Mente tortuosa escrita por MilaChan


Capítulo 3
Alucinção e confiança


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Primeiramente gostaria de agradecer a todos que comentaram, a quem favoritou, a quem visualizou, isso é muito importante pra mim! Muito obg mesmo! Bom aqui está mais um cap pra vcs! Boa leitura e nos vemos nas notas finais bjos!



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POV Emily

Abro meus olhos, consigo sentir os pássaros cantando, o agradável calor do sol que passa pela minha fina cortina na minha pele. Me parece um bom dia para ir ao parque, caminhar, tomar um sorvete, dar risada, mas eu estou presa aqui.

Já faz seis anos que estou internada na clínica psiquiátrica e que eu fui diagnosticada com esquizofrenia, palavra complicada, eu mesma demorei para pronuncia-la e mais ainda para compreende-la. Basicamente o paciente não consegue distinguir o que é real e o que é imaginário, tem-se alucinações e podemos facilmente perder o controle.

Eu acabei sendo internada para a minha própria segurança e da minha família, aquele com certeza foi o pior dia da minha vida, as lembranças ficam embaçadas na minha mente e a única coisa que lembro com clareza são dos meus gritos, não me sinto preparada para falar sobre assunto com ninguém, não me sinto pronta para isso.

Os anos foram se passando, os tratamentos pouco efeito faziam e eu fui ficando, fiz todos os meus aniversários aqui com o meu pai, com a equipe médica e com alguém que já passei a chamar de amiga.

Susanne é a minha enfermeira, conheci ela na minha primeira noite na clínica, eu tinha 16 anos e chorava nos braços de meu pai, até que uma senhora de cabelos loiros e sorriso carinhoso entrou em meu quarto e começou a fazer carinho em meus cabelos e disse que tudo ia ficar bem. A partir daí ela se tornou a minha companheira, cuidava dos meus medicamentos, da minha rotina, do meu bem-estar.

Estava distraída com meus pensamentos, quando percebo que alguém está batendo na porta.

– Pode entrar - Digo me sentando na cama.

– Bom dia minha querida, trouxe seu café da manhã e os seus medicamentos - Disse Susanne.

– Muito obrigada Susanne mas não estou com fome - Falei sendo sincera , nos últimos meses o meu apetite diminui drasticamente.

– Mas Emily você precisa comer, eu trouxe o seu café da manhã favorito. Panquecas!- Falou Susanne de um jeito alegre que só ela sabe fazer.

Não pude deixar de esboçar um sorriso.

– Tudo bem você venceu eu como um pouco.

– Ótimo, coma, tome seus remédios e depois tome um banho para começarmos as atividades do dia.

– Eba- Disse de um jeito claramente irônico.

Susanne senta ao meu lado, coloca um mecha do meu cabelo atrás da orelha e diz:

– Minha menina anime-se hoje é um outro dia , uma folha em branco, faça dela um lindo poema.

– Vou tentar, prometo- Falei tentando esboçar um sorriso- Já terminei- Entregando o prato com a bandeja de medicamento vazios.

– Olha só! Já começamos bem, agora vá tomar seu banho, vou separar a sua roupa.

Entro no banheiro me dispo e antes de entrar debaixo do chuveiro, paro e me olho no espelho, já não reconheço essa garota magra, sem vida, com olheiras, fraca, cheia de marcas de agulha e cicatrizes pelo corpo, essa não era pra ser eu.

Termino o meu banho, visto a minha roupa, uma blusa de botões, calça e tênis brancos. Para mim sair do meu quarto é uma tarefa difícil eu sinto como se o chão fosse desabar, por isso caminho com delicadeza e vagarosamente, na minha cabeça as pessoas ficam me encarando e fazendo caretas, é difícil acreditar que isso tudo não é real.

Realizo as minhas atividades normalmente, xadrez, consulta psiquiátrica, fisioterapia. Já era quase hora do almoço, quando Susanne se vira para mim e me faz uma proposta:

– E se a gente fizesse um piquenique na área aberta da clínica, está um dia lindo vamos aproveitar.

– Não sei, acho melhor não.

– Ah vamos vais ser bom pra você.

– Tudo bem- Respondo relutante.

Fizemos a cesta com sanduíches, sucos e uma bolsa separada com água e remédios. Estávamos na entrada da clínica que dava caminho para a área aberta, quando Susanne para e checa a bolsa com os medicamentos.

– Nossa! Eu esqueci de colocar um dos seus remédios, é aquele novo, ainda não consegui me acostumar a leva-lo , Emily eu vou ter que ir pegar, você pode ficar esperando aqui - Perguntou Susanne com um tom de voz claro mas com um pouco de preocupação em seus olhos.

– Claro - Falei tentando demonstrar confiança.

– Vai ser rápido eu prometo tem enfermeiros aqui caso precise de alguma coisa.

– Ok.

Ela saiu um pouco apressada, eu me sentei em uma cadeira para esperá-la. Tentei ficar calma fazendo o controle da respiração.

Quando me deparo com um rapaz. Bonito, alto, ruivo, usava uma camisa polo, uma calça jeans e um sapa-tênis marrom. Nesse momento algo estranho me ocorreu, uma sensação de proteção e de confiasse me invadiu, era como se quanto mais próxima eu chegava dele mais eu me sentia bem.

No impulso da sensação levantei cuidadosamente da cadeira e passei a olhá-lo, porém a sensação de paz sumiu quando eu vi um homem na recepção, foi nesse instante que o pânico se instalou sobre mim.

Tudo começou a girar, meu coração acelerava a um ritmo que doía o meu peito, minhas mãos suavam. Era ele... Como me achou de novo.... Vão me pegar.... Me tiraram da minha família... Me machucaram. Comecei a pressionar minhas unhas contra os meus braços, senti os meus dedos molhados... era sangue.

Antes que um enfermeiro pudesse me segurar, avancei sobre o homem e gritei.

– Você tirou tudo de mim, seu monstro, você me machucou - Senti minha garganta doer e grossas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Nesse momento sinto alguém me segurar, não são os enfermeiros. É o rapaz. Então ocorre algo surpreendente a confiança que ele exala é mais forte que a minha crise, seguro em seus braços e digo com uma voz rouca:

– Me ajuda!- Então tudo fica escuro.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal é isso espero que vcs tenham gostado no próximo cap é a perspectiva do Thomas. Deixem nos comentários o que vcs acharam. Bjos e até semana que vem



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