Auror Potter e o Mestre dos Disfarçes escrita por Leandro Zapata


Capítulo 4
Slytherin


Notas iniciais do capítulo

Hey there, wizards
Capítulo de hoje um pouco tarde, mas hoje ainda é sexta haha
Boa pascoa!



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Não havia uma alma dentro daquele salão, viva ou morta, que tivesse a coragem de falar algo. Ninguém ali conseguia acreditar no que o chapéu acabara de fazer. Alvo Severo Potter fora selecionado para a Slytherin, contra tudo em que todos acreditavam. Seu irmão, Thiago, olhava-o com incredulidade, ou melhor, todos olhavam. O menino mal podia acreditar no que acabara de acontecer.

– Não... - Ele disse quase sem voz. - Não... - As lágrimas nasceram detrás dos seus olhos.

O professor Longbottom se aproximou do chapéu e sussurrou:

– Você devia reconsiderar. - Alvo duvidou que, devido ao extremo silêncio, alguém não tenha escutado.

– Eu não vou mudar minha escolha. Ele vai para Slytherin.

– Mas ele é filho de Harry Potter.

– Então que Harry Potter venha até aqui e peça ele mesmo, e ainda assim não mudarei. Sou eu que decido para qual casa cada um vai e não você ou ele. Agora, traga-me a próxima criança.

Professor Neville não teve outra escolha senão retirar o chapéu. Alvo levantou e, fitando o chão, dirigiu-se à mesa da casa que lhe foi designada. Não ousou olhar para ninguém e eles não aplaudiram. Ele sentou ao lado da baixinha, que não conseguia conter a alegria.

– Não acredito! - Ela disse. - Estou na casa que sempre sonhei em estar e ainda com o filho de Harry Potter! Esse é o melhor dia da minha vida! - Ela pareceu notar a expressão do menino. - Mas você não parece tão feliz.

– Meu pior pesadelo... Eu não acredito... - Ele dizia, não para pequena Yanka, mas para si mesmo.

– Não se preocupe. A Slytherin não é tão ruim assim.

– O que meu pai vai dizer? Eu serei a desonra de minha família. Tanto meu pai, quanto minha mãe e todos meus avós. - Ele esquecera-se da conversa que teve com pai ainda na King Cross Station, antes de embarcar no Expresso Hogwarts.

– Se o que li sobre Harry Potter for verdade, ele não vai se importar a qual casa você pertence. E sim, com seu caráter. Imagine como os pais de Scorpius vão ficar?

Alvo olhou a menininha nos olhos pela primeira vez. Ela, de certa forma, estava certa. Seu pai realmente não se importava com um detalhe como aquele. Talvez um dia ele se importara, quando criança, mas hoje, era mais importante os atos do menino bruxo. Além disso, até em seu nome havia um pouco da Slytherin. Severo Snape, a quem seu nome do meio fora uma homenagem, pertenceu a Slytherin e, de acordo com o pai, ele fora o homem mais corajoso que conhecera.

Agora, a escolha do chapéu não parecia tão ruim para Alvo.

No entanto, para Scorpius, seria uma escolha que com certeza traria a ira de Draco Malfoy. Um sangue puro como os Malfoy misturados nos sangues ruins da Gryffindor com certeza não agradaria. Por alguma razão esse pensamento tornou a ideia de Alvo sobre Slytherin menos ruim.

– Obrigado. - Ele disse a baixinha.

– Meu nome é Yanka. - Ela disse com um sorriso cativante.

– Eu sei. - Ele respondeu com um sorriso. - É um nome bem estranho. Difícil de esquecer.

– Como se Alvo fosse um nome muito comum.

– Cala a boca.

– Cala a boca você.

Os dois sorriam. Algo dizia a Alvo que aquela menininha era bem simpática, e que iria gostar dela. Isso provavelmente deixaria sua estada na Slytherin melhor.

Depois que todos foram selecionados para suas casas, Alvo devorava o banquete que magicamente surgira diante deles. Nele havia todo tipo de coisas para comer, fosse doce, salgado, amargo ou azedo. Serviu-se de um prato imenso de arroz e strogonoff - algo que ele nunca comera. Comeu alegremente enquanto conversava com os companheiros da casa. Todos foram simpáticos com ele, e ninguém perguntou sua opinião sobre estar na Slytherin.

