Mente tortuosa escrita por MilaChan


Capítulo 4
Escândalos e a garota do olhar penetrante


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, então hoje é sexta feira, ou seja tem capítulo novo!!! Quero agradecer a quem comentou, favoritou e para aqueles que visualizarem, por favor comentem isso sempre me faz feliz. Bom espero que vcs aproveitem o capítulo, boa leitura. Nos vemos nas notas finais!



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POV Thomas Markinstop

– Eu não vou!! Já chega desse assunto! - Gritei.

Eu e minha mãe discutíamos na sala, ela quer que eu vá para uma clínica com uma área especializada para dependentes químicos, mas já me cansei desse assunto e tento fugir de todas as formas.

– Ah mas você vai sim, nem que eu tenha que te amarrar a força - Disse a minha mãe gritando tão alto quanto eu, mas ao mesmo tempo sem perder a sua pose de executiva.

– Então boa sorte em me amarrar, por que eu não vou, e você não pode me obrigar - Falei de um jeito firme olhando nos olhos da minha mãe.

– É claro que eu posso te obrigar Thomas. Eu sou sua mãe - Disse minha ela.

Não pude deixar de rir de uma forma debochada para a mulher que estava parada na minha frente e que dizia ser a minha mãe, mas que na verdade não passa de uma falsa.

– Então agora, a senhora fala que é a minha mãe, o que te faz achar que é a minha mãe ? Você nem sabe o que é ser uma mãe - Disse me aproximando dela.

– Cale a boca! Agora você vai me escutar Thomas, eu já estou farta de todas as noites eu receber ligações de pessoal falando que o meu filho foi preso por estar dirigindo bêbado, farta de ver o seu rosto em todos os jornais e revistas. Eu estou farta- Disse ela praticamente aos berros.

Eu já estava prestes a dar uma resposta, mas nesse momento meu pai entra.

– Já chega vocês dois dá para ouvir os gritos do último andar da casa. Thomas você vai sim e não se fala mais nesse assunto troque de roupa, vou mandar preparar o carro, saímos em meia hora.

– Eu já disse que não vou.

– Thomas eu não estou com paciência, apenas faça o que lhe pedi e não haverá consequências.

E eu sabia muito bem de que tipo de consequências ele estava falando. Apenas me calo e subo as escadas em direção ao meu quarto.

Chegando- lá a primeira coisa que faço é socar parede, não ligo para a dor, apenas quero me distrair. Pego umas roupas e me caminho para o chuveiro, a água morna cai pelo meu corpo, fazendo com que algumas partes do meu corpo ardam, um lembrete do meu segredo e o da minha família.

Saio do banho me visto com uma calça, camisa polo, um sapato e um casaco. Desço as escadas e encontro um dos empregados me avisando que o carro está pronto.

Chegando perto do carro encontro a minha mãe, ela me lança o olhar de que conseguiu o que queria, é repugnante pensar que a sua própria mãe te olha dessa maneira, mas eu não vou deixar barato.

– Parabéns, você conseguiu, agora o que eu quero te perguntar é, está fazendo isso por que se preocupa comigo ou por que não aguenta mais ver o seu filhinho perfeito te envergonhar em rede nacional ou até mesmo mundial.

Saio antes de ela responder, mas percebo que a deixei sem ação. O trajeto até a clínica ocorre de uma forma tranquila e silenciosa, até que a voz do meu pai quebra esse silêncio.

– Chegamos.

Olho pela janela e vejo uma construção enorme, moderna mas também com uma beleza um pouco retrô, pintada de branco em marfim e pisos de mármore, seu exterior possuía jardins com várias árvores, bancos e flores. Não podia negar, era uma linda construção.

Desço do carro, atravesso os portões, atrás dos meus pais que parecem estar nervosos e querendo ser o mais discretos possíveis, eu pelo contrário quero analisar tudo, observar cada detalhe, tentar me por no lugar dessas pessoas.

Assim que entramos na construção pude ver o quanto é movimentada, cheia de enfermeiros, pacientes, macas e remédios transitando por todos os lados.

Meu pai vai até o balcão principal, para preencher as fichas, minha mãe o acompanha para fornecer alguma informação a mais que seja necessária. Eu continuo a observar até que os meus olhos param em uma pessoa.

