Sam and Cat - Episodes Invented escrita por Aline


Capítulo 3
Jaqueta Falante




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–Eu odeio o mundo.- Foi o que Sam disse quando Cat a questionou sobre o seu péssimo humor quando ela chegou em casa em uma tarde de terça-feira.- Acredita que um policial idiota me multou?

–Talvez você tenha feito alguma coisa errada...- A ruiva opinou, com sua voz doce e compreensiva, mas recebeu um olhar extremamente irritado da amiga.- Ou vai ver o policial era idiota mesmo!- Concordou antes que a visse ficar mais brava e que começasse a quebrar os móveis.

–Claro que era! Eu tive que pagar sessenta dólares só porque minha moto estava a 80 por hora numa pista de 40.-Sam reclamou, e Cat riu.- Que é?

–Eu nunca vi uma pista custar 40 dólares!- A garota disse.

–40km, eu disse...- A loira tentava explicar, mas desistiu, revirando os olhos e jogando no sofá a jaqueta que usara.

–Vai tomar banho?- Cat questionou ao vê-la entrar no banheiro.

–Por quê? Hoje é algum dia especial?- Sam falou, ainda aborrecida.

–Quando você voltar, nós podemos brincar de esconde-esconde.

–Ahn... Por que não faz isso com a sua sombra? Como no sábado passado?- A loira zombou.

–Não funcionou muito bem... Às vezes ela me acha rápido demais... E às vezes ela vai embora.- A ruiva argumentou, lunática.

–Não me diga...

–Sam, você tem que guardar as suas coisas!- Cat disse, observando a jaqueta largado no sofá.

–Não me diz o que fazer!- A loira gritou do outro cômodo.

–Tudo bem, mas você não vai sempre me ter por perto pra arrumar suas coisas ou...- A jovem a repreendia, segurando a jaqueta e já a levando para o quarto, mas parou ao sentir um movimento nela e algo causando ruídos. No instante seguinte lançou a roupa no ar e se retraiu.- SAM, ELA TÁ VIVA!

–O quê? A sua loucura?

–Não, a... Como assim?

***

–Ok, você pirou de vez.- A loira disse, mirando a amiga, que acabara de lhe dizer que a jaqueta falara com ela.

–É sério. Ela disse “milho e pipoca não são a mesma coisa”! Eu juro.- Cat juntou as mãos, suplicando-lhe para acreditar.

–Olha...- Sam se aproximou dela, sussurrando.- Tenta abrir a porta antes de sair, porque bater a cabeça nela tá te deixando ainda mais estranha.

–O que você quer dizer com isso?- A ruiva indagou.

–Nada, Cat... Eu vou na delegacia tentar jogar alguém contra aquele policial que me multou, ok?

–Não vai acabar presa de novo, né?

–Vou tentar.- Sam alegou, pensativa, e cruzou a porta a passos largos e efervescentes.

–Hm... Agora somos só você e eu...- Cat disse, se virando para a jaqueta, que repousava em cima de sua cama cor-de-rosa.- Vamos, fala de novo! Fala logo!- Ela pediu, segurando-a frente a seu rosto.- Tudo bem, então eu vou achar outras que possam fazer isso.

Uma hora mais tarde, a ruiva havia revirado todo o guarda-roupa da amiga, lançando as peças pelo chão ou as pondo em cima das camas. Lá dentro reencontrou o cofre que levava até o quarto de comida, água e corda; dois tacos apodrecendo; bacon em decomposição e metade de um disco de frango frito. Vez ou outra, ia até a cozinha e voltava com algum doce, tentando subornar as roupas a falarem alguma coisa que provasse que ela estava certa. Já cansada, apelava para os seus charmes femininos, “flertando” com uma blusa preta ou elogiando romanticamente uma calça jeans.

–Cat!- Sam exclamou assim que chegou em casa, parecia ofegante de tanto correr e seu semblante suado se converteu em riso quando viu a amiga debruçada sobre uma peça de roupa sua.- Tá paquerando os meus jeans?- A loira perguntou, gargalhando.

–Eu quero que alguém fale, mas não estão falando nada!- A garota retrucou, já aborrecida.- Tô levando o maior fora da minha vida... Você veio a pé?

–Vim... Acredita que aquele policial boboca tava lá na delegacia e me ouviu quando eu estava falando mal dele? E confiscou a minha moto por 24 horas?

–Você jogou água nele?- Cat perguntou docemente, sentando sobre a bagunça que havia feito.

–Café quente... E depois corri.- Sam explicou.- Mas então, eu descobri porque você disse que ouvia a jaqueta falar.- A loira riu, pensando no motivo.

–Acredita em mim agora?!- Ela parecia empolgada, como se a amiga fosse aceitar paquerar as roupas em troca de que elas falassem ou se mexessem.

–Não.- A cortou, vendo-a desanimar-se novamente.- Eu tenho uma razão lógica pra isso.

–Vai dizer que é porque eu prendi minha cabeça na privada?

–Podia ser isso, mas ainda não...- Sam sentou ao seu lado e pegou a tal jaqueta.- É essa, não é?

–É! A senhorita de couro que só fala uma vez e depois me faz passar de doida!- Cat exclamou, zangada, dando um tapa muito leve na roupa.

–Ei... Não a culpe- A loira afastou a jaqueta, retirando de dentro dela um sanduíche com recheio em tom escuro. Entre os dois pães, havia um gravador. Ela pressionou um botão e as duas ouviram a frase que Cat dissera ter escutado: “milhho e pipoca não são a mesma coisa”.

–Mas...- A ruiva murmurou, confusa, percebendo que a jaqueta realmente nunca falara.- Espera! Por que você tem um gravador dentro de um sanduíche dentro de uma jaqueta?!

–Digamos que... Eu fui a um restaurante e o cara estava tentando me fazer pagar o mesmo preço entre um saco de pipocas e um de milho, porque dizia que era a mesma coisa...

–E não é?

–Não! O milho ainda estava cru, e a pipoca não.

–Mas você come milho, você come de tudo mesmo!

–Não pelo mesmo preço.

–E daí?- Cat perguntou, a meiguice em sua voz acentuada.

–Então eu paguei um homem pra conversar com o dono do restaurante e dizer algo que fizesse o cara dizer que “milho e pipoca não são a mesma coisa”. Dei um gravador pra ele e depois escondi dentro de um sanduíche, pro caso de eu voltar lá e quiserem me passar a perna.

–Mas se você teve que pagar um outro homem pra fazer esse serviço, acabou gastando mais dinheiro, não foi?

–Ah, desde quando você pensa financeiramente, hein?- Sam retrucou.- Aliás... Desde quando você pensa?!

–Não fez sentido nenhum.- Cat falou, rindo alto.

–Quer que eu corte a sua cabeça fora?- A loira ameaçou.

–Não, por favor.

–Então cala a boca e... me traz frango frito.

–Ah, então você vai arrumar tudo isso!- Cat comemorou, se referindo à bagunça das roupas.

–Não, e isso prova que você realmente ainda não raciocina nada.

–Até mais, Sam!- A ruiva disse, correndo para fora antes que a amiga a obrigasse a voltar para arrumar as roupas, mas sabendo que quando voltasse, a desordem ainda estaria lá, como sempre.


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