Escola de Guardiões escrita por Tynn


Capítulo 22
Capítulo 19 - Precisa-se de ajuda




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Eu não estava em uma posição muito confortável. Meus braços e minhas pernas se encontravam presos por uma corrente mágica maligna, eu estava pendurado na parede e minha mãe era uma doida que queria destruir o mundo. Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, coisa que não acontecia há um bom tempo. Desde que fiz a loucura de entrar na Escola de Guardiões, eu tentei ser forte, mas acho que cheguei ao fundo do poço. Um exército marchando do lado de fora podia ser ouvido, apesar de ser impossível vê-lo daquela posição. Tenho medo que Adiragram consiga invadir a Terra com seus súditos. Adiragram não. Minha mãe.

Um sentimento de receio, mágoa e culpa começou a borbulhar no meu coração. Eu não podia ficar preso ali enquanto tudo ia por água abaixo. As pessoas esperavam que eu fosse forte, um líder. Deve ter uma saída, eu só tenho que pensar um pouco. Se ao menos a espada de Éron estivesse aqui, eu poderia quebrar essas correntes com ela. Mas a feiticeira jogou a minha arma pela janela e ela não irá voltar para mim com um passe de mágica. Ou será que...

– Accio espada! – Eu gritei, mas não deu certo.

Se a espada pudesse sair flutuando até mim, como acontece naqueles filmes da Sessão da Tarde, isso seria perfeito. Eu lembro que o Mago Crispim a transformou em fogo, água, terra e... Ele disse que era melhor não fazê-la virar vento porque ela simplesmente iria se perder no ar! Bingo!

Eu me concentrei o máximo que podia. Imaginei cada molécula da espada se dissolvendo, partindo aos poucos e se misturando ao vento. Em seguida, imaginei os átomos flutuando até a janela e então vi algo tremeluzir no ar. Era como se uma mancha no ar estivesse voando até mim. Pressionei os olhos, querendo agora que apenas a lâmina se tornasse sólida, enquanto o punhal continuasse mantendo a espada suspensa. Assim ela fez! Agora corte as correntes!

Cai no chão com um baque. A espada fez exatamente o que eu tinha pedido e agora estava na sua forma habitual: a lâmina de ferro e o punhal com detalhes dourados. Olhei pela janela do quarto para ver a confusão. Lá embaixo, um exército de soldados com armaduras negras caminhava até o portal que eu mesmo criei. Apontei a espada para o portal, mas nada aconteceu. Eu não conseguia simplesmente fechá-lo com o poder da minha mente.

De repente, vi uma enorme parede de cristal surgir na frente do portal. Três pessoas saltaram da Terra para cá: Guilherme, Lúcia e Mariana, a equipe 8. A menorzinha, Mariana, havia usado sua varinha de condão para criar um muro que impedisse qualquer um de passar pelo portal. Lúcia teletransportou Guilherme para o meio dos soldados e o guerreiro começou a derrubar um, dois, três homens sucessivamente. Entretanto, ele não seria páreo para tantos guerreiros.

Meu coração se encheu de esperança ao ver um par de chakram voar do portal e derrubar quatro soldados de uma vez. Em seguida, apareceu Pâmela montada em um urso gigante. Eu reconheci Leandro naquele urso, já que o animal usava um moicano muito estiloso. Depois surgi Betão, o último membro da equipe 5. Eles lutavam corajosamente contra o exército lá embaixo: o bárbaro usava soqueiras e quebrava facilmente os elmos dos guardas reais, enquanto Pâmela e Leandro formavam uma dupla incrível. Fiquei feliz por ver meus amigos ajudando, mas a feiticeira... Onde ela estará? Eu dei meia volta e corri até a porta, pois não daria para sair voando como a bruxa havia feito antes. Caminhei pelo corredor até o aposento onde Natália, Jorge e companhia ficaram e levei um susto ao abrir a porta.

Jorge estava muito bem disposto. Ele segurava o tacape e parecia pronto para mais umas 10 batalhas. Natália também estava ao seu lado, contando a quantidade de flechas que tinha em sua aljava. Eu perguntei, surpreso:

– Pessoal? Como isso foi possível? – Natália me abraçou como resposta e depois apontou para um rapaz franzino, mas que tinha um capuz mágico.

– O mago Crispim soube, de alguma forma estranha, que a gente estava em apuros. Ele mandou Luc para nos ajudar e, olhe, ele é um ótimo curandeiro.

– Não temos tempo para ficar batendo papo. – Jorge avisou, levantando seu tacape. – Quero acabar com esses mamões logo.

– Onde está a feiticeira? – Samyra quis saber. – O que aconteceu?

– Ela é minha mãe. – Todos olharam para mim com espanto. – Bem, não sei se é verdade. Ao menos ela disse que era. E eu acho que fiz a maior burrada da minha vida. Consegui criar um portal para o planeta Terra e agora tem um exército querendo invadir nosso mundo. Ah, a feiticeira escapou voando.

