Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 26
Scott


Notas iniciais do capítulo

E EU VOLTEI :vvv
Opa, abaixem essas pedras, ok? Capítulo novo chegou, e está com várias surpresinhas!
~não~
Ok, sem mais delongas: Boa leitura.



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Despertei com o corpo totalmente dolorido. As pernas doíam, os braços doíam, mas nenhuma das dores se comparava com a da cabeça. Por um momento fiquei em duvida se eles haviam me sequestrado ou me jogado contra a parede várias vezes.

  Abri os olhos, a visão ainda não estava totalmente melhor, mas eu podia ver com mais clareza. Olhei para o meu corpo. Minha blusa estava manchada com sangue, que provavelmente havia saído da minha testa. Minhas pernas estavam com alguns cortes, mas não eram tão graves. Olhei para os meus pulsos, que estavam algemados na cadeira feita de alguma madeira grossa. Tentei inutilmente soltar meu braço, mas era impossível.

  Olhei ao meu redor. Pelo visto eu estava num... Escritório? Sim, parecia um escritório. Ao meu lado tinha uma cadeira idêntica a minha e na frente havia uma mesa gigante de madeira com várias coisas encima. Do outro lado da mesa, uma cadeira preta totalmente confortável e acolchoada. As paredes eram vermelhas e havia algumas estantes com livros. Também dava para perceber alguns quadros, que tinham pinturas estranhas.

  -Ah, você acordou. –Disse uma voz atrás de mim.

  Olhei na direção da voz e vi um homem fechando uma pesada porta de madeira. Ele estava segurando uma caneca branca e vinha em minha direção.

  -Tive que buscar café. –Ele tomou um gole. –É um verdadeiro tédio esperar uma pessoa acordar, acredite.

  Permaneci em silêncio. Ou ele não havia percebido que eu estava totalmente ferida e algemada, ou estava zoando comigo. Provavelmente, era a opção dois.

  -Confortável?

   Sim, era a opção dois.

   -Por que está tão calada? Eu não me lembro de ter cortado a sua língua.

   Olhei para o homem e tentei fingir que estava levando tudo numa boa.

   -Quem é você? –Perguntei.

   -Não me apresentei? Nossa, que tolice a minha. –Ele pousou a caneca sobre a mesa. –Meu nome é Scott, uma das pessoas mais importantes desse...

   -Permita-me dizer, mas essa não foi sua única tolice, Sr Scott. –Falei.

  O sorriso dele se desmanchou e sua face foi tomada pelo ódio. Ele virou o rosto por uns segundos e veio até mim, parando bem na minha frente. Rapidamente um estalo soou nos meus ouvidos e o lado direito do meu rosto foi consumido pela dor.

  Uma lágrima escorregou pelo meu rosto e eu fechei os olhos. Ouvi passos se distanciando e os abri novamente, Scott havia se afastado de mim. Voltou para trás de sua mesa e sentou na sua linda cadeira totalmente negra. Seus olhos vermelhos se moviam enquanto ele amaciava sua própria mão.

  -Nunca faça uma pessoa perder o humor.–Ele falou, dando outro gole na sua caneca.

  -O que você quer de mim? –Perguntei, tentando reprimir o medo.

  -De você? Nada... –Ele respondeu, passando a mão nos seus cabelos negros. –Você é inútil. Na verdade, nós queremos o seu amiguinho Rudolph. 

  -Namorado. –Corrigi. –Ele é o meu namorado.

  -Eu não te perguntei. –Ele bebeu mais um gole do seu café. –Você tem que aprender a calar a boca, está começando a me irritar.

  Eu não sabia se estava sentindo medo, ódio ou os dois juntos.

   -Continuando o que eu estava falando... –Ele levantou. –Nós queremos Rudolph Ehrlich.

   Scott puxou a cadeira, que estava vazia ao meu lado, para perto de mim e se sentou nela.

   -Sabe por que o queremos? –Ele perguntou. Eu neguei com a cabeça, então ele continuou a falar. –Porque ele é uma pessoa importante. E sabe o que eu faço com pessoas importantes no meu caminho? Mato todas elas.