Durante o jantar, Alvo procurou seu irmão e sua prima, que conversavam alegremente com os companheiros da Gryffindor. Das duas uma, ou não se importavam que Alvo não estivesse com eles ou, ao verem o garoto se enturmando, decidiram deixar de lado o fato de não estarem na mesma mesa. Conhecendo sua família, provavelmente era a segunda opção. Notou que Scorpius comia em silêncio, provavelmente envergonhado da casa para qual fora escolhido.

Terminada a refeição, enquanto saíam, Rose e seu irmão, Thiago, vieram conversar com ele.

– Isso é tão injusto! - Ela dizia genuinamente incrédula. - Scorpius Malfoy na Gryffindor e Alvo Potter na Slytherin! Isso é como o sol de noite e a lua de dia.

– Não se preocupe. Não acho que será tão ruim assim. - Alvo retrucou, pois o choque da seleção havia passado.

– Claro que será! Talvez nossos pais possam...

– Não, não. Nada de envolver nossos pais nessa história. As Casas não interferem em nosso caráter. Eu posso ser quem sou em qualquer uma das quatro. - Ele disse com um sorriso.

– Talvez se eu for falar com a Diretora Minerva a gente consiga trazê-lo para Gryffindor.

– Já disse que não precisa. Não se preocupem.

– Mas, irmãozinho, com você na Slytherin nós iremos competir um contra o outro. - Thiago falou.

– O que torna as coisas ainda mais interessantes. - Ele sorria travessamente.

– Você sabe que sou mais velho e mais forte, não é? - Thiago retrucou.

– E eu mais rápido e mais esperto. - Foi a tréplica do menino.

Os dois sorriam desafiadoramente.

– Então é melhor entrar logo no time de Quadribol. É verdade, comigo no time, você não teria como entrar.

– Que vença o melhor Potter. - Alvo estendeu a mão para o irmão mais velho.

– Que vença o melhor Potter. - Thiago apertou a mão estendida, aceitando o desafio. - Te vejo no campo, irmãozinho.

Então, ele saiu em direção à sala comum da Gryffindor.

– Eu ainda vou falar com a Diretora sobre isso! - Rose insistiu, mas seguiu o primo.

Alvo seguiu o grupo de alunos da Slytherin para as masmorras, onde ficava o salão comum de sua casa. Andava o tempo todo conversando com a baixinha de olhos castanhos, Yanka.

Ao pararem de frente a um quadro de uma serpente branca gigante, que se mexia e os fitava ameaçadoramente.

– Qual é a sssssssenha? - Ela sibilou.

– Ratos gigantes. - Um aluno do sétimo ano falou. - Não se esqueçam dessa senha, e, em uma semana, ela será trocada.

– Sssssssim... Minha comida ffffffffavorita. Entreeeeem...

O quadro abriu-se como uma porta e os alunos entraram. Um professor que Alvo reconheceu apenas da mesa dos professores os aguardava.

– Sejam bem vindos a Slytherin. - Ele disse com uma voz profunda. - Meu nome é Horácio Slughorn, sou professor de Poções e Líder da Casa da Slytherin. É um prazer conhece-los. Vocês encontrarão suas malas próximas as suas camas e sobre elas, seus robes verde e prata. Usem-nos com orgulho. Agora, vão para a cama. Menos você, senhor Potter.

Alvo parou com um súbito calafrio. O que velho professor queria com ele?*

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Rose, juntamente com outros alunos da Gryffindor, seguiram um veterano pela escadaria de mármore. Ela ainda estava em choque devido a escolha do chapéu em relação ao seu primo, Alvo. Colocá-lo na Slytherin fora sem dúvida o maior erro de todos os tempos - talvez não maior do que o de Dumbledore quando tirou Tom Riddle daquele orfanato. Eles continuaram subindo até que as pernas de Rose ficassem cansadas demais.

De repente, o grupo parou. Rose quase esbarrou em um menino que vinha à frente dela.

– O que aconteceu? - Alguém perguntou.

