Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 17
Nuvens carregadas.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE... (dois anos depois)...EEY LOBINHOOS!
NOVO CAP NA AEREA TUTS TUTS TUTS TUTS. Podemos dizer que: Opa! Lá vem merda pela frente (polegar positivo).
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E BOA LEITURA.



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Cheguei à escola totalmente exausta. Desde quinta-feira, a noite do baile, meu corpo insiste em dormir tarde. Ok, eu passo boa parte das minhas noites pensando no Rudolph e as coisas que estão ao redor dele, mas isso não quer dizer absolutamente nada. Passei pelo portão de entrada quase me rastejando no chão. Caminhei pela escola tentando carregar a mochila totalmente pesada, malditos livros grossos.

Uma onda de sono invadiu meu corpo. Eu tentava permanecer acordada enquanto andava. Encostei na parede e fechei um pouco os olhos. Meu deus isso está me matando. Segui o caminho até sentir minha mochila ser tirada de minhas mãos.

–Rebecca...? Você está viva?

Eu forcei para abrir minhas pálpebras pesadas de sono.

–Rebecca? Olá? –A pessoa estalou os dedos perto do meu rosto.

–... Quem é você?

Abri os olhos e pude ver dois olhos amarelos (ou dourados, sei lá) na minha frente.

–Rudolph...?

–Eu mesmo... O que houve contigo?

–Eu fiquei até tarde... –Outro bocejo. –Acordada.

–Por quê?

Melhor eu esquecer a parte de estar pensando nele.

–Poxa, fala o que foi? –Rudolph insistiu.

–Eu preciso de água. –Mudei de assunto.

–Vou te levar até o bebedouro, tente não dormir até lá.

Levantei os pés com dificuldade, parecia que a gravidade estava me puxando para o núcleo da Terra (Na verdade estavam mesmo). Depois de uns passos cheios de sono, paramos. Eu devia estar doida ou sonhando, porque eu ouvi a voz dizendo “Você chegou ao seu destino”. Abri os olhos e percebi que era a televisão da mulher da cantina. Propaganda ludibriadora.

Apertei o botão da água gelada do bebedouro. Fiquei um tempo me refrescando, mas o sono não ia embora.

–Já tenho uma solução para você. –Rudolph levantou as mangas do seu suéter verde (Esse cara ama verde) e pegou um pouco de água.

Fiquei olhando para o nada até que me toquei o que ele...

–AAAI! ESSA AGUA TA GELADA! –passei a mão no rosto com rapidez. –O DIA ESTÁ FRIO SEU...

–Acordou foi?

Meu cérebro começou a funcionar a partir daí.

–Caramba, você é um gênio. Mas... Não foi o suficiente. Ainda sinto sono na minha veia.

–O que você fez, hein? Passou a noite na balada?

–Não! Eu apenas dormi tarde! Isso não é suficiente para você?

–Na verdade não.

–Quer saber? –puxei a mochila da mão dele. –Vou para a sala.

Corri até a sala de aula e parei na porta para soltar outro bocejo. Droga.

–Sono? –Rudolph deu um sorriso irônico. Ele é rápido hein.

–Vai... –outro bocejo. ARGH! –Cuida da sua vida.

–Ok, mademoiselle.

Ele passou na minha frente e cumprimentou minhas amigas. Eu coloquei minha mochila no local do mapa de sala e fui até eles.

–Oi.

–Oi. –elas disseram em uníssono.

Demorou uns minutos até Angel olhar para o relógio e dar um suspiro.

–Cinco, quatro, três, dois...

O sino tocou e eu revirei os olhos.

–Que crueldade.

Fui até a cadeira e me sentei. Tive que avisar que havia mapa de sala já que eu era a droga da líder de classe. Não demorou muito para a professora entrar na sala. PROFESSORA DE REDAÇÃO?

Os alunos começaram a murmurar ao mesmo tempo.

