Simplesmente Complicado escrita por UmaFãDoJackson


Capítulo 10
A queima da mordalha cor do mar.


Notas iniciais do capítulo

Em prantos.

:'''''''''''(

Decidi focar mais em Percabeth nesse cap. pq... Sla. Percabeth é vida velho. Reyna ta arrasada demais pra aparecer. Deixa ela chorar um pouco poh.

Apreciem ;*



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P.O.V NARRADORA.

Era dia quatorze de janeiro. Já fazia uma semana. Sete dias em que a vida de Percy havia sido arrancada dele. Annabeth andava para cá e para lá, sem parar um segundo se quer. Como se, a cada vez que ficasse sem fazer algo, lembrasse o quão horrível foi ficar sem o namorado. O egoísmo a dominava. Não queria se imaginar sem ele em sua vida. Não queria perdê-lo. E quando descobriu que havia sido Leo, simplesmente surtou, assim como todo o acampamento. Quebrou mesas, e chegou a arremessar três cadeiras em Leo. Duas quebraram em suas costas, mas o garoto não se deteve. Continuou a alegar ser culpado. Como se algo dentro dele o forçasse a ser honesto. Como se a falta do amigo o afetasse internamente. Lembrava-se da força que usou para cravar a faca no peito do garoto. E lembrava-se de como havia sido ver a vida e a cor se esvaindo dos olhos inteiramente verdes de Percy. A maré ficou extremamente calma e silenciosa naquele dia, e todos os dias depois daquele. Como se Poseidon sentisse imensa dor pela perda do filho. Como se nada fosse mais importante do que o luto. E não era.

O acampamento ficou em silencio após receber a noticia. Annabeth parecia estar tentando ser forte. Mas, ao olhar em seus olhos, percebe-se que algo ali dentro se perdeu pra sempre. Não havia volta.

Na cerimônia de queima da mordalha, Annabeth expulsou Leo do anfiteatro e alguns filhos de Ares o escoltaram para o chalé. Poderia notar a queda de alfinete no meio das arquibancadas. A única coisa que se escutava, eram os soluços dos amigos mais próximos de Percy. Poseidon estava ali, junto a Atena, Afrodite, Hefesto e Hermes.

Poseidon foi chamado para dizer algumas palavras. E todos se emocionaram. Atena parecia tentar desesperadamente controlar a filha, e a lagrima que teimava em cair de seus próprios olhos.

– Acredito que seja tarde demais para pedir desculpas. Eu perdi doze anos da vida do meu filho, e acreditei que não iria perder mais nenhum. Mas, as circunstancias e as alianças não nos proporcionaram mais tempo. Eu adoraria vê-lo casar, ter filhos e ser feliz. O que é raro nesse mundo. Mas, eu acreditei realmente que tudo era possível com a força de vontade dele. Sally realmente não poderia escolher nome mais apropriado. Para vocês, pode ser apenas mais um nome de um grande herói. Mas para os Deuses, Perseus significa “daria a própria vida”. Um herói que honrou meu nome. E salvou os olimpianos mais vezes do que consigo contar. Uma pessoa justa, honesta e corajosa. Um namorado esforçado e apaixonado. E, um filho muito bom para um pai muito ruim. É... é extremamente difícil ser um pai normal para um filho maravilhoso. Fracassei em proteger meu filho. E isso dói. É uma dor diferente. Como se nada nem ninguém pudesse aliviá-la e como se a vida não importasse mais. Tudo o que penso é em como eu fui deixar isso acontecer. Eu perdi um filho. E essa dor é maior do que eu posso aguentar. Mas ficaremos bem. Percy está no Elísio. Com Bianca, Silena, Charles e tantos outros heróis que se sacrificaram para manter esse acampamento em pé. Agradeço a vocês por proporcionarem ao meu filho um motivo para lutar. – ninguém aplaudiu. Estavam tensos e tristes demais. A vida de um grande herói chegou ao fim, assim como a de tantos outros antes dele. E essa não será a ultima morte, todos gostariam de dizer que tudo está acabando, e que não perderemos mais ninguém, mas sabem que não é bem assim. Pessoas continuarão morrendo, por causas justas, ou pelas mãos de amigos. E isso é o que realmente destrói o mundo de muitos semideuses. A perda. A ideia de viver o resto de seus dias sem a pessoa em que se confiava, a pessoa que amava e que lhe daria sua vida. A visão dos corpos caídos depois das guerras nunca acabarão. A sensação de ver que no meio dos vários corpos há seu melhor amigo, sua namorada ou a pessoa em que você apostou todas suas fichas. A sensação de vera vida se esvair de olhos brilhantes e alegres. Ver sorrisos monótonos se transformarem em choros desesperados. Não havia dor pior.

