55 Cancri-e escrita por Alexandra


Capítulo 2
Capitulo 1




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Capitulo 1

Cancri estava devastado. Toda a alegria desaparecera. As lágrimas escorriam pelo rosto do sábio rei, que segurava o corpo imóvel e gelado da sua esposa. Um grupo de guardas entrou de rompante na sala do trono, onde o terrível “acidente” acontecera. Os olhares dos guardas tornaram se tristes e aguados, ao ver a sua rainha morta.

Uma criada, muito amiga de Madelyn, entrou apressada, pois tinha acabado de saber da devastadora notícia. Quando esta entrou, o rei levantou a cabeça e dirigiu-se rapidamente ao encontro da mulher, e falou-lhe com a voz a vacilar.

– Tens de tirar o meu filho daqui. Envia-o para outro lado. Não quero que o seu fim seja igual ao da minha esposa.

A criada acenou com a cabeça e correu de imediato ao quarto do menino. Arthur voltou-se para os guardas e, com fogo no olhar, ordenou.

– Encontrem Lookya! Procurem por todo o lado e tragam-ma! A morte da minha mulher deve ser vingada…

Imediatamente, os guardas obedeceram ao pedido do seu rei. Rapidamente, a sala que antes se encontrava cheia de guardas, esvaziou-se. Um alarme soou em todo o reino, e todos os exércitos iniciaram as buscas por Lookya.

Nesse instante, a criada regressou com o bebé, embrulhado em cobertores, nos seus braços.

– Leva-o para o Planeta Terra, lá ele estará em segurança. Certifica-te de que ninguém sabe que ele continua vivo. Se Lookya soubesse, não descansaria até que o conseguisse matar.

– Com todo o respeito, meu rei, mas não o posso abandonar assim, num planeta desconhecido.

– Não te preocupes, ele ficará bem. Deixa-o nesta morada. Estes terráqueos irão tratar bem dele.

O rei agarrou o seu filho pela última vez. Beijou-o e abraçou-o enquanto uma lágrima caia pela sua face. Entregou-o de volta aos braços da criada que se dirigiu rapidamente para fora do palácio. Arthur sentiu um enorme aperto no coração enquanto via a mulher afastar-se.

– Vai correr tudo bem, eu prometo. Um dia, retornarás para mim.

O reino estava uma verdadeira confusão. As casas ardiam, os muros caiam e todos os habitantes corriam e gritam ao mesmo tempo que se desfaziam em lágrimas. A criada corria o mais que podia com o bebé nos braços. Não era fácil passar entre tantas pessoas e tantos destroços. O cansaço já era tanto que as pernas tremiam. Finalmente, consegui chegar ao Cancroil, um portal que permitia viajar entre todos os mundos. Ao lado do Cancroil existia uma espécie de comutador avançado, que permitia escolher para que planeta queria ir. A criada selecionou “Planeta Terra” e, imediatamente, o portal mudou de prateado para azul. O barulho da confusão começou a ecoar dentro da sua mente. Seria mesmo o melhor levar o menino para outro planeta? Seria isto que a rainha iria querer? E se ele nunca voltasse? Todas estas perguntas vagueavam pela sua mente. Um enorme estrondo despertou-a. Uma torre do palácio acabara de cair. Voltou a olhar para o menino. Respirou fundo e, atravessou o portal.

Ao chegar á terra, todo aquele barulho desaparecera. Ela olhou em volta. Encontrava-se numa estrada completamente vazia. Apenas se ouvia o som de uma leve brisa que passava entre as folhas das árvores. A mulher começou a andar, devagar e fraca. Tirou do bolso o papel onde o rei escrevera a morada e suspirou. Continuou o seu caminho através daquela estrada silenciosa.

Quando se começou a aproximar da cidade, o som e as luzes tornaram-se mais intensos. Existia mais movimento e as pessoas que passavam por ali pareciam alegres e felizes. A morada que Arthur lhe deu, guiou-a até uma linda casa branca com detalhes amarelos. Nas suas paredes, trepavam bonitas rosas vermelhas. A criada subiu os três degraus que conduziam á porta de entrada. As forças que lhe restavam já não eram muitas e mal se conseguia manter de pé. Caiu de joelhos e já não se conseguiu levantar. Esticou o braço o mais que pôde, na tentativa de conseguir tocar á campainha. Após ter carregado no botão não lhe sobraram mais forças e, caiu sobre o tapete de entrada.

