Road Trip escrita por Machadinho e De Assis


Capítulo 6
A tinta e a tela


Notas iniciais do capítulo

Por: Machadinho



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Emma prosseguiu paralisada com a respiração ofegante, conseguia sentir batidas descontroladas de seu coração. O perfume cítrico de Regina, misturava-se com o cheiro adocicado de sua pele. O doce e o cítrico.
A penumbra estranhamente quente, era acompanhada pelas mãos de Regina. Essas, percorriam por seu abdômen com toque suave e aveludado, aproximando-se de seus seios. Ao alcança-los, as carícias intensificaram-se, suas unhas levemente afiadas roçavam insistentes contra a pele alva da Salvadora.
“Emma, você será minha essa noite, irá preencher esse vazio”
A voz de Regina deslizara por seus ouvidos, quente, rouca, irresistível... Uma onda de arrepios atravessou-lhe a espinha. Os belos lábios da prefeita encostaram-se em seu pescoço, não fora um beijo, apenas deslizaram vagarosamente até encontrar seu queixo. Emma Swan não conteve-se, um gemido discreto saltou de sua boca.
“Vamos Emma, eu quero te sentir”
Swan temeu por alguns segundos. Olhara pelo espelho a face de sua amada, apesar dos olhos cerrados, ela sentia sua plena atividade. Os cabelos negros, agora caídos em cascatas desarrumadas, contrastavam com sua lourice delicada. O negro e o louro.
Amor, paixão, desejo. Três sentimentos que bradavam em seu peito. Regina estava ao seu lado. A mulher que passeara em seus sonhos, tão pueris, acariciando-a e chamando-a pelo nome. Não, não temia mais. Se amanhã tudo estivesse acabado, ela teria em suas lembranças a noite em que entregou-se à sua mulher.
Virou-se e encarou a face de Regina, sua boca seca encontrou-se com a outra, ainda avermelhada pelo batom. O vermelho e o natural.
Faíscas, incêndio e paixão, mas nem isso definiria aquele beijo. Era uma sensação de prazer infindável, de verdadeira realização. Era elétrico como uma corrente aberta, que desencadeava choques de prazer em ambas as amantes.
Ao desvencilhar-se de seu primeiro beijo, Emma retirou a regata branca. Seus seios encostavam-se com os da morena. Ela invadia com suas mãos hábeis o decote discreto de Regina, que abrira um sorriso de satisfação.
“Abra os olhos, Regina. Eu quero que você me veja”
Os corpos friccionavam-se e esquentavam-se, Regina Mills não vestia mais nenhuma peça sequer. Seu corpo era belíssimo, curvilíneo e ardia em desejo. Era como uma pintura quente em tinta óleo, que escorregava sádica pela tela branca. Emma Swan era essa tela. A tinta e a tela.
“Abra os olhos, vamos. Do que você está com medo?”
Os gemidos fizeram-se ouvir pelo quarto afora.
“O que foi Swan? Está com alguma dor?”
Dor? Não! Satisfação, loucura, calor, felicidade. Não havia espaço para algo tão mortal, aquilo transcendia os corpos e elevava-se a alma. Um gemido voltou a quebrar o silêncio.
“Swan?” Regina dizia aflita “Você me ama?”
“Eu te amo, Regina Mills”
>............
“Emma? Emma! Hey! Você está sentindo alguma dor?”
Emma despertou afobada, estava visivelmente eletrizada. Fora outro sonho.
“Você está bem? Acho que te escutei...Gemendo.” A prefeita não a olhava nos olhos. Parecia lançar as palavras pesadas como pedras, a vergonha ainda planava em suas atitudes. Ela estava com o rosto um pouco “amassado” e talvez despenteada, mesmo assim não negava sua beleza. Pigarreou gentil, quebrando o silencio.
“Oh sim”
‘Droga Emma, pensa em alguma coisa’
“Foi meu dedinho. Sim! Dedinho mindinho do pé esquerdo! Eu bati...Bati na banheira” Balançou a cabeça insistente tentando não parecer ridícula, não funcionara. Resolvera migrar seu olhar para o estranho papel de parede rubro. Na realidade, tudo naquele apartamento parecia estranho e terrivelmente cafona.
“Claro” Arqueou as sobrancelhas felinas “Cuidado com seu dedinho Emma” Virou-se novamente, dando-lhe as costas despidas pelo decote da camiseta. Voltou a apagar o abajur ao seu lado.
“Obrigada pela preocupação.” Murmurou a xerife, cobrindo-se novamente.
Regina riu discreta.
“Não é preocupação, só não conseguia dormir com seus gemidos...Eles eram perturbadores” Sua voz vacilou incerta.
A luz do lado esquerdo apagou-se também. Apenas o coração em chamas de Swan mantivera-se ligado. Os corpos mantinham-se distantes na cama.
A incerteza e a Chama.


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