Eu me apaixonei por ela na primeira vez que a vi. Eu só não sabia que era amor. Seus cabelos cor-de-rosa balançavam ao vento. Ela tinha um sorriso gentil e sincero em seus lábios. Seus grandes e brilhantes olhos verdes davam á ela um olhar de determinação. Como se pudesse enfrentar tudo. Como se o mundo jamais fosse capaz de derrubá-la. Mas ele derrubou. E aqueles olhos que tanto me fascinavam ainda iam perder seu brilho para sempre.

Nossas mães eram muito amigas e, desde que meu irmão e eu fomos lá pela primeira vez, nunca mais deixamos de ir. Íamos visitá-la pelo menos três vezes por semana e eu nunca me cansava de ouvir sua voz. Eu até mesmo implicava com ela chamando-a de irritante. E ela era mesmo. Ela era a minha irritante.

Eu era muito novo na época para entender porque meu irmão sempre ficava tenso quando ia para lá ou porque papai não poderia saber. Como o bom Uchiha que eu era, não costumava demonstrar meus sentimentos por ela. Embora, ás vezes, um pouco do meu amor deixava-se escapar. Mas ela nunca parecia notar. De qualquer forma, isso já faz muito tempo. Éramos crianças inocentes naquela época.

Nos tempos de hoje, as coisas só pioraram. Pioraram de um jeito que eu nunca imaginei ser possível.

Desde que Karin fez a história de bruxas estourar pela cidade que já não vejo mais aquele sorriso gentil e sincero que tanto me encantava. E saber que sou o responsável por isso acaba comigo. Mas eu sei que não posso me aproximar. Sei que se eu deixar todos saberem que estou do lado dela, será pior. Os Deuses bem sabem do que Itachi é capaz. E eu também. Jamais me esquecerei das palavras dele. Se eu me aproximar demais, ela morre. À vezes me pergunto como é possível que ele seja meu irmão. Quero dizer, ele sujou o nome dos Uchihas ao se tornar um renegado. E tenho certeza que mamãe se matou por não agüentar ter um filho como ele. Bem diferente do Papai, digo, Fugaku. Só de pensar nele meu sangue já ferve. Como ele teve coragem de trair a mamãe por todos aqueles anos? Ela não merecia isso. Itachi teve a quem puxar. Talvez fosse por isso que Fugaku sempre tenha tido orgulho dele. Ele era o filho perfeito, não eu.

Droga. Em que diabos estou pensando? Balanço a cabeça negativamente enquanto subo em meu cavalo e vou em direção a floresta, rumo ao chalé onde Naruto e Sakura estão.

Sakura... Só de pensar nela meu coração já acelera. Eu queria que houvesse um jeito de ficarmos juntos para toda a eternidade, mas sei que não há. Se ela sequer desconfiar dos meus sentimentos por ela... Itachi dará conta do serviço. E, no meu estado atual, sei que não posso vencê-lo. Não com Karin ao lado dele. De qualquer forma, isso já não importa mais. Sakura-chan me odeia. E para o próprio bem dela é melhor que continue me odiando.

Tenho que me contentar em amá-la de longe, protegê-la sem que ela saiba. Prefiro isto a vê-la morta. E eu sei que isso e puro egoísmo meu, mas é que, pelos deuses, eu a amo demais.

É doloroso o fato de que meu amor é o que a faz sofrer.

Levo minhas mãos até meu peito, por debaixo a camiseta preta que estou usando, e aperto minhas mãos em torno do símbolo dos Uchihas. Mas não é apenas isso. Éh o símbolo dos Uchihas dentro de um circulo branco, o tradicional emblema dos Harunos.

Enquanto corro ao encontro da garota que amo, deixo um pequeno sorriso de canto escapar por meus lábios. Eu matarei Itachi e Karin, assim ela poderá voltar a sorrir. Éh uma promessa, Sakura. Eu lhe juro ♥

Até lá, me odeie. Me odeie até que eu possa amá-la livremente.

E, por favor... Até que este dia chegue... Me perdoe por ser um idiota com você. Mas é que eu não agüentaria perdê-la.