Âlara me viu saindo da sala e veio até mim.

– Então, está aproveitando o novo arco? – perguntou ela

– Ainda não tive chance de usa-lo. – respondi

– Podíamos ir novamente na montanha aqui de Winterhold, dai você vai poder usa-lo! – disse ela animada

– Claro. – respondi

– Perfeito! Quando sairmos daqui nós vamos então! – disse ela

Sentamos no mesmo lugar que o dia anterior e ficamos esperando a aula passar, feito isso saímos do colégio e fomos correndo para a montanha, estava nevando.

– Ainda se lembra a primeira vez que viemos? – perguntou ela

Falado isso a primeira imagem que veio a mente foi de quando olhei para ela naquela dia e percebi como ela era bonita.

– Claro que me lembro, nem faz tanto tempo assim... – falei

Ela sorriu, chegando lá em cima já havia parado de nevar, avistamos uma cabra cavando a neve com o casco.

– O alvo perfeito. – disse ela apontando para a cabra

Me agachei, mirei e disparei, a flecha saiu em direção a cabra deixando um rastro vermelho que se desfazia no vento, ela acertou o pescoço do animal que entrou em chamas com o impacto da flecha e caiu no chão.

– Hum... é isso que o feitiço dano de fogo faz? – perguntei sarcasticamente

Ela riu.

– Pensou que fosse oque... – disse ela

Fomos até a cabra e tiramos a flecha que eu devolvi na minha aljava, Âlara bateu palmas, continuamos fazendo isso mais algumas vezes e no final nos sentamos na beirada de uma pedra e ficamos conversando.

– Você já viajou a algum lugar fora de Elsweyr quando ainda morava lá? – perguntou ela

– Não, nunca sai de lá, Skyrim foi o primeiro lugar... – respondi

– Veio direto do calor de verão de Elsweyr para o frio de inverno de Skyrim? Demorou para se acostumar? – perguntou ela

– Não, até que já acostumei... com tudo... – respondi

– “Tudo”? – perguntou ela

– É, o frio é o menor problema que esse lugar tem. – respondi

– Fala de que? – perguntou ela me olhando

– Deixa pra lá! – falei gesticulando, não sei se Âlara gostaria de eu falar dos problemas de Skyrim sendo que a cidade dela é um dos principais lugares de onde falaria

Ela não respondeu e continuou olhando para o nada.

– Lá já é Morrowind. – disse ela apontando para um dos lados

– Morrowind? – perguntei

– É, é o país que faz fronteira com o leste de Skyrim. – disse ela

– Dessa parte eu sei, mas não imaginei que ficasse tão perto! – falei

Ela riu.

– E não fica, só parece mesmo, mas tenta ir andando até lá! Você morre antes da metade. – disse ela

Eu ri.

– Bem, vamos voltar? – perguntou ela se levantando

– Claro. – me levantei junto a ela

De repente sentimos o vento aumentar e ouvimos um bater de asas cortando o ar, olhamos para trás e havia um dragão voando sobre nós.

– Oh! Por Azura! Aquilo é... é... – ela gaguejava de medo enquanto dava passos longos para trás – Dragão!

Preparei uma flecha no arco e apontei para ele, mas não podia atirar ele estava voando longe, acima de nós.

– Acho que ainda não nos viu... – sussurrei

Nos abaixamos e fomos para trás de uma pedra, ouvi ela resmungando alguma coisa baixinho.

– Oque está fazendo? – perguntei

– Rezando a todos os deuses que conheço, Nocturnal, Azura, Molag, até Talos se for preciso! – respondeu ela tremendo de medo

– Ok, a visão dele é mais privilegiada que a nossa, vou tentar distraí-lo e você corre para Winterhold está bem? – perguntei

Ela concordou com a cabeça, sai de trás da pedra e fui ainda agachado para perto de outra, onde eu mirei no dragão e atirei, a flecha saiu em disparada, não o atingiu por estar muito longe, mas chamou sua atenção, o animal começou a descer. Olhei para Âlara, ela saiu de trás de pedra e foi correndo em direção a Winterhold, achei que ela fosse conseguir, mas o dragão a viu e mergulhou em sua direção.

