A garota de cabelos rosa, minha eu de apenas sete anos, sorriu para Sasuke. Ele segurava uma pequena flor de cerejeira em sua mão que estava estendida para mim. Quando eu ia pegar a flor ele fechou a mão em um punho e saiu correndo enquanto gritava:

– Terá que me pegar primeiro se quiser a flor, Haruno!

Saí correndo atrás do Uchiha embora soubesse que não conseguiria alcançá-lo. Ele sempre fora mais rápido do que eu. Depois de um tempo correndo acabei tropeçando em galho e caí com tudo no chão. Com a queda acabei ralando meu joelho esquerdo que sangrava e ardia. Estava prestes a começar a chorar quando Sasuke apareceu. Ele estendeu sua mão para mim, que receosa, aceitei.

– Não deveria chorar. Estraga sua beleza estonteante. – comentou ele, o que me surpreendeu. Afinal, eu não costumava receber elogios, principalmente dele.

– Está ardendo – devolvi-lhe como resposta – Isso é culpa sua! Eu não teria ido parar no chão se não fosse por você.

– Sinto muito, mas saiba que sempre estarei aqui para te reerguer quando você cair. Mesmo que você não perceba – ele meio que resmungou. – Agora vem comigo.

Sasuke me levou de volta até a árvore de cerejeira em que havia colhido a flor que outrora estivera em sua mão.

– Acabei esmagando aquela – resmungou novamente enquanto subia na árvore. Bem no alto, no último galho, havia uma pequena flor de cerejeira. Apesar de ser um tanto quanto menor que as demais, era a mais linda que eu já havia visto. Sasuke subiu até lá, apanhou-a e após descer estendeu a mão em eu carregava a pequenina flor para mim.

– Não vou cair nesta de novo – eu lhe disse.

– Caramba, Sakura, larga mão de ser tão desconfiada. – ele me respondeu de maneira tediosa enquanto pegava minha mão e depositava ali apequena flor.

– Para te recompensar pelo arranhão em seu joelho. – explicou ele – Agora é melhor voltarmos.

Juntos saímos da floresta e fomos em direção a minha casa.

– Ei, Sasuke – chamei

– O que éh?

– Porque seu irmão não veio hoje? – perguntei de forma curiosa.

– Meu quis que ele ajudasse ele em algumas coisas. Não deu nem para insistir ou ele poderia descobrir que mamãe nos trás aqui.

– Hm – murmurei – E porque ele não quer que sua mãe e a minha se falem?

– Não sei – Coisa de adultos.

– Aff, detesto isso – resmunguei.

Assim que chegamos a minha casa pudemos notar que Mikoto já estava de saída.

– Já está indo embora, tia? –perguntei enquanto ia para perto de minha mãe que estava parada na porta com uma expressão de indignação.

– Já sim, Sakura. Sua mãe está impossível hoje. – respondeu Mikoto que tinha no rosto uma expressão um tanto quanto raivosa.

– Ah, eu estou impossível?! Olhe pra você mesma! É só um fantoche nas mãos de Fugaku! Como pode chamar aquele demônio de marido?!

– Ele é o pai de meus filhos! Não posso simplesmente pegar minhas crianças e ir embora. Não seria justo. – rebateu Mikoto.

– E o que ele está fazendo por acaso é justo? – minha mãe disse por fim antes de fechar a porta e me empurrar para dentro.

– Mãe?O que está acontecendo? –perguntei – Você e tia Mikoto estavam brigando?

– Acorde sua irmã e se apronte. Vamos levar apenas o mais importante – responde minha mãe em tom autoritário.

– Como assim? – perguntei confusa.

– Nós vamos embora desta vila hoje à noite. Para sempre. –respondeu ela simplesmente enquanto ia para seu quarto arrumar as coisas.

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Abri os olhos lentamente enquanto me acostumava à claridade que vinha da janela. Me mexi um pouco tentando me sentar no sofá. Congelei. Sofá? Eu lembrava-me perfeitamente de ter desabado no chão da sala quando Ino havia ido embora. Ah, Ino. Só de pensar nela eu já sentia uma forte dor no peito. Mas agora eu tinha que me concentrar em outra coisa. Quem havia me colocado no sofá. Olhei e vi que quem quer fosse havia se dado trabalho de colocar um cobertor em cima de mim também. Percebi que havia um pedaço de papel dobrado em minha mão direita:

“Tisc, Tisc. Não seja tão descuidada, Haruno.

Não deveria ficar andando pela casa com o pé esquerdo torcido.

E também deveria trancar a porta.

Passo aí mais tarde, preciso conversar urgente com você.

PS: Você costumava ser mais desconfiada. Quando foi que se tornou tão diferente a ponto de cometer deslizes como esse? Você é mesmo uma idiota.

– De seu aliado (por enquanto)

Sasuke Uchiha.”

Balancei a cabeça negativamente. Aquilo não podia estar acontecendo. Foi então que ouviu a porta se abrir. Ficou surpresa com o que viu. E preocupada. Era Sasuke quem havia entrado. Mas sua surpresa não foi esta, e sim a forma como ele lhe olhava: era idêntica de quando batera a sua porta para dizer que Mikoto havia morrido.