Harry permaneceu sentado no sofá de Neville durante todo o almoço da família Longbottom; durante esse tempo Rony ficou recostado à lareira, pensativo; Lilá olhava para ele, mas não se atrevia a chegar perto, porque Mione estava com os nervos à flor da pele; Jorge conversava com Luna, sendo eles os dois únicos que pareciam não se importar com a situação; Gina se sentara ao lado de Harry, enquanto Dino, Neville e Ana discutiam acaloradamente, inventando planos malucos para escapar do feitiço do vira-tempo. Cho e Draco haviam se sentado de frente para o casal Potter, infelizes.
Depois de comerem, os Longbottom saíram para o jardim da casa deles, mas Harry e os outros continuaram dentro da sala, apenas olhando o tempo passar. Harry não sentia vontade dormir, mas de desaparecer; lutava com sua mente para assimilar o que acontecera nas últimas horas; só então acordou para o fato de que aquilo era completamente bizarro, como dissera Rony; não era pra estar acontecendo. Por que com ele? Por que aquelas pessoas especificamente também haviam sido enfeitiçadas? Se nem Hermione sabia nada sobre o assunto, então quem poderia saber?
- Harry? – Hermione atrapalhou seus pensamentos. – Fiquem todos de pé!!!
Harry e os outros se levantaram de seu breve conforto, e imediatamente se viram em outro lugar; um lugar familiar...
- Hermione?
- Eu sabia! – vibrou ela; tinha uma expressão hermionesca bem característica. – Harry, não podemos nos dar ao luxo de descansar pra valer; temos que estar alertas pra não perder nenhum momento...
- Nem sentar? – perguntou Lilá.
- Vocês não perceberam? – atravessou Mione, com ar superior. – Quando Neville e sua... futura família deixaram a sala, devíamos ter saído de lá; o momento mudou, não entendem?
- E em que momento estamos, precisamente? – perguntou Rony.
- Surrey...
Harry estava boquiaberto; era Surrey, era a rua dos Alfeneiros, a qual ele nunca mais voltara desde que fora retirado da casa dos tios pela Ordem da Fênix. Mas como... por quê?
- Não!
Harry se virou para ver quem exclamara; uma garotinha estava parada na porta da casa dos Dursley...
- É só uma flor idiota. – disse um homão gordo e loiro.
- Não...
O homem enorme havia desfeito uma parte do jardim, para aumentar o muro da casa; a menina agora tinha lágrimas nos olhos, o que fez Harry sentir desprezo pelo homem.
- Querido, acho que temos um problema aqui. – berrou uma voz enjoenta dos fundos da casa.
- Deve ser o encanamento de novo. – resmungou ele, e, passando pela menina, entrou e deixou a porta encostada.
A menina andou até uma flor que estava completamente despetalada, chorando mais. Sentou-se ao lado da plantinha e pegou as pétalas em sua mãozinha, como se quisesse consertar... As pétalas se mexeram e a garota se assustou; a flor se reintegrou completamente em sua mão.
- Ela é bruxa... ela é...
- PAI!!!
O homem loiro escancarou a porta ao passar por ela; correu para a menina.
- Olha!
O homem viu a flor restaurada e o choque apareceu em seu rosto.
- Você... – ele olhou para os lados, como procurando alguém que pudesse responsabilizar por aquele acontecimento incomum. – Como você... foi você?
- Fui. – ela parara de chorar. – Desejei que a flor voltasse, e aí...
- VOCÊ NÃO PODE!!!
- Por que não? – ela pareceu confusa. – O senhor disse que magia exist...
- NÃOOOOOOOOOOOOOOO!
- Pai! – ela estava assustada novamente. – O senhor está bem?
- A coruja. – disse ele horrorizado, apontando para o céu. – A CORUJA!!!
- Valha-me Deus. – disse Rony. – É só uma coruja...
- Não! Minha filha não! Minha mãe não vai perdoar!
A coruja de Hogwarts pousou junto à placa que dizia Privet Drive e a menina se adiantou para ela.
- É uma carta! Pra mim! Emily Dursley, Rua dos Alfeneiros...
- NÃO!!!!!!
- ... A senhorita está convidada a estudar na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts...
- Harry?
Mais surreal do que ver a si mesmo com 41 anos era ver a filha de Duda receber uma confirmação de que era bruxa. Harry se preocupou com Emily, se Duda Dursley iria deixa-la ir pra Hogwarts; mas eles já tinham mudado de novo, e estavam num bairro rico em Londres.