Eu sabia que era muita informação para assimilar e todos fizeram o possível para não ter um curto-circuito no cérebro. Natália balançou a cabeça e manteve-se séria.

– Não importa quem ela seja, devemos encontra-la imediatamente. Luc, por favor, tome conta de Zeca por nós. Eu, Jorge e Marcelo devemos ir atrás dessa bruxa maluca. Samyra...

– Eu vou até o aposento da bruxa! – Ela continuou. – Por favor, Therina, me acompanhe. A feiticeira deve estar com alguma coisa do meu corpo, como um fio de cabelo, para roubar a minha aparência. Mago Crispim me alertou sobre isso. Talvez eu encontre alguma coisa minha lá. Vamos, rápido!

Natália era boa em formular planos e eu fiquei feliz por tê-la ao meu lado, já Samyra realmente sabia agir como uma rainha. Todos nós concordamos, seguindo nossas posições. Eu, Natália e Jorge corremos pelos corredores do castelo. Todos os guardas haviam sumido; provavelmente estavam do lado de fora da mansão, tentando invadir o nosso planeta. Por sorte, os outros alunos da escola de guardiões conseguiriam segurá-los por um tempo.

Nós descemos uma escadaria até o salão principal do castelo, onde existia uma lareira e um conjunto de sofás de 1 milhão de reais (ou mais). Eu fui à frente e estava pronto para abrir o portão de madeira quando escutei Natália.

– Marcelo, espere! – Ela pediu. Seu rosto estava sério. – A feiticeira é mesmo a sua mãe?

– Eu acho que sim. – Respondi, com sinceridade. Queria muito que aquilo fosse um engano, que eu estivesse sendo iludido por uma mágica tenebrosa, mas as ilusões de Samyra não funcionam contra mim. As manipulações de Pâmela tampouco. – Sinto muito.

– Você sabe o que isso significa? – Jorge tocou no meu ombro. Ele e Natália estavam bastante preocupados comigo.

– Que minha vida daria muita audiência em Casos de Família. E que eu terei uma conversa muito longa entre mãe e filho quando nós a capturarmos. Podemos ir agora?

Eles se entreolharam. Meus olhos já estavam vermelhos, eu não queria mais falar sobre o assunto. Eu abri a porta e nos deparamos com um enorme pátio a céu aberto. Era circular e deveria ser ali onde havia as festas no reino. Nós voltamos a correr porque o portal estava lá na frente, talvez daqui a 10 minutos correndo. Entretanto, um cheiro podre chegou a minhas narinas e eu quase vomitei. Era como se a tampa de um esgoto tivesse sido aberta e existisse um grande ventilador empurrando o cheiro para nós.

Eu senti algo se enrolar no meu pé esquerdo e cai no chão subitamente. Segurei a minha espada com firmeza para não a perder. Cortei as coisas que amarraram meu pé, percebendo que era uma espécie de minhoca gigante. Deve ser daí que veio o cheiro de coisa estragada. Ao me levantar, vi Natália puxando uma flecha e atingindo um lagarto-come-lixo; Jorge girava seu tacape e bateu em uma ratazana de 1 metro e meio de comprimento. Ele deu impulso para saltar mais alto do que um atleta olímpico, batendo o tacape no olho do animal que cambaleou indefeso. Estávamos cercados por criaturas nojentas e gigantes.

Eu não sei de onde elas apareceram, mas estavam dispostas a nos atacar com toda a força. Se você tem medo de barata, aposto que não gostaria de estar na minha situação. Uma barata de meio metro voou e eu a atingi com a minha espada. Natália atirou várias vezes contra os lagartos mutantes; já Jorge usou seu tacape para esmagar outros animais nojentos. Apesar do tamanho descomunal deles, o bárbaro ainda conseguia esmaga-los como se fossem insetos comuns. Em pouco tempo, estávamos cercados de restos de animais de esgoto.

– O que vocês fizeram com os meus bichinhos? – Um homem gritou do outro lado do pátio. Ele corria em nossa direção, usando uma calça preta colada. O rapaz era magro e irritadiço. – Vocês não podiam fazer isso!

– Sinto muito, mas eles nos atacaram primeiro – Natália respondeu ao apontar a flecha para o desconhecido. – E você? Quem é?

– Eu sou o pai dessas criaturinhas inofensivas e babacas! – Ele se abaixou e alisou o pelo de um ratinho. – Sou Tronky. Vocês devem ser amigos do Zeca, não é mesmo?

Eu senti o meu coração bater mais forte. Na verdade, todos nós três ficamos alarmados quando ele falou aquilo. Como aquele cara sabia sobre Zeca? Jorge correu em disparada e puxou o garoto pela camisa, suspendendo-o no ar.