   O medo percorreu meu corpo. Eu não era importante para ele, então... Eu ficarei viva?

  -Você na verdade é só uma isca. –Ele levantou e foi até o seu valioso café. –O filho da mãe do seu namoradinho é todo rebelde e nervosinho.

  Ele revirou os olhos.

  -Enquanto meus guardas lutavam com ele, eu tive uma ideia brilhante. –Ele sorriu, pelo visto se considerava mesmo uma pessoa brilhante. –Pra que sequestrar um cara ridículo que iria lutar até o fim, se eu poderia sequestrar alguém muito mais fraco?

   Pelo visto sequestrar e matar eram coisas normais para ele.

   -Agora que eu sei que ele é seu namorado, parece que peguei a pessoa certa. –Ele sorriu para mim. –Alguma pergunta?

    -Você quer que ele troque minha vida pela dele? –Indaguei.

    -Exatamente. –Ele respondeu. –Eu quero que ele se entregue e não que lute parecendo um idiota.

    -Você acha que ele vai se entregar? –Perguntei, tentando não ofendê-lo.

    -Ele tem no máximo duas semanas para se entregar. –Scott olhou para mim. –Se ele não fizer isso, eu vou matar você e declarar guerra. Quando alguém não quer resolver pelo jeito fácil, eu passo para o jeito difícil.

   Scott caminhou em silencio até a sua mesa e sentou na sua cadeira. Apertou um botão no seu telefone e esperou algo acontecer.

  -Alô? –uma voz perguntou.

  -Quero que apareça na minha sala. –Ele respondeu.

  Desligou o telefone e olhou para mim. Ouvimos batidas na porta uns segundos depois. Ele devia ser importante mesmo.

   -Entre. –Scott ordenou.

  A pessoa abriu a porta, mas eu não virei para observá-la.

   -Chamou? –A voz era masculina.

   -É o que parece. –Scott bebeu um gole do seu café. –Você devia perceber o óbvio.

  O clima estava tenso. Parece que todo mundo ficava assim enquanto encarava aqueles olhos vermelho sangue. Era impressionante como uma pessoa bonita, poderia ser tão má e cheia de ódio. Scott tinha uma pele bronzeada, cabelos negros e olhos vermelhos. Seu rosto era incrivelmente bonito, com sobrancelhas grossas, nariz com proporções perfeitas e uma barba curta e aparada. Ele poderia fazer uma família, viver feliz com uma pessoa que o amasse de verdade, mas estava atrás de uma mesa sendo rude com algumas pessoas e matando outras.

  O rapaz permaneceu calado, então as ordens continuaram a fluir.

   -Espero que você consiga deixar essa garota com uma cara melhor, porque parece que eu estou conversando com um morto. –Scott abriu uma gaveta e tirou uma chave prateada de dentro. –Quero que você a alimente, dê uma troca de roupas e faça um curativo. Lembre-se que não é para pegar nada do banquete, dê restos. E as trocas de roupas, devem ser as que estão naquele quarto de coisas perdidas. Fui claro?

  -Sim. –O rapaz respondeu.

   Scott levantou de sua mesa e veio até mim. Agachou na minha frente e livrou meus pulsos das algemas. Antes que eu levantasse, agarrou o meu rosto com uma mão e colocou seu rosto perto de mim.

   -Nem pense em pedir ajuda ou tentar fugir. –Ele cochichou com tom ameaçador. –A morte do Rudolph é no máximo duas semanas, mas a sua é a qualquer momento. Lembre-se disso.

   Ele largou meu rosto com força e fez um sinal para que eu fosse com o rapaz que observava tudo da porta.

  Levantei com os braços encolhidos e andei rapidamente até estar do lado de fora. O rapaz fechou a porta e pediu para que eu o seguisse. Caminhamos por vários corredores e descemos várias escadas até chegar num corredor que só tinha portas. Pelo visto eu ia me hospedar numa cela.

  Atravessamos alguns outros corredores até que o rapaz parou na frente outra porta, girou a chave e pediu para que eu entrasse.

