Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 27
Chegada


Notas iniciais do capítulo

WOW WOW WOW, POR FAVOR ABAIXEM AS PEDRAS. Eu sei, eu demorei muito para postar esse capítulo. Como não posso mentir para esses adoráveis leitores, a minha explicação é o seguinte: Eu estava muito envolvida com outra fanfic que fiz com minhas amigas sobre Apocalipse Zumbi. MAAAAS eu vou continuar com essa Fanfic.
Este capítulo está na visão do Tristan ♥
Sem mais delongas, boa leitura e até lá embaixo )o)



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Após passar um bom tempo caminhando na mata, nós FINALMENTE estávamos perto do acampamento. A Rebecca havia sumido e a van estava totalmente destruída. Rudolph caminhava melancólico e resmungara milhões de vezes durante a caminhada. Já não bastava estar dentro de uma mata, com insetos, perdidos, com fome e com calor, ainda precisava suportar o Rudolph reclamando.

 Ok, ele estava absurdamente triste, a Rebecca estava em perigo e provavelmente isso era obra dos Vermelhos. Eu queria muito entender qual era o plano deles, mas eu estava preferindo deixar para lá... Até agora. Existem limites e eles são craques em ultrapassar qualquer limite por aquilo que querem.

 Além da Rebecca, o Lobosnausin havia sumido (óbvio que eles não iam perder essa chance) e isso era o que mais me preocupava. Destruir a van, causar um acidente de carro, ferir todos e ainda sequestrar uma pessoa era “aceitável” na vida de um lobisomem, mas pegar o Lobosnausin...

 Uau, nós estamos ferrados.

 –Ok, onde fica essa droga de acampamento? –Angel perguntou, suando. Sangue escorria de um ferimento da sua testa, mas nada comparava ao meu ferimento.

 Quando o acidente aconteceu, foi tudo muito rápido. A batida, os vidros se estilhaçando, tiros e invasão. Em um momento, eu tentei sair do carro (foi uma decisão estúpida, mas eu decidi fazer mesmo assim) e havia um cara armado. Seus olhos cor de sangue chamou a minha atenção e eu sabia claramente que ele não exitaria em me matar. O homem levantou a arma e apontou para mim. Ele deu um sorriso.

 –São de prata. –Falou.

 Sim, lobisomens atacam outros lobisomens com balas de prata. Eles não tocam nelas sem algum tipo de segurança (por isso o homem estava de luvas), mas a utilização das balas é como se falasse “Eu vim aqui, para causar o inferno”. Se fosse um simples sequestro, eles usariam balas normais. Obvio que estavam querendo causar uma espécie de guerra e estavam muito bem preparados.

 Agachei no asfalto como forma de rendição e o homem sorriu como se estivesse satisfeito. Então outro carro preto estacionou próximo de nós. Dentro dele saiu um camarada que parecia ser o chefe. Tinha uma pele bronzeada, cabelos negros e olhos de um vermelho vibrante. Ele olhou para mim como se ele fosse um nobre e estivesse visitando a plebe. Olho como se eu fosse um objeto que ele pudesse descartar com um simples tiro.

 –Olá, Sr Scott. –O homem da arma falou.

 Ele ignorou o a saudação e respirou fundo, como se estivesse exausto.

 –Quem é esse? –Perguntou, dobrando as margas da sua camisa social preta.

 –Um dos reféns, era o motorista.

 –Qual é o seu nome? –Ele perguntou olhando para mim.

 –Para que quer saber? –Questionei.

 –Não tente ir pelo lado difícil, eu não estou com paciência. E, além disso, estamos em maior número. –O homem chamado de “Scott” respirou fundo. –Pare de ser um otário e responda a droga da pergunta antes que eu crave uma faca no seu peito.

 –Tristan. –Respondi.

 –Tristan... Tristan... Esse nome me parece familiar.

 Franzi o cenho. Familiar?

