Sam and Cat - Episodes Invented escrita por Aline


Capítulo 2
Crianças de Terror




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–AHHHHHH- Cat gritou novamente, quando já assistia ao quarto filme de terror ao lado da amiga, e pulou para fora do sofá, escondendo-se atrás dele.- Por que ela está com sangue no rosto?- Questionou, assustada.

–O que você acha que acontece quando...- Sam estava pronta para lhe dar mais uma resposta óbvia, mas a ruiva a interrompeu gritando estridente mais uma vez.

–Não dá pra mudar o filme?- Pediu, com a voz trêmula.

–Não.- A loira negou, já irritada.

–Mas eu tenho medo de sangue.- Cat argumentou.

–Você tem medo de água fervendo.- Sam retrucou, revirando os olhos.

Quando o filme acabou, a ruiva já havia retornado para o sofá, e assistia aos créditos com os olhos arregalados pelo desfecho aterrorizante. Apenas uma hora depois ela voltou ao seu estado normal, rindo de uma maçã que caíra do balcão.

–Temos trabalho hoje?- Ela perguntou, a voz doce sem medo.

–Sei lá, você tem que ser a responsável aqui.- A outra respondeu, catando a maçã do chão e lhe mordendo um generoso pedaço.- Mas parece que sim... Uma mulher vai trazer quatro crianças pra passarem a noite aqui. Sabe o que isso significa?

–Que essa mulher gosta de ter filhos?- Cat opinou, inocentemente.

–Não, que nós vamos cobrar o quádruplo do valor de sempre!- Sam comemorou, imaginando o dinheiro, e viu a ruiva rir por algum motivo.- Que é? Outra maçã caiu no chão?- A loira zombou.

–Por que você disse quadrúpede?- A jovem indagou, ainda rindo.

Sam negou com a cabeça, percebendo que ela havia confundido drasticamente a palavra “quádruplo”.

–Espera!- Cat exclamou.

–Lá vem mais uma genialidade.- Sam ironizou.

–Quero dizer...- A ruiva pareceu pensar.- De qualquer jeito, essa mulher deve ser uma super mãe, não é?- Perguntou, querendo ter razão no que havia dito alguns minutos atrás.

–As crianças são adotadas.- A loira murmurou, cortando o seu barato.

***

–Din Don!- Cat cantarolou, assim que as duas amigas ouviram o som da campainha tocar.- Acorda, as crianças chegaram!- Disse, chacoalhando Sam, que estava desajeitadamente adormecida no sofá, e acordou a contragosto.

–A gente precisa combinar algo sobre a minha soneca especial antes do sono profundo.- Sam reclamou, observando pela janela que a noite já chegava.- Não me atrapalhe mais nisso.- Ameaçou a amiga.

–Atende a porta? Eu estou fazendo um bolo de pepino!- Cat falou, confeitando o bolo com abacaxi.

–Nossa, nem eu vou querer isso.- A loira disse, indo até a porta.

–Mas tem uma cara muito boa.- Defendeu-se.- Diferente da sua quando acorda.- Murmurou a ruiva, rindo em seguida.

–Disse alguma coisa?- Sam questionou, tirando o tênis e o lançando em direção à amiga, acertando-a na cabeça.

–Ai! Nada...- Sussurrou tonta.- Mas você podia lavar isso.- Indicou o tênis sujo, e nem percebeu quando Sam lançou o outro, mais uma vez em sua direção.- AI! Tudo bem, eu fico calada.- Cat se rendeu, voltando a atenção ao bolo.

–Olá.- Sorriu a mãe adotiva das quatro crianças quando a porta foi aberta pela loira preguiçosa e sonolenta.

–Oi.- Sam cumprimentou, antipática, dando passagem para que entrassem.

–Por que está descalça?- Perguntou uma das crianças, mirando os pés desnudos da babá.

–Faz parte das... regras.- A jovem inventou uma desculpa, agarrando o menino que a questionara e o pondo de cabeça para baixo.- Vocês todos vão ter que tirar também!- Disse, arrancando os sapatos do garoto.

–Ér, bem...- A mulher mais velha pigarreou, confusa.- Esses são Dylan, Savannah, Stephanny e Isaias.- Apresentou as crianças.- Bom, então eu vou indo! Venho buscá-los amanhã à tarde. Se comportem, diabinhos...- Sorriu a mãe e saiu rapidamente, jogando as mochilas das crianças no chão.

