Jump! escrita por Giii_Poynter


Capítulo 2
Capítulo 2




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Ainda bem que o intervalo é bem longo, então tivemos tempo para almoçar. Quando entramos no refeitório, ouvimos risinhos vindo da mesa de Laura Jensen, a filha do diretor. Mas, ao contrário do diretor, ela é mais magra que uma modelo e vive por aí expondo seu corpinho. Aquela garota me irrita profundamente. Ela é a mais metida, cruel e irritante de toda a escola e, com certeza me odeia. Nem sei porque. Todo garoto que ela quer, ela consegue. E ela foi a garota que mais ficou com o Daniel. Ah, e também é a garota mais rica do colégio, claro. Como em toda história, nessa também tem que ter uma assim, né?
- Ai, como ela se veste mal. – Ela comentou de mim com as 3 amiguinhas: Diana, Katherine e Joana.
Eu passei direto com Sue ao meu lado e tentamos avistar Jeremy. Logo o encontramos em uma mesa no fundo do refeitório, ao lado de seu irmão de 15 anos, Joseph. Joseph era totalmente diferente do irmão dele. Ele era super forte, com músculos que chegavam a dar medo nas pessoas, tinha cabelos pretos e olhos verdes. Ele era muito macho também e pegava quase todas as garotas, só perdia para o Daniel nessa categoria. E Jeremy tinha um corpo normal, não se preocupava com músculos, tinha cabelos pretos e olhos azuis.
Jeremy também nos avistou e começou a acenar para a gente com uma felicidade extrema. Eu peguei uma lata de refrigerante para mim, Sue pegou uma maçã para ela e fomos sentar com eles.
- Nossa, vocês demoraram. Como foi lá? – Perguntou Jeremy.
- Terrível. – Eu disse. – Ah, oi Joseph.
- Cara, pelo amor de Deus, não me chame de Joseph. Isso é nome de gay, me chame só de Joe, por favor. – Ele pediu.
- Por falar em gay, cadê aquele gay da turma de vocês? – Perguntou Sue. Eu também me perguntava isso, então olhei em volta do refeitório e o achei sozinho, tomando uma vitamina de morango e um sanduíche integral em uma mesa bem isolada das outras bem no canto do refeitório.
- Cara, eu tenho pena dele. Imagino como é ser descriminado desse jeito. – Eu disse. – Vou chamar ele.
Então, me levantei aos gritos de Joe e Sue: “Não, por favor não faz isso! É ridículo trazer esse cara pra cá.”
Eu caminhei até a mesa dele e ao chegar lá, Brian me olhou com desprezo e perguntou:
- Veio aqui para falar coisas absurdas para mim? Pois, eu dispenso, querida.
- Não, Brian. Eu vim te ajudar e perguntar se você não quer se sentar com eu e meus amigos. – Eu disse. De repente, vi um brilho em seus olhos castanho-claro e um pequeno sorriso brotou em seus lábios.
- Bom, se é assim... Eu aceito. – Ele disse, se levantando e me acompanhando até nossa mesa com sua vitamina.
Ao chegarmos lá, Joe abaixou a cabeça com certeza com medo de que sua nova companhia, estragasse sua reputação com as garotas.
Puxei uma cadeira para Brian que se sentou que nem uma moça. Eu e Jeremy trocamos olhares como se disséssemos: “E agora?”
- Bom, você já me conhece e conhece o meu amigo Jeremy. Mas, estes aqui não. Essa pirralha é minha irmã mais nova, Susan. E esse musculoso irritante é o irmão mais novo de Jeremy, Joseph. – Eu os apresentei. – E, gente. Esse é Brian Jerryl.
Joe levantou um pouco a cabeça e deu um tchauzinho para Brian. Susan deu um pequeno sorriso. E, quando olhei para Brian, vi ele dar uma piscadela para Joe, que se irritou extremamente:
- Olha aqui, meu irmão. Se você acha que eu vou dar mole pra você, pode tirar seu cavalinho da chuva, porque eu gosto de mulheres. E nem ouse me chamar de Joseph, porque senão tu ta ferrado. Meu nome é Joe!
- Caraca, Joe. Será que não dava pra você ser um pouco mais agradável e simpático? – Perguntou Jeremy, com vergonha do irmão.
- Não, idiota. Não da. – Ele respondeu.
Eu olhei para Brian e ele estava com os olhos arregalados, com certeza com medo de Joe.
- Calma Brian, com o tempo você se acostuma. – Eu disse, o deixando totalmente tranqüilo, como se nada tivesse acontecido.
- Bom, e o que vocês fazem da vida ao invés de estudar? – Ele perguntou.
- Bem, nós temos uma banda. – Disse Jeremy, provocando um extenso sorriso em Brian.
- Ai, que Mara! Qual é o nome da banda? Eu posso assistir os ensaios de vocês?? Ah, e posso também ser o fã número um de vocês? Quem é o vocalista? E quem escreve as músicas? – Ele formou um interrogatório.
- Calma, cara! – Disse Sue. – O nome da banda é Jump. A vocalista é a minha irmã que também toca guitarra, eu sou guitarrista e backing vocal. O Jeremy é o baixista e o Joe é o baterista. Jeremy e Lilly escrevem as músicas. Nós não somos uma banda famosa, ta? É só uma banda de garagem. A gente ensaia na garagem dos Humphrey, então se você morar perto de nós, pode assistir aos ensaios.
- Gente, que emocionante. A minha irmã disse uma resposta coerente! – Eu ironizei, rindo. Como resultado, Sue tacou um pedaço de maçã na minha cabeça, o que não funcionou porque eu continuei rindo.
Então o sinal do fim do intervalo, tocou.
- Olha Brian, quando a gente ensaiar, te chamamos. Mas, eu acho que por enquanto nós não vamos ter ensaios, porque eu tenho certeza que, como castigo, nossa mãe vai tirar nossas guitarras. – Eu disse, enquanto jogava o resto do nosso lanche no lixo e ia para nossa sala.
No corredor, Brian não parava de conversar com Joe e Susan. Eu e Jeremy os deixamos de lado e fomos para a sala. Lá, a professora de história ainda não havia chegado então Jeremy começou a puxar assunto:
- Então, quer dizer que vai ficar mesmo de castigo?
- Vou, infelizmente.
- Vou sentir falta da sua voz.
- Ai, para Jeremy! Ta parecendo até que eu vou morrer! – Eu disse, tacando uma borracha nele.
- Poxa, hoje é segunda-feira. Nada pior do que ficar em casa sem nada para fazer. – Ele disse. – Mas, você tem a mim!
Ao ver que eu estava confusa, ele explicou.
- Sua mãe nunca iria imaginar que eu caminharia pela árvore entre nossas janelas e iria para seu quarto. Minha presença é completamente animadora, não é? – Ele disse.
- Desculpa Jeremy, mas não precisa ir até lá. Eu vou ficar bem.
- Recusando a minha companhia? Quem é você e o que fez com a minha Lilly? – Ele brincou.
De repente a professora entra, acompanhada por Brian que foi direto para sua cadeira em frente à minha.