Uma garota, muito bonita, com cabelos cor de mel que me parecem tão sedosos, uma pele tão branca quanto a neve que cai na Suíça, a menina anda de um jeito tão delicado como se tivesse de que a cada passo pudesse ocorrer algo a ela, ao seu lado está uma senhora que acredito ser a enfermeira, nesse momento esta para e examina uma bolsa, ela conversa algo com a garota, então depois de um tempo a moça vai se sentar.

Ela acaba me vendo, então é nesse momento que eu os vejo... os olhos mais bonitos que já vi na minha vida, tinham um lindo tom de verde, mas o que mais me chamavam atenção é que eles carregavam uma história, uma história que por alguma razão eu estava louco pra saber. E ficamos assim nos olhando, nos analisando.

De repente a garota que me fitava começa a se contorcer ferir os braços e avançar na direção do meu pai, ela o insulta com uma ira que me surpreendeu, mas a surpresa se desfaz quando a vi chorar. E sem pensar eu fui até ela e a segurei e por mais horrível e estranho que isso possa soar, eu não fiz isso pelo meu pai, mas sim para protege-la. Nesse momento seu corpo que estava contraído relaxa, ela se vira para mim e por um momento era como se o pouco de lucidez que ela tinha se transforma em uma frase que me destrói.

– Me ajuda... - Foi o que ela me disse.

Foi na hora que um enfermeiro a seda e ela perde a consciência, para que ela não caísse eu a segura com força, me ajoelho, mas só sinto que realizei tal ação quando sinto chão frio. Ela está no meu colo inconsciente mas por alguma razão não quero soltar essa garota do olhar penetrante.

Não sei quanto tempo fico assim, eu a olho, sinto o cheiro do seu cabelo e vejo o quanto ele é macio, mas o enfermeiro chega com uma maca e diz:

– Eu sinto muito por isso senhor, vou leva-la - Ele a segura e a põe na maca, mas eu não quero que ela vá. Nesse momento ouço a voz da minha mãe.

– Isso é um absurdo, como vocês deixam algo assim acontecer? Aquela louca poderia ter machucado o meu marido - Ela se volta para o meu pai que está com a gravata frouxa e diz - Você está bem John ?

– Sim Cristine estou bem.

Chega uma mulher que me parece ser a diretora da clínica.

– Eu sinto muito pelo que aconteceu, isso nunca ocorreu antes em nossa clínica, por favor nos desculpem.

– Eu poderia muito bem processá-los - Disse o meu pai.

– Eu sei e sinto muito mesmo, mas por favor conheçam a clínica eu irei acompanha-los pessoalmente.

Então a diretora da clínica nos conduz pelo setor dos dependentes químicos nos dando detalhes da equipe médica, dos medicamentos, das instalações, mas eu não estava prestando atenção, estava pensando naquela garota. Como será que ela está?

Nesse momento vejo a enfermeira da moça passar, aproveito uma distração dos meu pais e vou até ela.

–Ei, você não é enfermeira daquela moça que estava perto da entrada ?

– Eu sou sim, mas por que quer saber? Ela te machucou durante o acidente?

– Não, ela não me machucou, eu apenas queria saber mais sobre ela, eu não sei explicar, quando eu a vi parecia que eu estava em outro planeta onde só existia nos dois, foi incrível.

A enfermeira demonstra um certo brilho no olhar e diz.

– Tudo bem vamos até a cafeteria, vou lhe contar um pouco sobre ela.

Chegando lá nos sentamos em uma mesa, pedimos um café e ela começa a falar.

– O nome dela é Emily Monroe, é uma garota de 22 anos, ela tem esquizofrenia, cuido dela desde que ela tinha 16 e veio para a clínica, ela está aqui desde então nunca saiu, não reage bem aos tratamentos, e vem apresentando recaídas, mas é uma menina extremamente doce, delicada, é muito esperta e o meu maior desejo é que ela seja feliz.

Emily, então esse é o nome da garota do olhar tão penetrante.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal é isso, espero que vcs tenham gostado, por favor comentem o que vcs acharam do cap. Beijos e até o próximo.



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