– O que você sabe sobre Zeca? O que você fez com ele?

– Eu... – Tronky sussurrou. – Fui eu que cuidei do menino quando ele veio para cá, otários!

Jorge preparou o tacape, mas Tronky era leve e rápido. Ele pisou no tronco do bárbaro e continuou pisando até chegar no rosto, onde chutou o queixo do rapaz. Jorge deu dois passos para trás e deixou o inimigo escapar. O manipulador de monstrinhos asquerosos foi ao chão, equilibrando-se. Natália atirou uma vez, contudo um lagarto-come-lixo defendeu Tronky. Para o nosso espanto, a batalha ainda não tinha terminado.

Sabe quando você pisa em uma barata e ela parece que morreu, mas minutos depois começa a se mexer e sai correndo desesperadamente? Era exatamente isso que estava acontecendo. O problema é que aqueles animais eram 10 vezes maiores. E mais furiosos.

Eu ataquei um timbu ferido no focinho. Ele cambaleou e rolou no chão. Natália entrou em pânico quando percebeu que sua aljava estava vazia. Ela imediatamente estendeu seu campo de força para não ser devorada por uma lagartixa medonha. Eu percebi que Jorge estava se virando bem, mas parecia cansado. E as criaturas estavam mais ferozes. Era como se algo estivesse deixando-as irritadas.

– Marcelo! – Natália gritou. – Nós vamos morrer se continuarmos atacando esses monstros assim. Precisamos de um plano!

Ela tinha razão. Um lagarto-come-lixo conseguiu atingir a minha perna e eu cai no chão, soltando a espada. Usei o outro pé para bater na cara do animal. Uma baratava voou em minha direção, então me dei conta que a espada de Éron estava distante, embaixo de uma minhoca. Tive que me contorcer para o lado para não ser atacado pela barata. O inseto acabou esbarrando no lagarto que me atacou e os dois embolaram na direção oposta. Segurei o punhal da espada, desejando que ela ficasse resistente como uma rocha. A minhoca pareceu perceber a minha presença, pois olhou para mim e abriu a boca. Nossa, que coisa nojenta. Eu segurei a espada de pedra com as duas mãos e consegui tirá-la debaixo do bicho, que me atacava. Dei passos para trás a fim de sobreviver, deferindo vários golpes. A gente não ia chegar a canto nenhum assim.

Olhei então para Natália, pois ela não parava de balançar os braços. A moça apontou para Tronky e depois para Jorge. Em seguida, começou a fazer gestos com as mãos. Ela achava mesmo que eu sabia libras? A curandeira estava séria e parecia bem irritada com a minha ignorância. Só então caiu a ficha. A maioria dos animais, quando fica ferido e é quase morto, simplesmente corre para sobreviver. Aquelas criaturas não agiam normal, estavam sendo controladas por Tronky. E se nós derrubarmos aquele magrelo, talvez consigamos vencer.

Eu dei legal para Natália e o plano dela entrou em ação. A moça fez um sinal para Jorge. Logo o bárbaro transformou o rosto em uma careta de raiva e passou a correr como um louco em direção a Tronky, esmagando todos os monstros que via pela frente. Ao ver o bárbaro, o magrelo correu na direção oposta. Então Natália se concentrou e o campo de força se estendeu. Tronky, o retardado, bateu de cara na barreira e foi arremessado para o lado: vindo bem em minha direção. Eu girei minha espada de pedra e bati naquele magrelo sem-vergonha. O rapaz caiu no chão atordoado.

Eu rebatei o ataque de uma ratazana e caminhei até o magrelo que choramingava no chão. O rosto dele estava ferido, assim como seus braços. Ele se arrastou para trás, implorando para que os monstros me atacassem, só que seu poder de manipulação estava fraco; ele estava fraco. Os animais começaram a correr para os outros lados, procurando bueiros ou simplesmente voando em direções aleatórias. Jorge e Natália se juntaram a mim, formando um circulo ao redor do rival.

– E agora? Qual é o seu truque? – Indaguei.

– Eu imploro por perdão! – Ele gritou. Ajoelhou-se no chão e (literalmente) beijou os nossos pés. Natália fez uma careta de nojo. – Eu só quis ficar no time vencedor. Eu ainda acho que a grande feiticeira vai ganhar e vocês serão massacrados como uns insetos idiotas... – Jorge bateu o tacape três vezes no ombro, ameaçador. – Mas vocês me derrotaram! São fortes, são incríveis, são...

– Nós só queremos saber para onde a feiticeira foi. – Natália avisou. – E aí, talvez, eu peça para o bárbaro ali não quebrar sua cabeça.

– É! E nada de mentir porque eu irei descobrir se fizer isso. Tenho o dom de adivinhar quando alguém está mentindo, ouviu?

