Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes escrita por Leandro Zapata


Capítulo 5
A Torre dos Livros Ilegíveis


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo!
Divulguem, galera 8)



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Harry e Rony procuraram em cada canto daquela casa por Gina e Lily, todavia encontraram apenas mais móveis destruídos e papéis de parede rasgados, além de buracos e rachaduras que foram obviamente causados por magia. O desespero aos poucos foi tomando conta de Harry, Rony já estava totalmente sem cabeça. Alguém também havia entrado em sua casa, destruído tudo e levado sua esposa. Felizmente Rose estava a salvo em Hogwarts e Hugo na casa dos pais de Rony, Arthur e Molly.

Quando passou pela cozinha, viu o elfo domestico, Monstro, caído no chão sobre uma poça de sangue. Os dois correram e ajoelharam-se sem se preocupar com suas roupas ao lado dele. Rony imediatamente iniciou o feitiço Episkey para curar as feridas do elfo. Alguns minutos depois, Monstro recuperou a consciência.

– Monstro! - Harry disse, claramente aliviado. - O que aconteceu aqui?

– Monstro não precisa da pena de Harry Potter. - Resmungou ao ver o olhar que o bruxo lhe dirigia. - Monstro tentou ajudar a senhora, mas Monstro fraco. Aquele não era um bruxo normal

– Quem a levou? - Harry perguntou desesperadamente.

– Monstro não sabe, senhor Potter. Monstro não viu o rosto debaixo da máscara.

Máscara? Do que ele estava falando? O elfo perdeu a consciência.

– Harry, olhe. - Rony disse apontando para o peito de Monstro.

O feitiço deixara uma cicatriz para trás. Um símbolo que nenhum dos dois reconheceu. Era algo que lembrava o formato de uma espada que parecia passar dentro de um aro circular, que, por sua vez, estava dentro de um triângulo maior de cujas pontas cresciam rodamoinhos.

– O que é isso?

– Eu não sei. Nunca vi um símbolo assim.

Harry ia comentar que se Hermione estivesse com eles, ela saberia algo. Mas comentar algo assim no estado que Rony estava não era uma boa ideia. Dizendo “eu tenho uma ideia”, Harry saiu da cozinha e foi para o quarto do casal, onde, empurrando um pouco a cama para o lado, pegou no criado mudo uma câmera fotográfica trouxa - o ministério não aprovava muito essas novas tecnologias dos trouxas, porém aquelas velhas máquinas em preto e branco eram complicadas de se ter em casa e de usar.

O bruxou voltou a cozinha e bateu uma foto da cicatriz. Quando o feitiço de Rony curou todos os ferimentos de Monstro, Harry levou-o até um dos quartos vagos e deitou-o na cama. Por um momento Dobby veio a sua mente; o velho e bom elfo domestico, livre Dobby, que muitos anos antes havia ajudado Harry na luta contra Voldermort, tornando-se um mártir. Ele não queria perder mais amigos.

– Vamos para o Ministério. - Rony disse. - Tem alguém lá que, se houver algum registro desse símbolo, com certeza saberá.

– Quem? - Harry perguntou.

– Você se lembra de Lilá Brown? - Rony perguntou com um sorriso travesso.

– Aquela sua namorada?

– Ela mesma.

– Acha mesmo uma boa ideia pedir ajuda para sua ex para resgatar sua esposa?

– Qual é, Harry, isso já faz tanto tempo que nem me lembro. Hermione também não se importaria.

– O sorriso no seu rosto diz algo diferente. - Retrucou o herói.

Rony tentou disfarçar forçando para que o sorriso se desfizesse. Ele ficou com uma careta na cara.

– Vamos embora.

– Aparatando? - Rony disse com a voz trêmula; mesmo depois de tantos anos Aparatando ele ainda não gostava muito da ideia.

– É claro.

– E o elfo?

– Ele ficará bem. - Harry respondeu.

Os dois voltaram ao corredor e dali mesmo aparataram. Estavam em um beco onde havia uma cabine telefônica vermelha. Os heróis espremeram-se dentro dela, pegaram o telefone e discaram 62442, os números para as letras M-A-G-I-A. O telefone chamou algumas vezes até que uma voz feminina atendeu.

– Boa tarde, Clair, aqui é Harry Potter.

– Pode-me dizer o número de confirmação de Auror, por gentileza.

