Diário de um Khajiit escrita por Lorde Rick Lefeaten


Capítulo 36
O Spriggan e o troll!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Acordei e bocejei olhando a minha volta até me lembrar onde estava, na caverna com Âlara, Faahnu estava acordado e soltou um relinchar quando me viu de olhos abertos, a elfa ainda dormia encostada ao meu ombro, levantei devagar para não incomoda-la e fui olhar o lado de fora, o Sol brilhava amarelado refletindo sua luz na neve branca, voltei para dentro, e acariciei Faahnu.

– Bom dia. – disse Âlara levantando do chão e se espreguiçando

Olhei na direção dela, ainda sentado ao lado do cavalo e sorri.

– Bom dia. – falei – dormiu bem?

– Acho que sim, e você? – perguntou ela

– Também, o dia está perfeito para continuarmos. – respondi

– Ótimo – ela pegou suas coisas e apalpou seu vestido desfazendo as dobras do tecido – vamos então?

– Com prazer. – me levantei e Faahnu fez o mesmo

Saímos da caverna montados em Faahnu e continuamos indo na direção de Markarth, conversamos enquanto as patas do cavalo afundavam na neve, até passarmos ao lado de uma mulher de capuz, ela não olhou para nós então seu rosto não ficou visível, quando sumimos entre as árvores, Âlara segurou em minha manga.

– Bruxa Harpia! – sussurrou ela

– Oque? – perguntei levantando uma sobrancelha

– É uma bruxa harpia – disse ela olhando para trás – uma mulher que faz pactos malignos para ter poderes acima do normal, depois de certo tempo elas começam a ficar com aparência horrível e poderes extremamente fortes.

– Por que não nos atacou? – perguntei

– Deve ser uma bruxa nova, ainda não tem poderes fortes, ou então sei lá! – respondeu ela – mas fique feliz por isso.

– Eu estou. – falei sorrindo

De repente de trás de uma árvore saiu uma criatura que parecia feita de madeira, tinha fios verdejantes e brilhantes passando como veias em seu corpo e galhadas sobre sua cabeça como um alce, um som irritante ecoava dela, Faahnu parou relinchando enquanto erguia as patas dianteiras, Âlara e eu caímos de duas costas para o chão.

– Spriggan! – Âlara gritou se levantando e tirando um adaga de sua bota

Peguei meu arco e atirei uma flecha que ficou cravada entre as estranhas do monstro, se é que ele tinha alguma... ele nos atacou estendendo sua mão de dedos finos e longos, uma furacão de folhas veio em nossa direção como uma tempestade, fui atingido e jogado para trás, um cervo saltou em cima de mim e me atacou suas galhadas, segurei os chifres que passavam perto de minha garganta quando Âlara saltou atrás dele e enfiou a adaga nas costas do animal que caiu no chão, ela virou para o Spriggan e o atacou com um feitiço de fogo que o fez entrar em chamas, logo depois Faahnu deu um coice na estranha criatura que caiu no chão, suas veias verdes param de brilhar.

– Oque foi isso?! – exclamei me levantando

– Um Spriggan, são seres misteriosos, mas conhecidos por proteger as florestas com suas vidas, é estranho que esteja aqui na tundra. – respondeu ela

– E por que aquele cervo me atacou também? – questionei olhando o animal morto

– Os Spriggans conseguem controlar os animais, o pobre animal estava sobre o efeito dele! – disse ela se agachando ao lado do cervo morto

– Pelo menos agora temos oque comer. – falei

Depois de comermos a carne, continuamos a jornada, passamos ao lado de uma pedra brilhante, que a elfa me explicou ser uma pedra que ajuda as pessoas a aumentarsuas habilidades, e existem outras por toda a Skyrim, passamos por alguns viajantes inclusive um grupo de Khajiits comerciantes com quem Âlara comprou algumas coisas, parece que alguém tem compulsão por compras! Também cruzamos o caminho de alguns Thalmors, não pareciam querer papo então nem tentamos, passamos por um acampamento Imperial, a entrada de ruína Dwemer, que não me trazia boas lembranças, e por perto de um acampamento de gigantes, eu estava curioso pela vida dessa raça enorme, mas Âlara me avisou que eles são pacíficos mas não gostam de aproximação, se sentem ameaçados e eles podem facilmente fazer eu sair voando com aqueles martelos que levavam, literalmente. Eu já havia feito aquele caminho alguma vezes, mas nunca tinha me atentado aos pequenos detalhes que tanto me deixaram feliz e me escapar sorrisos, talvez nem fossem coisas tão interessantes, mas a forma como ela falava e descrevia, fazia ser impressionante, embora seja um lugar de muitos perigos e difícil de se viver, era impossível se notar isso quando se estava olhando para aquilo. Nós finalmente avistamos ao longe, o fim da tundra, Faahnu apertou o passo animado enquanto o cenário ia de tundra para pântano, ao chegar lá, descemos dele enquanto se deleitava na grama baixa.