–SILÊNCIO. –ela gritou. – Ok, ok! Eu já entendi que não era para eu estar aqui e tudo mais, porém a professora que estaria dando esta aula sofreu um acidente. Pediram-me para recuperar as aulas dela enquanto ela estivesse se recuperando.

–Ela teve acidente de que? –um aluno perguntou.

–Não sei. –Ela caminhou até a mesa dela e pegou um papel. –A boa notícia é que eu já tenho um planejamento incrível para esta semana.

Ela leu algumas coisas e voltou a falar conosco.

–Hoje, nós vamos assistir um documentário de uma hora e trinta minutos sobre a Segunda Guerra Mundial.

E. R. R. O. U.

–Não deveria ser o professor de história? –Rudolph perguntou.

–Estou fazendo uma parceria com ele neste projeto. –Ela leu mais algumas coisas no papel. –Este documentário serve para que vocês façam um “diário” como se estivessem na Guerra. É um trabalho e tanto, então vão precisar de duplas.

Rudolph colocou a mão no meu ombro. Eu mostrei o polegar confirmando.

–Vamos para a sala de vídeo, turma! –A professora pegou as coisas da mesa e saiu pela porta.

Nós a seguimos pela escola até chegar numa sala deliciosamente geladinha. Vesti o casaco e senti aquela semelhança entre ele e o meu... Cobertor... Droga!

Nossa sala de vídeo tinha semelhança com um cinema. As cadeiras eram juntas em colunas e os assentos eram confortáveis. Rudolph sentou na cadeira e se remexeu.

–O que houve? –perguntei.

–Esses assentos confortáveis para as nádegas são demais.

Franzi a testa. Hein...?

–Vou fingir que esta frase foi normal... Você está bem?

–Estou ótimo.

–Ótimo e estranho.

O documentário começou, mas na minha cabeça só passava uma coisa: Manter acordada.

Após alguns momentos de “tortura sonífera” a aula terminou. Eu bem que gostaria de ter assistido, esses assuntos de guerras mundiais sempre são interessantes. O problema é o sono, que dá socos na minha barriga a cada vez que eu tento ficar acordada.

Demorou um tempão até estar no intervalo. Finalmente! Hora da comida!

Saímos da sala de vídeo e fomos até o pátio. Hoje eu trouxe sanduíche para comer... Dois, na verdade. Ataquei um numa rapidez tremenda.

–Desse jeito você vai comer seus dedos. –Rudolph falou.

–É feio olhar as pessoas comendo, sabia? –retruquei.

–Ok...

Ele olhou ao redor.

–Quem é a figura sinistra? –Rudolph perguntou.

–Que figura sinistra?

–Aquela ali. O homem te encarando. –Ele apontou para um homem atrás de uma arvore.

O homem estava usando um sobretudo preto aberto. Dava para ver uma blusa azul e calças pretas por baixo. Eu poderia conhecer aqueles olhos heterocromáticos de longe. Era o Nick.

Corri até a árvore carregando meu delicioso sanduíche nas mãos. Rudolph me seguiu.

–Uou, uou, uou! Onde está indo? –Ele segurou meu braço.

–Indo falar com o Nick!

–Nick? Quem é Nick?

–Oi, Becca. –Nick havia caminhado até nós.

Eu dei um abraço nele. Tínhamos convivido muito pouco, mas eu o considerava como um irmão. Rudolph apenas observava, emburrado.

–O que está fazendo aqui, Nick? –perguntei dando uma mordida no sanduíche.

–Preciso conversar contigo.

Nick e Rudolph não paravam de se encarar. Rudolph franziu a testa para ele e me puxou para perto. Eu devolvi um olhar furioso e tirei as garras dele de mim.

–Nick, Rudolph. Rudolph, Nick.

–Rebecca fala muito de você. –Nick falou.

–Pois é... Afinal, onde se conheceram? –Rudolph segurou meu braço de novo.

Livrei-me novamente e me afastei dele.

–Eu trabalho na fazenda e Rebecca foi...

–Fazenda? Que fazenda? –Rudolph arregalou os olhos. –Ah, não me diga que você trabalha para...