Na hora da saída, nos despedimos de Brian e fomos para casa a pé, pois era 3 quarteirões depois.
Quando entrei com Sue em casa, nossa mãe esperava de braços cruzados em frente à porta. Ouvi Sue engolir seco.
- Vocês duas estão muito encrencadas. – Ela disse. – Já vou dar o castigo de vocês: Sem TV, sem computador, sem sair e sem guitarra ou violão durante 3 semanas.
- Ah, mãe, qual é! A Lilly precisa do violão pra compor as músicas e a gente precisa ensaiar! – Sue reclamou.
- Susan, eu não vou discutir. Já dei o castigo de vocês e é isso. Vocês terão que aceitar. – Ela disse, encerrando o assunto e indo para a cozinha.
- Pelo menos ainda temos os celulares. – Eu sussurrei para Sue.
Subimos para o quarto e eu fui correndo procurar meu violão.
- Achei que vocês fariam isso. Por isso, peguei os 2 laptops, o violão e as duas guitarras e os tranquei no meu quarto. – Disse minha mãe, que chegou de repente.
Eu bufei e me joguei na cama.
- Agora façam o dever de casa e não quero questionamentos. – Ela disse, voltando para o 1º andar.
Após ela sair, eu tranquei a porta e peguei meu celular, havia uma mensagem.

