Amor em Amsterdã escrita por minsantana


Capítulo 6
Capítulo 6 – Encontro às escuras


Notas iniciais do capítulo

Tô triste hj.... sem mais comentários...



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Três dias se passaram e eu já me sentia melhor. Dean me ligava todo dia pra saber como eu estava, provavelmente era uma desculpa pra ouvir minha voz. Ele parecia triste e sempre dizia que sentia saudades, mas eu evitava falar essa palavra pra não magoá-lo ainda mais.
Três dias e enfim eu tomei coragem pra fazer aquilo. Ligar pra ‘ele’.
A platéia estava completa na minha sala. Sue e Jessy torciam que nem crianças para que ele atendesse a ligação. Depois de 3 longos e angustiantes toques, ele enfim atendeu.
- alô?
- yeaaaaaaaaaaaaaaaah!!!!!!! – elas gritaram tão alto que até ele ouviu.
- shiiiiiiii! Calem a boca! – eu falei sussurrando – alô, Gerard?
- sim, sou eu. Quem está falando?
- sou eu, Annabelle da livraria.
- Annabelle?? – a voz dele até mudou de tom. – Tudo bem com você?
- um pouco. Não muito. Quero dizer.. tô bem sim. – dei uma risadinha nervosa e ele riu do outro lado.
- quer sair pra conversar? A noite tá linda.
Como estava no viva-voz, as meninas ouviram tudo e estavam saltitantes de alegria.
- eh... eu... hum... – comecei a me enrolar e a voz não saía.
- você aceita? Eu passo na sua casa pra te buscar.
Só faltei ser espancada pelas duas. Se minha resposta fosse alguma diferente de sim, eu iria sair dali era num caixão.
- tudo bem... anota meu endereço...
Dei meu endereço a ele e desliguei o telefone. Ele tinha dito que estaria lá em meia-hora, tempo que eu teria pra me arrumar inteira. Difícil? Não quando se tem em casa duas mulheres loucas pra te ver sair com um gato daqueles.
Em 20 minutos fiquei pronta pra arrasar. Apesar de gostar de vampiros e essas coisas, meu visual era bem simples, nada muito chamativo. Vesti uma calça jeans (depois de brigar muito com a Sue que tinha cismado que eu deveria ir de saia) e coloquei uma blusinha bege com detalhes de flores brancas, bem sutil, e um casaquinho branco por cima, já que lá fora ventava muito. Passei uma maquiagem e calcei uma sandália. Jessy fez uma trança em meus cabelos e eu estava pronta.
Mais 10 minutos de espera e ansiedade e ele chegou.
A campainha tocou e as duas me empurraram pra atendê-lo. Eu abri a porta e ele quase caiu pra trás. Acho que ficou impressionado...
- boa noite. – ele sorriu – ual, você tá... linda!
- obrigada. – eu corei. – bem diferente daquela menina de uniforme, não é? – dei um sorrisinho e ouvi alguém fingir uma tosse na sala. – ah, Gerard essa é Jessy minha irmã.
- muito prazer. – ele se apresentou e ela ficou em choque com um sorriso besta na cara.
- e essa é Sue, minha melhor amiga.
Com ela foi quase igual, sendo que ele já lembrava dela do dia do pub.
- eu lembro de você. Tudo bem?
Ela balançou a cabeça em afirmação e só deixou escapar um “Sim”.
Eu me segurei pra não começar a rir e depois saí, puxando Gerard pelo braço pra tirá-lo dali antes que ele fosse petrificado também.

Do lado de fora, ele começou a rir baixinho...
- do que você tá rindo? – comecei a rir junto com ele, mesmo sem saber o porquê.
- as duas... elas estavam mesmo bem?
- não ligue pra elas. Elas são malucas.
Entramos no carro dele e ele me levou até um dos Canais mais famosos de Amsterdã.
À noite a cidade era linda e andar de barco pelos canais era um sonho meu antigo, que ele acabou realizando sem nem saber.
- vamos, não tenha medo. – ele dizia já dentro do barco esticando a mão para que eu entrasse.
- ai, eu tenho medo Gerard. E se o barco virar?
- isso não vai acontecer. E eu estou aqui pra te proteger.
Quase morri com a frase dele. Mas não ia morrer antes de realizar meu sonho. Mesmo morrendo de medo (eu não sabia nadar, que vergonha...) peguei em sua mão e entrei no barco junto com ele e o guia.

PS: Vejam a foto do Canal neste link: http://www.visiteurope.com/ccm/cms-service/stream/image/?image_id=650773

O passeio foi incrível, o céu estava iluminado pela lua cheia e tudo ficava mais romântico. Gerard era um cara incrível, perfeito. De vez em quando eu olhava pro lado e ele estava me olhando com cara de bobo. Isso só me deixava mais e mais envergonhada e abismada de como ele era lindo.
Foi entre uns desses olhares que ele me beijou. E eu não fiz nada para impedir. O beijo foi perfeito, iluminado pelo luar, dentro de um barco realizando meu sonho, na cidade em que eu adotei como meu lar.
Eu não tinha nascido em Amsterdã, nem Jessy, por isso que falamos inglês tão bem. Na verdade nós duas somos americanas e nascemos em Los Angeles. Mas um pouco antes de nossos pais morrerem, nós viemos morar na Europa por causa do trabalho do papai, que era engenheiro e desde então estamos até hoje.

Depois do passeio, Gerard e eu paramos pra beber alguma coisa em frente ao canal. Eu ria toda hora, sem me conter de felicidade.
- o que você quer beber, moça linda?
- chocolate quente? – eu perguntei indecisa e ele me olhou espantado. – que foi?
- por acaso você lê pensamentos é? – fiz uma cara de que não entendi – eu ia pedir a mesma coisa que você.
Nós rimos e ele foi até o balcão da lanchonete pedir as bebidas. Não demorou muito e ele voltou segurando dois copos com chocolate.
- prontinho. – ele me deu o copo e eu fiquei toda contente. Eu adorava chocolate como ninguém.
- obrigada. Gerard, me fale sobre você. O que você faz em Amsterdã? Você não parece ser europeu.
- como a senhorita é esperta, hein? – ele riu – eu sou de New York e vim pra cá com a intenção de estudar. Só que algo deu errado na minha matrícula por eu não ser daqui e eu não pude entrar na faculdade.
- nossa, que chato isso.
- é, muito. Mas eu estou pensando em outra opção, talvez eu volte pra New York e estude por lá.
- e o que você quer tanto estudar?
- artes visuais. Eu gosto muito de desenhar, gosto de fazer pinturas.
- hum... – fiquei pensativa olhando pra água.
- Anne...
- sim? – falei distraída.
- vem comigo. – ele me puxou pela mão e eu o segui sem medo de onde ele pudesse me levar. Era tão bom estar ao lado dele que eu não me preocupava com mais nada no mundo.

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