  Sim, era uma cela. Uma cela pequena e totalmente cinza. As paredes eram feitas de concreto e eram um pouco altas. Um banco também de concreto era apoiado na parede que estava a alguns passos da entrada e ligava a parede da esquerda com a da direita. Estava forrado com um pano grosso e tinha um travesseiro e uma coberta dobrada encima. Devia ser a minha cama.

  Na parede da direita havia um vão. Estiquei meu corpo para olhar o que tinha. Era um banheiro composto por uma pia e um vaso sanitário. Acima da cama, perto do teto, havia uma janela com grades, que trazia luz ao lugar. Um banquinho e uma mesinha de madeira estavam ao lado da minha cama. Encima da mesinha, havia uma maleta.

  -Por favor, sente-se. –O rapaz pediu.

  Caminhei até a minha cama e me sentei. Não era tão confortável, mas na minha situação já era o melhor do que poderiam oferecer. Eu era uma prisioneira, só de ter um travesseiro já era bom demais.

  -Espero que a cama esteja um pouco confortável, foi o melhor que eu pude achar. –O rapaz falou. Finalmente eu levantei a cabeça e olhei para o seu rosto.

  Ele tinha uma pele branca, olhos castanhos e meio avermelhados, sobrancelhas com pelos claros e cabelos loiros com alguns tons castanhos. Vestia uma blusa vermelha, calça jeans azul e tênis All Star preto. Enquanto caminhava até a mesa, eu podia ver algumas partes do seu par de meias. Tinham listras pretas e brancas. Pela vestimenta e pelo rosto, não devia ter mais de 18 anos.

  -Eu sou Vincent. –Ele falou, pegando a maleta e colocando encima da cama. –Eu sou especializado em fazer curativos e esses tipos de coisas.

 Permaneci calada, com os braços escolhidos. Ele colocou o banco mais próximo de mim e se sentou, deixando a mesa ao seu lado com objetos espalhados encima. Vincent olhou para mim e soltou um suspiro. Tirou uma garrafa de sua maleta e estendeu para mim.

  -Beba isto. –Falou. –Vai lhe fazer bem.

 Olhei para ele desconfiada. O que eu poderia esperar de um empregado do Scott?

  -Pode beber, é só água. Vai te hidratar.

 Abri a garrafa e joguei um pouco do conteúdo na tampa. Não senti nenhum cheiro e não percebi nenhuma cor. Dei um gole pequeno e tive certeza que era água.

  -Pelo visto não confia em mim. –Ele falou emburrado.

  -E eu deveria? –Perguntei.

  -Eu te disse que era especializado em fazer curativos, você não acredita porque não quer.

  -Se você fosse um prisioneiro e estivesse ferido, entenderia o que eu estou passando.

  -Se eu fosse um prisioneiro e estivesse ferido, eu confiaria num cara que cura as pessoas.

   -Eu duvido. –Falei, tomando mais um gole.

   -Eu só queria te ajudar, mas vejo que você não quer minha ajuda. –Ele tomou o pote de água das minhas mãos. –Vou pedir para o Scott colocar outro em meu lugar.

  Ele levantou e começou a arrumar as coisas de forma lenta. Dava pra ver que não queria ir embora.

   -Quer me ajudar?

   -Bem, eu QUERIA, mas vejo que...

   -Se quiser, eu tenho uma coisa que pode me ajudar muito.

 Vincent parou de arrumar suas coisas e me encarou com seus olhos castanhos avermelhados.

   -O que? –Ele perguntou.

   -Ajude-me a fugir daqui. –Respondi.

 Ele gargalhou, o que me fez ficar furiosa.

  -O que foi? –perguntei irritada.

  -Eu queria te ajudar a sobreviver, não a fazer o impossível. –Ele falou.

  -Como você sabe que é impossível se nunca tentou?

  -Acredite, eu já tentei sim.

  Franzi o cenho.

  -Você já...

 -Sim, eu sei que é estranho, mas não quero falar sobre isso agora.