Harry falou.

– E quem vos acompanha, Senhor Potter?

– Ronald Weasley. - Harry falou.

– Sejam bem-vindos ao Ministério. - A cabine desceu por um buraco, como um elevador, levando ao Hall do Ministério.

O piso de granito do prédio, recentemente colocado, dava ao ambiente uma claridade diferente, ao qual Harry ainda não acostumara. O mesmo teto azul-esverdeado com centenas de desenhos dourados que iam de um lado para o outro, como imensos letreiros de informação. Havia, anos atrás, uma fonte no centro do Hall que fora destruída durante o golpe de Voldemort na última guerra; mesmo depois de todos esses anos, a estátua ainda não havia sido restaurada.

– Lilá trabalha no Departamento de Mistérios. - Rony informou. - Ela tem acesso a centenas de livros. Talvez saiba o que esse símbolo significa.

Harry confirmou uma vez com a cabeça e eles seguiram para o elevador. Entraram e Rony apertou o botão para o nono nível. Dezenas de pessoas entravam e saiam em todos os níveis, assim como pequenos aviões de papel com recados indo de um departamento ao outro. Era necessário que o elevador subisse para depois descer ao andar que eles precisavam.

Andaram por um corredor escuro até uma porta de carvalho, em que havia esculpido a cabeça imensa de uma coruja. Os dois trocaram olhares, ninguém nunca havia entrado ali a não ser aqueles que trabalhavam para o Departamento de Mistérios. Quando se aproximaram, a coruja criou vida e avançou em direção aos dois. Aquela coruja lembrava Harry a velha Edwiges, morta a muitos anos; outro mártir da causa contra Voldemort.

– Quem vem lá? - Ela perguntou com uma voz meio assoviada.

– Meu nome é Ronald Weasley e esse é meu amigo Harry Potter.

– Bem-vindos, senhor Weasley e senhor Potter.

Os dois deram um passo a frente, porém a porta não se abriu.

– Não disse que poderiam passar. Primeiro preciso saber o que pretendem entrando na Casa do Conhecimento.

– Precisamos conversar com Lilá Brown. Algumas pessoas sumiram e apenas ela possui a resposta. - Rony adiantou-se em falar; Harry estranhou a iniciativa do amigo que não costumava fazer isso.

– Não sinto mentiras em suas palavras. - Ela prosseguiu. - Vão em frente.

A coruja regrediu até tornar-se madeira novamente e a porta abriu. Os dois seguiram em frente. A Casa do Conhecimento era um salão imenso, onde não se via qualquer uma das quatro paredes, com milhares e milhares de prateleiras e incontáveis livros. Um balcão de madeira polida estava diante deles, e eles encontraram Lilá sentada do outro lado lendo um livro tão grande que cobria metade da mesa. Rony pigarreou e sorriu.

Ela olhou para cima e pulou. Ajustou os olhos de leitura e mexeu nos cabelos presos num rabo de cavalo e com vários fios esvoaçados.

Uon-Uon! - Escapou de sua boca. - Quer dizer, senhor Weasley! Senhor Potter! - Ela disse gaguejando. - Há que devo a honra de vossa visita? - Ela sorriu envergonhada.

– Precisamos saber se você conhece esse símbolo. - Rony disse, tomando a câmera fotográfica das mãos do amigo.

Ele se inclinou sobre o balcão, enquanto Lilá levantou e posicionou de forma que pudesse ver a foto na câmera digital. Seus rostos estavam tão próximos como se estivessem acostumados a isso, não um reflexo do curto período que namoraram em Hogwarts, mas algo que veio depois disso. Harry pensou na possibilidade dos dois terem um caso, mas logo expulsou a ideia. Rony Weasley não seria capaz de trair a esposa. Seria?

Lilá fitou por um tempo a foto, como se não reconhecesse o símbolo. Ela pegou a câmera da mão de Rony e virou de ponta cabeça. Os olhos dela arregalaram, subitamente reconhecendo-o.

– Onde vocês conseguiram essa imagem? - Ela fitou os dois, incrédula.

– Alguém levou Gina, Lily e Hermione e deixou essa marca cravada no peito do meu elfo doméstico. - Harry explicou.

Lilá abriu uma parte do balcão e disse:

– Sigam-me.

Os dois heróis seguiram por entre milhares de prateleiras.