–Sim o Sr Jo...

–Para aquele velho cretino?

Nick franziu a testa.

–Você também tem o cérebro de bosta que nem o dele? Ajudou a matar o...

–RUDOLPH! –gritei. –Já chega.

–Temos que conversar com ele do lado? –Nick perguntou.

–É meu amigo, ele é confiável.

–Não é de confiança que eu falava.

Rudolph abriu a boca revoltado. Eu segurei seu braço e consegui detê-lo.

–Nick, por favor, fale logo. O que veio fazer aqui?

–Eu vim falar sobre o livro.

–Mas eu já enviei o...

–Rebecca, todos nós sabemos que você enviou o errado.

–De que livro vocês estão falando? –Rudolph se intrometeu. –Lobosnausin?

–Sim, mas como você...

–Você está com o Lobosnausin?!?

Agora os dois olharam para mim.

–E-Eu vou explicar! Calma!

–VOCÊ IA DAR PRO VELHO? –Rudolph insistiu.

–Eu posso falar? –retruquei irritada.

–Pode. –Disseram em uníssono.

Puxei os dois para trás da árvore e voltei a falar.

–Sim, eu peguei o Lobosnausin na casa do Sr Jones e eu não posso devolver. –Olhei para o Rudolph e voltei a falar. –Eu peguei para você, porque eu sei o quando você queria.

–E por que você não me contou? –Rudolph perguntou.

–Eu achei que...

–Achou o que?

–Eu falo depois.

Olhei para o Nick e respirei fundo.

–Nick, eu não posso devolver o livro. Eu vou te ajudar a arranjar algum modo de acabar com isso, mas eu fui à casa do Sr Jones em busca de um motivo.

Nick envolveu minhas mãos nas suas e me encarou.

–Becca, as coisas mudaram. Eu não o reconheço mais!

–Q-Quem?

–O Sr Jones. Ele está... Louco e agressivo.

–Isso ele já é. –Rudolph comentou.

Eu o olhei com cara feia e voltei a encarar o Nick.

–Desde o dia que você foi embora e levou o livro eu não trabalho mais. Todas minhas funções agora se resumem em conseguir aquele maldito livro. Ele chegou à conclusão que foi você e tomou alguns caminhos para recuperar o livro que me dão medo.

–Q-Que caminhos?

Ele soltou minhas mãos e desviou o olhar.

–Nick?

–Não sei se devo dizer isso.

–Diga-me, por favor.

–Rebecca, eu não... Eu não quero te assustar.

–Não vai.

O silencio se espalhou pelo ar até Nick resolver abrir a boca.

–Foi... –Ele respirou fundo. –Foi o Sr Jones que mandou...

–Mandou o que? Nick, fale!

–Foi o Sr Jones que mandou o cara te matar!

Senti um toque quente na minha mão e dedos se entrelaçarem nos meus. Dedos do Rudolph.

Entrelacei meus dedos e apertei como se fosse um abraço entre mãos. Rudolph me puxou para perto dele e me abraçou. Não o afastei dessa vez. Ouvi um “Vai dar tudo certo” na minha orelha e um cafuné na minha cabeça.

Após alguns segundos saí do abraço reconfortante e voltei à triste realidade. O Sr Jones queria me matar.

–Não queria te deixar assim, Becca.

Eu sentia que suas palavras eram verdadeiras. Eu insisti e agora as consequências eram terríveis. Pelo menos eu já sabia quais eram as intenções do Sr Jones, então dava para esperar o pior.

–Nick, ele te ameaçou também? –perguntei.

–Não se preocupe com...

–Responda! Sim ou não?

–Eu te disse que ele está estranho esses dias e que ele pode fazer o que for preciso para conseguir aquele livro. Disse que eu tenho uma semana para conseguir, senão...

–Senão o que? –Rudolph perguntou.

–Ele vai fazer algo ao extremo.

–Mais? Ele tentou matar a Rebecca, o que esse velho idiota em na cabeça?

