Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 18
Visitas.


Notas iniciais do capítulo

~Pararapapapapapa
Olá. Lobinhos. B) Como vão vocês?
CAPITULO NOVO NA AREA. Esse é grande... Pelo menos eu acho.
Minha criatividade foi toda embora para terminar o cap, então não tive uma ideia pro titulo.
Boa leitura seus lindoes :3



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Acordei deitada sobre um chão frio e sombrio. Levantei-me com cuidado enquanto percebia que um lindo vestido negro estava colocado em meu corpo. Minhas mãos estavam cobertas por luvas pretas meio transparentes. Olhei ao redor.

O escuro dava a impressão que o local era extenso e infinito. Apenas uma única luz saía de sei lá onde e focava em mim. Se existisse teto, era de lá que saia. A luz não dava apenas conforto, mas também um brilho estranho ao meu redor. Sim, literalmente pontinhos de brilho me rodeavam. Capturei um pontinho brilhoso e segurei com toda força.

Quando abri a mão, uma ave saiu desesperada e voou para dentro da escuridão. Um corvo. O que diabos um corvo fazia dentro de mim? Tirei a luva com rapidez e observei minha mão cautelosamente. Que droga foi essa?

Um susto invadiu meu corpo quando um barulho louco soou pelo local e outra luz acendeu há alguns metros de mim. Não tinha nada lá, apenas os pontinhos brilhosos flutuando. Meu vestido começou a se movimentar sozinho até descolar do meu corpo e várias sombras pretas girarem ao meu redor. Novamente os corvos.

As aves voaram pela escuridão, mas apareceram novamente no outro ponto de luz. Elas giraram loucamente até eu perceber que formavam um corpo. Meu corpo paralisou enquanto se formavam as pernas, os braços, o cabelo e um corpo completo de um rapaz.

Após ser formado, o corpo ficou paralisado como uma pedra. Meus olhos se arregalaram. O homem sinistro usava um sobretudo preto, calças pretas e sapato preto. O resto não dava para ver, ele estava de costas. Olhei para minha roupa e vi que os pássaros não tinham me deixado pelada. Eu usava um vestido preto até o joelho, era solto e tinha uma pequena manga.

Voltei o olhar para o rapaz sinistro, que ainda não dava sinal de vida. De repente seus braços começaram a se mover e então o corpo todo. Ele olhou para as próprias mãos até levantar a cabeça sussurrando algo que eu não compreendi.

Com movimentos lentos, virou para me encarar. Prendi a respiração e senti meu coração bater dentro do meu corpo.

Seus cabelos eram negros como a escuridão que nos rodeava, mas eram brilhosos e pareciam macios. Estava com o penteado dividido ao meio, que deixava uma parte do cabelo cair sobre os seus olhos.

O circulo de luz que me rodeava, e que também rodeava ele, desapareceu. Uma escuridão invadiu meu campo de visão, o que me fez ficar desesperada. Senti um toque quente na minha mão, até dedos se entrelaçarem nos meus. Novamente outro toque quente, dessa vez na minha cintura. Meu corpo foi puxado lentamente para frente, até encostar em algo macio. Era óbvio que eu estava abraçada com homem sinistro e isso me deixava assustada.

Seus dedos deixaram os meus. Após alguns segundos senti o seu toque quente no meu queixo. Minha cabeça foi puxada levemente para frente até eu sentir sua respiração quente na ponta do meu nariz. Seus lábios tocaram os meus.

De repente as luzes se acenderam e eu abri os olhos. Eu estava encarando seus olhos amarelos, eu sabia que era ele.

–Ru...

☀ ☀ ☀ ☀ ☀

Abri os olhos, eu estava novamente à realidade. Sentei na cama e encostei meus pés no chão frio. Bocejei e esfreguei os olhos.

Dei um sorriso e vi que minha mãe estava parada na porta me observando.

–Está rindo sozinha? –ela perguntou.

–S... Não! Apenas me lembrei de uma coisa... Eu vou para o banho.

Dei um beijo em minha mãe e corri até o banheiro. Entrei no chuveiro e fiquei voando pelo mundo dos meus sonhos.

Quando terminei, vesti minha roupa de sempre e desci as escadas. Meu pai estava sentado na mesa colocando café na xícara.

–Bom dia.

–Oi, bom dia. –respondi.

Sentei-me na mesa e preparei dois sanduíches simples para levar para a escola. Minha mãe se sentou também.

