A Retribuição escrita por BadWolf


Capítulo 14
A Vez dos Irregulares


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Vamos espremer mais um pouco essa galera? Sinto que está faltando um pouco mais de malvadeza nesse Duque... rs

Ah, e eu também queria agradecer pelos reviews e pelos acompanhamentos! É maravilhoso receber o retorno de vocês! Se vocês soubesse o quanto isso faz bem para a gente, o quanto nos dá ânimo para escrever ainda mais...

Enfim, boa leitura!



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O menino Jeremy, vestindo roupas maltrapilhas e com o rosto sujo, corria pelas ruas imundas da cidade. Tinha acabado de roubar uma fruta e agora estava correndo de um dos guardas.

Ao menos ele estava livre, ele pensou. Na noite passada, todos os Irregulares tinham sido presos, incrivelmente encurralados, viela por viela, galpão por galpão, durante uma madrugada. Mesmo aqueles que ficavam a andar pelas ruas àquela hora foram surpreendidos. Não sabia-se quem fizera isto, mas quem quer que seja, o fez com uma impressionante habilidade, reunindo os Irregulares de Baker Street, todos eles, moleque por moleque, àquela hora da madrugada.

Era um grupo de dezoito crianças, dos mais variados tamanhos, e que agora, estavam em um galpão abandonado perto do porto. Cada um deles foi trazido por algum homem estrangeiro, em sua maioria loiros e de aparência assustadora, muito parecida com os operários que tomavam Londres e seus bairros miseráveis. Todos eles eram ameaçadores e estavam armados, seja com facas ou com revólveres.

Debaixo do jugo das armas daqueles homens de fala estranha, os meninos sentiam-se acuados. A situação de perigo se intensificou com a chegada de um homem, melhor vestido do que os demais e certamente quem estava detrás disso.

–Os Irregulares de Baker Street... – ele dizia, tirando o chapéu. – O pequeno exército de Sherlock Holmes, agora encurralado e em minhas mãos. Gostei de vê-los em “O Signo dos Quatro”, rapazes, mas temo que o Dr. Watson não mais escreverá a respeito de vocês.

Depois, a sessão de espancamento começou.

As crianças foram agredidas que nem gente grande. Wiggins falava pelo grupo e rejeitava a oferta do homem, de que não trairiam o Mr. Holmes por dinheiro que fosse – sequer se isso custasse as suas próprias vidas. Ele insistia em dizer isso, mesmo com o nariz quebrado e duas costelas doloridas, e todos seguiam seu exemplo e faziam o mesmo.

–Moleques estúpidos! Leais a um homem que sequer é capaz de tirá-los das ruas! – dizia o homem, enquanto chutava um deles no estômago.

Jenkins, que assistia a tudo com notável atenção, percebeu que um deles era mais fraco, e também mais jovem. Poderia ceder mais facilmente.

–Josef, pegue esse moleque aí. – ele pediu, em russo. O menino estava chorando, com o rosto coberto de sangue. – Já que ele não quer contar, quebre o braço dele... – pediu Jenkins, em inglês, sendo entendidos por todos os demais.

–Tá bom, eu conto! Eu farei tudo que me pedirem, mas por favor, não me machuquem...

Jenkins sorria, sacudindo o cabelo sujo do menino, e puxando-o para outro canto, fora do galpão.

–Seu traidor! – gritava Wiggins, até ser silenciado com um golpe na cabeça por um dos russos.

Ao ver a presença de um homem muito bem vestido, mas com aspecto assustador, beirando a dois metros de altura e uma barba que chegava à metade do pescoço, Jeremy tremeu.

–Então, moleque. Conte-nos o que sabe a respeito de Baker Street e seu ilustre morador. – disse o homem, com a voz grave com um forte sotaque.

Jeremy, que estava há pouco tempo nos Irregulares, contou tudo que podia, e que pôde saber a respeito de Mr. Holmes. Jenkins queria detalhes da casa, mas infelizmente Jeremy só estivera ali uma vez. Jeremy contou tudo, toda a conversa palavra por palavra, e no quanto Holmes estava preocupado com os recentes ataques dos russos pela cidade.

–Ele nos notou, então. – murmurou Jenkins. – O que mais?

–Havia uma moça... Eu... Eu fui estúpido e perguntei se ela era esposa dele...

Jenkins riu do moleque. – Você é mesmo um imbecil, Jeremy. Acaso não sabe que Mr. Holmes não é casado? – Jenkins continuou a gargalhar.

–Espere. – interrompeu o Duque. – Se o menino perguntou isso, certamente porque notou algo nesse sentido...

–Só... Bem, eu percebi que ela estava olhando um pouco demais para ele, embora estivesse surpresa com a nossa visita ali, em Baker Street. Sei lá, não sei explicar e a pergunta saiu. Ele disse que ela era uma vizinha.

–Vizinha? Menino, como ela era?

–Loira, olhos verdes... Uns vinte e poucos anos, eu acho.