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Entrando do Caldeirão Furado, o barman, Tom, cumprimentou Ted com um abraço. Assim como Lalau, ele havia se tornado um grande companheiro. Alguém que o apoiou durante os anos de solidão. Cruzou o bar e parou no pátio murado. Como Lalau fizera anos antes, assim Ted o fez.

O Beco Diagonal abriu-se diante dele. Poucas coisas mudaram desde a última vez que Ted esteve por lá. As lojas continuavam funcionando a todo vapor, principalmente a Gemialidades Weasley, única loja a permanecer funcionando durante a guerra de Voldemort, que crescera até ocupar três números em sequência. Aparentemente, as travessuras e alegrias que os gêmeos Weasley proporcionavam foi exatamente o que o mundo pós-guerra precisou.

Anos antes, quando Ted era pequeno e Harry acabara de tornar-se pai de Thiago Potter, eles foram até a loja contar as novas para George, que também já era pai. Foi neste dia que ele conheceu Victoire Weasley. Ela era dois anos mais nova que ele. Tinha olhos lindamente azuis-esverdeados e cabelos loiros brilhantes, como o sol. Ela estava com o pai, Bill Weasley. A mãe, Fleur Delacour estava na França visitando a sogra de Bill.

Enquanto os adultos conversavam sobre as maravilhas de se tornar pai, Ted se aproximou de Victoire e disse:

– Oi, qual o seu nome?

– Victoire e o seu?

– Edward, mas pode me chamar de Ted. - Eles sorriam inocentemente.

Os dois passaram a crescer praticamente juntos. Viam-se com bastante frequência, principalmente durante as reuniões dos Weasley, família que a cada mês parecia crescer um pouco mais. Houve um desses encontros, logo antes de Ted mudar-se para Hogwarts, em que ela veio com uma surpresa para ele. Ela devia estar com dez anos, e ele, doze. Ela trouxe para ele um chaveiro com uma coruja prateada, em cujo tórax havia um brilhante “V” dourado.

– O que é isso?

– Uma lembrança, - ela disse, sorrindo - para você não se esquecer de mim enquanto estiver por lá.

– Eu adorei! - Ele realmente gostou; foi a primeira vez na vida em que sentiu-se conectado a alguém. - Vou guardá-lo para sempre!

– E não se esqueça, Ted, daqui a dois anos eu vou para Hogwarts também. Me espere.

E Ted esperou. Os dois primeiros anos foram sofridos, até que ela finamente chegou por lá.

Um mímico fazendo sua performance de frente ao banco Gringotes chamou a mente de Ted de volta ao presente. Ele estava fazendo seu show com habilidade. Ted realmente pensou que o cara estava dentro de uma caixa invisível - afinal, aquele mundo era mágico, quem garante que ele realmente não estava em uma caixa invisível? Ele parou por poucos minutos para observá-lo.

Ted seguiu pela Travessa do Tranco até a Borgin & Burkes. Quando entrou, Magnus Burke, filho de Caractacus Burke, estava do outro lado do balcão. Ele lia uma revista trouxa. Nenhum deles notou que o mímico estava do outro lado da vitrine, observando silenciosamente a conversa.

– Boa tarde, Magnus. - Ted não conseguia conter sua felicidade.

– Edward Lupin. - Ele disse de forma solene, como um vendedor. - Em que posso ajudá-lo?

– Eu vim comprar o Espelho de Ojesed.

– Infelizmente, meu rapaz, isso será um problema.

– O que quer dizer? Eu não me importo que a mágica do espelho seja quase nenhuma. Eu o quero de qualquer forma.

– Não, Sr. Lupin. O problema não é a mágica do espelho. O problema é que eu não o tenho mais. Eu o vendi alguns meses atrás.

– VOCÊ VENDEU? - Ted vociferou. Seu cabelo ficou vermelho como fogo, o que costumava acontecer quando Ted ficava muito irritado. - O QUE QUER DIZER COM VENDEU?

– Eu não tive outra escolha. - Magnus estava indiferente, sem demonstrar qualquer reação à ira de Ted. - A pessoa que o comprou é muito influente, poderosa e rica. Tive que vendê-lo se eu quisesse manter minha licença para atuar no Beco.

– E quem é essa pessoa?

– Quem você acha? - Magnus fez mistério, como bem gostava. - Seu padrinho, Harry Potter.