A porta abriu-se. Uma mulher de cabelo comprido castanho, que vestia um roupão branco, reparou na mulher caída á frente da sua porta. Gritou pelo marido, um homem alto, bem constituído, com cabelo curto também castanho. Repararam que a mulher agarrava alguma coisa. Ao destaparem um bocado do cobertor, puderam ver que se tratava de uma criança com pouco mais de seis meses. O homem levou a criada para dentro e a mulher chamou, imediatamente, uma ambulância. Dez minutos depois, a ambulância chegou. Dois homens colocaram a criada numa maca e, uma mulher levou o bebé para dentro do veículo. Um homem mais velho aproximou-se do casal e pediu-lhes que os acompanhassem ao hospital.

Quando entraram no hospital, os médicos seguiram com a criada para dentro de uma sala, enquanto que o casal ficou a responder a umas perguntas.

– Conheciam a senhora? – Perguntava uma enfermeira.

– Não, ela apareceu á porta de nossa casa. Eu e o meu marido estávamos a dormir quando ela tocou á campainha.

– Muito bem… Vou ter que ficar com o vosso nome e contacto se não se importam.

– Claro. Oliver Wilson e a minha esposa Sally Houck. Pode contactar-nos através do seguinte número…

– Obrigada, entraremos em contacto.

Oliver acenou com a cabeça e quando a enfermeira se dirigia de novo ao seu posto de trabalho, Sally interrompeu-a.

– E o bebé? Onde vai ficar?

A enfermeira parou para lhe responder.

– Não se preocupe vamos tentar descobrir quem são os pais da criança. Se não obtivermos resultados, vamos entregá-lo para adoção. Boa noite.

A enfermeira afastou-se, e Oliver aproximou-se de Sally enquanto esta seguia o percurso da enfermeira com o olhar.

– Vamos Sally. Vamos embora.

A noite deu lugar ao dia, e tudo o que se passara na noite anterior parecera um sonho. Era domingo, dez da manhã, e Oliver acordou. Olhou para o seu lado para ver se Sally ainda se encontrava na cama, mas esta já se tinha levantado. Ele saiu da cama, vestiu uma T-Shirt que estava á mão e foi ter com a sua esposa á cozinha.

– Bom dia.

– Bom dia.

Sally estava a cozinhar e Oliver aproximou-se para lhe dar um beijo, mas hesitou.

Ok, o que é que tens?

– Nada… Porque é que dizes que tenho alguma coisa? Se calhar tu é que tens alguma coisa.

– Eu? Eu tenho a certeza que não tenho nada.

Sally não encarava Oliver. Ele rodou-a gentilmente para que pudessem ficar frente a frente.

– Eu conheço-te muito bem, e sei quando algo não está bem… Vais dizer-me o que é que se passa?

– Foi o que aconteceu ontem… Não consigo tirar a imagem daquela senhora e do bebé da cabeça.

– Eles estão bem, não te preocupes.

Oliver piscou o olho a Sally e esta largou um ligeiro sorriso. Ele inclinou-se para a beijar, mas foi interrompido pelo telefone.

– Oh! Então?!

Sally soltou uma gargalhada e atendeu a chamada. Era do hospital.

– “Agradecemos desde já, a vossa colaboração no incidente de ontem. A mulher que foi internada já teve alta, tentámos falar melhor com ela, mas ela apenas disse que desejava voltar para casa. Quanto á criança, não existe qualquer registo dela ou dos seus pais, e nenhum dos orfanatos aceita um bebé de seis meses sem registo nas suas instalações. Por isso, gostaríamos de saber se não estão interessados em adotar a criança. Se aceitarem, terão de se encaminhar ao hospital para preencher os papéis e de seguida ao tribunal. Qual é a vossa decisão?”

Sally não respondeu. Oliver encarava-a confuso.

– Então? O que é que eles querem?

Sally olhou para Oliver. Uma lágrima de felicidade caia-lhe pelo rosto. Adotar aquela criança era uma oportunidade única. Eles sempre quiseram ter um filho, mas Sally não conseguia engravidar. Se rejeitassem esta oportunidade, que garantias tinham de que voltariam a encontrar uma criança tão pequena? Sally sentia-se feliz e concretizada. E, entre lágrimas de alegria, respondeu.

– Ollie, eles querem saber… Se nós queremos adotar aquela criança.


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