Amor em Amsterdã escrita por minsantana


Capítulo 5
Capítulo 5 – Resolvendo nossas vidas




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O dia amanheceu e eu acordei deitada no sofá, cheia de dores pelo corpo por ter dormido mal. Se eu liguei? Claro que não! Eu não tive coragem de ligar de madrugada e acordar o cara que eu mal conhecia. Ia ser uma péssima impressão, não acham?
Como era sábado e meu dia de folga, não fui trabalhar. Jessy saiu logo cedo pra sua aula de violão e eu fiquei sozinha. Eu e minha terrível e insistente consciência. Olhei pro bilhete em cima da mesa e resolvi ligar. Pelo menos pra ouvir aquela voz de novo, não custa nada não é? Peguei o telefone e disquei o primeiro número.
A campainha tocou me tirando totalmente a concentração. Escondi o bilhete dentro do sutiã e abri a porta. Acho que eu deveria ter escondido o bilhete em outro lugar...
- Dean??
- que foi? Surpresa em me ver?
- não, é que... ainda é cedo né? – respondi sem graça.
- cedo? São quase 11 horas, é quase hora do almoço.
- ah, é mesmo. Eu dormi muito hoje.
- eu estava com saudades de você, minha linda. – ele me agarrou e me beijou.
É difícil de dizer o quanto eu me sentia desconfortável com aquilo. Eu nunca me imaginei dizendo isso mas... eu queria que ele tivesse ido embora.
- precisamos conversar. – falei séria mas ele continuou me acariciando. – eu falo sério, Dean.
Quando suas mãos estavam chegando em meus seios, ele parou e se distanciou. Para o meu alívio e minha sorte.
- o que você tem afinal, Anne? Você anda me evitando todo o tempo! Nem conseguimos mais conversar direito lá na livraria, você nunca tem tempo pra mim.
- Dean, o que temos que conversar é bem sério. – ele fez um cara de tristeza e se sentou no sofá. Eu senti pena, mas daquela conversa não tinha mais como fugir.
- então diz o que eu já sei. Eu só preciso ouvir da sua boca pra ter certeza e sumir da sua vida.
Essa frase acabou comigo. Tudo o que eu tinha pra falar sumiu como um flash do meu pensamento. Apesar de não amar mais o Dean como antes, eu ainda gostava muito dele e dentro do meu coração ele seria pra sempre meu amigo. O problema seria explicar isso pra ele.

Enquanto isso, a algumas quadras de distância...
- cara, o que você tem?
- eu to bem, Frank.
- você fica aí com esse olhar perdido. Pensando na vida é?
- não, pensando no ensaio da banda e nos caras que vamos ter que entrevistar amanhã.
- você tá pensando em homem?? Quer namorar comigo? – ele ficou me zuando e eu dei um soco de brincadeira no braço dele que começou a rir.
- pára de graça, Frank! Eu gosto de mulher tá?
- to brincando cara. Você tá precisando mesmo é de uma namorada com urgência.
- é, talvez você tenha razão... – ele deixou escapar um suspiro enquanto pensava nela.

- Dean, é que... eu não sei como começar... – me joguei no sofá ao lado dele sem forças.
- que tal pelo começo, hein? – ele levantou meu rosto e eu olhei pra ele sem jeito. – olha Anne, eu prometo que não vou brigar com você, eu sei que vou sofrer mas vou sobreviver se você dizer que não me ama mais.
- ai Dean, eu gosto muito de você...
- mas...?
- mas você sabe muito bem que desde que aquilo aconteceu nada foi como antes entre nós. Nosso amor não é daquele jeito e eu nem sei mais se é amor... – ele abaixou a cabeça e deixou uma lágrima cair. – você é meu grande amigo, eu confio muito em você e você sabe disso.
- você ainda confia em mim? Tem certeza?
Me calei. Eu sabia que ele estava certo, eu já não tinha mais tanta confiança assim nele, desde o dia que ele me traiu com aquela ridícula da Meggy.
- eu não sei por que você fez aquilo comigo, e nem quero saber. Foi muito ruim passar por tudo aquilo, ver aquela cena de vocês dois se agarrando na rua, eu confesso que senti raiva de você. Mas passou sabe? Eu passei a confiar em você de novo...
- mas não como antes, eu entendo... – eu senti pena, ele estava chorando bem na minha frente. – você merece ser feliz, Anne. E agora eu vejo que não sou a pessoa que vai te dar essa felicidade. – ele se levantou e eu também – eu preciso ir tá? Depois eu te ligo pra saber como você está.
Eu o abracei forte e concordei com a cabeça. Logo depois ele foi embora e eu fiquei triste o dia todo. Mais uma vez não tive coragem de ligar pro Gerard, eu não estava com cabeça pra fazer aquilo. Jessy chegou da aula e ficou me consolando, dizendo que eu tinha tomado a melhor decisão pro meu coração. Sue também disse a mesma coisa, mas ainda assim eu sentia que as coisas não estavam tão bem assim. Não sei dizer, mas algo parecia estranho...

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