Diário de um Khajiit escrita por Lorde Rick Lefeaten


Capítulo 32
"Nunca tive uma familia, não de sangue..."


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas tá aqui! Espero que gostem!



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Acordei assustado e ofegante, me sentindo fraco, olhei em volta, eu estava na entrada da ruina Dwemer onde fui com Katrin, Faahnu estava do meu lado me olhando atentamente, levantei com dificuldade e tentei entrar novamente na ruina, mas estava bloqueada por uma grossa camada de gelo.

– Droga! Katrin! – gritei batendo na parede de gelo com força, mas nada acontecia – ela voltou para dentro Faahnu?

O cavalo relinchou e bateu a pata no chão olhando para dentro da ruina.

– Eu temia isso. – fui até ele e montei em seu dorso – vamos para Solitude, os pais dela tem o direito de saber

Faahnu saiu trotando em direção a Solitude, ao chegarmos no portão desci dele num pulo rápido e entrei na cidade com pressa, corri para a casa de Katrin e bati na porta varias vezes, ninguém atendeu, me encostei na porta e deslizei até o chão com a cabeça baixa, eu ainda estava me sentindo bem fraco, seja qual for a magia que ela usou em mim, tinha um efeito duradouro.

– Posso ajudar? – perguntou Kaarin, a mãe de Katrin, aparecendo na minha frente com uma sacola cheia de maçãs

Olhei para ela, tentando cumprimentar, mas mal conseguia formular uma palavra no momento.

– Sim, pode. – falei

– Ah, você é aquele amigo da Katrin, ela está lá dentro, entre! – disse Kaarin abrindo a porta, ela entrou na casa e me puxou para dentro fechando a porta atrás de mim – Katrin! Seu amigo está aqui!

– Você não entende oque está... acontecendo... – falei entre um suspiro e outro

– Agora não posso falar, Khajiit, vou fazer uma torta de maçãs, a Katrin adora! Ela deve estar lá em cima, se quiser ir lá... – ela mal dava tempo para eu falar

– A Katrin não está aqui! – gritei fazendo o máximo de força, minha cabeça caiu sobre a mesa com o cansaço, nem o grito de dragão que Laasalun me ensinou me deixou tão exausto

Ela me olhou levantando uma sobrancelha.

– Katrin? – chamou ela olhando para escada, nada aconteceu – Katrin?

Kaarin foi até a escada e subiu chamando o nome de Katrin, ela desceu correndo tempo depois com um rosto preocupado.

– Onde está minha filha? – perguntou ela olhando para mim

Hesitei um pouco, mas contei a história toda a ela, ela se sentou ainda parecendo preocupada.

– Não pode ser! Vou mandar guardas atrás dela! – exclamou Kaarin andando em círculos pela sala

– Não pode fazer isso, ela está mais vampira do que nunca, vão mata-la! – falei

Kaarin começou a chorar e se sentou na cadeira colocando a mão no rosto.

– Saía, por favor, quero ficar sozinha. – disse ela com a voz baixa

Me levantei e sai da casa fui andando devagar até a entrada da cidade, estava me sentindo mais fraco a cada minuto, ao chegar perto de Faahnu cai em cima dele de cansaço, minhas pernas não estavam mais me aguentando de pé.

– Vamos para a casa de Laasalun, rápido. – falei segurando com dificuldade as rédeas

Foi oque fizemos ao chegar lá, eu não conseguia descer de Faahnu, o cavalo foi até a porta e relinchou alto, Laasalun abriu a porta e arregalou os olhos, ele me tirou do dorso de Faahnu antes que eu, mais uma vez, desmaiei, dessa vez acordei me sentindo mais forte, do lado da lareira de Laasalun, o velho Bretão estava lendo um livro sentado numa cadeira do meu lado.

– Ah, que bom que você acordou, por um momento pensei que nosso Dragonborn ia morrer. – disse Laasalun com um ar despreocupado

– Oque aconteceu? – perguntei

– Você foi atingido com uma magia de esgotamento, só vampiros podem usa-la, essa magia drena pouco a pouco a força do inimigo até que ele mal consiga se mover e morra, estava lutando contra um vampiro né? – perguntou ele

– Não, foi uma outra coisa... – respondi

Ele sorriu.

– Está bem, eu já cuidei de você, algumas poções e pronto, está se sentindo melhor? – perguntou ele

– Estou, obrigado. – respondi

Ele fechou o livro e o colocou numa prateleira, depois veio até mim, uma musica harmoniosa e ao mesmo tempo aterrorizante ecoava pelo cômodo.