_____________________________

Apesar de serem apenas livros, Harry sentia que aqueles não eram tão ordinários assim. Há pessoas que acreditam que quando se escreve um livro parte de sua alma está no livro, para os bruxos essa não é apenas uma lenda. Um bruxo quando escreve um livro tem sua alma parte desse livro, não é como uma Horcrux, é claro, não é algo pelo qual se possa ressuscitar depois, é mais como uma conexão com o livro e não uma divisão de alma propriamente dita. O Auror sentia-se observado, como se as almas presentes naqueles livros o fitassem. Perguntou-se como que Lilá aguentava aquilo.

Andaram por quase quinze minutos de prateleiras e milhões de livros. Livros que pareciam tão antigos quanto à sociedade bruxa, ou até mesmo antes disso. No entanto, quase que por acidente ele reconheceu um dos livros de Gilderoy Lockhart. Fazia anos que Harry não tinha notícias do antigo professor, que ainda devia estar num manicômio por ai.

Harry, imerso em pensamentos e preocupações, esbarrou um Rony que parara. Eles chegaram onde queriam.

Accio livro Triskelion. - Lilá disse movimentando sua varinha.

Um livro imenso de capa dura e marrom voou da prateleira em direção a Lilá, que desviou e deixou que o livro batesse com força no chão, criando um baque imenso e ecoado. Os três levaram as mãos imediatamente aos ouvidos.

– Desculpe. - Ela disse em seguida. - É que ser esmagada por esse livro não é muito a minha praia.

– Sem problemas. - Rony se apressou em responder; Harry estava muito desconfiado da estranha atitude do amigo.

Harry pegou o livro e segurou-o debaixo do braço. O livro devia pesar uns dois quilos e tinha pelo menos cinquenta centímetros de comprimento por uns trinta de largura.

– Vamos, sigam-me. - Lilá voltou a andar por entre as prateleiras.

– Não é esse livro que precisamos? - Harry perguntou.

– Também. - Ela retrucou. - Mas vocês precisam de outro livro.

Enquanto caminhavam, Harry pensou em tentar lê-lo, mas um livro daquele tamanho era impossível ler sem o auxílio de uma mesa. Chegaram onde deveria ser o centro da biblioteca, onde havia uma espécie de torre feita com centenas de janelas e uma escada em espiral em volta. Notou que atrás de cada vidro havia um livro diferente. Ele não soube dizer até qual altura a torre subia.

– Apenas duas pessoas têm acesso a essa torre. - Lilá contou. - Eu e o Ministro, isso quer dizer que o Ministro antes dele e a bibliotecária antes de mim tinham, e as gerações antes deles. Essa torre nunca deve ser citada a ninguém, jamais. Se vocês contarem, não importa quantas vezes tenham salvado o mundo, serão jogados direto em Azkaban sem julgamento. Entenderam?

– Sim. - Disseram em coro.

– Essa torre é conhecida como A Torre dos Livros Ilegíveis.

– Estranho. - Rony perguntou. - Livros não foram feitos para serem lidos?

– Sim, Uon... digo, sr. Weasley. Porém nesses livros há tantos segredos e feitiços que ninguém jamais conseguiu lê-los. Nem mesmo Dumbledore.

– Nós precisamos então descobrir uma forma pra isso?

– Exato, se quiserem resgatar suas famílias.

– Mas como vamos fazer algo que nem Dumbledore conseguiu? - Rony duvidou.

– Vamos dar um jeito. De qual desses livros precisamos? - Harry retrucou.

– Está na janela 273, lá em cima. Você saberá quando encontrar. - Ela apontou. - Para abrir basta o feitiço Alohomora.

– Você reconheceu o símbolo, não é? - Rony perguntou. - Não apenas da capa daquele livro?

– Sim. Eu já li milhares dos livros que estão na Casa. Esse que está com Harry eu também já li, mas fiz voto para não contar as coisas que leio aqui. Todavia, posso mostrá-los onde estão os livros.

– Tem alguma mesa onde posso estudar enquanto Rony vai lá em cima buscar o outro livro que precisamos? - Harry perguntou; como ele imaginou, o cunhado não protestou.

– Sim. - Ela mexeu a varinha apontando para o chão a alguns metros deles; uma mesa e cadeira brotaram do chão.

