- onde estamos? – perguntei olhando em volta.
- minha casa. Meu ateliê. – ele abriu a porta da casa e eu entrei. Vários quadros espalhados pela sala, alguns terminados outros não. E cada um mais lindo que o outro.
- nossa! – peguei um quadro que estava no chão e fiquei impressionada. – você é um artista!
- ainda não, mas vou ser um dia. – ele sorriu. – espere aqui, eu já volto.
Ele entrou em uma sala e eu fiquei lá esperando por ele enquanto observava todas as pinturas. Ele tinha um talento incrível, tudo que ele pintava ou desenhava ficava perfeito. Havia um quadro de uma mãe segurando um bebê, incrível e extremamente real.
- gostou desse?
- muito. É lindo. – eu disse emocionada.
- eu pintei essa senhora quando ela estava passando pela rua, aqui em frente. É um dos que eu mais gosto também. Mas agora vem aqui, preciso que você fique sentada nesse sofá.
- hã? Pra quê? – perguntei confusa.
- você vai ver. Por favor?
Larguei o quadro que eu segurava no chão e me sentei no sofá, como ele pediu. Eu vi que ele separou alguns pincéis e tintas e eu já imaginei o que ele queria.
- ah não, Gerard. Não me pinta, eu to feia. – tentei esconder meu rosto com as mãos e ele começou a rir.
- feia nada, você nunca será feia. Você é perfeita. – eu corei e ele também. – agora fica paradinha aí que eu já termino.
Ele tirou a camisa e ficou apenas de camiseta e calça. O silêncio da sala só era interrompido pelas batidas aceleradas do meu coração toda vez que ele me lançava um sorriso tímido. Pensei até que o desenho fosse ficar todo torto de tanto que eu tremia.
Ele não mentiu quando disse que terminaria logo, em menos de 15 minutos estava pronto.
- posso ver?
- claro. – ele virou o quadro e eu levei as mãos à boca.
- é lindo...
- mas não tão perfeito como você.
Eu o olhei nos olhos e ele me beijou mais uma vez. Ficamos nos beijando durante um longo tempo e sem perceber, acabamos passando pra uma nova ‘fase’. É, nos amamos logo no primeiro encontro. Ele foi incrível, me encheu de carinhos, carícias e beijos, muitos beijos! Eu estava apaixonada, e ele também. Eu sabia disso.
Acordei no dia seguinte e me dei conta que eu precisava ir trabalhar. Deixei um bilhete na cômoda me despedindo e o olhei mais uma vez dormindo como um anjo que veio para me fazer feliz.
Não tive tempo nem para passar em casa e fui vestida daquele jeito mesmo para o trabalho. Chegando lá, vesti meu uniforme e comecei a trabalhar tentando ser o mais normal possível. Impossível quando se tem uma noite daquelas, com um homem daqueles...
Dean não foi trabalhar mais uma vez, isso já estava se tornando comum desde que terminamos. Eu já estava preocupada pensando que tivesse acontecido algo grave com ele mas meu chefe disse que ele tinha pego uma forte gripe e estava de cama. Eu preferi acreditar nessa hipótese a voltar a sofrer.

Gerard não apareceu por lá durante todo o dia, mas em compensação mandou entregar um enorme buquê de flores vermelhas e eu quase tive um ‘treco’ de tanta vergonha. O pessoal todo da livraria achou estranho, pois ninguém sabia que meu namoro com o Dean tinha ido pro brejo.
Voltei pra casa com um sorriso enorme no rosto e com o buquê nas mãos. Por incrível que pareça, aquelas rosas tinha o cheiro dele e era tão bom....
Abri a porta de casa e fui atingida em cheio por duas meninas preocupadas.
- Annabelle McField!!! A senhorita quase mata a gente do coração! – Sue pulou em meu pescoço.
- a gente tava preocupada com você, minha irmã! Onde você tava hein?
- trabalhando, oras. – eu disse rindo.
- antes disso, criatura! Não enrola a gente!
- será que isso explica alguma coisa? – mostrei o buquê em minhas mãos e elas quase entraram em colapso.
- ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Você dormiu com ele! Dormiu com o gatão!! – Jessy pulava feito criança.
- calma, Jessy. Pára de gritar. – eu tava vermelha da cor das rosas.
- nossa, tu foi mais rápida que eu hein! E essa carinha de santa não engana mais ninguém! – Sue começou a rir e me deixou com mais vergonha.
- conta tudo, nos mínimos detalhes.
- nós andamos de barco nos canais.... – e contei a história toda. E quando eu digo toda, significa toda mesmo.
- nossaaaaaaaaaaaaa esse homem é perfeito! Casa com ele, maninha! – Jessy zoava.
- que isso, a gente mal se conhece ainda!
- mas você não vê? Foram feitos um para o outro. Anota o que eu digo, em 3 semanas vocês já vão estar até de alianças nos dedos.
- não seja maluca, Sue... eu não sou tão doida assim...

>>>>>>>>>>>

Será que ela não é mesmo doida?? hahahahaha