–O Nick pode passar uns dias aqui? –falei direto ao ponto.

–Quem é Nick? –meu pai me encarou com cara feia.

–Aquele ajudante do Sr Jones, ele... Precisa de um lugar para ficar.

–Mas ele não mora na fazenda?

–O Sr Jones está meio sinistro e ele precisa de uns dias fora. Ele pode ficar?

Meus pais trocaram olhares.

–Pode sim.

Sorri satisfeita e coloquei os sanduíches na mochila. Após alguns minutos, entrei no carro e seguia estrada até a escola.

Durante o trajeto, minha mente só focava em meu sonho romântico na escuridão sinistra. Pensei na forma como os pássaros saíram da minha mão e como os corvos sempre estão presentes em meus sonhos com o Rudolph.

Eu gostava muito dele, mas não sei se uma amizade pode se transformar em algo grandioso como o amor. Aliás, já tinha alguém de olho nele. Eu não sentia nada demais pelo Rudolph para me comprometer em um relacionamento. A Sarah sentia, ela devia falar com ele.

Costumo a me apegar demais aos meus amigos e o Rudolph é um deles. Não sei se esse sonho vai me fazer enxergá-lo de forma diferente ou não.

–Chegamos. –meu pai falou, tirando-me dos meus pensamentos.

Despedi-me do meu pai e saí do carro. Respirei fundo e entrei na escola. O dia estava frio novamente, então tirei meu casaco da mochila.

–Rebecca! –Rudolph se aproximou de mim e passou o braço pelo meu ombro. –Dia bonito, não é?

Não pense no sonho, não pense no sonho.

–Que loucura, você chegar no mesmo horário que eu.

–Não, não. Eu estava te esperando mesmo.

–J-Jura, pra que?

–Primeiro você vai adivinhar uma coisa. –Ele sorriu. –Adivinha o que eu criei ontem?

–Um desenho?

–Não.

–Um... Aff, sei lá! Conta logo.

–Quando entusiasmo... –Ele revirou os olhos. –Criei uma conta!

–Onde? No banco?

–Hein? –Ele gargalhou. –Não, não. Criei uma conta numa rede social.

Por algum motivo eu achei que o Rudolph não poderia criar uma conta. Só não sei qual.

–Ah, eu te adicionei. E você ainda não aceitou! –Ele falou.

–Oh, desculpe-me por ser tão ignorante ao ponto de não tocar no celular um segundo depois de acordar. –Falei ironicamente.

Puxei o celular de dentro da mochila e olhei as solicitações.

–Rudolph Ehrlich... –Li em voz alta. –Nossa que sobrenome bonito o seu.

–Valeu. –Ele falou ainda olhando para a tela do meu celular.

–O que foi?

–Aceita...

–Nossa que garoto insistente.

Aceitei e fui diretamente para a página dele. Rudolph tirou uma foto do olho dele e colocou como foto de perfil.

–Recebi umas quinze solicitações de amizade ontem.

–Homens... –Bufei.

–Hoje à noite podemos conversar. O que você acha?

–Sim, sim. Acho ótimo. –Falei acelerando os passos.

–Está fugindo de mim?

–Não, que isso! Só quero colocar minha mochila na sala.

Mentira, eu estava sim.

Cheguei à sala e fui até as meninas.

–Tirem esse troço tecnológico de perto de mim.

–Que troço? –Amanda perguntou.

–O Rudolph! Quem mais seria?

–Então eu cliquei em... –Rudolph interrompeu o que estava falando. –Ei!

Coloquei minha mochila na cadeira e guardei meu celular. Rudolph me seguiu.

–Não enche meu saco. –Falei.

Ele sorriu. Sentei na cadeira e deitei minha cabeça na mesa, puxando o capuz do casaco. Rudolph agachou perto de mim.

–Aquele Nick vai mesmo para sua casa?

Tirei o capuz e virei o rosto para encará-lo.

–Vai sim... Por quê?

–Não confio nele.

Voltei cobrir a minha cabeça com capuz. Comecei a sentir raiva, não me interessa se ele confia ou não.

–Pois eu confio.

–Rebecca, ele trabalha para o velho!

–Mas não trabalha mais!

–Não é seguro ele ficar na sua casa enquanto ambos estão sendo caçados!

Levantei minha cabeça da mesa e virei para ficar de frente para o Rudolph.

