Bruxos teen escrita por princessNathy


Capítulo 10
Enfermária.


Notas iniciais do capítulo

Ola!
Mais um capítulo!
Muito obrigada por todos os comentários!!



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– Eu peço desculpas...

–Desculpas não irá mudar a situação. –Falou com rispidez um homem vestido com um impecável terno negro e óculos escuros, parecia um agente do governo, contudo não era um membro do “governo” humano e sim dos bruxos. Baixei meus olhos, senti os dedos carinhosos de minha mãe acariciando o meu ombro por cima da toalha felpuda que cobria parcialmente meu corpo encharcado. Estávamos em meio a uma movimentada lanchonete, as pessoas passavam por nossa mesa e nem notavam a nossa presença... Aquele lugar era ideal para se ocultar, pois em meio a uma multidão poucos se importam em notar detalhes ínfimos tal como uma garota totalmente molhada e uma dupla de homens de terno tal como agentes da MIB* -Sabe como foi difícil tentar formular uma explicação “normal” dentro dos padrões humanos!

–Ainda mais, como explicar que a água do chafariz se lançou diretamente sobre a garota humana? Fazendo uma curva de 90 graus! –O outro agente falou em um sussurro – Creio que não somos pagos pelo “governo” para sermos criativos em nossas mentiras para os humanos...

Notei o quão parecidos aqueles dois homens eram, além da roupa e óculos, ambos tinham o mesmo tamanho e feições, a principal diferença é que um deles tinha uma mecha roxa no cabelo e outro usava luvas de couro. Lembrei-me que uma vez meu pai tinha explicado que os agentes estavam constantemente sobre o efeito de um feitiço de disfarce, dando a falsa ideia que todos apresentam a mesma fisionomia, assim ocultam a sua identidade e caso algo der errado em uma missão ou sejam expostos as autoridades humanas podem fugir apenas desfazendo o feitiço.

Meu pai assentiu, paciente e submisso, concordando com aqueles dois. Isso doía dentro do meu peito, aquela não era a primeira vez que tínhamos aquela “reunião” com os membros do governo mágico. Quantas vezes ouvimos as mesmas coisas? Quantas vezes pedimos desculpas? Isso tudo por minha culpa... Por que não consigo controlar a minha magia.

–Bem, pelo menos tudo foi resolvido. –Falou meu pai com um sorriso jovial.

–Sim... Mas desta vez a situação foi muito critica! Sua filha manipulou a água diante de um grupo de alunos!

–Ainda bem que ela não falou nenhum encantamento enquanto fazia isso e... –O segundo agente (o de mecha roxa) recebeu uma cotovelada do outro (o de luvas de couro) e logo se calou quanto aquele comentário.

–E-eu sinto muito...-Ousei falar – Eu não queria fazer aquilo!

–Pois não foi o que pareceu, criança. –Disse o agente Luvas de couro (seu nome temporário dado por mim, já que esses membros do governo mágico nunca davam seus nomes verdadeiros, só era chamados de agentes) – Um bruxo nunca pode expor seus poderes de forma tão evidente!

–Mesmo que seja para se defender de um grupo de encrenqueiros que praticavam o bullying?! –Interveio minha mãe.

–Mesmo assim! Sua querida filha podia ter exposto todo o nosso povo!

–Já chega. –Agora era a vez do meu pai interromper –Entendemos o quão critica é a situação, sei que o procedimento correto no momento é nos deslocarmos para outra cidade, por segurança.

–Exato. –Concordou o agente Luva de couro.

–De novo...-Acrescentou o agente Mecha roxa.

–Eu, desta vez, tenho uma sugestão do local aonde poderíamos ir. –Olhei surpresa para o meu pai, era a primeira vez que fazia uma sugestão –Creio que será um ambiente tranquilo para nos estabelecer e principalmente... Será perfeito para Nadinne.

Os agentes se entreolharam, talvez desconfiados quanto aquilo, mas de certa forma todos os outros lugares que o governo magico tinha sugerido até o momento acarretaram em erros, já que eu , de alguma forma e sem querer acabava por causar algum desastre que nos forçava a mudar e também aos agentes limparem e ocultarem a minha sujeira. Eles deveriam estar ficando sem opções de escolha...

–Que seja! –Concordou, por fim o agente Luvas de couro – Mas enfatizo que essa será a ultima vez que o governo irá ajudar! Se outra situação como essa ocorrer, teremos que tomar medidas drásticas.

Tremi com aquelas palavras... Medidas drásticas? Eu já ouvi falar de internatos a qual bruxos jovens eram mandados, era quase como uma prisão! Lá eles eram treinados severamente e também eram mantidos longe da sociedade, era tal como um reformatório... Se tais jovens bruxos não melhorasse suas atitudes ou não controlassem seus poderes seriam mantidos ali por um tempo indeterminado.

Isso é injusto! Em nenhum destes “desastres” que infelizmente causei, tive real intenção usar a magia! Eu simplesmente pensei e ocorreu! Não quero ser castigada por algo que não tenho controle! E ainda mais...Meus pais não deveriam ser maltratados por eu ser uma bruxa defeituosa.