– Nossa! Ele estava com fome! – disse Âlara rindo com as mãos em frente a boca

Eu ri.

– Faz tempo que ele não vê grama em meio a neve. – acaricie a cabeça do cavalo – pode comer, amigo, nós esperamos.

Enquanto ele puxava as fortes raízes com seus dentes, eu e a elfa fomos para perto de uma árvore que ela passou a mão por entre a casca.

– As árvores escondem segredos que ninguém até hoje conseguiu decifrar – ela tirou uma parte da casca e olhou para uma madeira mais clara por dentro – talvez estes segredos não tenham sido feitos para serem descobertos.

O conceito de que árvores guardavam segredos parecia frase de louco, nunca havia ouvido frases como essa, mas acho que entendi oque ela dizer, sobre os segredos das florestas! Em Elsweyr as florestas não eram conhecidas por guardas segredos e sim perigos e morte, aqui eles as veem como algo sábio. Eu ia responde-la, mas antes que pudesse um troll do gelo saltou para cima de nós e nos atacou com seus braços longos, ela desviou do ataque se abaixando e fui para trás da árvore. O troll bateu com as mãos no peito e rugiu para o alto mostrando suas presas enormes, saquei uma flecha e atirei na direção dele ficando-a em seu braço esquerdo, ele gemeu de dor, mas logo seu ferimento se curou sozinho. Levantei uma sobrancelha assustado e ele me atacou de novo, desviei e tentei ataca-lo mas ele me segurou contra a árvore e deixei meu arco cair, gemi de dor enquanto ele apertava meus ossos, tirei um dos braços e passei minhas garras de gato no rosto dele que me largou, peguei uma flecha e enfiei em seu pescoço, mas ele me bateu novamente e eu cai para o lado, o monstro rugiu em cima de mim e quando foi dar um ultimo ataque, Faahnu relinchou atrás dele, chamando sua atenção enquanto Âlara saltou e cortou a cabeça dele com uma espada. Levantei ofegante.

– Você está bem? – perguntou ela olhando minhas roupas sujas de lama

– Estou, estou sim, obrigado – respondi passando as mãos sobre o tecido e tirando o máximo de lama – será que não teremos momentos para conversar sem sermos atacados por algo? – falei rindo

Ela riu.

– Acho que não – respondeu ela

– Onde achou a espada? – perguntei

– Peguei ontem, lá no Colégio – disse ela passando a mão pela lâmina cor de platina

Faahnu relinchou batendo a pata no chão.

– Desculpe, amigo, obrigado a você também! – falei acariciando a cabeça dele

Ele fechou os olhos e moveu a cabeça sobre minhas mãos, voltamos a andar pelo pântano em direção a cidade da elfa, enquanto passávamos pelas árvores baixas e contorcidas, eu e ela conversávamos, o Sol já estava se pondo quando chegamos a parte de floresta outonal, os raios solares alaranjados passavam por entre as folhas amarelas e alcançavam a gente, o rosto de Âlara com sua pele élfica de cor exótica ficavam iluminadas com isso.

– Estamos chegando. – ela abraçou meu braço – gostei de viajar com você!

– Eu também – falei sorrindo – obrigado mesmo por ter me salvo do troll...

– Não tem de que – ela puxou uma mexa para trás da orelha sorrindo

Nós avistamos uma raposa com a pata ferida, ela estava jogada ao chão com a pata sangrando e agonizando, deve ter ficado presa numa armadilha de urso, descemos de Faahnu e fomos até ela.

– Pobre animal! – Âlara passou a mão sobre o ferimento e a raposa gritou – desculpe!

Olhei para as duas.

– Tenho dó dela. – falei

– Eu posso cura-la... – ela fez alguns movimentos com a mão de forma que uma magia amarela apareceu em suas mãos, ela apontou para a raposa e logo o ferimento se curou

O animal levantou e olhou assustado para nós, ele se afastou alguns passos, fez um som característico e saiu correndo.

– Ela disse obrigado – disse Âlara rindo

– Como sabe? – perguntei

Ela me olhou levantando uma sobrancelha.

– Lembra que falei dos segredos? Não leve as coisas ao pé da letra, eles são animais e são seres puros, mesmo que não tenha dito a palavra “Obrigado” ela está agradecido, tenho certeza. – disse ela

Talvez ela tivesse razão, eu estava olhando muito para a lógica e pouco para o impossível, coisas impossíveis aconteciam em Skyrim, e ela acaba de me ensinar isso, encarei ela por alguns segundos e ela a mim, nós dois sorrimos, não aguentava mais olhar para a beleza dela brilhando como uma pedra preciosa, suspirei e a beijei.


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Notas finais do capítulo

*-* Ok, eu estava inspirado para romance hoje, desculpe! huehuehuehuehuehuehue



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