 -Tristan Ehrlich, irmão do Rudolph Ehrlich. –Outro homem que estava encostado no carro respondeu como se fosse uma obrigação.

—Ah, claro... –Scott sorriu. –Que impressionante... Esses fedelhos da família Ehrlich são todos iguais. Querendo sempre bancar os heróis.

 Ignorei o comentário.

 –Não é esse que eu procuro. –Scott fechou a cara novamente. –Onde está o seu irmãozinho?

 –Por que procura ele?

—Eu gostaria muito de bater um papo com ele, sabe. Resolver umas coisas de família e... sei lá, matá-lo. –Ele olhou para seus capangas. –Matar é uma boa ideia... Uma morte lenta...

 –Nunca vai conseguir matar o Rudolph.

 –Jura? –Scott arqueou uma sobrancelha. –Vai ser interessante tentar matar um imortal.

 –Tente e falhe.

 Scott retirou uma faca prateada do bolso de sua calça e a manuseou com cuidado para não tocar na lâmina.

 –Quer dizer que seu irmão não se fere com prata?

 –Não faço ideia, eu nunca testei ferir ele com uma faca.

 –Então vai ser bem legal testar, não é? –Ele sorriu.

 –Se você conseguir imobilizá-lo considere-se alguém muito poderoso. –Encarei os olhos avermelhados do Scott.

 –Como uma espécie de deus...

 –Na verdade como uma espécie de demônio. –Provoquei. –Demônios podem ser criaturas poderosas, mas seus poderes são limitados.

 Scott riu como se não acreditasse em poderes limitados.

 –Pessoas que usam artifícios para o caminho errado, sempre acabam se dando mal.

 –Não me interessa. Eu só desejo que seu irmão morra e seria muito melhor se ele morresse pelas minhas mãos.

 –Acho que não irá conseguir.

 –É o que veremos. –Ele se aproximou até mim e agachou na minha frente. –Eu ouvi dizer que vocês acharam o Lobosnausin.

 Tentei fingir que não estava assustado.

 –Se eu tivesse achado o Lobosnausin, estaria lutando e não agachado no asfalto. –Menti.

 –Se você tivesse achado o Lobosnausin e um cara apontasse uma arma para sua cabeça, você estaria agachado no asfalto.

 Engoli seco.

 –Seria uma verdadeira honra ter o Lobosnausin na mão. Como você sabe só lobisomens muito especiais e confiáveis o possuem.

 –Claro. –Ele concordou. –Eu possuo o Lobosnausin dos Vermelhos e aposto que você, sendo de uma família tão antiga e prestigiada, deve ter o dos Amarelos.

 Olhei para o Scott, ele parecia bem confiante de que estava certo. O pior é que estava mesmo.

 –Quem foi que te falou sobre isso? –Perguntei.

 –Eu sou o filho do Lobo Alfa dos Vermelhos, acha que ando por ai me arriscando? Eu tenho uma equipe que vigiam vocês e seguem seus rastros. –Ele levantou e caminhou entre seus capangas. –Tivemos que nos arriscar e fazer algumas coisas bem legais para conseguir aquilo que queremos.

 –Legais? Vocês atiraram numa garota inocente, tacaram fogo numa escola e acabaram de fazer um acidente. –Gritei.

 –E também tivemos que “dar uma geral” na sua amiguinha do Hotel. Ela nos deu informações bem úteis.

 Levantei com um movimento brusco. Os olhos de Scott brilharam.

 –Aí está... –Ele abriu os braços como se fosse um espetáculo. –O monstrinho saiu das trevas.

 –Você não vai ferir a minha família.

 –Ferir a sua família? –Ele gargalhou. –Garoto, sua família já foi ferida e ela vai ser ainda mais se você não me der o livro.

 –Eu não tenho o livro, já falei.

 –E ele continua mentindo... –Scott olhou para seus capangas. –Revistem o carro e tragam o Rudolph, de preferência vivo. –Ele apontou para o cara armado e olhou para mim. –Dê um jeito nele, não quero que atrapalhe a festa.