Perderam amigos, e ter a sensação de saber que não será a ultima vez que irá chorar a perda de um ente querido.

– Toda vez em que eu olhar para o chalé, ou para o mar, eu lembrarei de que eu fiz a coisa mais pura nesse mundo cheio de ameaças. Eu confiei. E... eu o amei verdadeiramente. Sem limitações e sem mentiras. Acho que este é um jeito de provar que podemos amar alguém eternamente. Talvez seja um texto clichê, e cheio de erros e furos, mas é o que eu sinto. Sinto que as ameaças e inimigos nunca irão acabar. E nunca irão parar de ferir, matar e manipular pessoas. Percy morreu pelas mãos de um amigo. A que ponto nós fomos capazes de chegar? Um líder do acampamento, a pessoa que nos levou a vitoria por mais vezes do que qualquer um, foi friamente morto. E não há como voltar a trás. Não há como pedir desculpas, muito menos como aceitá-las. Lembro-me de compartilhar com ele a mesma dor, os mesmos motivos para chorar e as mesmas marcas passadas. Lembro-me de olhar dentro de seus olhos e conjurar palavras que simplesmente fluíam não de minha boca, mas do meu coração. A cada passo em direção ao seu corpo, uma parte de mim morria. E, eu quase podia ouvir meu coração se partir em bilhões de pedaços. Eu ainda não morri. Acho que não nos ligaram, mas eu esperava ir com ele. Assim poderia ser pra sempre. A coisa mais difícil em minha vida não foi matar górgonas, enfrentar hidras e titãs. A coisa mais dolorosa não foi quebrar costelas, braços e pernas. Não foi ser esfaqueada, nem jogada sete metros a frente e cair no chão duro de cimento. Mas foi a sensação de perdê-lo. O sentimento absurdo de protegê-lo. Ver seus olhos vidrados, sentir sua pele gelada, e seus cabelos cheios de terra. Perceber a falta de unhas e vê-las no chão. Ou ver que o motivo da sua morte não foi algo normal, como a velhice. Mas sim uma faca cravada em seu peito. E depois, ter de ouvir a confissão de um de seus melhores amigos. Isso é uma coisa que eu nunca vou esquecer. E ele, eu nunca deixarei de amar. – Annabeth não parecia ler nada. As palavras fluíam. E a cada silaba, a falta do namorado parecia aumentar. Como se tentasse colocar algo muito grande em uma gaveta muito pequena.

Ela foi pro seu chalé, pegou suas coisas e foi até o chalé do namorado. As coisas continuavam do mesmo jeito. Bagunçadas.

A cama dele estava completamente desarrumada, e em seu criado-mudo, o abajur permanecia ligado. Em frente, havia uma foto deles. Em um dia lindo. O sol brilhando entre os dois. Pareciam despreocupados. Como se o mundo lá fora não os afetasse. Em seu mural haviam mais fotos. Ele e Thalia, ele e Jason, ele e ela. Fotos do mar, fotos dos jogos de caça a bandeira. Fotos do Empire State.

Fotos suas.

E a dor a invade. Como se seu coração fosse arrancado. Destruído. Partido. Pisoteado.

E, ao chegar perto de sua grande cômoda, percebe um envelope cinza. Em seu verso, havia a letra dele. A carta parecia incompleta. Ela lê em voz alta. Mas, depois de algumas frases, fica impossível.

07/01

“Annabeth”

Bom, a vida não tem sido nada fácil não é? Sorte que temos um ao outro. Sempre cuidarei de você, sabidinha. Também sei que você cuidará de mim. Independente das circunstancias. Sempre amarei você. Deve estar estranhando esta carta, mas é que são coisas que eu não consigo dizer. E também, fazemos dois anos de namoro na próxima quinta, e Quiron não me deixou ir para a cidade te comprar algo... Especial. Então, apelei pro bom e velho papel e caneta. Leo disse que sempre funciona. Mas até agora eu não descobri o que dizer. Então, vou direto ao ponto. Você é o meu sonho. Eu te amo, e espero que eu consiga lhe entregar essa carta. Meu cérebro esta fritando. Preciso de ajuda para escrever o resto. Vou chamar o Leo. Acho que ele deve estar na floresta com Reyna. Se é que você me entende. Nos vemos amanhã, sabidinha.


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Notas finais do capítulo

Gente, a carta do Percy foi escrita no dia em que ele foi morto, da pra perceber pelas datas. A hora que ele diz "vou procurar o Leo na floresta" o Luccas (bonito porém fdp) pega ele.
N sei explicar. Tomara que tenham entendido.
Obrigada, até a próxima! ;*



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