–Eu não sei, mas seja o que for ele é capaz de fazer.

–Devemos avisar a polícia? –perguntei.

–A polícia desta cidadezinha é uma bosta. E, além disso, ele é um cara conhecido em toda a cidade. Não apenas como fazendeiro, mas também como um velho inofensivo e gente boa. –Rudolph falou.

–Nick, eu não quero que você corra perigo na casa do Sr Jones. Não sabemos o que ele pode fazer, é perigoso.

Nick permanecia em silencio.

–Quero que vá para minha casa.

–Sua casa? Rebecca, não precisa.

–Precisa sim! Você precisa ir.

–M-Mas e seus pais? Eles precisam concordar com isso.

–Eu ligo para eles agora, se for preciso. Eu não quero que morra nas garras do Sr Jones.

–Esse velho já está quase na beirada do caixão e resolve virar genocida? Deviam levá-lo para um abrigo de idosos ou algo do tipo. –Rudolph resmungava.

–Vamos fazer assim, eu falo com meus pais hoje e amanhã você pode vir aqui novamente. Tudo bem? –perguntei.

–Pode. –Nick sorriu. –Eu estou preocupado com minha irmã, não quero que nada aconteça com ela.

–Esse é o espírito da coisa.

Nós rimos, trocamos um abraço e nos despedimos. Rudolph segurou minha mão e nós voltamos até o encontro com as amigas. Amanda soltou um olhar maligno quando viu nossas mãos dadas, o que me fez corar. Sarah ficou em silencio durante todo o intervalo, ela sentia algo pelo Rudolph eu tenho certeza.

A partir daí o tempo passou rapidamente. Quando menos percebi o sino da saída tocou e todos saíram como animais da sala. Fiquei esperando meu pai vir me buscar enquanto conversava com o Rudolph. Ele me contava uma história, que estava quase no final.

–O que aconteceu depois? –perguntei.

–A mulher meio fica apaixonada pelo lobisomem.

–Como ela se apaixonou se ela nunca o viu?

–Ela viu sim, na varanda da casa dela, lembra?

–Você disse que ele estava transfor... Não me diga que...

–Sim, ela se apaixonou pelo lobisomem em si. –ele sorriu.

–Que maluca! Mas ela o viu em forma de homem?

–Eu acredito que não, mas toda noite de lua cheia ela colocava pedaços de carne em sua janela e o esperava.

–E ele aparecia?

–Apareceu nas duas primeiras noites, mas depois sumiu. Parece que o mataram.

–Coitado... E o que a mulher fez?

–Minha mãe não me contava esta parte, mas tudo indica que ela se matou.

–Ela o amava muito a ponto de cometer suicídio... Isso sim que eu chamo de amor.

Nós ficamos em silencio por um momento até o Rudolph continuar a falar.

–Rebecca, eu posso te fazer uma pergunta?

–Sim, claro.

–Por que você não contou sobre o livro? Você ia dar para o velho?

–Não! Rudolph, se eu prometi te ajudar, eu não vou descumprir o acordo! Eu não daria para ele nunca, porque eu peguei para dar a você.

–E por que não me contou?

Ouvi uma buzina, era meu pai.

–Por favor, me responda antes de...

Olhei para o carro do meu pai e suspirei.

–E-Eu achava que você ia dar mais importância ao livro do que a mim.

Ele corou.

–Mas que besteira... O livro pode ser precioso, mas... A sua amizade é mais.

Eu queria sair correndo dali o mais rápido possível ou enterrar minha cabeça no chão, mas eu apenas sorri e dei um abraço no Rudolph. Depois atravessei a rua e entrei no carro. Durante o trajeto eu dava sorrisos e meu pai me olhava de forma estranha.

Uma alegria invadiu meu coração. Uma alegria que parecia infinita.

Uma alegria apaixonante.


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Notas finais do capítulo

Então... gostaram? Espero que sim. Qualquer erro me avisem e por favor COMENTEM. Rudolph ama comentários.
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E ATÉ O PROXIMO CAP )o)



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