–Não posso deixar que algo aconteça ao Nick, ele é meu amigo!

–Não se arrisque pelos outros, Rebecca. Você sabe o que aquele velho é capaz de fazer! –ele suspirou. –Ele pode matá-la pelo livro.

–Mas não vai!

–Como tem tanta certeza?

–Pelo amor de Deus, ele vai fazer o que? Invadir a escola?

–Rebecca... –Rudolph me encarou com seus olhos amarelos. –Não quero que morra.

Não se lembre do sonho, não se lembre do sonho.

–Não quero perdê-la.

Uma pontada atingiu meu coração, as palavras dele eram sinceras. Dei tapinhas na sua mão, como um consolo.

–Não vou morrer, pode ter certeza. –Prometi.

☀ ☀ ☀ ☀ ☀

Após algumas horas, lá estava eu tendo uma aula de história. O professor estava mesmo gostando daquele projeto com a professora de redação. Tanto que ele ofereceu todas suas aulas de terça para a confecção do trabalho. Amanda estava fazendo trabalho com o Jim, que demonstrava entusiasmo e felicidade em produzir o trabalho com ela. Angel estava com o Paul, que também demonstrava ser um ótimo parceiro para trabalho em dupla. Eleonora formou dupla com o Joseph, estavam rindo a cada cinco minutos.

Eu estava fazendo dupla com o Rudolph, que desenhava enquanto falava algumas ideias pro trabalho.

–Acha que devemos desenvolver a história a partir de que visão? –perguntei.

Ele parou um pouco de rabiscar a folha e ficou pensativo.

–Que tal de uma família? –respondeu. –Uma família que está esperando ansiosamente para volta do pai.

–É uma boa.

–Sim, envolve drama e tudo mais. Todos amam drama. –Ele voltou a rabiscar o desenho.

–Que tal você parar de desenhar e me ajudar no texto?

–Não sou bom com palavras.

–Mas é bom com ideias.

–Nem tanto...

–Eu estou falando sério, Rudolph.

–Se eu fizer um desenho sobre o texto, você me deixa em paz?

–Não, eu não quero que o texto tenha só minhas ideias.

–Nossa depois eu que sou o insistente.

–Já que sou tão chata, vou fazer a atividade sozinha.

Rudolph agitou as mãos no ar, me impedindo de levantar.

–Ideias e desenho? Acho que consigo, sem problemas. –Ele falou, rapidamente.

Ele foi até a mesa do professor e pegou algumas folhas de ofício. Depois sentou, fez o desenho e me ajudou, de verdade, no trabalho. Não demorou muito para tocar o sino do intervalo, eu estava morrendo de fome. Desci as escadas com rapidez, carregando meus sanduíches.

Angel, Amanda e Eleonora estavam alguns passos na minha frente e o Rudolph conversava com a Sarah logo atrás de mim. Sentamos numa mesa que ficava no pátio.

Sarah e Rudolph soltavam risadinhas o tempo todo, o que é muito irritante. Só não é toa irritante porque minha atenção está voltada para a comida. Quando terminei, lambi meus dedos.

–Como está o trabalho de vocês? –Angel perguntou.

–Acredita que o Jim me deu umas cinco cantadas? –Amanda falou, fingindo que estava indignada.

–Quase levei alguns socos, mas o trabalho ficou ótimo. –Rudolph respondeu. –Ah, Amanda, se precisar de alguém para bater nele, eu estou aqui.

–Se eu precisar, eu te ligo. –Amanda brincou.

–O Joseph trouxe uma pesquisa enorme, ajudou bastante no texto. –Eleonora respondeu.

–Afinal, por que fez trabalho com aquele bicho-pau? –Rudolph perguntou. –Vai dizer que ele também é seu “melhor amigo”.

–“Também”? Como assim “também”? –Angel perguntou.

–Ele é gentil com todas nós e provavelmente foi gentil com você também. –Eleonora respondeu. –Não tenho nada contra ele.

Rudolph apontou para mim.

–É o melhor amigo da Rebecca.

–Não é não.

–Você disse que era.

–Que droga, vai arranjar o que fazer. –retruquei.

Ele gargalhou e voltou a falar com a Sarah.

–Ele é mesmo seu melhor amigo? –Angel perguntou.

–Não, claro que não.

–Rebecca estava usando ele como objeto de ciúmes. –Rudolph interferiu.