 O homem colocou a mão no gatilho e preparou a mira da arma. Encarei os olhos do atirador e de repente ouvi o disparo. Uma dor horrível atingiu meu braço esquerdo. A bala de prata queimava e somado com a dor do tiro, eu preferia que meu braço estivesse fora do corpo.

 Scott sorriu enquanto eu fechava os olhos tentando conter o grito. Ele correu até mim e deu um chute no meu estomago. Caí no chão e segurei as lágrimas.

—Não queríamos que você perdesse o show. –Vi a faca de prata em suas mãos. –Mas não queremos que você estrague a surpresa não é mesmo?

 Achei que ele iria esfaquear a minha coxa, ou algo do tipo, mas ele simplesmente apertou a lamina contra a minha bochecha. Gritei enquanto minha pele ardia e o Scott forçava cada vez mais.

 Ele fez isso por vários segundos até levantar. Deu outro chute no meu estomago e voltou à posição de chefe.

 –Abram a porta da van, vamos achar o pequeno fedelho.

 Os lacaios seguiram as ordens e foram até a porta da van. Scott andou calmamente ajeitando a manga da sua blusa. Ele olhou para mim e sorriu enquanto eu arfava de dor no asfalto. O homem que me dera o tiro ainda apontava a arma para a minha cabeça, como se dois chutes no estomago, uma queimadura ardente na face e um tiro com bala de prata não fosse o bastante.

 Eles abriram a porta da van e apontaram as armas. Dois homens entraram e agarraram uma pessoa. Minha visão estava turva, mas eu identifiquei o meu irmão. Ele se debatia muito e lutava com os lacaios, enquanto Scott apenas observava de longe. Ele parecia bem pensativo e apenas se movia para fazer comandos.

 Ele chamou um homem mais próximo dele e cochichou algo no seu ouvido. Apontando para algumas partes da luta. O homem afirmou com a cabeça e partiu para o combate.

 Scott estava sozinho novamente. Eu achava que ele ia continuar parado comandando tudo, mas ele fez algo inesperado. Moveu-se para dentro da van e passou algum tempo lá até sair novamente com alguém no colo.

 Era a Rebecca. 

 –Vamos! –Ele gritou enquanto ia até o carro e colocava Rebecca no porta-malas.

 Seus homens obedeceram e abandonaram tudo que estavam fazendo para seguir o comando do seu chefe. Rudolph nocauteado e estava atirado no chão. Iria acordar em breve.

 O homem que estava ao meu lado guardou sua arma, ao invés de continuar apontando-a para a minha cabeça. Ele caminhou até o carro para partir com seus companheiros. 

 –Vai deixá-lo assim? –Scott perguntou para seu lacaio. Ele estava se referindo a mim.

 O homem retornou uns passos e deu um chute no meu rosto, uma; duas; três vezes. Minha visão ficou turva até que finalmente eu apaguei.

 –TRISTAN! –Angel me chamou, fazendo com que eu voltasse ao mundo real.

 –Desculpe. –Sacudi a cabeça para sair do meu transe. –O que foi?

 –Não ouviu minha pergunta?

 –Eu... –Respirei fundo afastando as lembranças ruins. –Não. Pode repetir?

 –Ok... Onde fica esse acampamento?

 –Estamos próximos. –Tentei sorrir. –Faz muito tempo que eu não venho aqui, mas creio que estamos muito próximos.

 –Vamos andar mais rápido, guia turístico. –Rudolph resmungou atrás da fila. 

 –Estamos indo rápido. –Retruquei.

 –Rebecca está em perigo, não podemos perder tempo. –Rudolph estava muito ferido e a cada passo levava o seu corpo ao limite, assim como eu.

 –Rudolph, nós estamos feridos, não podemos ir tão rápido. 

 –Rebecca está nas mãos deles, não podemos perder tempo. Eles podem fazer algo ruim com ela!

