam de maneira rápida agora, e durante os jogos o tempo todo me bombardeiam com perguntas a respeito do que você nos conta sobre a vida no palácio...”, minha mãe escrevera.

Pensei em Lily também, depois de um consentimento surpreendente dos meus pais perante uma proposta minha, todo o dinheiro que nós Selecionadas recebíamos enquanto estávamos na competição estava indo para a família de Lily.

Era mais que óbvio que nós não precisávamos daquele dinheiro, e de acordo com o que Lily me contara em uma das primeiras cartas que me mandou, sua mãe ficara tão grata que durante o primeiro jantar de verdade da família não conseguiu conter as lágrimas.

E eu também não consegui, pois estava feliz demais por ela e pela família. E eu queria, de todo o meu coração, continuar os ajudando.

— Alexia, Alexia! — ouvi uma voz distante.

Resmunguei algo, sonolenta.

— Alexia, eles chegaram! — a voz disse. — O príncipe e o rei chegaram.

Abri os olhos de uma vez e me peguei ainda deitada sobre a grama. Por quanto tempo eu havia dormido?

Lori estava ao meu lado, batendo a grama da saia do vestido e tentando dar um jeito nos cabelos desalinhados. Apoiei-me em um dos cotovelos e olhei na direção em que antes havia uma porção de garotas.

— Elas são rápidas — comentei.

— Sim, e não é bom ficarmos para trás. Ande!

Me sentei e passei os dedos pelos meus cabelos.

— Alexia! — esganiçou-se Lori, parada a meio caminho do palácio.

— Tudo bem, tudo bem — resmunguei.

Assim que passamos pelas grandes portas duplas da entrada e adentramos o hall de entrada, nós paramos. Todas as meninas haviam sido reunidas ali, assim como inúmeros funcionários. A rainha America estava com o rosto tenso e Nicholas parecia sério de uma maneira surpreendente.

— Alteza — disse Lori, nervosa fazendo uma reverência. Eu a imitei.

Nos juntamos rapidamente com as outras e aguardamos em silêncio até que o rei se pronunciasse. Procurei pelo olhar de Nicholas e quando ele me encarou não consegui discernir nada em sua expressão. Seria bom sorrir? Fazer-lhe algum gesto?

Desviei os olhos.

— O comunicado que tenho a fazer é algo... simples — começou o rei. — Senhoritas, sei que estão aqui por um motivo limpo e bastante claro, se tornar futuramente não só a nova princesa de Illéa, como também a esposa de meu filho. Contudo, a primeira coisa que prezamos ao retirá-las de suas casas e lhes trazer para cá, é a segurança de vocês. Enquanto estivemos fora, fomos comunicados de que possíveis e constantes ataques de rebeldes estavam sendo planejados contra nós. Portanto, como é bom que estejamos preparados para tais eventos, as visitas aos jardins serão reduzidas, ao menos por enquanto. Estou lhes dizendo isso porque acho que possuem total direito de estar a par do que pode por a vida de vocês em risco.

O rei se calou e relanceou o olhar para Nicholas, que deu um passo a frente.

— Não é do meu feitio forçar ninguém a permanecer aqui, se ficarem com medo, com vontade de voltar para suas famílias, sintam-se à vontade para me comunicar isso. Sem ressentimentos, prezo acima de tudo o bem-estar de todas vocês.

Houveram acenos de concordância e trocas de olhares ansiosos. Permaneci lá, de pé, encarando-o. Eu precisava arrumar um jeito de conversar com ele, perguntar-lhe se estava tudo bem.

— Estando tudo esclarecido, podem se retirar — disse o rei.

Ele virou-se e acompanhou a rainha para os andares superiores, algumas garotas começaram a se dirigir logo para o Salão das Mulheres, afim de fazerem comentários a respeito do que o rei e o príncipe haviam dito.

— Irei para o quarto, Lori — disse.

— Tudo bem — respondeu. — Nos vemos no jantar.

— Senhorita Alexia? — chamou Nicholas, antes que eu me retirasse.

Lori permaneceu parada ao meu lado, ansiosa.

— Pois não, alteza?

— Podemos conversar um minuto?

Cymcolé - No No No

Nos dirigimos até o corredor onde havia o banco solitário e nos sentamos. Decidi aguardar até que ele resolvesse me contar o motivo daquela conversa.

— O que eu disse a respeito da segurança de todas vocês... — começou ele, lentamente. — Não quero que se sinta forçada a ficar apenas pelo que ocorreu entre nós.

Digeri aquelas palavras.

— Não estou com medo. Não irei embora. A não ser que você me mande.

— Só estou querendo dizer...

— Eu entendi — cortei. — Foi perfeitamente claro.

Agradeci mentalmente por saber resguardar minhas emoções, por não deixar transparecer a decepção com o rumo e a finalidade daquela conversa.

— Espero que não se chateie comigo — comentou ele, me avaliando. — Eu realmente...

— Pare! — eu disse. — Já disse, não há com o que se preocupar, afinal, quem atacou você foi eu. — Soltei uma risada áspera. — Está tudo bem.

Nicholas me encarou por um momento, passou as mãos pelo cabelo e com um leve impulso no meu ombro me conduziu para um canto mais distante do corredor. Franzi o cenho para ele quando paramos, mas não houve muito tempo para perguntar nada.

Segurando meu rosto entre suas mãos, ele me beijou.

Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo, a surpresa por aquele gesto, o receio de que alguém nos visse. Ao mesmo tempo, ignorando tudo aquilo, eu não queria que acabasse. Sentir Nicholas tão perto, depois de tantos dias sem o ver, era bom de uma maneira que eu sequer podia imaginar antes.

Tive que depositar uma mão contra o peito dele e o afastar.

— Você é bipolar ou algo do gênero? — arfei.

Ele sorriu.

— Seus olhos, eles entregaram você.

Me calei.

— Acho melhor eu ir — continuou ele. — Meu pai deve precisar de mim.

Nos encaminhamos em silêncio até o ponto em que havíamos nos encontrado. Paramos diante das escadas e Nicholas virou-se para mim; dei mais um passo, de modo que ficamos ombro a ombro, virados em direções diferentes.

— Uma vez me disseram que a vida de uma rainha requer saber lidar com o perigo — comecei, fitando um enorme quadro na parede. — Sua avó, a rainha Amberly, morreu como uma heroína. Todas nós que estamos aqui um dia poderemos ocupar esse cargo. Permanecer significa ter coragem o suficiente para encarar as situações. Uma princesa, uma rainha, não recua. Nunca.

Relanceei os olhos na direção dele e subi as escadas. Dobrei o corredor que iria dar nos quartos tentando, a todo custo, ignorar a forma como meu coração batia acelerado.

Tentando, de algum modo, ignorar que Nicholas Schreave estava começando a mexer comigo.


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