O Duque reuniu os pontos. Seria possível, depois de tanto tempo, que ela... Não, isso seria perfeito demais...

–O nome... Qual era o nome dela?

–Era um nome estranho... Mrs. Sisters... Siggis... Algo assim.

–Sigerson? – perguntou o Duque, lembrando-se do que Coronel Moran tinha revelado.

–Isso. Mrs. Sigerson.

Sigerson. Uma mulher loira, olhos verdes, casada com um Sigerson. Sem dúvida, a raposa do Moran estava certo. Realmente, de todas as mulheres do mundo, Sherlock Holmes foi justamente se envolver com ela. A mulher que foi a desgraça para seu filho Dmitri, cujo sangue que corria em suas veias era do traidor do Abraham Katz.

Eles estavam juntos. Nada poderia ser mais doce do que isto.

–Isso é o suficiente, rapaz. – disse o Duque, entregando-lhe um soberano. – Agora, vá. E se você disser qualquer coisa do que nos contou, eu vou te achar, e dessa vez, não hesitarei em cortar sua língua.

Assustado, o rapaz pôs-se a correr pelas ruas escuras.

Quando soltos, logo depois, os Irregulares estavam assustados e furiosos com Jeremy e sua falta de lealdade. Ele tinha pouco tempo que estava com o grupo, mas os meninos jamais imaginaram que ele poderia ser tão covarde.

–Como você pôde?!

–Eu não tive escolha...

–Mr. Holmes precisa saber disso... – murmurava Wiggins, sentindo forte dor no estômago, enquanto caminhava lentamente pelos guetos perto do cais.

–E-E-u menti, Wiggins. Dei uma pista falsa.

Wiggins acreditou. – Menos mal, então.

O cabriolé em que estavam o Duque Ivanov e Jenkins partía daquele lugar fétido, vagarosamente. Os dedos do Duque circulavam o eixo de sua bengala nervosamente. Essa vingança estava saindo melhor do que o esperado. E agora, além de dar o troco no homem que matou seu sucessor, ele também teria a oportunidade de reencontrar a menina de Katz. Nada poderia ser mais perfeito do que isto.

–Sua Graça, o que lhe angustia? – perguntou Jenkins, curioso com a curiosidade do Duque a respeito da moça. – É esta moça?

–Essa mulher, Mr. Jenkins... Ela é um dos principais motivos que fez meu melhor empregado perder sua razão. Não só o Mr. Holmes, mas também essa moça, são os responsáveis pela destruição dele. Eu a quero destruída, tanto quanto quero o Mr. Holmes. Aliás, vejo que as informações dadas pelo Coronel Moran realmente eram verdadeiras. Ela está aqui na Inglaterra, com um nome falso, e vivendo bem próximo de Holmes. Pior do que isso, eu creio. Ela está casada com ele!

Jenkins tentou segurar o riso.

–Mr. Holmes, casado? Perdoe-me, Sua Graça, mas Mr. Holmes é um efeminado, um...

–Mr. Jenkins, eu quero que você investigue a respeito dessa tal Mrs. Sigerson... Ela decerto mora em Baker Street, ou nas redondezas. Não será difícil chegar a ela, eu tenho certeza.

–Certo, mas e quanto ao Mr. Holmes? Pretendíamos incriminá-lo, plantando falsas provas em sua casa e...

–Mudança de estratégia, Mr. Jenkins. Isso ficará para uma próxima oportunidade. Ferindo Katz, feriremos a ele também, talvez até mais que provocar uma falsa condenação.

Jenkins concordou, com ressalvas. – Como quiser, Sua Graça. Aliás, eu investiguei sobre o tal John Sigerson mencionado por Sebastian Moran e me foi revelado que alguém antes de mim também investigou.

–Deveras?

–Sim. Um inspetor da Scotland Yard. Um tal de Edmund Reid. Infelizmente, ele levou os originais do Departamento de Identidades da Grã-Bretanha, alegando que eram para uma investigação, então procurei na Yard e descobri que há uma investigação envolvendo John Sigerson. Homicídio, segundo ouvi dizer, mas os documentos estão em posse desse Reid.

–Obtenha-os, Jenkins. Se Sherlock Holmes cometeu um crime com essa identidade, isso será ainda melhor do que plantar provas. Além disso, algo me diz que esse inspetor sabe de tudo, e que provavelmente deve ter mais a nos mostrar. Ninguém desaparece com provas, a não ser por um bom motivo. Faça o que for necessário para obtê-las. Algo assim seria perfeito para desmoralizá-lo, como detetive e também como homem.

–Sim, Sua Graça. Não medirei esforços em extrair tudo que puder desse Edmund Reid.


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Notas finais do capítulo

Uma frase para o fim:

CORRE PARA AS MONTANHAS, REID!!!!!!

#ODuqueVaiTePegar #Jeremy-X9 #PorquêTodosPensamQueOHolmesDessaFanficÉGay?


Hehehe chega de hashtags. Bjs e deixem reviews!!!!



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