 –Se ela estiver viva. –Sarah falou baixo no fim da fila. Baixo, mas alto o bastante para irritar o Rudolph.

 –CALE A BOCA! –Ele gritou com os olhos vermelhos de tanto chorar misturado com o ódio pelo comentário.

 Sarah arregalou os olhos. Rudolph nunca tinha sido grosseiro com ela.

 –Calma. –Ela levantou as mãos. –Eu...

 –Nunca mais repita essas palavras. –Rudolph estava chorando de novo.

 Andei até o fundo da fila e agarrei o braço do meu irmão.

 –Dê um tempo. –Falei rispidamente. –Não é só você que está triste e sofrendo com a situação de Rebecca, ok?

 –Mas... –Ele retrucou.

 –Rudolph! –Levantei o tom de voz. –Eu tomei a droga de um tiro, meu braço está doendo, minha cara tem uma cicatriz e meu corpo está todo dolorido, o que você quer que eu faça?

 Rudolph se calou e eu voltei à caminhada. O silencio reinou até o momento que chegamos ao acampamento. Um grande portão de ferro no meio da mata. Era impossível um humano normal achar o acampamento, mesmo que fosse um local bem grande.

 Ao lado do portão havia duas torres de vigilância. Não eram TORRES, já que eram bem pequenas para serem torres de verdade. Luzes foram apontadas na nossa direção. Comprimi meus olhos com o contato com a luminosidade.

 –Apresentem-se ou voltem de onde vieram. –Uma voz grossa soou como se estivesse falando no megafone.

 –Tristan Ehrlich! –Gritei.

 –Ehrlich? Você é um dos Ehrlich? –O homem indagou.

 –Sim e o meu irmão também. –Falei puxando o meu irmão. –Este é Rudolph Ehrlich. 

 –E os seus companheiros? –As luzes diminuíram a intensidade.

 –São nossos amigos.

 O homem parou de perguntar e de repente um barulho soou nos nossos ouvidos. Os portões estavam abertos.

 –Abriram para nós? –Eleonora perguntou surpresa.

 –Entrem. –A voz continuou a falar.

 Seguimos os comandos e entramos no acampamento. O local era cercado por arvores e dava para ouvir vozes do povo conversando. Uma estrada de terra guiava até uma placa que se lia:

  Armazéns

Acampamento

Seguimos pela direita e chegamos até a continuação do acampamento. Outra placa.

Atendimento

Chalés

Arena

Refeitório

Casa Maior ↑ 

 -Ok, para onde vamos? –Amanda perguntou. 

 –Atendimento. –Falei, seguindo para a esquerda.

Caminhamos até chegar num local grande com paredes brancas. Empurrei a porta de madeira e fui até o balcão branco com algumas partes em madeira.

 –Boa... –A balconista olhou no relógio. –Noite. O que desejam?

 –Chalés para ficar e... –Olhei para o meu braço coberto de sangue. –Atendimento médico.

 –E roupas! –Sarah falou.

 –Sim. –Concordei. –E roupas também.

 –Vocês têm acesso aos chalés? –Ela questionou. –Visitantes costumam ficar em quartos de dormitório e eu não recebi nenhum telefonema ou aviso para liberar as chaves.

 –Acabamos de chegar. –Expliquei. –Nós... Não temos nenhum tipo de confirmação de acesso nem nada do tipo, mas toda família tem direito a dois chalés e a minha família deve estar usando apenas um.

 –A que família você pertence? Vou precisar confirmar que não estão ocupando o...

 –Ehrlich. –Interrompi. –Tristan Ehrlich e Rudolph Ehrlich. –Apontei para o meu irmão.

 A atendente largou o telefone de lado e foi até uma gaveta. Tirou uma chave dourada de lá e colocou encima do balcão.

 –Sugiro que vocês me sigam. Vou levá-los até o atendimento médico.