–Você quer parar?! Eu não tenho ciúmes de você! –respondi furiosa. Ele ergueu uma sobrancelha. –Pelo menos não do jeito que você está pensando.

–Jura?

–Juro.

–Não é o que parece.

Bati na mesa com raiva.

–O que deu em você hoje, hein? –gritei.

–Em mim? Nada.

–Não parece! Está mais chato que o normal!

–O que?

–Está querendo me deixar irritada?

–Eu? Não, nunca faria isso.

–EPA! Parem, parem, parem! Já chega. –Amanda interferiu.

–Mas foi...

–PSIU! –Ela arregalou os olhos para mim. –Não devem brigar. Vocês são mais amigos do que...

–Do que dente e gengiva! –Angel completou.

–Hein? –Amanda franziu a testa. –É... Isso ai! O que importa é que devem parar de discutir.

–Desculpa. –falei. –Fiquei nervosa.

–Percebe-se. –Rudolph falou.

Olhei com cara feia para o Rudolph. Garoto perturbador.

–Idiota...

–Rebecca! Psiu! –Amanda segurou meu braço.

Ele sorriu e me encarou. De repente sua expressão ficou séria. Senti alguém se aproximando e olhei para trás com rapidez.

–Nick, eu queria mesmo falar com você. Sente-se! –segurei o braço do Nick e puxei para ele se sentar.

Nick sorriu e sentou numa cadeira vazia que estava sobrando. Depois me deu um abraço e olhou para meus amigos.

–Ah, essas são Amanda, Eleonora, Angel e Sarah. –Apontei para cada uma enquanto falava seus nomes. –E o Rudolph você já conheceu.

–Prazer em conhecê-los. –Ele respondeu educadamente.

–O prazer é meu. –Eleonora falou boquiaberta. Sinto cheiro de amor.

–Ok... Nick, eu tenho uma boa noticia! Meus pais deixaram você ficar.

–Jura? Ai meu deus, que bom!

–Já pode ir hoje à noite. Tente despistar o Sr Jones para...

–Melhor criarem um plano, aquele velho é esperto. –Rudolph interferiu. –Ele pode até farejar vocês.

–Farejar? –perguntei.

–Sim, vamos criar um plano. Eu vou sair à noite, no momento que ele estiver comendo. –Nick concluiu. –Minhas coisas e de minha irmã já estão prontas.

–Sua irmã?

–Sim, esqueceu? Eu tenho uma pestinha de sete anos para tomar conta.

–Ela é destrutiva? Por favor, diga que não.

–Não, não. Ela não é destrutiva... Só é pirracenta e maligna.

–Parece o Benjamin em forma de mulher. –Rudolph falou.

–Quem é Benjamin?

–Meu irmão mais velho.

–O que mora com você?

–Não, é o mais velho de todos.

–Ah... –olhei para o Nick. –Espero que você consiga chegar até minha casa.

–Eu vou deixar tudo em pontos estratégicos. –ele respondeu. –Agora tenho que ir.

Ele passou a mão no seu cabelo longo (na altura dos ombros) e castanho. Nick parecia meio abatido durante esses dias, seu cabelo estava seco e quase sem brilho. No dia que eu o conheci, seu cabelo era liso e sedoso. Dava vontade de deitar em cima.

Nick levantou e despediu-se de todos nós. Eleonora corou quando ele apertou a mão dela. Quando o perdemos de vista, Eleonora, Angel e Amanda falaram ao mesmo tempo.

–Onde você conheceu esse cara? –disseram em uníssono.

–Fim de semana na casa do Sr Jones.

–Ele é lindo! –Eleonora falou boquiaberta. –Parece um anjo.

–Anjo? –Rudolph perguntou franzindo a testa. –Qual o seu problema?

–Não é problema, falo apenas a verdade! –Ela respondeu.

–Você quer sempre ser o centro das atenções ou é impressão minha? –falei. Todos ficaram calados.

–Só não confio nesse cara. –Ele respondeu.

–Eu confiaria de olhos fechados! –Amanda falou. –Fala sério, Rudolph.

–Tem algo nele que me incomoda.

–Charme, talvez?

Ele franziu a testa e eu ergui as sobrancelhas demonstrando que venci. Começamos a nos encarar.

–Eu sou um cara charmoso, não me intimido com um idiota qualquer. –ele respondeu.