– Âlara! Corre! – gritei

Ela olhou para trás e viu o dragão, deu um grito estridente e correu para trás de uma árvore, o dragão interrompeu seu voo enroscando suas asas na árvore, ele pousou. Preparei outra flecha e atirei, o dragão entrou em chamas por causa do encantamento do meu arco, mas não fez grande efeito, ele logo se levantou e se virou para mim bufando fumaça pelo nariz, Âlara saiu da árvore e voltou a correr para Winterhold.

– Que os deuses tenham piedade de você, dragão! – gritei preparando uma flecha

– Você morre hoje, Khajiit! – disse o dragão

Eu fiquei meio surpreso, não sabia que dragões falavam! Atirei a flecha que atingiu o nariz do dragão, ele levantou a cabeça e deu um rugido para o alto, abaixou novamente e me olhou com raiva, abriu a boca e cuspiu fogo em minha direção, desviei institivamente me jogando no chão, e levantei.

– Você é patético! – exclamou o dragão

– Pelo menos não sou um lagarto superdesenvolvido com asas! – falei

Ele virou e começou a debater a cauda tentando me acertar, quando ele conseguiu, me segurei na ponta de sua cauda, ele ergueu sua cauda escamosa que me jogou em suas costas, peguei uma flecha e enfiei em seu pescoço, ele novamente deu um rugido ardido ao céu e começou a chacoalhar a cabeça, me segurei e tampei os ouvidos tentando me prevenir do rugido estoura tímpanos dele, subi pelo seu pescoço tirei outra flecha da aljava e enfiei em seu olho, ele caiu batendo a cabeça forte contra o chão, e seu olho começou a jorrar sangue, desci dele.

– Você não vai durar nada, nem você nem o mundo que atualmente conhece, Alduin está a caminho da destruição de Skyrim e depois de toda a Tamriel, e você não pode impedir! – exclamou o dragão sem se levantar parecendo fraco

Peguei a flecha e enfiei na cabeça dele dando um fim ao monstro, logo o corpo dele começou a se desfazer e uma luz saiu dele e veio para meu corpo, assim como o dragão que havia matado anteriormente, desci a montanha e voltei a Winterhold, encontrei Âlara chorando muito com Bawh e Bazzir ao seu lado, quando ela me viu, limpou os olhos e veio correndo na minha direção, me abraçou mais forte do que nunca, nem sabia que ela tinha toda aquela força.

– Você está vivo! Graças aos deuses! Obrigada, obrigada, obrigada...! – disse ela olhando para o céu – eu tentei avisar os guardas sobre o dragão, mas não acreditaram em mim!

– Sim... estou vivo, quase nem estou machucado. – na verdade eu só não estava com feridas a vista, mas por dentro estava sentindo como se estivesse com todos os ossos quebrados

– Oque aconteceu com o dragão? – perguntou ela

Bazzir e Bawh arregalaram os olhos e me observaram esperando uma resposta.

– Eu matei. – respondi

Ela sorriu, mas não sei se acreditou em mim.

– Como um dragão veio parar aqui?! Era para estarem extintos! – exclamou Âlara

– E estão... – disse Azyra, a coordenadora do colégio, aparecendo atrás de Bawh e Bazzir – Eu não quero ouvir falar de dragões novamente, um cidadão de Windhelm disse a alguns dias ter visto um dragão vindo na direção de Winterhold, e isso diminuiu muito a taxa de inscrições no colégio! Se ouvirem mais uma vez sobre dragões aqui é capaz que ninguém mais queira vir para cá!

– Como quiser. – disse Âlara

Permaneci calado enquanto Azyra voltava para o colégio. Aquele dragão falou, ele falou! E disse que Alduin estava querendo destruir toda a Tamriel? Bem eu não vou sair acreditando em qualquer dragão falante que tentar me matar, voltamos para o colégio e fomos para nossos dormitórios já estava ficando tarde então fomos dormir. Durante a noite peguei uma adaga e fiz um pequeno corte no dedo de Bazzir, eu precisava levar o sangue dele para Katrin no dia seguinte e ele tinha um sono bem pesado então acho que não notaria, coloquei o sangue num pote e guardei em baixo na minha cama.