 Agarrei a chave do balcão e a segui, assim como meus amigos.

 Tivemos todo o cuidado necessário nos nossos ferimentos, roupa nova e comida. Depois de estarmos melhores visualmente e de saúde, seguimos até o chalé. Tinha quartos o bastante para todos e era feito de madeira e móveis com cores claras.

 Quando me dei conta do horário, já eram oito e meia da noite. Eu tinha uma tarefa a fazer. Peguei as chaves e fui até a porta.

 –Aonde vai? –Rudolph perguntou.

 –Fazer uma visita. –Respondi.

 –Aos nossos irmãos idiotas?

 –Não. –Respirei fundo. –Vou ver a nossa avó.

 Rudolph revirou os olhos e voltou ao seu quarto. Enquanto isso, eu me dirigi a Casa Maior, lar de minha adorável avó.

 Ela estava na varanda, como sempre. Minhas lembranças da minha avó se resumiam em chás, tardes na varanda e cigarros. Minha avó era meio gordinha, tinha cabelos grisalhos e enrolados e gostava de usar muitos anéis dourados e outras jóias. O nome dela era Barbara, mas chamamos ela de Vovó Barb.

Lembro do dia que os Vermelhos mandaram um anel para ela feito de prata, mas pintado de dourado. Era até bonito o anel, tinha uma pedra vermelha e grande na parte de cima.

 O anel foi bem difícil de tirar. O dedo dela ficou bem queimado e avermelhado. Ela passou boa parte do dia xingando como um marinheiro bêbado.

 Subi as escadas e cheguei até a varanda de madeira. Minha avó tirava uma soneca. Um cigarro estava aceso entre os seus dedos, que estavam dentro de um cinzeiro. Nem parecia que aquela adorável senhora havia servido para o exército do acampamento. Ela sabia manusear facas e várias armas diferentes.

 Caminhei devagar até a cadeira que estava do lado dela. Mesmo que o piso fosse de madeira, eu tentava fazer menos barulhos possíveis. Mesmo assim, algumas vezes, a madeira rangia.

 Ela despertou depois de uns segundos, eu já estava ao lado dela, sentado.

 –Eai, Dona Barbara. –Falei chamando sua atenção.

 Ela olhou assustada para mim.

 –Não me reconhece? –Perguntei, sorrindo.

 Minha avó franziu o cenho e negou com a cabeça. Colocou o cigarro na boca e deu uma tragada.

 –Sou eu. –Tirei os óculos escuros. –Tristan.

 Minha avó sorriu.

 –Tristan. –Ela me abraçou. –Meu lobinho.

 Ok, desnecessário.

 –Você voltou? –Ela passou a mão no meu cabelo. –Olha como cresceu. Está lindo.  

 –Não, não voltei. –Sorri pelo elogio. –Vim para cá com uma... Missão.

 –Missão? Que missão, garoto?

 –Não é uma MISSÃO... É quase.

 –Algo ruim aconteceu? Como passou os últimos tempos?

 Minha avó era curiosa demais para fazer uma pergunta de cada vez.

 –Sim, aconteceu algo ruim. –Respirei fundo. –E os Vermelhos estão envolvidos. –Apontei para a marca no meu rosto.

 –Aqueles desgraçados... –Ela passou a mão no meu rosto. –Quando foi que isso aconteceu, querido?

 –Bem... Hoje. –Levantei a camisa e mostrei o local do tiro. –Eles planejaram um acidente de transito, que deu muito certo, e sequestraram uma amiga.

 –Quem?

 –Ela não é diretamente a minha amiga, mas é a amiga do Rudolph. Por causa da convivência e afeto mesmo, eu considero como uma amiga também.

 –Rudolph? Ele está aqui?

 –Sim. Ele e mais amigos.

 –Ainda continua daquele jeito ranzinza e grosseiro de sempre?

 –Sim. –Sorri. –O Rudolph é o Rudolph, não é mesmo? Mas eu posso afirmar que ele melhorou bastante depois que começou a se envolver com pessoas. Está vivendo um romance.

