Nosso futuro continua! escrita por Tuka


Capítulo 7
Decepção, desprezo, chateado, ódio, tristeza, com cara de quem nunca queria ter me visto...


Notas iniciais do capítulo

Olha gente, eu postei hoje porque amanhã não vai dar, imagino que vocês não vão ficar tristes, né?
Espero que gostem!



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POV LEON

Pequei a foto do lixo e olhei-a na foto e deixei uma lágrima cair sobre foto. Peguei um esgueiro que tinha na gaveta e botei fogo na foto para não sofrer mais, não tem porque eu sofrer com uma pessoa que me traiu pelas costas.

POV VIOLETTA

Estou em casa com as crianças já que é fim de semana. Eles são incríveis, eu pergunto “Querem ir a algum lugar?” a resposta é sempre “Não mamãe.” Não entendo essas crianças, quando era pequena meu sonho era sair de casa para passear.

Estou no quarto da Kaila trocando-a quando ouço a campainha tocar.

–Nathan, abri pra mim querido, deve ser a tia Fran. Ela disse que vinha falar comigo. –falei colocando uma camisa na Kaila.

–Tá mamãe. –ele disse indo na direção da escada.

Ouvi o Nathan descer a escada e a Daisy indo atrás. Terminei de trocar a Kaila e peguei-a no colo.

–Pronto amorzinho. –beijei a bochecha dela.

Desci e fui para a porta onde o Nathan e a Daisy estavam no colo do John, o assistente do Leon.

–Olha mamãe, é o tio John. –a Daisy falou.

–É, percebi. –sorri. –O que você está fazendo aqui John?

–Fui mandado aqui pelo Leon. –ele falou.

Suspirei de olhos fechados.

–Nathan, Daisy, vão lá dentro brincar eu vou falar com o tio John. –falei e eles desceram do colo do John e foram para o segundo andar.

–E a Kaila? –o Nathan perguntou.

–Ela vai ficar comigo. –falei.

A Kaila estava quase dormindo em meu ombro.

–Quem é ela? –o John perguntou.

–Minha filha. –respondi.

–É linda, quem é o pai? –ele perguntou.

Olhei feio pra ele.

–O Leon. –respondi com a mesma cara.

–É igualzinho. –ele riu.

–Não é a única. –falei.

–Não entendi. –ele fez cara de dúvida.

–É que... –fui interrompida.

–Mamãe to fomi. –o Kelvin apareceu.

–Já vou meu amor, fica lá em cima com seus irmãos. –falei e ele assentiu.

–Quem é ele? –o John perguntou novamente.

–Meu filho, eles são gêmeos. –respondi.

–Eles são lindos.

–O que o Leon quer? –perguntei.

–Ele me mandou aqui para te entregar... –ele pegou algo em sua mochila. –Isso. –ele me deu um grande envelope.

Pequei o envelope e dei um jeito de abrir com uma mão já que a outra está segurando a Kaila. Quando abri me surpreendi ao ver muito dinheiro.

–O que é isso? –eu estava confusa.

–O Leon estava preocupado com as crianças, ele queria garantir que as crianças estão vivendo bem então vai me mandar aqui todo mês para te trazer dinheiro. –ele me explicou.

–Eu estou bem, não precisa, cuido bem dos meus filhos, sem problemas. Eu não estou com problemas econômicos.

–O Leon quer ter certeza que as crianças estão bem, se eu levar de volta ele não vai ficar muito feliz. –o John falou sério.

–Eu sei, conheço meu marido. –assenti. –Então quero que agradeça a ele e...

Entrei em casa indo na direção do sofá deixando a Kaila deitadinha, ela estava quase dormindo.

–Fica aí, amorzinho. –coloquei-a deitada.

Fui até a prateleira de vidro que tem ao lado da sala do escritório e pequei uma foto tirei da moldura uma foto do Nathan e da Daisy. Voltei para a porta com a foto na mão.

–Dê isto a ele. –dei a foto ao John.

–Com certeza. –ele assentiu sorridente. –Agora, preciso ir para voltar ao trabalho.

Nos despedimos e ele foi em bora. Fechei a porta e andei até o sofá onde deixei a Kaila deitada, chegando ao sofá vi que ela tinha dormido então levei-a para a cama.

POV CAMILA

–Conta pra ele! –eu estava no meu quarto com a Melody e com o Broduey.

–Contar o quê? –o Broduey perguntou.

A Melody se mantinha calada.

–Ela empurrou a uma colega. –falei.

–Por que você fez isso filha? –o Broduey perguntou.

–Ela fez coisa feia também. –a Melody começou a chorar.

Ela estava sentada mas se levantou e veio até mim, ela esticou os braços para pedir colo, me abaixei e pequei-a no colo. Ela estava chorando mas cochichou em meu ouvido.

–Quero fala com você mamãe. –ela cochichou.

–Broduey, vou lá fora falar com a Melody e já volto. –falei dando um selinho nele.