—Não quero te pressionar. –Estendi a mão. –Pode devolver a água?

  Ele suspirou e colocou a garrafa em minhas mãos.

—Obrigada. –Sorri e abri a tampa. –Vejo que você não é um Vermelho muito... Agressivo. Certo?

 -Não, não sou agressivo. –Ele retirou as coisas da maleta. –Na verdade, somos pessoas normais. Com exceção de alguns.

 -Tipo o Scott.

 -Sim, tipo o Scott. –Ele sentou em seu banquinho e continuou mexendo nas suas coisas. –Creio que seu namorado e o irmão dele não tenham falado muito bem de nós.

 -Nem um pouco. –Derramei o resto do conteúdo da garrafa na boca e a devolvi para o Vincent. –Disseram que vocês eram loucos por ciência, faziam experiências com pessoas e que eram muito violentos.

 -Não os culpo por dizerem essas coisas. –Ele guardou a garrafa dentro da maleta. –As pessoas falam o que ouvem. Os Amarelos também não são bem vistos aqui. Dizem que são violentos, vingativos, malucos que fazem a primeira coisa que surge na mente, etc...

 -É quase isso que falam dos Vermelhos. –Falei. –Mas o fato de vocês serem loucos por ciência é verdade, certo?

 -Sim, somos.  –Vincent começou a abrir alguns potinhos. –Temos um laboratório aqui no acampamento.

 -Você trabalha lá?

—Não, não trabalho. –Ele umedeceu o pano e veio apara perto de mim. –Posso?

 Assenti com a cabeça e ele começou a limpar o sangue da minha testa.

—Precisa fazer algum tipo de prova para ser um cientista? –Perguntei.

—Sim. –Ele acrescentava mais água no pano e voltava a limpar o sangue. –Essa não é a parte difícil.

 -E qual é a parte difícil?

 -Trabalhar para o Scott.

 -Espere aí. –Falei, segurando o pulso do Vincent. –Você teria trabalhar para ele no laboratório?

 -Sim. –Ele puxou o pulso das minhas mãos. –E eu não quero fazer substancias para o Scott, então preferi ser um idiota que é especializado em serviços curativos.

—Entendo. Foi melhor para você.

  O silencio reinou enquanto ele terminava o serviço. Limpou o sangue, passou os remédios na testa e fez todo o resto.

—Bem, vou pedir para que você me siga. Vou te levar para comer.

 -Ok. –Levantei da “cama” e caminhei até estar fora da cela.

 Alguns guardas olharam para mim, como se estivessem tentando ler minha mente. Desviei o olhar e observei o Vincent girar a chave na fechadura. Depois, ele entregou para um dos guardas, que agarrou a chave como se sua vida estivesse presa nela. 

 -Pronto. Agora temos que ir ao refeitório para...

—O que você acha que está fazendo? –O guarda perguntou ao Vincent com uma voz grossa e assustadora.

 -Do que você está falando? –Vincent perguntou confuso.

 -Se você acha que prisioneiros podem andar por aí sem algemas, está muito enganado.

—Ela não vai fugir.

—Foi isso que um maluco disse há dez minutos antes de tentar me matar. –O guarda falou, puxando as algemas do seu cinto. –Se você quer levar ela até algum lugar, vai ter que ser com segurança.

 E minhas mãos estavam presas novamente.

 -Podemos ir agora? –Vincent perguntou.

 O homem afirmou com a cabeça e nós continuamos a caminhar. Vincent poderia até soltar meus pulsos quando estivéssemos longe do guarda, mas o cara fez questão de não entregar as chaves para ele.

 -Eu vou ter que ficar algemada pelo resto dos meus dias? –perguntei.

 -O inferno está apenas começando. –Vincent falou. –Acredite nessas palavras.


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Notas finais do capítulo

Eu estou sem um minimo de criatividade para escrever algo maneiro nesse espaço, então:
1. Por favor, comente!
2. Acompanhe para receber notícias.
3. Favorite se achar legal.
4. Se puder, recomende também.
Abraços peludos de um lobisomem e.... Até a próxima!



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