 –Rudolph? Um romance? –Minha avó gargalhou. –As coisas mudaram bastante então.  

 –Eu estou muito feliz com essa mudança dele. –Suspirei. –Eu quase tinha que carregá-lo para viver, sabe? Era como um peso morto a mais no mundo. Ele é meu irmão e eu me juntei a ele, prometi cuidar dele, mas era tudo muito cansativo.

 –Eu sei. Rudolph é a ovelha negra da família. –Ela riu. –Sempre foi muito difícil lidar com aquela criaturinha. Ele nunca gostou muito de mim.

 –Eu sempre achei que ele me odiava quando eu era criança. –Ri também. –É muito bom finalmente perceber que o Rudolph avançou em questões sociais. Às vezes acho que é um sonho e que eu vou acordar e voltar a ver ele trancado no quarto desenhando lobisomens e fazendo esculturas.  

 –Rudolph foi a pessoa mais esquisita que eu conheci nesses oitenta anos de vida. –Ela jogou o cigarro no cinzeiro. –Mas você sabe o que ele é e sabe o poder que ele tem sobre todos.

 –Sim, eu sei. –Olhei para o chão. –Rudolph está destinado.

 –Sim e por isso que os Vermelhos estão atrás dele.

 –A senhora acha?

 –Se eu acho? Tenho certeza. –Minha avó cruzou as pernas. –Aquele filho do Alfa dos Vermelhos é o Satanás em pessoa. Ele vai querer vingança.

 –Verdade. Foi ele que fez tudo isso. –Toquei na minha face, relembrando o momento aterrorizante. –Scott... De que família ele é?

 –Ninguém sabe. Os Vermelhos guardam em sete chaves tudo que tem haver com a família do Alfa. –Ela girou seu anel no dedo. –Eles são misteriosos, cruéis e sabem fazer grandes planos.

 –Sim, eu sei. –Olhei para a minha avó. –Experimentei isso hoje.

 –Tristan, qualquer pessoa na sua roda de amigos pode ser um vermelho. Alguém que você suspeita ou alguém que você nem poderia imaginar. –Minha avó olhou séria para mim. –A partir do momento que você foi para a cidade e fez amigos, a sua vida foi totalmente exposta. Eles sabem mais de nós do que nós sabemos deles.

 Assenti com a cabeça. Ela tinha razão. Eu não teria como fugir.

 –Nós precisamos de ajuda. –Segurei a mão da minha adorável avó. –Eu tenho que falar com o vovô.

 –Ele vai ficar muito contente em falar contigo, querido. –Ela sorriu. –Com certeza não vai negar ajuda.  

 –Vou falar com ele, amanhã. –Sorri de volta.

 –Não, amanhã não. Seu avô foi numa viagem. Ele precisava resolver algumas coisas.  

 –E tem alguém que pode nos ajudar?

 –Sim, claro. –Ela ergueu uma sobrancelha. –Mas o Rudolph não vai gostar nada disso.  –É urgente, ele vai ter que gostar. –Franzi o cenho. –Fale quem é, eu procuro amanhã.

 –Benjamin Ehrlich. –Ela olhou sorrindo como se achasse a situação hilária. –O irmão de vocês.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, lobinhos. No próximo capítulo vai ter mais sofren-cias e tals. Eu quis criar um vilão bem malvado e pá, dai surgiu o Scott. Acredi-tem, vocês ainda tem muitas coisas para descobrir.
Agradeço muito pelas leitoras que me mandaram ideias ♥ Vocês são demais. E, claro, agradeço também para aquelas que infrentaram meu bloqueio criativo e sempre comentam.
~cofcofperfeitosacofcofcof
AGORA EU TO COM ALTAS IDEIAS E VOU POSTAR MAIS CAPITULOS
~afinal, estou de férias.
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM PARA VOCÊS )o)



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