Ele assentiu.

Me retirei do quarto e fui para a sala. Me sentei no sofá com a Melody no meu colo.

–O que foi? –ainda estava estressada pelo que ela fez.

–Eu só empurrei ela porque ela disse que... –ela começou a chorar.

–O que ela disse Melody? –perguntei.

–Ela disse que o papai não é meu pai. –ela encostou a cabeça em meu ombro.

–Por que ela disse isso? –perguntei preocupada.

–Ela disse que é impossível ele ser meu pai porque ele é preto. –ela já estava soluçando. –E disse que eu sô feia igual ele.

Não é a primeira vez que minha família sofre de racismo, e isso sempre afeta muito meus filhos.

–Melody. –chamei-a. –Ei filha, olha pra mim.

Ela me olhou.

–Ele é sim seu pai, e te ama muito, assim como eu. –beijei sua bochecha.

–Eu também te amo, mamãe. –ela me abraçou.

Levei-a de volta para o meu quarto colocando-a no chão depois que me sentei. Ela ainda estava deixando lagrimas caírem e estava com o rosto todo vermelho.

–Mamãe, papai. Eu sou feia? –a Melody perguntou a nós.

Eu e o Broduey nos olhamos.

Me levantei e pequei-a no colo, levei-a até o espelho.

–O que você acha? –perguntei.

–Sou bonita. –ela sorriu.

–Você é linda Melody, a menina mais encantadora que já vi. –o Broduey se levantou e ficou do nosso lado.

–Vocês também. –a Melody agarrou nossos pescoços.

Eu e o Broduey nos entreolhamos novamente. Ele se aproximou do meu rosto e me deu selinho.

–Toda nossa família é linda...

POV ANGIE

–E eu te amo. –dei um beijo no Germán.

Começamos a falar sobre as crianças e acabamos no assunto “Nosso casamento”.

Estávamos num beijo incrível, apaixonante, mas, fomos interrompidos pelo David.

–Mamãe... –ele me chamou com os olhos vermelhos.

Levei um susto e olhei pra ele.

–Oi amor. –acabei com o beijo e fui a direção dele.

–Eu vou trabalhar. –o Germán me deu um selinho e se retirou do cômodo.

–O que foi amor? –perguntei pegando-o. –Você estava chorando, o que foi?

Estava começando a ficar preocupada com o David. Resolvi colocar o verso da mão de leve em sua testa e bochechas, que estão queimando.

–Você está queimando em febre. –abracei-o.

Levei-o para o meu quarto e coloquei ele sentado na minha cama, pedi para que ele esperasse enquanto eu buscava o termômetro em meu armário. Coloquei o termômetro de baio do seu braço e esperei angustiada pelo resultado. Quando ouvi apitar pequei o termômetro na mão e olhei, 40° de febre, obviamente eu entrei em desespero.

–Eh meu pequeno. –beijei sua testa. –Vem cá. –pequei-o o colo.

–Ta duenu. –ele choramingou.

–Eu sei amor. –beijei sua bochecha.

–Tô calour. –ele continuou choramingando.

–Vou te dar um banho.

Levei-o para o banheiro, tirei toda sua roupa e coloquei-o na banheira com a água em temperatura, não gelada mas um pouco menor que temperatura ambiente. Ele está queimando em febre, ele está com a temperatura corporal alta. Depois do banho coloquei uma roupa um pouco mais leve nele para que ele ficasse confortável.

–Assim está melhor? –perguntei pegando-o da cama.

Ele assentiu triste.

–Eu vou lá falar com seu pai, quer ir comigo? –perguntei.

–Qué. –ele coçou os olhos.

Ela estava bem caído, e toda vez que ele está doente ele quer ficar no meu colo.

Fui até o escritório onde com certeza encontraria o Germán com aqueles óculos dele olhando para o computador e digitando. Bati na porta e ele me deu permissão para entrar então entrei.

–O que foi, meu amor? –ele se levantou e me deu um selinho.

–O David está doente. –falei.

–Vem cá filho. –o Germán pegou o David no colo. –O que foi?

–Tá duenu. –ele reclamou.

–Onde? –ele perguntou.

–Aqui, –ele apontou para a garganta. –e aqui. –ele apontou para a cabeça.

–Devo chamar o médico? –perguntei.

–Sim. –ele respondeu.

–Tá, -pequei o David no colo. –continue a trabalhar que eu chamo um médico.

Me retirei do escritório indo em direção a sala. Coloquei o David no sofá e liguei para o médico da família, ele chegaria em vinte minutos, isso significa, vinte minutos deitada com meu pequeno tentando acalma-lo. Desliguei o telefone e fui me sentar ao lado do David que subiu no meu colo.

–Tá duenu. –choramingou.

–Já vai passar meu amor...

