Apaixonada Por Um Lobisomem escrita por RebOS


Capítulo 16
O Baile: Parte 2.


Notas iniciais do capítulo

PESSOAS PESSOAS PESSOAS!!!! SCRRR... O que era para ser "Amanhã" Virou tipo...Semana que vem :v SÓ PARA ESCLARECER, EU DISSE QUE IA POSTAR AQUI A PARTE DOIS. Quem sabe não role algo ein *aquela cara*
Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=AeFLR9hKQ6Y
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E ATÉ LÁ EMBAIXO.



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Virei com rapidez e pulei encima do Rudolph. Prendi minhas pernas nas suas costas e fiquei pendurada como um macaco nele. Sinceramente, eu não sei se sorria ou chorava de felicidade. A saudade que eu sentia do Rudolph era muito grande.

–Você está vivo, você está vivo... –Eu repetia isso toda hora.

Passei a mão em seus cabelos lisos e negros. Eram tão macios. Ele enrolou seus braços em torno do meu corpo para me dar mais segurança de que não ia cair. Depois de ficar uns 10 minutos abraçada no Rudolph, decidi sair de cima dele.

Quando coloquei os pés no chão, voltei a olhar para ele e dei um soco em seu braço.

–Ai!

–Isso foi por me deixar preocupada e quase maluca. POR QUE VOCÊ DEMOROU TANTO?

–Tive alguns sérios problemas.

–Tipo o que?

–Tipo isso. –Ele levantou a blusa e mostrou a parte da costela, que eu havia batido, saindo sangue.

–Rudolph, e-eu não...

Ele sorriu.

–Não foi você que fez isso, pode ficar relaxada.

–Então como isso aconteceu?

–Eu tive vários machucados que demoraram muito para cicatrizarem. Meu irmão teve que sair para comprar remédios e...

–Seu irmão?

–Sim. –Ele abaixou a camisa.

Olhei para a roupa do Rudolph.

–Você se arrumou para vir ao baile!

Ele sorriu.

–Sim, me arrumei. Algumas roupas são alugadas e outras estavam jogadas no meu guarda-roupa.

Rudolph usava uma blusa de botões vermelha com as mangas dobradas até os cotovelos. Usava calça preta jeans e um tênis Converse All Star totalmente preto. Uma gravata, preta também, caia sobre a blusa vermelha.

–Quer pegar guardanapos para tapar a ferida?

–Não, eu trouxe comigo.

Ele foi até algo preto que estava jogado no chão e tirou guardanapos do bolso. Era um casaco preto.

–Pronto. –Rudolph levantou a blusa novamente e colocou os guardanapos no ferimento.

–Eu tenho muitas perguntas para fazer...

Eu não conseguia tirar os olhos da sua barriga magra e definida. Pisquei algumas vezes e balancei a cabeça para voltar ao foco.

–Disse alguma coisa?

–Não... –ele olhou para mim como se percebesse o lugar para onde eu estava olhando. –Natação.

–O que? –balancei a cabeça. –O que disse?

–A minha barriga tem esta certa definição por causa da natação.

–Eu não estava olhando para sua... –REBECCA. FOCO. –Barriga.

–Eu sei. –Ele abaixou a camisa, me fazendo voltar ao foco.

Suspirei e coloquei as perguntas organizadas em minha mente.

–Primeiramente eu queria saber por que você está todo machucado.

–Eu quero te contar a história, mas em outra hora.

–Não, eu quero agora.

–Vamos nos sentar em algum lugar. –Ele sorriu. –Pra que tanta pressa? Terá a noite toda ao meu lado.

Eu devolvi o sorriso, mesmo estando curiosa a ponto de explodir. Sentamos nas escadas e ele começou a falar.

–Era sexta de manhã, eu estava caminhando pela floresta e...

–MEU DEUS, RUDOLPH! –Amanda desceu as escadas até onde estávamos e deu um abraço nele. –Você nunca mais faça isso, garoto!

–Pode deixar. –Ele respondeu. –E então, como foram os dias sem mim?

