Acordei olhando a minha volta, estava no chão da casa nova de Katrin, Bazzir dormia encostado numa parede, Katrin em cima da cama, me levantei e fui até a janela deslumbrando a imagem da floresta verde por onde passava alguns coelhos correndo.

– Bom dia. – disse Katrin levantando de sua cama se espreguiçando

– Bom dia! – falei

– Se distraindo com a paisagem? – perguntou ela vindo até mim sorrindo

– É, estou. – respondi

Ficamos olhando para fora no silencio afiado.

– Desculpe, ok? Sei que você já era contra eu ficar naquela ruína e eu fui teimosa e fiquei! Não me arrependo de nada, mas entendo que tenha tentado me ajudar. – disse ela

– Não tem problema, você está e afinal entendo o que você fez. – falei

– Eu vou com vocês. – ela saiu da janela

Olhei na direção dela.

– Vai onde? – perguntei

– Com vocês! – respondeu ela rindo – atrás de Bonery, na ruína Dwemer, estou ansiosa por essa aventura!

– Acabou de conseguir uma casa nova. – falei

– E dai? – disse ela rindo

Sorri e sai da janela.

– Acorda! – exclamou Katrin chutando Bazzir de leve

– Eu já vou. – disse o Bretão virando para o outro lado

– Não temos tempo para dormir mais. – falei

Depois de Bazzir acordar e nos prepararmos, saímos da cabana de Katrin para o Colégio de Winterhold, a viagem foi rápida enquanto contávamos algumas novidades a Katrin e ela a nós, tivemos problemas com um tigre dente de sabre, mas foi fácil apaga-lo, quando chegamos à cidade de Winterhold, Katrin colocou sua capa e o capuz novamente, andamos em meio a cidade tentando esconde-la ao máximo, passamos pela ponte e entramos no colégio, fomos ao quarto de Bonery, a porta estava aberta.

– Bony? – chamei

– Sim. – disse a Nórdica atrás de nós

Nos viramos assustados.

– Bonery! – disse Katrin puxando seu capuz

– Katrin?! – exclamou Bonery com os olhos se enchendo de lágrimas

Elas se abraçaram.

– Desculpa, desculpa, desculpa! Eu nunca quis causar isso a você, por favor, me perdoa! – disse Bonery

Katrin sorriu limpando uma das lágrimas de Bonery.

– Nós precisamos da sua ajuda! – disse Bazzir

– Precisam? – ela levantou uma sobrancelha

– Precisamos que você encontre um artefato Dwemer no território de Riften. – expliquei

– Oh, sabem mais ou menos onde está? – perguntou ela

– Não, pode estar jogado no chão de uma caverna de Troll onde na estante de um homem rico. – disse Katrin

Bonery olhou para mim de forma significativa, suspirei vendo um pouco de sarcasmo n rosto dela.

– Sim, estou te pedindo para rouba-lo, se for preciso! – falei

Ela sorriu satisfeita.

– Ok, vamos descobrir onde está, farei isso para te recompensar, Katrin. – confirmou ela rindo

Saímos do colégio e fomos a Faahnu, ele nos levou até Riften, dessa vez Katrin e Bonery foram conversando no percurso todo, chegamos a cidade Riften, como sempre apreensiva com a presença de Bonery, ela nos guiou pelas ruas de madeira que passavam por cima do rio e depois descemos uma escada até um tipo de “subsolo da cidade”, onde entramos numa porta que levava a um lugar escuro, úmido e nojento, Bonery e Katrin puxaram as barras dos vestidos para andar sobre o chão molhado e descer escadas, andamos por aquele labirinto que a Nórdica conhecia muito bem, até chegarmos num local onde o corredor se alargou e virou uma sala redonda, no meio um lagoa artificial e atrás dela um grupo de pessoas, vestidos todos com roupas iguais, marrons e cheias de bolsos, muitos com relevos verdes que indicavam encantamentos.

– Sejam bem vindos a Guilda dos ladrões! – exclamou Bonery abrindo os braços

– Senhorita Bonery, esses são novos membros? – perguntou um Argoniano se agachando perto de Bonery para ficar na altura dela

– Não, eles estão aqui a procura de um trabalho nosso. – ela bateu palmas e todos os ladrões se reuniram em sua frente – Pessoal, esses são Katrin, Tinnaff e Bazzir, eles vieram aqui por um serviço nosso, estão a procura de um artefato Dwemer...

Os ladrões começaram a cochichar entre si.

– ...Pode estar em qualquer lugar, mas afinal, é de valor! Deve estar na casa de alguém aqui de Riften! Quero que saiam para cada casa dessa cidade e encontrem! – gritou Bonery

Tendo terminado suas palavras, todos os ladrões correram para uma saída por trás da Guilda que ia para a superfície.

– Vai dar certo? – perguntei levantando uma sobrancelha

– Oh, meu querido Khajiit, eu tenho Riften na palma da mão. Eles vão encontrar! – confirmou Bonery sorrindo

Saímos do subsolo e voltamos para a cidade, não demorou para que um deles voltasse com uma caneca Dwemer.

– Não! Precisa ser uma arma! – exclamou Bonery

– Sim, senhorita! – o ladrão voltou para a busca

Novamente bem rápido, um ladrão veio até nós, ele não trazia nada.

– Senhorita, não encontramos nenhuma arma Dwemer em nenhuma das casas, exceto essa, até que foi fácil, fácil demais. – ele tirou uma pequena adaga dourada de sua roupa e entregou a Bonery

– Katrin. – Bonery entregou a Katrin

A Imperial virou a lâmina numa posição que a luz do Sol refletiu nela e números apareceram, um sorriso se formou no rosto dela.

– Achamos. – disse ela olhando para mim e Bazzir

– Perfeito! – falei animado

Bonery deu a ordem e os ladrões voltaram para seu esconderijo abaixo de nossos pés.

– Obrigada mesmo, Bonery! – disse Katrin

– Espero que seja o bastante para você me perdoar, agora será que posso saber para que fizemos isso? – perguntou ela

Cruzamos olhares.

– Digamos que, os dragões estão de volta, mas o Dragonborn também! – falei

Eu, Bazzir e Katrin demos as costas e saímos da cidade dos ladrões sob o olhar curioso e confuso de Bonery.

– Nos guie, agora Katrin. – falei subindo nas costas de Faahnu

– Claro, vá por ali! – disse ela apontando uma direção enquanto olhava os números na adaga

Após todos terem subido, puxei as rédeas de Faahnu e fomos na direção da ruína desconhecida.