De: Jeremy
Para: Lilly
[E aí? Qual o castigo?]
Eu respondi.
De: Lilly
Para: Jeremy
[Sem sair, sem guitarra, sem violão e sem computador ]

De: Jeremy
Para: Lilly
[Sem sair? Acho que daqui a pouco você vai receber uma tentação.]

Confusa, eu não respondi. E esperei pela “tentação”.
Depois de 2 minutos, ouvi a campainha tocar e depois minha mãe gritar:
- Lilly! É pra você!
Eu saí correndo escada a baixo e me deparei com minha inimiga, Laura Jensen ainda de uniforme, parada na porta.
- O que você está fazendo aqui? – Eu perguntei, com desgosto.
- Eu também me perguntei isso, mas acredite não fui eu que quis. – Ela disse. – Bom, vamos direto ao assunto. Eu vou organizar uma festa de Boas-Vindas nesse Sábado. E o meu pai insiste em chamar toda a minha sala e mais algumas pessoas. Então, você pode levar a sua irmãzinha sem graça. Aqui estão os convites, você só pode entrar com eles. Vai ser no salão de festas do meu condomínio. Não vou dizer que “Espero você lá” porque eu realmente não espero. – Ela disse, me entregando os convites. – Bom, tenho que ir agora. Tchau.
E sumiu da minha vista. Fiquei boquiaberta e, antes que minha mãe perguntasse o que Laura Jensen foi fazer ali, eu subi correndo para o quarto.
Abri a minha janela e, vendo que a janela dos irmãos Humphrey estava fechada, peguei uma pequena pedra que estava em minha escrivaninha e joguei na janela deles. Ela fez um pequeno barulho, que com certeza eles ouviram.
Então, Jeremy abriu a janela e me encarou. Eu mostrei os convites, triste. Ele riu e disse:
- Sei que você tem um plano pra ir a essa festa. E eu vou te ajudar, porque eu só vou se você for.
- Own, obrigada. Mas, eu realmente não tenho um plano. Ainda. – Eu respondi, sentando a uma cadeira próxima ali.
- Plano pra que? Da pra me explicar o que está acontecendo? – Perguntou Sue de repente. Ela não estava fazendo o dever? Bom, sendo ela, é claro que não estava.
- Fomos convidados para uma festa. – Eu e Jeremy dissemos em uníssono.
- Festa? Aonde? Quando? – Sue perguntou.
- Festa da Laura Jensen no salão de festas do condomínio dela. Neste próximo Sábado. – Eu disse, desanimada.
- Meu Deus! A gente tem que ir! – Ela gritou.
- E vocês vão. – Joe disse da sua janela.
- Ah é? Como? – Eu perguntei.
- Simples. Na noite da festa, no jantar vocês colocam um remédio para dormir no copo da mãe de vocês. Depois fingem que foram dormir cedo. Mudem de roupa e deitem na cama, caso ela vá olhar vocês. Esperem uma meia hora, quando ela estiver dormindo, botem travesseiros fingindo que são vocês, saiem de casa de fininho e vão de carro com a gente. – Ele explicou como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
- Nossa. – Disse Sue, embasbacada.
- Como você é inteligente. – Eu disse.
- Eu sou experiente, meninas. – Ele disse.
- Mas o diretor vai estar lá e se ele nos ver, vai contar para nossa mãe. – Eu disse.
- É só se esconder dele. – Ele afirmou.
- Ok! Que maravilhoso! Eu vou a uma festa! – Sue gritou.
- Cala a boca, garota! Mamãe pode ouvir. – Eu disse.
- Ah, desculpe. – Ela disse.
O resto da semana foi um tédio total. Estava tudo pronto para Sábado. Esse era o único motivo para ficarmos animadas.

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