–Charmoso? Você? –falei rindo.

–Sim e você também acha isso!

–Poupe-me.

–Rebecca, admita!

–Quando eu estou gostando de alguém eu admito. Somos amigos.

–Sério?

–Rudolph! –gritei. –Você quer parar?

–Ok, desculpe. Eu sei que você é sincera.

–Obrigada.

Rudolph ficou calado por um tempo, mas logo voltou a falar.

–Eu tenho uma pergunta.

–Diga.

–Esse Sr Jones quer aquele livro para que?

Um silêncio invadiu a nossa mesa.

–Se ele comprou o livro, é porque tem alguma história. –Eleonora respondeu.

–Não, não é esse tipo de livro.

–Se não serve para ler, serve para o que? –Angel perguntou.

Rudolph olhou ao redor e voltou a olhar para nós.

–Prometem não falar para ninguém?

As garotas se entreolharam e afirmaram com a cabeça.

–Se vocês contarem isso para seus pais, eles não vão acreditar. Adultos não entendem esses tipos de situações, a menos que estejam vivendo nelas.

–Fala logo! –Angel falou.

–Esse livro que o Sr Jones está procurando chama-se Lobosnausin. Ele contém todos os segredos e costumes de alguma espécie.

–Espécie? De que? –Eleonora perguntou.

–Espécie de lobisomem.

Elas arregalaram os olhos.

–Lobisomens existem? –Sarah perguntou.

–Sim, existem. –falei. –Eu vi um.

–Meus deuses... Isso é apavorante. –Angel falou. –Então o Sr Jones é um lobisomem?

Essa pergunta fez com que minha cabeça começasse a pensar várias coisas ao mesmo tempo.

–Eu não tinha pensado nessa possibilidade. –Rudolph falou.

–Não, ele não pode ser um. –falei. –Na noite de lua cheia, ele não virou.

–E se ele for um lobisomem que consegue se controlar? –Amanda falou.

–Nunca soube de algum lobisomem que conseguiu se controlar com uma lua cheia. –Rudolph falou negando com a cabeça. –Seria muito sem sentido. A lua cheia exerce um poder muito poderoso sobre os lobisomens, não tem como se controlar.

–É, isso todos sabem. –Sarah falou. –Mas, e se alguma dessas espécies criou algo para controlar?

–Não, é impossível.

–E se alguém tiver conseguido? –perguntei.

–Não. Eles podem conseguir tudo, menos isso.

–Ok, ok. Continue a explicação sobre o livro! –Eleonora insistiu.

–Ah, claro. –Rudolph sorriu e voltou a falar. –O livro é muito raro e os lobisomens o protegem com a vida. Se o lobisomem de outra espécie conseguir o livro da rival, pode até acabar com toda a espécie dela.

–Uau. –Angel falou comendo pipoca. –Isso é muito louco.

–Sim, é sim. –Rudolph concordou. –Eu só queria entender como esse livro foi parar nas mãos do velho.

–Talvez ele tenha achado na toca do lobisomem. –respondi.

–Toca do lobisomem? Que toca?
–Do lobisomem que ele matou na sexta, lembra? O bicho comia as vacas dele...

–Se foi ele pegou o livro que estava na casa do lobisomem, então foi ele que me bateu?

–Te bateu? –Sarah perguntou.

–Sim. Quando eu entrei na casa, fiquei com o livro pouco tempo e então levei uma surra. Depois acordei desmaiado na floresta e o livro tinha sumido.

–E você acha que o Sr Jones fez isso? –perguntei.

–Não sei... Mas seja lá o que ele for fazer com o livro, não é coisa boa.

–Você acha?

–Claro que acho! Ele quase te matou pelo livro.

–Tenho medo do que ele vá fazer se não entregarmos o livro em uma semana.

–Onde está o livro? –Rudolph perguntou.

–Na minha casa.

–Pode trazê-lo para mim?

–Posso. Peguei o livro para você.

–Traga-o depois de amanhã, ok?

–Ok.

–Vocês acham segurou trazer o livro para a escola? –Amanda perguntou.

–Não vou deixá-lo na escola, vou levar para casa.

–Esse livro, por acaso, dá para localizar através do faro? –Eleonora perguntou.

–Nunca li sobre isso. –Rudolph respondeu.

–Vai que esses malucos que estão atrás de Rebecca são lobisomens!

