Então, chegou o maravilhoso Sábado. Eu e Sue estávamos bem agitadas. Passamos o dia inteiro conversando com os meninos e escolhendo nossas roupas para a festa.
À noite, fizemos como o combinado. Fiquei muito triste quando preparei um chá para minha mãe e botei o remédio para dormir ali. Bom, ela já havia reclamado várias vezes que estava com dificuldades para dormir, então eu estava fazendo um favor à ela.
Após ela dizer que estava muito cansada e iria dormir, dissemos o mesmo e fomos para o quarto. Lá, nos vestimos. Eu coloquei uma mini-saia jeans, uma meia-calça arrastão, um tênis All Star cano longo que batia até o joelho e uma camisa do Guns N’ Roses. Me olhei no espelho e estava perfeito, mas quando olhei para o meu cabelo preto longo e com mexas roxas... O que eu iria fazer com ele? Tudo bem que ele era bem liso, mas eu não queria deixá-lo solto. O prendi em um rabo de cavalo e achei que estava bom. Então, comecei a me maquiar. Botei rímel, lápis, sombra preta e um gloss bem leve. Depois fui arrumar minha bolsa. Celular, meu iPod roxo que eu tinha que levar para todo o lugar, carteira, etc.
- Lilly. – Sue me interrompeu.
- O que? – Eu disse sem olhar para ela.
- Eu estou bonita? – Ela perguntou. Achei aquilo uma pergunta muito estranha. Com certeza ela devia estar interessada em alguém.
Me virei para olhá-la e me surpreendi. Sue nunca ligava para o visual, sempre botava qualquer coisa e achava que estava bom. Mas naquele dia não. Ela usava uma bota de salto alto preta do tamanho do meu tênis, um short jeans curto e uma blusa tomara-que-caia preta. Seu cabelo preto com mexas vermelhas que, ao contrário do meu, era curto (batia nos ombros), estava bem arrumado. E ela estava maquiada que nem eu, só havia mudado o batom que era vermelho.
Eu fiquei lá, boquiaberta.
- E então? – Ela perguntou.
- A quem você ta querendo impressionar? – Eu perguntei.
- A ninguém, cara! Que saco. Me responde logo, eu to bonita?
- Está linda! – Eu disse.
- Sério?
- Sério. E olha que é difícil eu te elogiar, hein. – Eu disse. Ela sorriu e voltou para sua cama ao lado da minha, a fim de arrumar a bolsa.
Depois que estávamos prontas, íamos saindo do quarto quando ouvimos passos no corredor.
Corremos para nossa cama e nos cobrimos com o edredom, fingindo que estávamos dormindo.
Ouvi minha mãe abrir a porta, mas logo depois a fechou. Depois de ouvirmos ela voltar para o quarto, andamos de vagar e conseguimos sair de casa.
Na rua, o FIAT azul dos Humphrey estava estacionado e Jeremy estava no volante acenando para nós e Joe no banco do carona.
Quando nos aproximamos do carro, eles ficaram boquiabertos e quando nós entramos:
- MEU DEUS DO CÉU! Cadê as irmãs Tyler que eu conheço? Isso é pura gostosura. – Disse Joe, que acabou levando um tapa do irmão.
Percebi que Jeremy não tirava os olhos de mim pelo retrovisor e, envergonhada, abaixei a cabeça.
- É... Bom, o Brian ligou pra gente. Ele pediu para irmos buscar ele em casa. Porque, apesar dele ter carro, ele não quer chegar sozinho. – Jeremy disse.
- Espera aí. Quem deu o telefone de vocês para o Brian? – Sue perguntou.
- Esse idiota aqui! – Joe disse, apontando para o irmão.
- Ok, então vamos logo. – Eu disse.

Quando chegamos à casa de Brian, todos nós ficamos boquiabertos. Aquilo não era uma casa, era uma mansão! Ela era extremamente enorme. Tinha um jardim maior que nossa escola. E era cercada por grades. Obviamente, por medo de alguém assaltar.
- Quem diria, hein. O gay é milionário! – Disse Joe.
- Por que será que ele estuda em um colégio público? – Eu perguntei.
Jeremy buzinou para apressar Brian.
- Talvez, seja porque ele esteja falindo! – Disse Sue, com a mão no peito.
- Eu não acho que ele esteja falindo. – Disse Jeremy. – Vai ver que os pais dele são pão-duros e não querem gastar com colégio.
- Concordo com o Jeremy. – Eu falei.
- Novidade! – Joe ironizou. – Vocês sempre concordam um com o outro.
Eu bufei.
- Ih! Olha lá a bichona! – Gritou Joe.