Dois fantasmas passaram rapidamente por eles. Um deles arrastava um feixe de bengalas, que fazia muito barulho; o outro corria atrás dele. Rose reconheceu os dois das histórias que seus pais contavam como Pirraça, o Poltergeist, e Barão Sangrento. Ela não conseguiu evitar um sorriso.

– Quem eram aqueles? - Um aluno perguntou.

– Aqueles eram o Pirraça e o Barão Sangrento. Cuidado com o Pirraça, ele gosta de brincadeiras. Barão Sangrento é o único capaz de controlá-lo, mas isso vem se tornando mais difícil com o passar dos anos.

No finzinho do corredor havia um retrato de uma mulher gordíssima vestida de rosa, que devorava uma coxa de pernil do tamanho da cabeça de Rose.

– Senha? - Ela exigiu entre duas mordidas.

– Bolo de Nutella. - O veterano disse.

O retrato abriu-se como uma porta, revelando um buraco redondo na parede. No final dele, o salão comunal da Gryffindor revelava-se diante deles com seu formato redondo e poltronas fofas.

O veterano indicou às meninas seus dormitórios e aos meninos, o deles, ambos no fim de uma escada em caracol. Era óbvio para Rose que eles estavam em uma das torres mais altas do Castelo, levando em consideração a quantidade de escadas que tiveram que subir para chegar ali. Como suas malas já estavam ao lado de sua cama designada, Rose apenas caçou e vestiu seu pijama e deitou para dormir.

Rose, apesar de cansada, demorou a dormir realmente. Tudo estava fora de ordem. Um Malfoy estava na Gryffindor e um Potter na Slytherin. Era como se o mundo estivesse de cabeça para baixo! Ela tinha que falar com a diretora Minerva McGonagall para tentar reverter aquela situação.

– Muito estranho, não é? - Uma menina sentada à janela falou; Rose não havia notado até aquele momento.

– O que? - Rose perguntou.

– Esse lugar. As coisas não estão indo como deveriam.

– É verdade; amanhã vou conversar com a diretora sobre isso.

– Sabe que não irá adiantar muita coisa. - Pela primeira vez a garota parou de fitar a lua e virou-se para Rose, que não conseguiu enxergar seu rosto. - Minerva leva a sério as decisões do Chapéu Seletor.

Por alguma razão, o tom que a menina usou o nome da diretora fez Rose pensar que a estranha era familiar com Sra. McGonagall. Rose iria retrucar mais uma vez, mas acabou dormindo. Ela não notou que, durante toda a noite a janela permaneceu com uma camada de gelo até o amanhecer, quando se dissipou. Nenhuma outra aluna também percebeu.

O primeiro raio de sol iluminou diretamente o rosto de Rose, que adorou ser acordada com aquele leve calor do começo do outono.

Espreguiçou-se, bocejou e levantou devagar. A primeira coisa que costumava fazer de manhã era tomar um rápido banho e, em seguida, estudar. Sua mãe lhe ensinara isso - seu irmão, Hugo, porém, assim como seu pai, dormia demais. Antes de ir para Hogwarts, sua mãe costumava praticar feitiços na prática*. Mas, como ela estava sozinha, seria um tanto perigoso. Então, depois de tomar seu banho e voltar para salão comunal da Gryffindor, pegou um dos livros que a escola exigia dos primeiranistas e começou a ler.

A maioria dos feitiços ali descritos ela já conhecia, alguns ela não dominara, mas outros, como o Vingardium Leviosa, ela poderia fazer com uma das mãos nas costas.

Outros alunos foram surgindo no salão, indicando que o dia começava para eles. Rose checou seu plano de aulas, e descobriu que sua primeira matéria era Defesa Contra as Artes das Trevas. Procurou pela menina que conversara na noite anterior, mas não a reconheceu, e ela também não se manifestou.

Havia ainda bastante tempo antes da aula, então ela decidiu ir até o escritório da diretora.

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Alvo fitava o velho professor, enquanto este lhe encarava de volta, esperando que todos os alunos ali presentes fossem aos seus quartos. Yanka despediu-se do novo amigo, e seguiu as garotas para o dormitório feminino.

