Diário de um Khajiit escrita por Lorde Rick Lefeaten


Capítulo 37
Aracnofobia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Me afastei de Âlara assustado, não sabia que reação ela teria, ela deu uma risada e me beijou de novo, eu arregalei os olhos, não imaginei que ela teria gostado! Ela se afastou e ficou me encarando com um sorriso.

– Errrr... eu não sei exatamente oque dizer... – falei com um sorriso sem graça

Minhas bochechas estavam vermelhas, apesar de não dar para notar em baixo do pelo espesso de Khajiit. Ela riu novamente colocando a mão na frente da boca.

– Isso é tão fofinho – disse ela apertando minha bochecha

– Ainda não sei oque dizer. – falei rindo

– Não precisa dizer nada, vamos, estamos perto! – ela saltou para cima de Faahnu e me estendeu a mão

Subimos no cavalo e continuamos o resto da viagem em silencio, eu não conseguia parar de pensar naquilo, eu beijei ela! Oque se passava na minha mente naquele momento? Ou melhor, oque não se passava? Nós avistamos os portões bonitos de Markarth, paramos Faahnu no estabulo da frente da cidade, dei duas batidinhas nas costas dele e fomos para dentro. Ao lado de dentro, me lembrei da primeira vez que estivemos lá, morros nascendo do meio da cidade, casas desordenadas, construídas em qualquer lugar e outras coisas do tipo, subimos um dos morros para a casa de Âlara, chegando lá, ela bateu na porta algumas vezes, mas ninguém atendeu.

– Será que não estão? – perguntei

– Como podem não estar? Na maior parte do tempo meu pai não está em casa, mas minha mãe está sempre! – disse ela parecendo preocupada

– Calma, podem estar comprando algo. – falei batendo na porta

Ela abaixou a cabeça e viu um papel preso abaixo da porta, ela o pegou e o começou a ler para si mesma.

– Ah! Droga, eles foram viajar! Devem ter me enviado uma carta, mas nós já havíamos saído. – reclamou Âlara parecendo com raiva

– Toda essa viagem foi em vão? – perguntei rindo, em vão não era exatamente a palavra

– Parece que sim, desculpe. – disse ela sorrindo

– Não tem problema, vamos voltar então? – perguntei

– Acho que sim, a menos que tenha outros planos. – respondeu ela olhando para a cidade

– Acho que não. – falei

Ela concordou com a cabeça, descemos de volta a cidade, onde ela parou para comprar algumas coisas, de novo, depois fomos para Faahnu, montamos e fomos para a estrada, fizemos o mesmo caminho de antes, passando pelas mesmas coisas, mas agora, calados, cada um tirando suas próprias conclusões sobre cada coisa, enquanto passávamos pelo pântano, abaixo de uma árvore, uma aranha congelante saltou dela e caiu na frente de Faahnu, o cavalo ergueu as patas dianteiras, mas dessa vez nos seguramos e não caímos dele, eu olhei para a criatura que nos atacava, algo estranho percorreu meu corpo, um frio na espinha, e um nojo extremo, não conseguia manter o olhar nela, e tive que fechar os olhos, Âlara saltou de Faahnu com a espada em mãos e atacou aranha, o cavalo, por sua vez, abaixou as patas em cima do aracnídeo que foi esmagado.

– Você está bem? – perguntou Âlara olhando para meu rosto

– Estou... bem, na verdade não, não sei oque aconteceu não consegui olhar, e nem fazer nada, eu paralisei! – falei abrindo os olhos e piscando eles inúmeras vezes

Ela riu subindo em Faahnu que voltou a andar.

– Você tem aracnofobia? – perguntou ela rindo

Levantei uma sobrancelha.

– Oque é isso? – perguntei

– Medo de aranhas. – respondeu ela

– Não, pelo menos acho que não. – falei pensando sobre o assunto

Eu nunca vi uma aranha antes, não assim, só aquelas pequenas de canto de parede que tinha aos montes na minha casa em Elsweyr, agora essas “aranhas congelantes” podiam chegar a ter o tamanho de uma pessoa, tinha oito pernas arqueadas enormes e presas colossais abaixo de um conjunto de inúmeros olhos, e devo admitir que isso me incomodava demais! Só de pensar já sentia calafrios.

– Na verdade, nunca vi uma aranha dessas antes. – completei

Ela colocou a mão no queixo.

– Bem, então tenho essa noticia para te dar, você é aracnofóbico. – disse ela rindo – chega a ser engraçado, você enfrentou os guardas quando queriam levar Katrinm enfrentou um Spriggan e um Troll na vinda dessa viagem, devem ter enfrentado muito mais perigos na vinda de Elsweyr para cá e quando chega aqui descobre que seu grande medo é de... aranhas.

Eu ri, realmente chegava a ser engraçada, como eu podia ter medo de aranhas? Já lutei contra três dragões e não consegui acabar com uma única aranha que não chegava nem na minha cintura? Continuamos a viagem até chegarmos em um acampamento Stormcloak.

– Pare aqui! – disse ela

– Aqui? – perguntei olhando para os soldados vestindo armaduras Stormcloak com símbolos de ursos e cores entre o marrom e o azul – oque quer fazer aqui?

Ela apontou para céu que escurecia.

– Vamos dormir, amanhã continuamos. – respondeu ela

– Os soldados deixam a gente ficar? – pergunte descendo de Faahnu

– Eles só precisam de um pouco de persuasão! – disse ela descendo logo depois

Fomos até o acampamento onde todos olharam para nós, eram todos nórdicos, um deles vestindo pele de urso como uma capa sobre seus ombros largos e músculos de veias saltadas se aproximou de nós e se abaixou dando uma leve risada, os olhos deles radiavam sarcasmo e falsa soberania.

– Ora, uma Elfa Suprema – disse ele olhando para Âlara – e um Khajiit – disse ele olhando para mim – as duas raças mais honradas não é mesmo?!

Todos riram com suas vozes fortes, estava óbvio que estavam caçoando de nós e nossas raças.

– Meu nome é Tinnaff – todos pararam de rir e olharam em minha direção – que significa honra, e o seu?

– Talos foi misericordioso ao dar tal nome a uma raça tão inferior, meu nome não é interessante para vocês, me chamem de general! – respondeu ele se levantando

– General, eu e Tinnaff queremos ficar no seu acampamento pela noite, por favor – disse Âlara as mãos nas costas

– Qual o seu nome? – perguntou o general com a mão em sua barba branca

– Meu nome não é interessante para você, me chame de Elfa. – disse ela cruzando os braços e ficando com o rosto sério

O general arqueou sua coluna para trás fazendo um rosto de espanto.

– Cuidado como fala comigo, menina, estou em um cargo acima do seu, bem acima. – disse ele dando batidinhas na cabeça dela

– Eu sou filha de um general Thalmor! Você simplesmente não sabe a patente que tenho, Nórdico! – gritou ela

A coisa estava ficando séria, dei alguns passos atrás segurando no braço dela quando o general se virou para nós com raiva.

– Acho melhor irmos agora. – falei

– Eles não farão nada... – disse ela confiante

– Por que não ter uma cabeça de elfo a mais? – disse o general rindo e colocando os dedos no pescoço fino de Âlara

– Agora é um bom momento de correr. – disse ela

Ela jogou um feitiço no chão que fez uma névoa se formar a nossa volta, o general cambaleou para trás, eu assoviei e Faahnu veio correndo, subimos nele que saiu galopando.

– Para os cavalos! – gritou o general levantando uma espada

Os soldados foram para seus cavalos e começaram a nos perseguir pela neve.


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Notas finais do capítulo

Comentem!



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