–Como vocês se chamam?- Stephanny indagou, docemente, encaracolando seus cachos nos dedos.

–Eu sou Sam e ela é...- Sam dizia, mas parou ao observar a amiga, que olhava de uma maneira amedrontada as crianças.- Cat?

–AHHHHHHHHH- A ruiva gritou, largando a espátula que usava para confeitar o bolo. As quatro crianças acenaram para ela.- O que eles estão fazendo aqui?!?

–Vão dormir aqui hoje, são as...- Sam explicava, dando de ombros, e mais uma vez foi interrompida pelos gritos agudos de Cat.- Já chega!- A loira a cortou, jogando um dos tênis que havia tirado de Dylan, na direção da amiga. A ruiva ofegou, assustada, e puxou Sam para a cozinha.

–Você não percebeu?- A garota apontava indiscretamente para as crianças, que já haviam se dispersado e agora assistiam televisão juntas.

–O quê?- A loira balançou os braços, frustrada.

–São aquelas crianças malvadas dos filmes que vimos hoje cedo!- Murmurou Cat, afoita.

–Ah... Porque tem os mesmos nomes?- Sam finalmente entendeu o desespero dela.

–E A MESMA APARÊNCIA!- Cat gritou, a mirando com desentendimento e a vendo rir alto.

–Você acha de verdade que são as mesmas pessoas? Nossa, eu podia aproveitar isso e pregar uma peça em você, mas infelizmente temos que ficar com essas pestes durante a noite e...

–NÃO PODEMOS FICAR COM ELAS!- A ruiva entrou em pânico.

–Olha, em primeiro lugar foi você quem conseguiu esse serviço.

–Eu sei, mas...

–Em segundo lugar, a mãe deles vai pagar uma boa grana. Em terceiro lugar, elas não são as crianças malvadas dos filmes. E em quarto lugar, eu tô com fome, sai da frente.- Sam retrucou, empurrando a amiga e abrindo a geladeira.

Cat observou Dylan, Savannah, Stephanny e Isaias, completamente certa de que eram os demônios dos filmes que assistira e que agora estavam ali para levá-la a algum lugar sombrio. A ruiva concluiu que para derrotar as crianças teria de se manter calma e não gritar mais.

–Ei, onde a gente muda de canal?- Isaias, perguntou, muito perto dela sem que houvesse percebido.

–AHHHHHHHHHH- A ruiva exclamou, sem controle algum.

***

–Sam...- Cat cutucou a loira pela nona vez na madrugada. Dylan e Isaias estavam dormindo na sala, no sofá-cama, e Savannah e Stephanny dormiam na cama de Cat, enquanto esta tentava dormir ao lado de Sam, que já estava aborrecida com as frequentes e assustadas interrupções da amiga em seu sono.

–Se me acordar de novo, eu te jogo pela janela sem pensar.- A jovem resmungou.

–Eu acho que a Stephanny é sonâmbula.

–Não, a sua Nona é sonâmbula. Agora para de observar as meninas.

–Não consigo... Se eu dormir, elas vão acordar e vir aqui atacar a gente.- Sussurrou a ruiva, tremendo.

–Se importa de dormir no chão?- Sam perguntou.

–Sim, por que está...- Cat respondia, mas foi lançada ao chão pela amiga.

–Então vai buscar uns pedaços de bacon pra mim se não quiser dividir sua conversa chata com o tapete.

–Mas são três horas...

–Você não sabe ler as horas, agora vai.- A loira ordenou.

–Tudo bem.- Cat rendeu-se, arrumando o cabelo e abafando um gritinho histérico ao ver que Savannah estava acordada e a observava com os olhos profundos.

–Pode pegar água pra mim?- Indagou a menina, com um tom de voz totalmente diferente do qual usara mais cedo, muito mais grave.

–Eu... Eu... Vou lá!- Cat concordou, erguendo os braços como uma super-heroína e correndo.

Suspirou aliviada quando finalmente se viu livre das garotas malvadas. Mas sua tranquilidade acabou quando percebeu que Dylan estava ao seu lado. Ela gritou e correu para atrás do balcão.

–Eu quero suco.- O menino disse, para a felicidade de Cat sua voz continuava normal.

–Não! Você não quer nada, agora volta a dormir e...- Ela tentou se mostrar autoritária, porém Dylan agarrou seu pulso e lhe lançou um olhar bravo.