– Alvo Severo Potter. - O professor disse quando finalmente estavam a sós. - Três nomes importantes você tem, criança. Só neles você carrega um fardo pesadíssimo.

– Sim, senhor. - O menino confirmou uma vez com a cabeça.

– Sabe, Alvo, tanto seu pai quanto sua mãe pertenceram ao meu Clube do Slugue. E, gostaria que você se juntasse a nós, apesar da pouca idade.

– Eu não sei, professor, eu...

– Não se preocupe, Harry... digo, Alvo. Será divertido. Quando eu marcar uma reunião, sinta-se a vontade de juntar-se a nós. Será um prazer.

– Quem faz parte desse clube, professor?

– Acredito que dentre os membros você conheça apenas Tiago Sirius Potter.

Aquilo captou a atenção de Alvo. Se seu irmão estava naquele clube idiota, ele também deveria estar, e seja lá o que fizessem nele, Alvo faria melhor que o irmão.

– Estou dentro. - Afirmou; o professor sorriu.

– Agora vá dormir. Amanhã será um dia longo e cheio de novidades.

Alvo sinalizou “sim” com a cabeça uma vez e desceu para o quarto. Assim que cruzou a porta, o dormitório, antes barulhento e repleto de vozes, silenciou-se. O clima estranho perdurou todo o caminho de Alvo até a cama, que pareceu ser de quilômetros ao invés de poucos metros. Ele nunca havia sido o centro das atenções de nada, mas descobriu não gostar nem um pouco. Imaginou como seu pai sentiu-se quando entrou para a escola. O famoso Harry Potter; aquele que sobreviveu ao bruxo das trevas e, ainda, tirou todos os seus poderes. Todos o encaravam, sem exceção. Começou a odiar aqueles olhares. Ele sabia que não pertencia àquela Casa. Seu lugar era junto com sua prima e seu irmão. Sentiu raiva daquele chapéu idiota que o colocara ali por pura pirraça; sentiu raiva daqueles olhares; de todos os meninos ali.

– SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊS PARAREM DE ME OLHAR! - Gritou. - EU NÃO VOU ME TRANSFORMAR NUM TROLL OU ALGO ASSIM. EU ESTOU TÃO SURPRESO QUANTO VOCÊS DE ESTAR NA SLYTHERIN. SE ACOSTUMEM COM A IDEIA.

– Não é por isso que estamos te encarando, Alvo. É que todos nós estamos pensando que com você no time, talvez esse ano conseguiremos vencer o torneio de Quadribol e, quem sabe, até mesmo o torneio das Casas. - Um deles disse.

– É verdade. Ninguém gosta da Slytherin, e com você aqui talvez nossa reputação melhore. - Outro falou; este parecia estar no quinto ou sexto ano. - Meu nome é Derrick Fafnir, sou o capitão do time de Quadribol e vim pessoalmente aqui para te convidar para ser o novo Apanhador do time.

– Eu? Mas por quê?

– Seu pai era uma lenda. Ele ganhou dezenas de jogos para Gryffindor apenas por pegar o pomo de ouro. Esperamos que você tenha herdado as habilidades dele.

– Olha... Eu não sou bom! Nem tenho uma vassoura!

– Se você aceitar, temos algumas velhas Nimbus 2001 doadas há alguns anos por Lucius Malfoy.

Alvo sentiu suas pernas tremerem. Talvez de excitação ou medo ou os dois. Não sabia. Apesar das diversas vezes que seu pai lhe chamara para voar de vassoura, Alvo nunca aceitou, mas ao mesmo tempo não sabia dizer o por que. Sabia apenas que na família Potter quem herdara a paixão de voar fora Lilian, e não ele. Mas ainda...

– Quem é o apanhador da Gryffindor? - Perguntou.

Derrick sorriu, como se já esperasse essa pergunta, e respondeu: - Seu irmão, Tiago.

– Estou dentro. - Respondeu de imediato.

– Ótimo. Amanhã, depois do terceiro período começam os treinos. Já voou em uma vassoura antes?

– Não. Não sou exatamente fã de voar.