Três anos depois

POV LEON

Minha viagem demorou um ano a mais do que deveria, mas finalmente depois de cinco anos estou voltando para Buenos Aires vou voltar pra casa, não vou para minha antiga casa pois não quero encontrar a Violetta, mas, aluguei um apartamento na cobertura de um dos melhores prédios de Buenos Aires.

A Lara está super-animada por ver a Luisa novamente, a Luisa está com 11 anos e a Lara não para quieta no banco do avião de tão ansiosa que está. Meus filhos estão com nove anos, imagino que eles estão lindos pois a Violetta me manda foto deles, ela nunca mandou a foto do filho que ela teve com o Diego, mas também, eu não quero vê-la, muito menos o filho dela e do Diego.

–Calma Lara, mais um pouco e o avião caí com tantos pulinhos que você tá dando. –ri.

–Leon, onde você está? –ela me olhou.

–Por quê? No avião. –respondi.

–Nós acabamos de pousar, o avião não vai cair. –ela riu.

–Já pousamos? –eu estava confuso.

–Uhum. –ela assentiu.

–Eu estava distraído.

–Percebi.

Desembarcamos e pegamos as malas, a Luisa ia estar esperando no aeroporto com a mãe da Lara. A Lara olhava em volta atenciosa para encontrar a filha, de repente vi ela largar as coisas e correr até uma direção, olhei melhor e vi a Lara rodando uma menina, obviamente é a Luisa.

–Eu estava com tanta saudade. –a Lara colocou a Luisa no chão.

–Eu também, mamãe. –a Luisa estava emocionada.

–Você está linda. –a Lara derramou uma lagrima.

–Você também. –a Luisa me olhou. –Oi tio Leon. –ela me abraçou.

–Oi Luisa, você está linda. –falei.

–Obrigada! –ela agradeceu.

Meu carro já está aqui, mandei ele dois dias antes e chegou hoje. A Lara foi com a mãe dela e eu fui no meu carro, fui para a casa da Violetta pois quero ver meus filhos, estou com tanta saudade deles que me dói, dói estar longe dos meus filhos e da Vil... Apenas dos meus filhos, a Violetta me traiu e não merece meu amor.

Cheguei na casa, e como tenho a chave não tem porque de eu tocar a campainha. Deixei as coisas no carro, queria apenas ver meus filhos.

Eu fiquei parado na frente da porta, suspirei com um frio na barriga.

Abri a porta e logo de cara vi a Violetta contando na parede de olhos fechados, provavelmente eles estavam brincando de esconde-esconde. Ela ouviu a porta se abrir então parou de contar e me olhou fixo nos olhos, os olhos dela estavam encharcados. Ela continuava a mesma, só que o cabelo que entes ia um pouco abaixo do ombro estava mais bonito, estava no meio das costas.

–Leon... –ela falou deixando uma lagrima cair.

Não ousei responder. Logo o Nathan, a Daisy e mais um menino, apareceram na sala, eles não olharam para a porta, foram direto para a Violetta.

–Por que você parou, mamãe? –o Nathan perguntou olhando para a Violetta.

A Violetta continuou me olhou, todas as crianças me olharam.

A Daisy e o Nathan arregalaram os olhos e correram até mim.

–PAPAI!!!!

Eles correram e me abraçaram forte.

POV VIOLETTA

Faz cinco anos que estou sem o Leon, e como vivo? Só vivo pelos meus filhos. O Nathan está com nove anos assim com a Daisy, e os gêmeos com cinco.

Eu estou em casa brincando com as crianças de esconde-esconde. A Kaila não está em casa pois está no psicólogo. Ela anda estranha, tive reclamações da escola, ela as vezes machuca os irmãos, tem reclamações da escola por ficar num canto da sala andando e não deixa ninguém se aproximar se não ela fica brava e já cuspiu em uma coleguinha, aqui em casa ela fica pulando na escada, cospe nos irmãos, mas ela fala que não é por querer, mandam ela fazer isso então todo sábado ela vai no psicólogo.

Eu estava contando encostada com o rosto na parede quando ouvi a porta se abrir, levei um susto pois só eu tenho a chave. Quando vi quem entrou meus olhos se encheram de água, meu coração disparou, meu corpo arrepiou e eu senti uma sensação de proteção ao encontrar aqueles olhos. Meu coração gritava “LEON! LEON! LEON! LEON!” e continuava a gritar.

As crianças apareceram do meu lado.

–Por que você parou, mamãe? –o Nathan perguntou me olhando.

Não respondi, apenas continuei olhando para aqueles encantadores olhos verdes que me dão uma sensação de proteção e amor. Eles olharam para onde eu estava olhando e ao ver o Leon correram na direção dele gritando.

–PAPAI!!!! –eles abraçaram o Leon.

O Leon os abraçava mas ao mesmo tempo me olhava com decepção, desprezo, chateado, ódio, tristeza, com cara de quem nunca queria ter me visto...


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Qual vai ser a reação de todos? Principalmente a Vilu e o Leon?