–Trágicos... –respondi.

–Além disso.

–Não teve nada diferente, a semana foi uma bosta e ponto final.

–Não teve nadinha que foi tipo... Mais ou menos?

–Não. Até a morte da Sophie foi ruim, imagine o...

–ELA MORREU?

–Sim, você não sabia? –Amanda perguntou.

–Não! Eu odiava aquela garota, mas eu não queria que ela morresse. Pelo menos não antes da minha vingança!

–Credo... –Falei.

–Ela morreu mesmo ou...

–Rudolph, ela m-o-r-r-e-u. Com todas as letras e sílabas.

–Mas...

Nós ouvimos passos se aproximando.

–Amanda? –Jim desceu as escadas.

–Oi, Jim. Quero que você conheça nosso amigo, o Rudolph. –Ela apontou para o Rudolph, que fazia uma cara de cão para o pobre Jim.

–Você é o capitão do time de basquete? –Ele perguntou.

–Sou sim. –Jim tocou na mão de Amanda, o que fez o Rudolph ficar com olhos fixos nele. –Vamos, Amanda?

–Vamos dançar. Vocês querem vir?

–NÃO. –Rudolph respondeu.

–Não, obrigada. –Olhei feio para ele.

–Ok, até mais.

Eles subiram a escada e nos deixaram a sós novamente.

–Por que foi tão grosso? Ele não fez nada com...

–Onde eu estava mesmo?

Decidi não perguntar novamente.

–Sexta de manhã na floresta...

–Aaaah, sim! –Sentamos nos degraus da escada novamente. –Eu saí de casa cedo naquele dia, mais ou menos umas cinco da madrugada. Peguei algumas coisas de acampamento que poderiam ser úteis caso eu não voltasse tão cedo para casa.

–Você partiu sexta e voltou que dia?

–Segunda, umas seis da tarde. Eu estava completamente machucado e ferido, mas com alguns cuidados consegui que os ferimentos cicatrizassem mais rápido.

–E a carta?

–Que carta?

–A que dizia que você vinha para o baile.

–Mandei meu irmão colocar no seu nome.

–E como você sabia que havia esta nova organização do baile?

–A escola manda e-mails para os responsáveis.

COMO EU NÃO PENSEI NISSO?

–Continue a história da sua caminhada.

–Ah, ok. –Ele respirou fundo. –Em umas cinco da tarde, as minhas pernas pareciam que iriam virar pó. Estavam doloridas de tanto caminhar, então eu decidi parar um pouco para fazer o acampamento. Coloquei coberta no chão, fiz fogueira, comi... etc, etc, etc.

–Passou o dia inteiro caminhando e não conseguiu chegar ao local?

–Eu moro muito longe do local onde estaria o lobisomem. Demorei horas e horas de caminhada para entrar na floresta, foi muito cansativo.

–Ok... Então você parou para acampar, mas e depois?

–Quando eu acordei, continuei com a caminhada. Depois de duas horas, achei uma casa meio abandonada no meio da floresta. Parecendo aquelas casas de fazendas antigas que as pessoas largam por ai sem mais nem menos. A casa estava aos pedaços e eu achei que era um ótimo lugar para procurar o livro.

–De onde você tirou isso?

–Claro que é um ótimo lugar. Um livro super raro e procurado, não pode ficar num lugar que chame atenção.

–No mundo que você veio não existe a palavra “cofre”?

–Rebecca, é diferente.

–Não, não é. Cofres são seguros, tem senhas, o acesso é privado...

–Mas esse não é o caso... Eu te garanto que para um lobisomem uma casa abandonada é o melhor lugar e...

–Tanto faz, continue a história.

–Ok. –Ele parou para pensar e voltou a falar. –Eu entrei na casa e fiquei com a lanterna na mão procurando o livro.

–E você achou?

–Achei, mas foi por pouco tempo.

–O que aconteceu?

–Quando eu peguei naquele livro, senti o poder exalar e entrar nas minhas veias. Eu folheei algumas paginas e senti seu cheiro. Parecia algo novo e velho ao mesmo tempo...