– Isso não é bom. Seu irmão é rápido e tem experiência. Talvez consigamos compensar isso por você ser menor e mais leve. Bem, amanhã descobriremos por fim.

– Sim.

Derrick retirou-se, pois aquele era o dormitório da turma que entrou naquele ano.

– Obrigado, Alvo. - Um menino cumprimentou-o.

– Sim. Acho que assim teremos uma chance. - Outro disse apertando sua mão.

Então todos os meninos do recinto cumprimentaram-no com sorrisos no rosto. Talvez estar na Slytherin não fosse tão ruim; talvez aquele ano seria diferente de todos os anteriores; talvez ele fizesse amigos ali. Alvo, quando deitou, pensou no que acabara de acontecer e no que ainda estava por vir.

Naquela noite ele teve um sonho estranho. Havia um homem andando em uma floresta escura e fechada, onde a luz da lua mal transpassava as folhas verdes. Esse homem usava uma túnica comprida, deixando apenas dos calcanhares para baixo a mostra; a manga era larga e comprida a ponto de não deixar a mão dele visível. Ele usava uma máscara acinzentada e fosca, deixando apenas o olho direito à mostra, que era tão verde como uma esmeralda; seus cabelos eram negros e compridos, presos num rabo de cavalo. Alvo se perguntou se não seria uma mulher, afinal sua túnica era tão larga que não se via as curvas do corpo.

O homem chegou até o fim da floresta, que dava para um vale imenso. O homem parou à beira do precipício e observou o vale, onde longe no horizonte havia um conjunto de casas iluminadas por tochas.

Quando a lua iluminou o rosto do mascarado, viu que o círculo do olho era parte de algo maior; em volta desse círculo havia um triângulo de cujas pontas saiam rodamoinhos. O estranho recuou alguns passos e então correu, saltando para o abismo.

Neste ponto Alvo despertou assustado, sentando na cama imediatamente. Ele suava frio, seu coração ainda mais acelerado de quando ele sentou na cadeira de seleção pelo chapéu. O que foi aquilo? Que lugar era aquele?

– Está tudo bem? - Um menino que ele não sabia o nome perguntou, fitando Alvo preocupado.

– Sim, está.

– Cara, que isso na sua testa?

– Do que você está falando?

O menino apontou para um espelho em uma das paredes do quarto, Alvo levantou para olha. Na sua testa havia um símbolo em preto. Era um círculo dentro de um triângulo partido ao meio de cujas pontas cresciam rodamoinhos; ele reconheceu aquele símbolo; era o mesmo da máscara em seu sonho. O que diabos estava acontecendo com ele? Alvo andou rápido até sua cama e, de debaixo do travesseiro, tirou sua varinha - feita de carvalho com cordas de coração de dragão; o mesmo que seu pai anos antes enfrentara no Torneio Tribuxo.

– Nós temos que avisar imediatamente a diretora...

Ele não terminou a frase, pois Alvo o atingiu com um Obliviate ensinado alguns meses antes por seu pai, que desmaiou o menino e cansou o jovem Potter. Pelo menos ele tinha certeza que o menino não se lembraria de nada.

O sol estava nascendo do lado de fora, devia ser seis e pouco. Alvo pegou o uniforme da Slytherin e foi para o banheiro mais próximo - o que lhe custou 5 minutos para encontrar. Tomou um banho rápido, não podia arriscar que alguém visse aquele símbolo na sua testa antes de mostrá-lo a sua prima. Então, eles fariam um plano.

Depois que saiu, secou os cabelos rapidamente e jogou a franja sobre sua testa - felizmente herdara os desgrenhados cabelos do pai, que permitiam esconder bem sua fronte. Seguiu de volta ao quarto e conferiu-se no espelho para ver se a marca estava bem escondida; pegou seus livros e dirigiu-se para sala comum, onde um indicativo de aulas estava pendurado num quadro de avisos. Sua primeira aula era Defesa Contra as Artes das Trevas com o professor Sturgis Podmore, ex-membro da Ordem da Fênix. Alvo lembrava-se dele de uma festa dada por seu pai no ano anterior para os membros da Ordem.

Enquanto subia para a sala, ele torceu para que sua prima fosse de sua turma.


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