POV Thomas Markinstop

Hoje de manhã tinha recebido um e-mail falando dos meus horários na clínica. Seria toda segunda, quarta e sábado. Esses seriam os dias para eu conversar com o pessoal que trata dependentes químicos, mas também seriam três dias para eu ver Emily.

Vou dormir esperando com muita ansiedade para que o dia amanheça e eu possa ver aqueles olhos novamente. Todas as noites eu me pego olhando para aquele desenho que eu fiz dela, cada traço dela pra mim é algo valioso de se guardar em minha memória.

Durmo pensando em seus olhos e mais uma vez não tenho meus pesadelos pois ela sempre vem me levar para a nossa ponte.

Ao acordar, percebo que está muito frio e nevando. Pego uma camisa de manga comprida, calças jeans um tênis e um casaco grosso.

Desço para tomar café da manhã mas não tinha ninguém lá na mesa.

– Jonathan onde estão os meus pais? - Jonathan é o nosso empregado mais fiel, considero ele como um pai para mim.

– Eles foram a uma reunião e saíram mais cedo, mas eu deixei seu café pronto.

– Obrigado Jonathan, vou comer e em seguida vou para a clínica hoje é dia da reunião do grupo de apoio.

– Você quer que eu prepare o carro Thomas?

– Não precisa eu vou dirigindo sozinho.

Jonathan se retira e eu termino o meu café. Termino de me arrumar pego o carro e vou dirigindo até a clínica. Chegando lá vou até a sala da reunião do dia. Tem aproximadamente dez pessoas em uma roda. Começamos a contar a nossa história e como ficamos dependentes da bebida.

Quando chega a minha vez de falar recuo um pouco não consigo contar tudo sem revelar o meu segredo. Conto apenas como provei pela primeira vez a bebida e como estou sem beber a 5 dias.

Quado terminamos a reunião , vou andando pelos corredores tentando saber onde Emily está. Quando estou quase desistindo vejo Susanne carregando três copos para viagem.

– Susanne - Digo chamando-a.

–Thomas, nossa que surpresa, que bom vê-lo novamente- Diz ela e o tom de sua voz me faz parecer que ela realmente está feliz em me ver.

– Hoje era dia de reunião, toda segunda, quarta e sábado. Como vai a Emily?

– Está louco par vê-la novamente não é? - Diz Susanne com um sorriso no rosto.

– Está tão óbvio - Digo também rindo.

– Rapaz você vai ter que me contar o seu segredo. Faz muito tempo que não vejo ela assim. Desde que vocês se encontraram ela está se alimentando bem e está mais aberta e alegre. Não teve crises desde aquele dia e está dormindo super bem.

Quando Susanne me conta que Emily não está tendo crises e tem dormido bem, não teve como eu não comparar comigo mesmo. Uma coisa estava bem clara, nós fazíamos bem um para o outro.

– Onde ela está? - Pergunto.

– Ela está com o pai na sala de música estavam tocando violino, vim trazer chocolate quente venha conosco - Diz ela e eu a acompanho.

Antes mesmo de eu entra na sala sou capaz de ouvir uma incrível melodia de violino. Sou incapaz de descrever o quanto é bela essa melodia e eu a reconheço.

Susanne abre a porta com delicadeza e quando olho vejo que quem toca é Emily, fico impressionado como ela é talentosa. A música que ouço é a The Last Goodbye, a música que aparece no terceiro filme do Hobbit.

Eu adoro o Senho dos Anéis e os filmes do Hobbit e fico admirado ao ver que ela conhece essa música. Ela fala de partir em uma aventura e não olhar para trás e muitas vezes nós precisamos disso. Fico assistindo ela tocar junto com o pai, ela está linda, com uma trança com uma calça preta e uma blusa de frio branca.

Quando ela termina eu bato palmas, ela me olha e sorri. E que sorriso, nossa eu devo ter feito uma cara de idiota quando vejo aquele sorriso incrível.

– Nossa eu não acredito que você gosta de O hobbit - Digo pra tentar disfarçar a minha cara.

– Eu sou apaixonada, amo a história, os filmes, os livros ... Tudo - Percebo que sua voz está mais compreensível de se entender e ela parece estar mais alegre como Susanne disse. Está menos pálida e com um ar mais saudável.

– Você toca muito bem. E se me permite dizer, está linda Emily.

– Obrigada - Percebo que ela ficou vermelha, se virou e foi guardar o instrumento.

– Acho que ainda não nos apresentamos, meu nome é Paul, sou o pai da Emily - Ele estende a mão e me dá um aperto firme até demais.

– Prazer em conhecê-lo senhor, me chamo Thomas.

Estava ficando meio incomodado com o jeito de pai protetor com que Paul me olhava. Mas Susanne chega perto e fala.

– Vamos aproveitar esse clima de música para dançar um pouco.

Ela vai em direção ao som e aperta o play, na hora começa tocar Sugar do Maroon 5. Susanne começa a dançar e vai até Emily para dançar também.

Emily começa a dançar um pouco tímida perto de Susanne, mas depois o pai dela me dá um olhar de aprovação e me deixa chegar perto. Começamos então a dançar feito loucos ao som do refrão, mas nesse momento penso, todos nós precisamos de um pouco de loucura em nossos corações.

Estávamos tão focados na dança q não vejo quando acabamos tropeçando em alguma coisa no chão e caímos.

Naquele momento no chão, eu já não ouvia mais a música era só a nossa respiração acelerada. Conseguia sentir pois estávamos muito próximos sua mão se encaixou na minha, era quente, macia e agradável, assim como seu perfume.

Chego mais perto, quero senti-la, quero sua boca contra a minha, vou me aproximando quando a distancia entre nós praticamente não existe, sinto seu rosto esquentar e ela desvia seu rosto do meu.

Não posso deixar de rir, ela não é igual as outras. É especial, não vou forçá-la apenas me levanto, estendo a minha mão para ela, quando Emily a segura, eu pergunto.

– Você quer sair comigo?