Bruxos teen escrita por princessNathy


Capítulo 9
A tempestade.


Notas iniciais do capítulo

Ola,
Sim, estou postando na semana kkk
Me deu uma grande vontade de escrever hoje!



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Corríamos sem direção sob a mata densa, perdi a conta de quantas vezes me vi esbofeteada por algum galho ou folha gigante de alguma árvore, meu cabelo já devia estar cheio de resto de galhos e folhas, não duvido que esteja parecendo algum ninho e que muitos passarinhos ficariam tentados a aluga-lo como casa. Tínhamos abandonado a trilha e agora sinto que estamos perdidos... Mas, não é como estivéssemos em meio da floresta amazônica! Ali ainda era a estufa! Uma hora ou outra chegaríamos às paredes de vidro... Mas e ai? O que faríamos?

–Eu pensei que os ents fossem pacíficos e que viviam a maior parte do tempo parados! –Falava ofegante Paola enquanto corria.

–Se quiser, pode dar a meia volta e dizer isso a ele, pois acho que o nosso “amigo” esqueceu qual é a definição de pacifico. –Disse Yuri que pela a primeira vez o via apavorado.

O chão tremia indicando a aproximação do homem-árvore, seus urros continuavam, mas agora eram mais baixos, contudo não menos assustadores.

–Eles são pacíficos, na verdade... Eles passam a maior parte do longo ciclo de vida deles hibernando! –Explicou Arthur, eu reparei que de todos ele era o que mais sofria com aquela corrida, tive a impressão que vi um pouco de fumaça saindo de sua cabeça...

–Pelo visto, esse Ent acordou de mal humor... – Carlota então olhou para o spray que segurava na mão –E se borrifarmos o fitohormônio nele?

–Quem irá chegar perto o suficiente para fazer isso? –Inqueriu Kathy –Eu que não vou arriscar minha vida dando uma de herói!

–Eu posso fazer isso! –Sugeriu Fernando –Posso levitar para perto dele e borrifar em seu rosto!

–Não! –Falei alto, de modo que todos os outros viraram para mim, uns surpresos e outros irritados (Kathy se enquadrava nessa categoria) –Não podemos mandar um de nós somente para enfrentar o monstro! Isso não seria certo!

–E o que faremos, senhoria boa-samaritana? –Ironizou a bruxa ruiva metida a rebelde.

–Me dê seus sprays! –Mandei parando subitamente de correr e colocando a minha própria garrafa no chão, o abrindo deixando o liquido em seu interior exposto.

–O que pensa que irá fazer? –Kathy parecia indignada e me olhando como se eu fosse uma louca.

–Um feitiço elemental... –Falei rapidamente –Eu já fiz isso antes, invoquei uma chuva, sei que posso fazer de novo, usarei nossos sprays como fonte de água e farei chover no nosso ent!

–Invocar chuva? –Carlota parecia incerta –Digo... O máximo que conseguimos na aula foi fazer uma nuvenzinha somente!

–A minha nuvem nem produziu uma gota de chuva sequer! –Choramingou Paola.

–Eu me lembro desta aula... Você não foi excepcional nessa matéria.-Analisou Arthur.

–Obrigada...-Respondi secamente a ele.

–Não! O que eu quis dizer é que... Uma coisa é invocar uma mini tempestade outra coisa é fazer aparecer uma tempestade real em grandes proporções. E eu nunca te vi fazendo isso!

–Então, por que o nosso maravilhoso e poderoso Arthur não faz? –Perguntou Fernando em um tom misto de raiva e provocação.

Eu não sabia se deveria responder, afinal sabia que Arthur não queria parecer fraco diante do outro devido ao seu signo... Por ter o fogo como natureza o impedia de lançar feitiços como aquele com eficiência. Eu também me lembro daquela aula sobre controle do tempo...Lembro-me como Arthur tremia tentando controlar a sua misera nuvem de chuva.

–Ele não pode...- Para minha admiração quem respondeu foi Yuri –Meu irmão é do signo do fogo, seu idiota!

–Oh...-Fernando momentaneamente se viu perdido, logo um semblante culpado se fez em seu rosto jovial –E-eu não sabia... –O rapaz encarou Arthur, mas esse virou o rosto para o lado, talvez envergonhado por ter sua fraqueza exposta desta maneira.

O Ent berrou, as folhas velhas das árvores próximas caíram sobre nossas cabeças, agora estávamos em meio a uma paisagem outonal... Muito lindo de se admirar, se não fosse o monstro que agora se encontrava em nossa frente. Os livros descreviam o Ent como um gigante, na verdade a origem de sua palavra em anglo-saxão (inglês antigo) significa gigante, era uma mistura de um homem magro, incrivelmente alto, braços mais longos que seu tronco e que praticamente se arrastavam pelo o solo. Mãos com dedos alongados e afiados, não tinha pele e sim casca de árvore envolta de musgo e cogumelos. Seu rosto ainda detinha alguma semelhança aos humanos como os olhos amarelados e vivos, olhava diretamente para nós.

–E-eles não comem carne...Não é? –Inquiriu Paola se escondendo atrás de Carlota que, por sua vez, estava paralisada de medo.

–Acho...Que são vegetarianos. –Sussurrou Arthur. Nós sete estávamos em meio a uma clareira, o Ent se encontrava na margem e caminhava a passos lentos em nossa direção com seus grandes pés-raízes.

–Mas... Rinocerontes também são vegetarianos e matam pessoas.

–Ótimo, Yuri, está ajudando muito na situação! –Choramingou Paola.

–Me deem os seus sprays agora!-Mandei em um murmuro.

