Estavam em frente a um cafeteria. Harry supôs que fossem acompanhar Rony e sua família, já que Hugo havia pedido para tomar café. Contudo, apenas dois trouxas conversavam calmamente.
- Você viu isso? – um deles apontou o jornal para o outro. – Duas mortes na rua Baker.
- Todos os dias morrem pessoas. – disse o mais moreno. – O que isso tem de mais?
- Acha que um casal normal, saudável, bem-estruturado financeiramente, cometeria suicídio conjunto? Absolutamente não faz sentido. E tem mais – ele se aproximou como se fosse contar um grande segredo. – Acharam a palavra “trouxas” escrita na parede da casa deles.
- Algum pichador pode ter escrito. – contrariou o moreno.
- É um tipo de tinta desconhecida.
- Estamos na era das inovações tecnológicas. – o homem moreno se impacientou. – Deixa isso pra lá.
- Deixar pra lá? – o primeiro ficou chocado. – Como pode ser tão insensível? Esse casal tinha uma filha, que estuda num internato... uma escola desconhecida... enfim, uma família foi destruída de forma nada comum e você quer que eu deixe pra lá?
- Você adora essas coisas sobrenaturais. – disse o outro. – Eu encaro a vida como ela é. Esses dois não batiam bem da cabeça, só isso. Existem muitos suicídios conjuntos no Japão...
- Idiota. – reclamou o homem que tinha o jornal na mão, levantando-se para ir embora.
- Seu problema é que não pode viver sem uma dose de loucura. – tornou o moreno, sem emoção. – Não me ofendo, porque já conheço os sintomas. – virou-se para um garçom. – A conta.
Harry se voltou para Hermione, esperando que a amiga dissesse alguma coisa; mas ela olhava para Rony, que estava com a varinha encostada no peito de Draco.
- Você tem alguma coisa a ver com essa história...
Draco olhou para Rony com desprezo.
- Caso não tenha percebido, eu só tenho 20 anos, o que significa que não faço a menor idéia do que vem acontecendo no mundo bruxo nos últimos 21 anos... e pra mim não é nem um pouco emocionante ter que ver a mim e a vocês no futuro, um futuro realmente...
- Deplorável. – confirmou Lilá.
- Pra você, suponho. – intrometeu-se Mione.
- Hello? – cortou Gina; Harry olhou esperançoso para ela. – É óbvio que nenhum de nós sabe o que realmente está acontecendo, e discutir só vai piorar nossa situação; essa história é só a ponta do iceberg...
- O grito! – lembrou Neville. – Aquele grito... pode ter sido o casal pedindo socorro, só que chegamos tarde demais...
- Eles eram trouxas. – cortou Harry. – A verdadeira causa do grito não pode ser essa.
- Mas há uma relação, com certeza. – analisou Jorge.
Harry abriu a boca pra argumentar, mas seu corpo girou novamente... agora ele não sabia onde ia parar...