– Obrigado. - Ele respondeu indo até a mesa.

Lilá se retirou. Harry colocou o imenso livro na mesa, deu dois tapinhas nas costas do amigo - sinalizando boa sorte na subida - e sentou. Rony tirou o terno marrom que usava e subiu as escadas.

O livro que Harry tinha em mão era um livro da história dos bruxos na Europa e, principalmente, no Reino Unido. Em diversas imagens antigas, ele viu um símbolo parecido com o que estava em Monstro. Era como três rodamoinhos unidos num centro comum. O livro dizia que o nome daquele símbolo era Triskele. Um símbolo bem comum em cultos a deuses hoje esquecidos e de que pouco se sabe. Havia, mais ou menos no meio do livro, o símbolo mais parecido com o que Harry estava procurando. Um Triskele, todavia com um triângulo no centro da união dos três rodamoinhos, chamado de Triskelion. Folheando mais um pouco, ele encontrou, próximo do final, o símbolo que precisava. Era um Triskelion cujo centro do triângulo era partido ao meio na vertical e um círculo desenhado dentro dele - consequentemente também partido ao meio.

Como um tiro, o reconhecimento veio à mente do herói.

Se você tirasse os três rodamoinhos das pontas e deixasse apenas o triângulo, aquele seria o símbolo das Relíquias da Morte, que estava cravado na Pedra da Ressurreição. Harry quase caiu pra trás na cadeira. Havia apenas duas linhas naquele livro sobre o símbolo.

“Este símbolo pertence à Triskelium. Pouco se sabe sobre eles ou qual seu objetivo, todavia nós quatro estamos em busca deles, pois sabemos que suas intenções não são boas.”

Ele não entendeu. Pegou um pequeno caderno do bolso e anotou aquela frase. Teria que decifrar seu significado com os outros Aurores.

– HARRYYYYYYY! - Rony gritava enquanto caia.

– Aresto Momentum! - Harry disse, sacando rapidamente a varinha e apontando em direção ao amigo; Rony parou a alguns centímetros do chão.

Então ele bateu de leve no chão. Harry notou que ele tinha em mãos um livro de capa de couro rustica preta amarrado por uma fita de couro. Na capa, em dourado, o símbolo que eles procuravam. Triskelium, ele pensou. Todavia, o que mais chamava a atenção era a cara de assustado de Rony que trocava olhares rápidos entre Harry e algo que estava na torre. O herói olhou para cima e viu uma criatura descendo a torre como se fosse uma lagartixa.

Assim que entrou na visão de Harry, ele não reconheceu a criatura. Era uma espécie de lobisomem, como Lupin, todavia ele tinha quatro braços. Um par era cumprido, chegando até o chão e que ele devia usar para correr; o outro par saía das axilas e era menor, provavelmente usado para carregar algo enquanto ele andava. As patas traseiras dobravam-se ao contrário, como se fosse um pássaro. O focinho lembrava o de um lobisomem, porém era menos canino e mais feio; os dentes de baixo eram tão grandes se saíam da boca até quase a altura dos dois buracos que serviam de narinas. A parte branca dos olhos dele era negra, como a noite, e as írises vermelhas e sem pupilas; suas orelhas eram tão pontudas quanto as de um elfo doméstico. Sua tez era pálida, como albina, e pelos brancos cresciam de trás de sua cabeça, que chegavam até quase o chão, de trás dos braços, que passavam por sobre o ombro até unirem-se em um “V” no peito dele; a virilha também era peluda.

– Que merda é essa? - Harry gritou, apontando a varinha ao monstro.

– E eu vou saber! - Rony disse; ele já estava ao lado do amigo com a varinha em mãos apontando para a estranha criatura.

– Você abriu o livro? - Lilá gritou vindo correndo por um corredor; provavelmente tinha ouvido o grito de Rony.

– Si... Sim... - O ruivo gaguejou.

– Você por um acaso viu o aviso de “não abra esse livro sem a quantidade mínima de quinze bruxos Aurores próximos”?

Ele não respondeu.

– Idiota. - Ela brigou.

– E agora? - Harry perguntou.

– Nós corremos! - Ela respondeu e desatou numa corrida pelo corredor que viera

Harry e Rony seguiram-na.

Um rugido ensurdecedor ecoou em toda Casa do Conhecimento.


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