–Espero que saiba que está fazendo. –Arthur me entregou o seu spray já destampado, Fernando também entregou o dele em silêncio, logo todos os outros também o fizeram, até mesmo Kathy.

Eliminar...Pequenos animais...–Disse o Ent em uma voz embargada, era estranho ouvir o som sair de dentro de um tronco de arvore, parecia ressoar como um instrumento musical rustico.

O que ele queria dizer com aquilo? Ents podiam ser meio lento de raciocínio, mas nós comparar a pequenos animais?! Além disso, trata-se de uma raça pacifista! Eu podia ver que ele tinha vários ninhos de pássaros em sua cabeça! O que o levou a nos perseguir e atacar? Não tinha tempo para esses questionamentos... Coloquei os frascos no chão e levantei a minha mão.

ego præcipio tibi...* –Disse em latim, muitos dos feitiços de comandos eram feitos ou em latim ou em grego que são as línguas de base para a formação da linguagem atual. A água dentro das garrafas começou a borbulhar.

Exalant!** –As águas logo começaram a passar do estado líquido para o gasoso. Uma nuvem avermelhada.

–Ele já está muito perto! Nadinne! –Gritou Fernando, de fato o Ent já atravessava a nuvem e estendia as mãos em minha direção, fechei os olhos, mas antes imaginei a chuva... As gotas...Os trovões... Só faltava mais um comando e a chuva seria invocado eu tinha que...

A luz de um relâmpago seguido por o som de um trovão me fez abrir os olhos, em minha volta uma grande tempestade tinha se formado. Com direito a raios, vento e a tão esperada chuva. Gotas avermelhadas caiam do céu sob a clareira. O Ent tinha paralisado o seu movimento, talvez impressionado com a magia ou perturbado com o liquido que caia sobre si.

Fede... –Falou fazendo uma careta, balançou a cabeça para os lados como tentando se livrar do liquido mas esse continuava a jorrar em grande quantidade do céu. O Ent emitiu um ruído semelhante a um resmungo, balançou novamente a cabeça, confuso – Onde estou? –O ouvi sussurrar.

Ele não sabia aonde estava?

Aquilo era realmente estranho, mas antes que eu tomasse coragem para pergunta-lo o gigante começou a distanciar da clareira a passos lentos, ignorando a nossa presença.

–Yeah! Conseguiu! –Comemorou Yuri se jogando em cima de mim, me abraçando –Eu estava torcendo por você o tempo todo!

Deu um meio sorriso para ele, me sentia parcialmente aliviada por meu plano ter dado certo, mas também confusa com aquele evento. Meus outros companheiros de turma também parabenizavam, aos poucos as nuvens se dissiparam e a tempestade se findou...

–Olhem! –Apontou Carlota para o alto de uma arvore , lá estava uma pequena flor cujas pétalas brancas tinham um delicado formato de lágrimas.

–Lágrima-de-anjo! Encontramos! –Paola estava chorando de felicidade.

Deixei um suspiro passar por meus lábios só então reparei que Arthur me olhava esquisito, bem como Fernando e Kathy. Os outros membros de nossa turma estavam entretidos demais tentando subir na árvore para pegar a flor que estavam totalmente alheios a que ocorria a sua volta.

–O que foi? –Perguntei a eles me sentindo extremamente desconfortável.

–Você nunca terminou o comando... A tempestade não deveria ter se formado. –Disse o sabe-tudo de nossa turma. Engoli em seco, eu sabia que não tinha terminado o feitiço, mas tal como ocorreu na minha escola quando era criança, eu consegui invocar uma tempestade sem necessitar utilizar comandos verbais. Aquilo era assustador... Meus pais não falavam sobre o assunto, mas eu sei que eles ficaram preocupados com os meus poderes, temiam que eu me machucasse, as autoridades mágicas que forçaram a minha mudança para diversas outras cidades e escolas temiam que eu, de alguma forma, pudesse expor de forma acidental a existência dos bruxos...E agora fui descoberta por aqueles que estava começando a me acostumar a chamar de amigos...Era o fim. Seria novamente transferida.

–Você é uma signata. –Agora foi a vez de Kathy falar, o tom de despreza foi totalmente substituído por simpatia, o que era muuuuito estranho.

–Uma o que?

–Signata, bruxo cujo signo ou natureza influencia de tal forma que o torna capaz de controlar o elemento a qual é regido. –Explicou Arthur –Também são chamados de elementais, mas esse termo a muito tempo entrou em desuso.

–Ninguém nunca me disse que eu era...Bem... Isso! Como vocês sabem? –Eu nunca ouvi falar daquela palavra, muito menos os elementais! Aquilo só podia ser uma brincadeira.

–Ora, não é evidente! –Fernando falou mostrando a sua própria mão envolta por um luz amarelada e pequenas faíscas elétricas –Nós também somos signatas! Bem...Eu sabia que eu era e a Kathy...Mas...-Olhou de relance para Arthur, desconfiado.

–Céus...-O garoto soltou um longo suspiro irritado e com um ato um pequeno jato de fogo surgiu, nós saltamos para trás, assustados e surpresos –Satisfeito?

–Oh...Pelos deuses...-Falei, sentindo a minha cabeça latejar com aquela nova informação.

–Nadinne...Você está bem? –Ouvi a voz distante de Fernando, seguido por Arthur, depois disso? Nada... A escuridão obscureceu a minha visão...Desmaie.


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Notas finais do capítulo

* eu te comando
** Exalant!
Isso tudo foi traduzido do latim.

Espero que tenham gostado! Agora nós vemos no fim de semana!



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