–Não...-Falei, senti lágrimas quentes descerem a minha face –Não... –Quero que isso termine! Quero ser uma bruxa como qualquer outra! Era só isso que eu desejava!

Meus olhos se abriram de súbito, logo percebi que até o momento, tudo não passava de um sonho...Não...Era uma lembrança. Olhei em minha volta, estava deitava em uma cama velha com cheiro de mofo. Levantei-me um pouco, minha cabeça estava pesada e me senti tonta.

–Cuidado! Não se levante tão rapidamente. –Arquimedes estava sentando em uma cadeira ao lado de minha cama, rapidamente me entregou uma xícara de chá.

–Onde estou? –Perguntei aceitando a xícara.

–Essa é a enfermaria. –Informou o professor – Você desmaio no meio da estufa...

–A estufa?! E o Ent? E meus amigos? –Perguntei nervosa, afinal agora as lembranças da batalha com o homem-árvore ressurgiram em minha memória...Bem como, as palavras de Fernando, Arthur e Kathy... Signata. Eu era isso?

–Eles estão bem... O senhor Truman não sabe ao certo o porquê do Capim-manso ter atacado vocês.

–Capim-manso? –Inquiri confusa.

–Esse é o nome do Ent. Na verdade, desde a formação desta escola Capim-manso nunca despertou de sua hibernação. Sem dúvida o evento que ocorreu na estufa foi deveras estranho.

Nem me diga! Aquele Ent me parecei bastante desperto ao ponto de nos perseguir e atacar...Contudo ele também parecia estar sob alguma influência, talvez magica? Afinal, depois da chuva de fitohormônio o monstro vegetal parecia confuso...

–O que importa é que você está bem. Beba o chá.

Suspirei, talvez beber algo quente melhorasse a dor que sentia na cabeça... Levei a xícara aos lábios e bebi o seu conteúdo.

–Heitor fez o chá, espero que goste.

Quase cuspi o dito chá depois que Arquimedes disse aquilo, afinal, o professor Hades não era um dos indivíduos mais confiáveis...Quem sabe não estava bebendo uma poção que me transformasse em um sapo!?

Arquimedes riu, provavelmente tinha pressuposto o que eu estava pensando.

–Não se preocupe, eu mesmo bebi o chá por segurança. Você deve estar se sentindo melhor agora, não?

De fato, minha dor de cabeça tinha sumido, parecia que Heitor podia fazer poções que não resultassem em explosões ou transformações asquerosas.

–Obrigada...-Disse, será que deveria dizer o que ocorreu na estufa? Realmente acho que deveria falar algo sobre o Ent...E a visão? Fiquei insegura... Muita coisa estava ocorrendo em um simples dia de escola, temia que me mandassem embora ou mesmo me dedurassem aos agentes mágicos.

–Você deve estar cheia de perguntas a fazer...Sobre ser signata, não?

Levantei meus olhos para encarar meu professor, então até ele sabia o que eu era? Como isso era possível!? Por que todos sabiam disso mesmo eu?

–Acho que está na hora de saber o real motivo de seu pai ter escolhido essa cidade e necessariamente, esta escola, como opção de mudança.

Engoli em seco, dentro de minha cabeça um redemoinho de dúvidas e temores estava ocorrendo. Queria saber a verdade...Mas ao mesmo tempo temia o que essa verdade poderia significar.

–Mas não serei eu a te informar tudo isso...Planejávamos te contar depois que você estivesse mais integrada a nossa escola, afinal só faz um mês que está aqui conosco. –Disse Arquimes – Enfim, acho que chegou o momento de saber mais sobre o objetivo principal do colégio Flowermints.

Um leve toque foi dado na porta da enfermaria e uma pessoa entrou, era um velha senhora, cabelos grisalhos e um sorriso cordial. Ela tinha pele morena e olhos verdes intensos, pareciam esmeraldas. Vestia um macacão cinzento com o nome zeladora escrito no canto superior do peito. Segurava uma velha vassoura, cujo cabo era torto e com o formato curvilíneo, semelhante a um grande “S”, para muitos aquela mulher não passava de uma faxineira responsável pela a limpeza do colégio “normal”, ninguém repararia nela... Muito menos pensaria que tal pessoa era Sabrina, a diretora do colégio “especial”.

– Nadinne, querida... Acho que chegou o momento de ter uma conversa. –Disse ainda sorridente Sabrina.

Novamente engoli em seco... Senti que este dia não podia ficar ainda mais esquisito e ainda estava longe de terminar.


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Notas finais do capítulo

Não sei se postarei o proximo cap hoje ou amanhã...
Bem, queria perguntar a vocês, até o momento, qual dos professores e aulas vocês mais gostaram?
—No meu caso seria a aula de alquimia kkk Adoro o professor Hades!

*MIB - Man in Black... Se vocês assistiram os filmes sobre MIB com o will smith saberão do que estou falando! kkk

Beijos!



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