– Oque é isso? – perguntei deitando minha cabeça novamente

– Isso oque? – perguntou ele

– A musica, está incomodando. – falei

Ele se virou e pegou um vaso encharcado de água, tinha uma planta de verde bem claro e com folhas grandes dele dentro, ela também soltava uma luminosidade muito grande.

– É daqui! – respondeu ele

Levantei uma sobrancelha.

– Da planta? – questionei, a ideia que uma planta produzia som era ridícula.

– É, da planta, ninguém sabe como, nem por que dela fazer isso, mas essa é a única planta capaz, ela tem uma história muito interessante, além de ter propriedades mágicas e de alquimia. – esclareceu ele – ela se chama Raiz de Nirn.

– É bonita, mas esse som constante não te incomoda? – perguntei

– As vezes você vive tanto com as coisas incomodas, que acaba se adaptando e aprendendo a ter prazer com a presença delas, o som dela para mim é como fogo para um dragão, essencial. – respondeu ele – eu tenho essa desde que me mudei para cá.

– Com sua família? – perguntei

– Eu nunca tive uma família, não de sangue, desde que me conheço por Bretão eu morava com uns anciãos não muito longe daqui, perto de Morthal, eles me criaram desde pequeno, e se recusavam a dizer como fui parar lá, eu fui treinado por eles em todas as matérias! Principalmente as que eu mais usaria, magia de destruição, restauração e alquimia, certo dia, um deles que era como um pai para mim, chamado Laritian, me contou a história do Dragonborn, ele vivia dizendo que Alduin estava perto de voltar, mas todos riam dele, os outros anciãos tinham grande respeito por ele, mesmo assim não acreditavam, ele me treinou com gritos de dragão e com tudo que sei. – contou ele se sentando novamente na cadeira do meu lado

– Oque significa o nome dele? – perguntei

– Laritian? Não tem significado, é simplesmente uma palavra como todas as outras. – respondeu ele

Nossa! Como pais poderiam deixar o filho sem um significado no nome? Os nomes tem significado pois na crença de Tamriel isso irá repercutir no futuro da pessoa, é como se, seu nome fosse melhorar seu futuro de alguma forma, e Laritian não tinha significado... oque será que seria dele?

– E oque houve depois? Como veio parar aqui? – perguntei

– Os anciãos sempre foram de ter grande poder magico, porém, eles eram todos de raças humanas, Nórdicos, Imperiais, Bretões e Redguards, por isso, quando a Grande Guerra aconteceu, e os Elfos Supremos invadiram o lugar onde vivíamos eles acabaram com todos os anciãos usando a magia, já que os Elfos Supremos tem muito mais poder magico que os humanos, Laritian me pôs num cavalo e me mandou para o mais longe possível, a única coisa que ele me deu para lembrar deles foi essa Raiz de Nirn, que na época ainda era um brotinho. Enquanto o cavalo se afastava comigo nas costas, eu via minha casa, os anciãos e Laritian serem massacrados pelo Elfos, na época eu tinha 18 anos, diferente do que Laritian tinha planejado, o cavalo não conseguiu chegar muito longe, quando estava passando por esse pântano, ele tropeçou e eu cai das costas dele, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, uma aranha congelante enorme atacou o cavalo, eu fui covarde no momento e corri sem direção no meio da neblina densa, até dar de cara com essa cabana, literalmente, “dar de cara”, pois quando estava correndo não tive tempo de parar e dei uma cabeçada nela – disse ele dando uma leve risada

Eu ri junto a ele.

– Entrei na cabana correndo e fechei a porta, tinha um esqueleto jogado no canto dela com sangue seco a sua volta, provavelmente do ultimo morador desse lugar, eu passei os outros 10 anos da minha vida trancado aqui dentro, eu saia no máximo até uma árvore para pegar frutas para comer, o meu medo e minha raiva dos Elfos Supremos me corroíam por dentro... – uma lágrima escorreu do olho esquerdo de Laasalun, mas ele manteve o rosto sério

– Não guarda ressentimento dos Elfos? – perguntei

– Não, aprendi que não vale a pena guardar rancor, eles estavam fazendo oque tinham que fazer, Laritian e os outros anciãos tiveram uma morte honrada, pelo menos morreram lutando, melhor que morrer doente numa cama. – disse ele limpando a lágrima

A cada dia Laasalun me dava mais motivos para admira-lo.


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Notas finais do capítulo

Pobre Laasalun!



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