Se ele pegou o livro, então como...

–De repente eu recebi um golpe nos braços e a lanterna se espatifou no chão. O livro caiu das minhas mãos e eu não conseguia ver nada. O quarto que o livro estava escondido era muito escuro e sombrio.

–Você não viu quem te deu o golpe?

–Não. –Ele olhou para mim. –Eu só lembro-me de ver um par de olhos vermelhos na escuridão até receber uma pancada e ficar meio tonto. Enquanto meus olhos apagavam, ouvi uma voz familiar.

–O que ela disse?

–Eu não entendi, mas eu sei que já ouvi em algum lugar. –Ele olhou para o céu, pensativo. –Quando eu acordei, estava com sérios ferimentos e os caras haviam desaparecido. O livro... Sumiu com o rastro deles. Perdi minha valiosa chance.

Não sei se este era um bom momento para contar que eu tinha o livro em minhas mãos e que não estava tudo perdido. Eu precisava contar... Mas não neste momento.

–Rudolph, quem sabe algum dia você não consiga aquele livro novamente?

–Claro! Tipo... Nos meus sonhos? –Ele disse ironicamente.

Desisto, eu preciso contar.

–Eu preciso falar uma coisa... –Ele estava pensativo, olhando para a água que caia do chafariz. –Rudolph? O que foi?

–Nada... Só estava pensando numa coisa.

–Que coisa?

–Uma coisa do passado... Esquece. Continue a falar.

–Passado...?

Ele me fitou com seus olhos amarelos e meio dourados.

–Meu pai... Ele sempre quis ter o Lobosnausin.

–Você nunca me falou muito sobre sua família.

–Eu não sabia que você queria saber sobre minha família.

–Eu só tenho curiosidade.

Ele parou um pouco. Pelo visto seria uma historia.

–Quando eu era muito pequeno, quatro ou cinco anos, meu pai adorava me contar histórias de lobos que eram heróis. Ele era muito apegado a mim, o que fazia alguns dos meus irmãos terem ciúmes.

–Irmãos? Você tem mais que um?

–O Tristan mora comigo e Benjamin mora com Akanta.

–Akanta é a namorada do seu irmão?

–Os três são meus irmãos.

Tentei disfarçar a pergunta estranha.

–E por que vocês se separaram?

–Eu queria ter uma vida normal.

Um silêncio invadiu a conversa.

–Como assim “vida normal”?

–Desde que meus pais se foram nos vivemos como órfãos. Sobrevivemos com a ajuda de um amigo que adorava muito meu pai e ele resolveu nos ajudar.

–E onde moram seus outros dois irmãos?

–Não sei. Faz três anos que não os vejo.

Acho que Rudolph não queria falar sobre os irmãos.

–Você também era muito apegado ao seu pai, não é?

–Muito. Ele tinha umas histórias maneiras e cheias de aventura. Contava histórias sobre lobisomens que eu nunca esqueço na minha vida. Quando ele partiu parecia que meu corpo não conseguia mais respirar... Eu me apego muito às pessoas e isso complica muito quando elas decidem me deixar.

Eu segurei a sua mão e encarei seus olhos.

–Ele dizia que meus olhos eram a alma de um lobo, porque exala uma beleza inexplicável... Mas é fatal.

Levantei dos degraus da escada.

–Quer saber? Chega de tristeza. –Puxei para que ele se levantasse também. –Isso é um festa, vamos nos divertir.

Rudolph sorriu e apertou minha mão.

–Vamos nessa.

*****************

Rudolph me segurou pela mão e me guiou pelo salão do baile. Sentamos numa mesa qualquer e ele começou a devorar os salgados dos potes de plástico que pareciam vidro.

–Deixe um pouco para mim! –gritei.

Ele riu coma boca aberta, o que me fez arrepiar de nojo. Dava para ver a coxinha mastigada se mexendo lá dentro.

–Eca, Rudolph. –Outro arrepio. –Cavalheirismo existe, sabia?