–Verdade. –Amanda arregalou o olho. –O homem da arma tinha olhos vermelhos.

–Olhos vermelhos? Então com toda a certeza do mundo, ele era.

–TEM UM LOBISOMEM ATRÁS DE MIM? –gritei.

–Calma! Depois que você me entregar o livro, não vão ficar atrás de você.

–Como você tem certeza disso?

–Rebecca, tudo que eles querem é o livro.

–E se me matarem enquanto eu estiver trazendo o livro?

–Não vão te matar! E, além disso, eles não são seres mutantes invisíveis que estão em todos os lugares ao mesmo tempo. Precisam comer, descansar e principalmente dormir. Então, no horário que você estiver vindo para a escola é muito cedo para eles acordarem.

–Tomara que você esteja certo.

O sino tocou. Era hora de voltar para a sala.

☀ ☀ ☀ ☀ ☀

Na hora da saída, Rudolph fez questão de me ajudar a atravessar a pista. Foi bom, afinal ele fez os carros pararem mais rapidamente. Seguimos em caminhos diferentes. Ele para a casa dele que fica sei lá onde. E eu fui para o carro.

Entrei, cumprimentei meu pai e nós seguimos para casa. Ao chegar lá, fiz os exercícios rapidamente, tomei um banho e entrei no computador até chegar à noite. Rudolph ficava online o tempo todo. Durante a conversa ele não foi nem ao banheiro ou até beber água.

Além disso, o cara digitava super rápido para quem estava no primeiro dia. Eu mal escrevia uma mensagem e já tinha cinco para ler.

Eu: Estou com fome.

Rudolph Ehrlich: O jogo é super legal e tudo mais.

Rudolph Ehrlich: Ué, sua casa não tem comida?

Rudolph Ehrlich: :P

Eu: Claro que tem.

Rudolph Ehrlich: Então come.

Eu: Não posso.

Rudolph Ehrlich: Por quê? Dieta?

Eu: RUDOLPH EHRLICH, ME CHAMOU DE GORDA?

Rudolph Ehrlich: Eu não. Nunca faria isso.

Rudolph Ehrlich: :’D Só fiz isso com minha irmã.

Eu: E ela falou o que? :’D

Rudolph Ehrlich: Ela falou através de gestos e agressões físicas.

Rudolph Ehrlich: :’)

Eu: Bem feito.

Rudolph Ehrlich: Nossa! Valeu hein!

Eu: Por nada.

Rudolph Ehrlich: Fazendo o que?

Eu: Esperando o Nick chegar.

Rudolph Ehrlich: Você não deve morrer de fome só para esperar uma visita.

Eu: Fala isso para minha mãe.

De repente, um sinal divino soou nos meus ouvidos. A campainha de casa.

Eu: Oppppaaaaaaaaa! Campainha, campainha, campainha!

Rudolph Ehrlich: Ha ha ha ha ha ha :D

Eu: TCHAAAAAU. Beijos *u*

Rudolph Ehrlich: *3* Beijos, coma bastante e durma bem.

Eu: Idem. Idem. Idem.

*desconectar*

Desci as escadas correndo e vi que o Nick já estava na porta conversando com minha mãe. Segurando sua mão, uma garotinha muito fofa de olhos vermelhos.

–Oi Nick!

–Oi Becca. Esta aqui é Alix.

A garotinha tinha cabelos castanhos amarrados em um rabo de cavalo. Nas mãos um gato cinza de pelúcia e nas costas uma pequena mochilinha delicada e lilás. Seus olhos vermelhos se movimentavam para observar toda a casa e depois pararam fixamente em mim.

Seus lábios rosados eram finos e combinavam perfeitamente com a pele branca. Ela era bonita como o irmão.

–Prazer. –falei.

Ela não respondeu, apenas abraçou seu bichinho de pelúcia.

–Rebecca, leve-os até o quarto de hóspedes. –minha mãe falou.

–Vamos.

Conduzi ambos até o quarto de hóspedes, que estava cheiroso e limpo. Eles colocaram as coisas no chão e nós seguimos até a mesa de jantar. Comi como um mendigo.

O resto da noite foi bacana, com jogos e televisão. Nick prometeu me contar como ele conseguiu sair da fazenda em outro dia. Mal deu dez horas e o sono bateu. Dormi com o som das conversar no andar de baixo.

Desta vez sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E ATÉ O PROXIMO CAP.



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