Então, eu olhei para a entrada da mansão e vi Brian.
Ele vestia uma camiseta dourada toda brilhosa, um short rosa-choque (que aparentemente é a cor favorita dele) e uma bota preta. Ele vinha rebolando em direção ao carro e fez cara de nojo.
- Vocês não tinham um carro melhor, não? – Ele disse, pegando um lenço dentro do bolso do short dele e pondo na maçaneta do carro para poder abri-la. Depois sentou do meu lado e sorriu.
- Não reclama não, sua fresca! – Gritou Joe.
- Ai calma, amoreco. – Ele disse, passando a mão pelos músculos de Joe.
- Amoreco é a vó! – Joe gritou, tirando a mão de Brian de seu braço.
- Querem parar? Vamos chegar atrasados, assim. – Disse Jeremy, partindo com o carro.

Ao chegar no condomínio de Laura Jensen, eu me encantei. Era enorme e tinha 3 piscinas, sauna e até banheira de hidromassagem! O diretor não trabalhava só em nossa escola, ele era político também.
Fomos para o Salão de Festas perto da piscina, entregamos os convites e eu percebi certa atração entre Brian e o segurança. Então entramos.
O Salão de Festas era imenso. Estava bastante escuro, sendo que as únicas luzes que tinham lá eram néons. No fundo do Salão de Festas tinha um palco com o DJ iluminado com néon vermelho, nas laterais do salão tinham dois cantos com 3 sofás cada um iluminado por néons azuis. Na frente tinha um pequeno bar iluminado com néon amarelo.
- ÚHUUU!!! – Brian gritou indo para a pista de dança. Joe revirou os olhos e sussurrou alguma coisa no ouvido de Sue que fez os olhos dela brilharem. E depois eles sumiram na multidão na pista de dança.
- Será que eles tão ficando? – Eu perguntei para Jeremy.
- Não sei...
- Eu acho que sim. A Sue tava tão preocupada com a aparência hoje.
- E você não estava não? – Ele perguntou.
- Não. Por que?
- Porque você está muito linda. Não é possível você estar assim sem ter se preocupado com a aparência.
Quando a festa encheu mais, o DJ aumentou o som, não me deixando ouvir o que Jeremy falava.
Depois de quase uma hora perto do bar e bebendo Coca-Cola, eu já ia embora, quando senti mãos quentes na minha cintura atrás de mim, me impedindo de sair.
- Não está gostando da festa? – Disse Daniel. Eu não acredito que ele está falando comigo! Queria tirar foto desse momento raro.
- C-claro que estou. – Eu gaguejei. – Só não consigo aproveitar ela.
- Eu te ajudo a aproveitar a festa. – Ele sussurrou no meu ouvido. Ele deve ter bebido alguma coisa, porque isso não era normal dele.
- O-ok. Eu vou ali e já volto. Não saia daqui! – Eu disse. Ia avisar a Sue que estaria ocupada, mas quando a achei, ela estava no sofá beijando loucamente um garoto. Tive que espremer bem os olhos para poder ver que era Joe. Eu sabia que eles tavam tendo um caso. Minha vontade era de ir correndo contar para Jeremy que havia sumido, mas não queria perder aquele momento com Daniel.
Quando voltei, ele continuava lá, me esperando. Sentei aonde estava e perguntei:
- Bom, Daniel. Como você pretende me ajudar a aproveitar a festa?
- Por favor, me chame de Danny. – Ele disse, acariciando meu rosto.
- Danny. – Eu concordei.
- Bom, minha linda. Termine de beber sua coca e eu te mostrarei. – Ele disse. Eu fiz como ele pediu e esperei.
Então, ele me beijou com vontade. Passou suas mãos para minha cintura e me beijou mais. Eu passei meus braços pelo seu pescoço. Então, me lembrei de uma coisa.
- Espera! – Eu disse arfando. O afastei um pouco e perguntei: - Você não namorava a Laura?
- Ah, nós terminamos.
- Mas você nunca ligou para mim, porque hoje?
- Porque eu sempre te vejo de uniforme. Hoje você está maravilhosa.
- Ok. – Eu disse e comecei a beijá-lo novamente. Repassei meus braços por seu pescoço e ele me apertou. Então, enrolei minhas pernas em sua cintura e ele me levou para o banheiro que era bem próximo. E, antes da porta se fechar, vi uma coisa que não queria ver.
Jeremy parado e me olhando com a feição mais triste que eu já vi.
Dentro do banheiro, Danny tirou minha blusa com violência e me beijou mais. De repente, eu comecei a ver tudo rodando e minha cabeça doía muito. Então, eu não vi mais nada.