–Eu disse que quero suco.- Vociferou, o tom vocal alterado.

–Uva ou laranja?- A ruiva sorriu nervosamente.

–Limão.

–Não temos de limão, nós não...- Cat argumentava, mas Dylan começava a lhe torcer o pulso.

–Eu disse limão. Vá no supermercado.

–Mas eu estou de pijama e são só...- A ruiva tentava falar, mas parou ao ver que o garoto mirava a espátula que ela usara para confeitar o bolo.

–Tudo bem, já estou indo.- Concordou, assustada.

***

No dia seguinte, Cat havia reunido Nona, Dice e Goomer para o que ela dizia ser “uma reunião importante”, e contava tudo o que havia acontecido na noite anterior.

–Puxa, então eles são alienígenas?- Goomer questionou, bobalhão.

–Ela não disse isso.- Dice respondeu.- Se bem que tudo o que ela falou não fez sentido...- Sussurrou a última parte.

–Bom, mas até que podem ser isso também...- Cat falou, tentando entretê-los para que a ajudassem a derrotar as crianças.

–Querida, sinto muito. Mas teremos hoje um baile para casais.- Nona disse.- E eu fui convidada por um senhor belezudo.

–A gente não precisava saber disso.- Dice opinou, e os outros concordaram. Nona beijou o rosto da neta e se foi, cantarolando alguma canção, animada.

–E vocês? Vão me ajudar?- A ruiva se virou para Goomer e Dice, esperançosa.

–Éér... Nós temos uma luta hoje.- O garoto falou.

–Temos?- Goomer perguntou, confuso.

–Não, mas vamos arranjar uma pra não ter que colaborar com essa loucura. Tchau, Cat!- Dice puxou Goomer e ambos saíram.

–Tchau... Vou tentar não pensar que o que você disse era verdade...- A jovem murmurou para si mesma.

–Ei, ei, ei!- Sam a abordou um minuto depois.

–Ah, não fui eu!- Cat levantou as mãos, assustada, como esteve durante todo o dia.

–Foi você sim. Ficamos esperando o resto da madrugada aquele bacon e você não o trouxe!- A loira indignou-se.

–Mas tive que ir no supermercado, e quando voltei você estava dormindo.- A garota afirmou, docemente.

–Por isso, a minha fome e o meu sono estavam te esperando.- Sam reclamou.- E não minta, ninguém vai ao supermercado depois da meia-noite.

–Você não sabe as minhas razões...- Cat murmurou, mirando Dylan de longe. Ela contou a história do suco de limão, mas ao final Sam ria, como sempre.- Por que você não acredita?

–Eu acredito, só... Não dá pra acreditar!- A loira tornou a gargalhar.- Falta só uma hora pra mãe deles virem buscá-los. E escuta, aqueles não são os atores de A Preferência, O Clamado, A Abandonada ou a Colheita Maligna.

–Não são os atores... São as personagens!- A garota insistia.

–Ok, eu vou provar que você só está surtando.

–Como?- Cat indagou.

–Onde tá seu bolo de pepino?

–Na geladeira, por quê?

Sam pegou a bandeja com o bolo e o cortou em quatro pedaços.

–Se importa se eu distribuir?

–Sim.

–Não interessa.- A loira deu de ombros, indo até as crianças.- Aceitam?- Mostrou-lhes os pedaços de bolo de pepino. Os quatro assentiram, pegando o alimento pegajoso nas mãos.- Viu só?

–O quê? Você não provou nada...- Cat disse, confusa.

–Acha mesmo que qualquer tipo de demônio aceitaria isso sem se manifestar?- Sam perguntou, e teve de esperar exatos 14 minutos até que Cat se indignasse, percebendo que sua culinária havia sido ofendida.


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Notas finais do capítulo

Os filmes citados são como uma paródia, da mesma forma que em ICarly "Guerra nas Estrelas" foi adaptado para "Guerra nas Galáxias", adaptei "A Profecia" para a "A Preferência", "O Chamado" para "O Clamado", "A Órfã" para "A Abandonada", e "A Colheita Maldita" para "A Colheita Maligna".
Os nomes dos personagens dos filmes também foram alterados: "Dylan" para "Damien" (A Profecia); "Savannah" para "Samara" (O Chamado); "Stephanny" para "Esther" (A Órfã), e "Isaias" para "Isaac" (A Colheita Maldita).



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