–Claro, minha dama. –Ele sorriu. Desta fez com a boca fechada. –Você devia comer, antes que acabe.

–A fome está atacando?

–Não está dando para controlar.

Catei uns quatro salgados médios e coloquei encima de guardanapos.

–Estes são meus.

Comemos em silencio por alguns minutos. Às vezes o Rudolph me encarava com seus olhos dourados.

–Rebecca?

Encarei-o.

–Quer dançar? –Ele sorriu.

–Sério mesmo, nunca me imaginei dançando com você.

–Vamos ou não?

Eu parei um pouco para pensar, mas logo devolvi um sorriso para ele.

–Claro, vamos nessa.

Rudolph levantou-se e estendeu a mão para mim.

–Srta Simmons, me daria a honra desta dança?

–Claro.

Segurei a sua mão enquanto ele me conduzia até a pista de dança. Tocava musicas aleatórias e divertidas.

Eu dançava com o Rudolph tentando me divertir o máximo possível, até iniciar a fase 2 de um baile chamada: Momento de música lenta.

É hora da vergonha.

Meu rosto corou, o que fez o Rudolph sorrir. Eu dei passos para trás, mas ele segurou o meu braço.

–Está tentando fugir? –Agora ele estava com um sorriso enorme no rosto.

–Não estou fugindo! Estou... Tentando não passar vergonha.

–Não sabe dançar como chiclete?

–Dançar como chiclete? O que é...

–Dançar abraçado, ué!

–Não, não sei.

Rudolph me encarou e sorriu.

–Sem problemas, eu te ensino.

Ele segurou minha cintura e me trouxe para mais perto. Abraçamo-nos e demos passos leves para direita e esquerda.

–Você está pegando o jeito. –Ele cochichou no meu ouvindo.

Eu fechei os olhos, tinha certeza que ele me guiaria. Encostei minha cabeça em seu peitoral e então tudo foi ficando mais confortável. Os passos, o abraço... Tudo foi tomando forma de algo mais normal.

Senti sua bochecha relaxar no topo da minha cabeça. Abri os olhos e vi a Sarah nos encarando com um copo de drinque na mão. Rodamos um pouco e percebi que todos estavam nos olhando. A música parou e meu corpo estava congelado. De repente senti uma pancada e nós caímos no chão.

Um garoto havia esbarrado em nós com muita força. Ele não parou para ajudar, apenas continuou a correr. Levantei-me e percebi que o Rudolph corria em direção à varanda. Fui atrás dele.

Avistei-o na fonte, olhando para sua camisa.

–O que houve? –perguntei me aproximando.

–Aquele garoto bateu no meu machucado. Está doendo muito.

Rudolph virou-se para mim e eu pude ver sua blusa manchada de sangue.

–Onde está o seu casaco?

–Ali, no gramado.

Comecei a procurar o casaco pela grama, até achar após uns minutos. Corri até me esbarrar em algo e ouvir o barulho de algo caindo na água. Olhei para a fonte, lá estava o Rudolph sem camisa e todo molhado. Minha respiração parou.

–D-Desculpa. -falei.

Meu rosto devia parecer um pimentão, pois era assim que eu imaginava.

–E-Eu peguei seu casaco... Se quiser eu saio...

–Não, não precisa. Só estava lavando meu machucado.

E pra isso precisa tirar a blusa toda?

–Ok... Toma. –Entreguei o casaco para ele.

Rudolph tirou alguns guardanapos do casaco e colocou sobre o ferimento. Depois vestiu a blusa e jogou o casaco no chão, fez de travesseiro e deitou. Depois esticou um braço para que eu deitasse.

Eu sentei ao seu lado, mas não consegui resistir. Deitei em seus braços e nos passamos o resto do baile em silencio, olhando as estrelas...

Apenas eu e o Rudolph.


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Notas finais do capítulo

Então....Curtiram? -u- Espero que tenham gostado e qualquer erro podem me avisar (Além de eu ter preguiça de editar).
ABRAÇOS PELUDOS DE LOBISOMEM E ATÉ A PROXIMA.



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