Os meus aliados seguraram o riso, mas a ameaça pareceu funcionar. Tronky arregalou os olhos.

– Eu sou apenas um azarado! Fui rejeitado pela minha família por ser magro e não poder entrar no exército. Passei anos trabalhando no esgoto, convivendo com ratos e baratas, quando a grande feiticeira me encontrou. Ah, ela é magnífica! E me ensinou a manipular as criaturinhas. Eu juro que não queria estar aqui.

– Você não respondeu a pergunta ainda. – Jorge estava impaciente.

– Vocês subestimam a genialidade da grande Adiragram! Ela não pretende passar pelo portal com um bando de soldados babacas e inúteis. Ela está convocando o exército das sombras e, quando anoitecer, ela estará mais forte do que nunca.

Nós três nos entreolhamos. Então os soldados eram apenas uma distração. Eu senti o pavor tomar conta de mim; imaginei um exército de homens zumbis nos atacando, apesar de não ter ideia do que seja esse tal exército das sombras. Jorge estava prestes a bater o tacape na cabeça de Tronky, mas Natália foi mais rápida e conseguiu desmaiar o inimigo com um golpe perto da nuca.

– Eu tenho pena dele... O que faremos? – Eu quis saber.

– Ele não acordará por um bom tempo. Assim que tudo for resolvido, podemos leva-lo para a escola e o diretor irá decidir o que fazer. – Natália respondeu.

– Que tal a gente parar de conversar e corrermos para o portal. Já está escurecendo.

Eu ainda não tinha me dado conta, mas a noite já se aproximava. Nós nos preparamos para correr, quando uma garota de cabelos espetados se teletransportou na nossa frente. Ela estava ferida e caiu em cima de Jorge. O bárbaro segurou Lúcia, que estava debilitada.

– A barreira de cristal de Mariana... Ah, aquela menininha tão meiga e fofinha. Eu ainda me lembro quando ela chegou na escola e entrou no meu time. Eu me perguntei se ela saberia lutar ou...

– O que aconteceu? – Nós três perguntamos ao mesmo tempo. Mesmo ferida, ela poderia falar por horas.

– A parede de cristal fez cabum!


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Notas finais do capítulo

Um pouco mais sobre As Equipes

Equipe 4

Natália – Curandeira. Ela é capaz de criar campos de força ao redor de si e dos seus aliados. O seu dom de curar consegue regenerar feridas superficiais de batalha e pequenos ferimentos mais profundos. Gosta de escutar Paramore e usa um arco-e-flecha como arma.

Jorge – Bárbaro. O rapaz é educado, apesar de gostar de uma boa briga quando seus amigos estão em perigoso. Sua arma é um tacape e ele é capaz de agir como um verdadeiro trator, derrubando tudo o que tem na frente.

Zeca – Manipulador. Precisa ter contato visual com a vítima para poder usar o seus dons de manipulação. Paciente e sereno, Zeca prefere manter um bom diálogo antes de partir para a briga. Ele tem o cabelo totalmente branco, apesar de ter apenas 15 anos.

Equipe 5

Pâmela – Manipuladora. Ela é a irmã de Zeca e é extremamente impulsiva. Usa dois chakram como armas e algumas vezes gosta de gritar como Xena enquanto ataca. Não é muito de conversa, perdendo a cabeça com facilidade. Até agora já arrumou briga com todo mundo da escola, exceto com Zeca.

Leandro – Mutante. Tem a incrível capacidade de se transformar em animal quando bem quiser. Além disso, consegue fazer com que só partes de seu corpo mudem de forma, apesar de não conseguir ainda virar um centauro da idade média. É brincalhão e adora tirar onda.

Betão – Bárbaro. Ele é alto, forte e musculoso. Usa duas soqueiras para atacar, podendo destruir tudo o que vê na frente com suas mãos. Costuma separar as brigas de Pâmela e Leandro ao segurar cada um em um ombro diferente.

Equipe 8

Guilherme – Guerreiro. Usa uma espada longa e é bastante introvertido. O rapaz costuma atacar silenciosamente e gosta de manter um ar de mistério por onde passa. Não suporta o falatório de Lúcia, preferindo ignorá-la na maior parte do tempo.

Lúcia – Mutante. É capaz de se teletransportar para qualquer lugar que deseja, portanto que se concentre para tal. Ela é hiperativa e conversa muito, para o desespero de seu parceiro de time. Dificilmente ficará parada, mesmo se a situação exigir isso.

Mariana – Curandeira. Sua habilidade de criar paredes de cristal impressiona os professores da Escola de Guardiões, principalmente porque ela só tem 11 anos de idade. Suas notas são as melhores e ela costuma usar um vestido de babados, parecendo uma boneca. Se especializou na habilidade de curar casos de vida ou morte.